CAPÍTULO 66 Maria Eduarda Duarte Pouco tempo depois, Don Antony e seus homens, desceram dos carros, todos armados e prontos para o estrago. — Que porra aconteceu aqui? — Don questionou, e o infeliz que acertei a perna, já começou a berrar: — Esse idiota tentou matar o Ângelo! Está no hospital agora, e sem contar seu carro que explodiu! Nós o alcançamos Don, mas essa louca aí estragou tudo! — o olhei com raiva, me desprendi do Maicon e fui pra cima. — Quem é a louca? Hein? Quer morrer, figlio de puttana? — comecei a enfiar a arma na cara dele e lhe dar coronhada, pois estava no chão, fácil de ser atingido. Senti alguém me puxar, e ainda bem que não acertei uma coronhada também, pois era meu pai. — Duda, Cala a boca! — me puxou, enquanto eu via o Don muito irritado, engatilhando a arma. — Pai, ele tentou matar o Maicon, deixe eu explodir a cabeça dele, por favor! — meu pai me puxava pela cintura enquanto eu tentava sair, batendo os pés no chão, até que ouvi
CAPÍTULO 67 Maria Eduarda Duarte Quietinha dentro do carro, vi como os homens do Don liberaram espaço para que o Maicon dirigisse o Maserati. Acho que nunca fiquei tão calada na vida, porque independente da raiva que fiquei e as coisas que fiz com boas intenções, sei que não fiz certo, atirei em homens da máfia Strondda e ainda fiquei todo esse tempo quase pelada na frente de tantos homens, sem perceber... que vergonha. — Já passou o efeito do álcool? — perguntei receosa, batendo os dedos no painel do Maserati. — Sei lidar com o álcool — respondeu apenas. Fiquei passando o dedo limpando melhor o painel. — Você está com raiva? Agora sem efeito do álcool se estiver com raiva, isso não é bom... — mal o olhei para dizer essas coisas. — Maria Eduarda, o que conversamos não tem nada a ver com a bebida. Mas porra, já parou para analisar como está vestida? — olhei novamente pra mim mesma, abaixei o olhar. — Me desculpa? Eu juro que não vi, só quando você falou
CAPÍTULO 68 Maicon Prass Fernandes Acordei com um pouco de dor de cabeça, além da bebida, havia o fato de eu ter levado uma pancada. Apalpei pela cama de olhos ainda fechados e... “Cadê ela?“ Levantei, fiz a minha higiene, me vesti e fui caminhando pelo corredor, até que ouvi a sua voz falando mole, e entendi... estava com o Colt. — Ah Colt... você é tão grande, não tenho como te esconder na mala. Eu acho que seu dono não vai poder levá-lo e vou sentir sua falta. — Ela estava com a mão sobre ele, e Colt não estava incomodado. Virei as costas e liguei para a minha mãe, pedindo para que viesse ficar com ele, mas ela me surpreendeu: — Filho tenha dó da sua mãe! Eu quero ir com vocês, seu pai cuida do Colt. Tem noção de como estou com saudades das pessoas de lá? — olhei para a italiana de longe, e preferiria ficar com ela, até porque seria mais fácil esconder a minha busca por um doador. — Mãe, estou em lua de mel, a senhora não pode ir num outro momento?
CAPÍTULO 69 Maria Eduarda Duarte Fiquei passada com a conversa da Ivete, combinamos de conversar melhor depois da viagem, mas ela parecia muito ansiosa. Conversei com o Maicon, o convenci a deixá-la ir com a gente. Ele negou no início, mas quando disse que ela faria companhia para sua mãe, ele acabou cedendo, e eu fiquei feliz em saber que teria uma aliada. Nos despedimos do Colt, e depois fomos até o avião, onde me senti esquisita perto da minha sogra, era como se outra vez, eu não soubesse onde esconder as mãos. Ela me olhava o tempo todo, mas não dizia nada. Será que é dessas que odeia a nora e fará de tudo para me afastar do Maicon? Espero que não. Eu sabia que tinha um quarto ali, mas a sogra estava nele, entrava e saía o tempo todo, fiquei um pouco entediada. — Vai demorar pra chegar? — perguntei pra ele, passando o dedo no seu peito. — Vai. — Vamos ficar num hotel lá? — Sim. — Você está quieto... está tudo bem? — Está... — Não parece
CAPÍTULO 70 Maria Eduarda Duarte Quando saímos do avião, vi que o lugar era bonito, logo ficou bem movimentado quando entramos num carro, mas gostei que era diferente. Estava uma tarde insuportavelmente quente. O ar abafado parecia pesar sobre nós, e a cidade, um verdadeiro caos. Passamos em frente a um hotel muito bonito com nome de Tivoli Mofarrej. Pelo que ouvi o Maicon dizer, estávamos em São Paulo. — Você... quer entrar e tomar um banho, descansar? — Maicon perguntou e estranhei. — Mas por quê? Por acaso planeja fazer outra coisa? — questionei colocando as mãos na cintura quando subíamos para o quarto. — É que vamos até o lugar onde morávamos, certamente você vai se chatear e... — Eu não vou ficar sozinha, mas de jeito nenhum! Você trata de organizar seus horários e o que vamos fazer, e onde você for eu vou, ok? — Ele balançou a cabeça e vi sua mãe negando. — Tem certeza, Duda? Lá não é nem um pouco parecido com o que está acostumada a ve
CAPÍTULO 71 Maria Eduarda Duarte Maicon me prendeu em seu corpo, segurando meus braços. Por mais que eu quisesse me desprender e bater naquela mulher, não conseguiria. — Ingrid, se comporta! — o rapaz repreendeu a moça que pelo visto deveria ser sua irmã, e a minha sogra a abraçou, me fazendo me sentir estranha e até parar de tentar me soltar. — Minha filha, o tempo passou... pensei que também tivesse encontrado alguém. Agora meu menino está casado, só podem ser amigos — Dona Sarita falava tão mole que fiquei com ciúmes, comigo ela mal conversa. — Eu sinto muito dona Sarita é que não fiquei sabendo, soube que foram pra Itália e depois sumiram... aquela vez que a senhora veio me ver disse que ele estava solteiro, pelo visto o casamento foi recente — ela falava e ficava olhando para o Maicon, a raiva estava remoendo. Maicon parecia querer controlar não só o meu corpo, como também minha mente, mesmo sem dizer nenhuma palavra. — Eu nem consegui avisar
CAPÍTULO 72 Maria Eduarda Duarte — Espera, você agrediu a Ingrid? — não acreditei quando minha sogra falou isso. Olhei para todos, Ingrid se calou, meu coração bateu acelerado. — Apenas conversamos, e digamos que o clima esquentou — Falei de uma vez, paciência tem limite. — Você não pode confundir aqui com o que vive em Roma, Maria Eduarda! Não é porque entende bem a nossa língua que sabe dos costumes, aqui é Brasil — minha sogra me repreendeu. — Mãe, agora não! — Maicon disse a ela e veio até a mim. — Não filho, ela tem que entender as coisas, inclusive você deveria ter explicado melhor. Agora agredir uma moça daqui, uma pessoa boa, com condições inferiores, isso não dá. — Me senti lesada, precisava me defender. — Sarita, eu não disse nada a respeito disso, eu trataria uma sociality da mesma maneira. Qualquer uma que fizesse o que ela fez para o meu marido e dissesse o que ela me disse, levaria na cara, e seu filho sabe muito bem disso, ele me conhec
CAPÍTULO 73 Maicon Prass Fernandes Que porra de confusão eu me meti! Pensei que essa história com a Ingrid já havia acabado, que merda! É claro que eu sabia que Maria Eduarda não havia machucado o pé, mas confesso que seu jeito tão diferente e carinhoso me fizeram ficar ali perto dela de um jeito diferente. (...) Já no hotel, eu conversei com a minha mãe no corredor, sem que ninguém, nem a italiana ouvisse: — Mãe, eu realmente não quero nada com a Ingrid... — Filho eu sei. Eu até pensei que era pelo seu caráter, ou o compromisso com o Don, mas confesso que estou confusa. — Por que, mãe? — Porque sei muito bem a raiva que ficou dela todo esse tempo, mas também vi hoje, como a defendeu em alguns momentos e como olha pra ela... Maicon, você nunca olhou assim pra ninguém... continua apaixonado por sua esposa? — senti a garganta secar, engoli seco. — Eu... eu nunca estive, do que está falando? — Olha, talvez antes só gostasse, mas algo mudou. Por acaso