CAPÍTULO 67 Maria Eduarda Duarte Quietinha dentro do carro, vi como os homens do Don liberaram espaço para que o Maicon dirigisse o Maserati. Acho que nunca fiquei tão calada na vida, porque independente da raiva que fiquei e as coisas que fiz com boas intenções, sei que não fiz certo, atirei em homens da máfia Strondda e ainda fiquei todo esse tempo quase pelada na frente de tantos homens, sem perceber... que vergonha. — Já passou o efeito do álcool? — perguntei receosa, batendo os dedos no painel do Maserati. — Sei lidar com o álcool — respondeu apenas. Fiquei passando o dedo limpando melhor o painel. — Você está com raiva? Agora sem efeito do álcool se estiver com raiva, isso não é bom... — mal o olhei para dizer essas coisas. — Maria Eduarda, o que conversamos não tem nada a ver com a bebida. Mas porra, já parou para analisar como está vestida? — olhei novamente pra mim mesma, abaixei o olhar. — Me desculpa? Eu juro que não vi, só quando você falou
CAPÍTULO 68 Maicon Prass Fernandes Acordei com um pouco de dor de cabeça, além da bebida, havia o fato de eu ter levado uma pancada. Apalpei pela cama de olhos ainda fechados e... “Cadê ela?“ Levantei, fiz a minha higiene, me vesti e fui caminhando pelo corredor, até que ouvi a sua voz falando mole, e entendi... estava com o Colt. — Ah Colt... você é tão grande, não tenho como te esconder na mala. Eu acho que seu dono não vai poder levá-lo e vou sentir sua falta. — Ela estava com a mão sobre ele, e Colt não estava incomodado. Virei as costas e liguei para a minha mãe, pedindo para que viesse ficar com ele, mas ela me surpreendeu: — Filho tenha dó da sua mãe! Eu quero ir com vocês, seu pai cuida do Colt. Tem noção de como estou com saudades das pessoas de lá? — olhei para a italiana de longe, e preferiria ficar com ela, até porque seria mais fácil esconder a minha busca por um doador. — Mãe, estou em lua de mel, a senhora não pode ir num outro momento?
CAPÍTULO 69 Maria Eduarda Duarte Fiquei passada com a conversa da Ivete, combinamos de conversar melhor depois da viagem, mas ela parecia muito ansiosa. Conversei com o Maicon, o convenci a deixá-la ir com a gente. Ele negou no início, mas quando disse que ela faria companhia para sua mãe, ele acabou cedendo, e eu fiquei feliz em saber que teria uma aliada. Nos despedimos do Colt, e depois fomos até o avião, onde me senti esquisita perto da minha sogra, era como se outra vez, eu não soubesse onde esconder as mãos. Ela me olhava o tempo todo, mas não dizia nada. Será que é dessas que odeia a nora e fará de tudo para me afastar do Maicon? Espero que não. Eu sabia que tinha um quarto ali, mas a sogra estava nele, entrava e saía o tempo todo, fiquei um pouco entediada. — Vai demorar pra chegar? — perguntei pra ele, passando o dedo no seu peito. — Vai. — Vamos ficar num hotel lá? — Sim. — Você está quieto... está tudo bem? — Está... — Não parece
CAPÍTULO 70 Maria Eduarda Duarte Quando saímos do avião, vi que o lugar era bonito, logo ficou bem movimentado quando entramos num carro, mas gostei que era diferente. Estava uma tarde insuportavelmente quente. O ar abafado parecia pesar sobre nós, e a cidade, um verdadeiro caos. Passamos em frente a um hotel muito bonito com nome de Tivoli Mofarrej. Pelo que ouvi o Maicon dizer, estávamos em São Paulo. — Você... quer entrar e tomar um banho, descansar? — Maicon perguntou e estranhei. — Mas por quê? Por acaso planeja fazer outra coisa? — questionei colocando as mãos na cintura quando subíamos para o quarto. — É que vamos até o lugar onde morávamos, certamente você vai se chatear e... — Eu não vou ficar sozinha, mas de jeito nenhum! Você trata de organizar seus horários e o que vamos fazer, e onde você for eu vou, ok? — Ele balançou a cabeça e vi sua mãe negando. — Tem certeza, Duda? Lá não é nem um pouco parecido com o que está acostumada a ve
CAPÍTULO 71 Maria Eduarda Duarte Maicon me prendeu em seu corpo, segurando meus braços. Por mais que eu quisesse me desprender e bater naquela mulher, não conseguiria. — Ingrid, se comporta! — o rapaz repreendeu a moça que pelo visto deveria ser sua irmã, e a minha sogra a abraçou, me fazendo me sentir estranha e até parar de tentar me soltar. — Minha filha, o tempo passou... pensei que também tivesse encontrado alguém. Agora meu menino está casado, só podem ser amigos — Dona Sarita falava tão mole que fiquei com ciúmes, comigo ela mal conversa. — Eu sinto muito dona Sarita é que não fiquei sabendo, soube que foram pra Itália e depois sumiram... aquela vez que a senhora veio me ver disse que ele estava solteiro, pelo visto o casamento foi recente — ela falava e ficava olhando para o Maicon, a raiva estava remoendo. Maicon parecia querer controlar não só o meu corpo, como também minha mente, mesmo sem dizer nenhuma palavra. — Eu nem consegui avisar
CAPÍTULO 72 Maria Eduarda Duarte — Espera, você agrediu a Ingrid? — não acreditei quando minha sogra falou isso. Olhei para todos, Ingrid se calou, meu coração bateu acelerado. — Apenas conversamos, e digamos que o clima esquentou — Falei de uma vez, paciência tem limite. — Você não pode confundir aqui com o que vive em Roma, Maria Eduarda! Não é porque entende bem a nossa língua que sabe dos costumes, aqui é Brasil — minha sogra me repreendeu. — Mãe, agora não! — Maicon disse a ela e veio até a mim. — Não filho, ela tem que entender as coisas, inclusive você deveria ter explicado melhor. Agora agredir uma moça daqui, uma pessoa boa, com condições inferiores, isso não dá. — Me senti lesada, precisava me defender. — Sarita, eu não disse nada a respeito disso, eu trataria uma sociality da mesma maneira. Qualquer uma que fizesse o que ela fez para o meu marido e dissesse o que ela me disse, levaria na cara, e seu filho sabe muito bem disso, ele me conhec
CAPÍTULO 73 Maicon Prass Fernandes Que porra de confusão eu me meti! Pensei que essa história com a Ingrid já havia acabado, que merda! É claro que eu sabia que Maria Eduarda não havia machucado o pé, mas confesso que seu jeito tão diferente e carinhoso me fizeram ficar ali perto dela de um jeito diferente. (...) Já no hotel, eu conversei com a minha mãe no corredor, sem que ninguém, nem a italiana ouvisse: — Mãe, eu realmente não quero nada com a Ingrid... — Filho eu sei. Eu até pensei que era pelo seu caráter, ou o compromisso com o Don, mas confesso que estou confusa. — Por que, mãe? — Porque sei muito bem a raiva que ficou dela todo esse tempo, mas também vi hoje, como a defendeu em alguns momentos e como olha pra ela... Maicon, você nunca olhou assim pra ninguém... continua apaixonado por sua esposa? — senti a garganta secar, engoli seco. — Eu... eu nunca estive, do que está falando? — Olha, talvez antes só gostasse, mas algo mudou. Por acaso
CAPÍTULO 74 Maicon Prass Fernandes — Você é muito dominador, senhor Fernandes... — ela sussurrou ao tentar soltar os braços que prendi com minha mão esquerda. — E você gosta, italiana? — esfreguei meu corpo ao dela, devagar, roçando minha boca com precisão na dela sem beijá-la. — Eu gosto... — seu jeito de dizer não foi completamente convincente. Pelo seu tom havia mais alguma coisa ali. — Gosta ou não gosta? — ela parou tudo o que fazia ao mover o corpo e me olhou nos olhos. — A única coisa que não gosto, é de você me deixar sozinha depois. Se prometer que vai ficar, pode fazer o que quiser, eu não ligo. Fui soltando seus braços devagar, passando as mãos por trás das suas costas e num movimento firme, ergui seu quadril pra mais perto de mim. — Eu gosto que me obedeça, italiana. Prometo não sair desse quarto sem você, mas me deixe te tocar — afirmei. — Ótimo... e o que quer de mim, consigliere? Se pedir com jeito, quem sabe eu não faça? — O combinad