CAPÍTULO 43 Maria Eduarda Duarte Depois que o Maicon saiu e não me trancou, fui atrás dele pra ver o que faria, mas ao ouvir sobre o Colt, confesso que fiquei triste... ele poderia não voltar a andar? Eu poderia cuidar dele, talvez agora que está debilitado me dê uma trégua, não é? Quem sabe até o Maicon fique feliz e me trate melhor, porque ainda prefiro que goste mais do Colt, a dar tanto valor ao carro. Acabei derrubando um prendedor de cabelo, e sabendo como o Maicon é ligeiro, logo saí correndo e praticamente pulei na cama. Passei um tempo pensando, até me surpreender com ele de novo ali no quarto. Nunca o vi assim, acho que foi a primeira vez que senti que se preocupou comigo de verdade. Não sei se foi porque ele falou que se preocupou, ou se foi por sentir a intensidade das suas ações, que não parecia com aquele robô programado do Don, ele parecia mais humano, havia emoção no seu semblante e não pensou para responder nada, foi natural. Olhei pra
CAPÍTULO 44 Maria Eduarda Duarte Eu poderia jurar que aquele consigliere dormiu aqui, mas devo estar ficando maluca. Acho que sonhei que ele estava me abraçando nu e me esquentando, porque no sonho eu estava brava porque me tirou a arma, mas ela continua aqui, devo ter ficado louca, mesmo. Olhei para a cama tão bagunçada, achei que deveria arrumar e colocar as coisas no lugar, porque provavelmente ele deve ter proibido a Ivete de entrar. Juntei as coisas do chão, e fiquei chateada quando vi que quebrei as sombras mais bonitas do kit de maquiagem, não teve conserto. Estranhei que tinha roupas que não vi antes no cesto, mas arrumei tudo e saí carregando para procurar a lavanderia, porém vi o Colt deitado num dos quartos, e parei para observá-lo. — Você está bem, amigo do Maicon? — ele me olhou, levantou as orelhas, mas vi que não conseguia levantar — Ah, você está sob sedativo? Deixei o cesto na porta e criei coragem chegando mais perto. Ele é um cach
CAPÍTULO 45 Maria Eduarda Duarte Fiz questão de vestir o meu melhor vestido. Claro que é discreto, mas é um modelo exclusivo, não chega até o joelho, é justo, e tem um casaco que faz conjunto. Coloquei a bota e passei uma maquiagem... que pena ter quebrado aquela sombra. Arrumei os cabelos e fui até a sala procurando meu marido. Quando me viu, Maicon tossiu. — Aonde você vai? — me olhou dos pés a cabeça. — Como assim? Combinamos de sair, você não vai se arrumar? — agora fui eu quem o olhou por inteiro, ele sempre é tão bonito, mesmo com uma roupa mais casual. — Só vamos almoçar, pra mim está ótimo — balancei a cabeça concordando. — Está bonito assim, jeans te cai muito bem — falei e ele ficou me olhando, então começou a andar na direção da porta. — Não vamos de Maserati? — perguntei quando ouvi o alarme de um carro comum de uso da máfia. — Não — disse apenas, e não questionei. Ele já havia dito que eu não andaria mais no precioso carro.
CAPÍTULO 46 Maria Eduarda Duarte Maicon fechou a cara para Sabrina e respondeu secamente: — Eu vou me sentar aqui — olhou pra mim — Querida... pode ir onde combinamos, ok? — só que Sabrina segurou meu braço quando fui sair. — Eu não entendi, você está com esse cara? Não tem vergonha de frequentar um lugar como esse com ele? — olhei sem saber o que dizer. — Por que eu teria, Sabrina? — respondi com outra pergunta, já meio impaciente, ela já estragou as coisas uma vez, não gosto dela. — Como é? — Maicon se aproximou, e com a raiva do seu rosto, vi que apertaria o pescoço dela até a morte. Então Sabrina me puxou bem perto dela. — Não ouviu nada do que eu disse? Não é porque ele agora é Consigliere e consegue pagar para comer num lugar como esse, que vai deixar de cheirar a lixo — sussurrou no meu ouvido, fiquei imóvel, sentindo a raiva me consumir. Maicon me afastou dela. — O que disse pra minha esposa? — a encarou. — Que precisam sair dessa mesa,
CAPÍTULO 47 Maria Eduarda Duarte A raiva me consumia, e eu sentia que se não me controlasse, poderia fazer uma cena ainda mais vergonhosa. O restaurante estava lotado, com o murmúrio das conversas ao fundo e o tilintar dos talheres, mas para mim, tudo parecia um borrão distante e todos me olhavam. Apenas a fúria dentro de mim era clara e presente. Olhei para Maicon, que estava me observando com um olhar divertido. A necessidade de despejar o que estava entalado na minha garganta era grande, mas o olhar daquelas pessoas precisava parar. — Fala pra esse povo parar de me olhar, Maicon! O show já acabou, que saco! — reclamei quando me sentei na cadeira, soltando todo o ar pela boca. Ele olhou para os lados e me pareceu suficiente, não sei qual o tipo de influência que ele tem aqui, mas as pessoas foram disfarçando enquanto eu mexia no guardanapo, como se nada estivesse acontecendo. Meu coração batia forte, e eu podia sentir a tensão no ar. As pessoas ao redor a
CAPÍTULO 48 Maria Eduarda Duarte — Mas que droga de calcinha que só serviu pra causar alvoroço! — peguei a peça minúscula de uma vez e vesti enquanto o encarava. Ele apontou para o pequeno sofá de couro preto que estava perto do espelho, mas não me mexi. — Coloque os joelhos ali — apontou para o assento — E as mãos ali — agora apontou para o braço. Quis perguntar o motivo, mas sempre fiquei curiosa pra fazer isso, sorri e fui até lá, eu queria saber como era a sensação. Logo senti o Maicon atrás de mim, assim que fiquei de quatro. Ele subiu as mãos pela minha bunda, ergueu bastante o meu vestido, e quando pensei que me acariciaria, levei um belo puxão de cabelo, e um tapa no traseiro. — Vai me matar, italiana? Vou continuar te batendo, estou louco para bater em você, agora me diga... — senti sua mão entrar por baixo da calcinha e deslizar no meu clitóris. — Nãooo... ai Maicon — praticamente gemi, sentindo prazer, então do nada ele tirou a m
CAPÍTULO 49 Maria Eduarda Duarte O espaço era apertado, meu corpo estava inteiro quente. Maicon se trancou no banheiro e estava demorando, fiquei meio esquisita. — Maicon? Está tudo bem? — Sim, pode ir, logo estarei na mesa — sua voz estava muito estranha, séria como de costume, mas num tom mais baixo... comecei a me preocupar. — Prefiro esperar você — não respondeu, mas fiquei esperando, inquieta. Quando saiu eu também já estava pronta, havia passado os dedos entre os cabelos, arrumado bem o vestido. — Maicon, o que foi? — minha voz era um fio de esperança. — Não entendo por que você está assim, mas não negue, sua feição o entrega. Ele não se moveu, o olhar fixo em mim, mas a tensão no seu rosto parecia um pouco mais forte. Sua mão tremia, não de medo, mas de uma fúria que parecia estar prestes a se descontrolar. — Não usei preservativo, não acredito que me descontrolei a esse ponto. — Bom, eu nunca estive com ninguém sexualmente... — me lembrei
CAPÍTULO 50 Maicon Prass Fernandes Eu sempre soube que tipo de mulher aquela Sabrina era, desde quando eu a deixei nua esperando por mim e descobri logo depois que esteve com a Maria Eduarda, então não permiti que voltasse a se aproximar, nem ela, nem a italiana, embora o Don tenha me pedido para se casar com ela. . Ao sair daquele banheiro, fiquei revoltado. Como pude ser tão imprudente? De maneira nenhuma posso ser pai, não quero que uma criança cresça sem mim, talvez eu não chegue nem a conhecer meu próprio filho. É uma raiva brutal, um verdadeiro fogo queimando dentro do peito, chegou a doer, mas dessa vez não era pelo motivo habitual. Eu deveria ter tomado mais cuidado, ter usado a cabeça em vez de agir como um idiota. Agora, estou aqui, pensando se engravidei a Maria Eduarda. E, como se não bastasse, minha saúde está em jogo, com esse problema cardíaco que pode me levar a qualquer momento. Preciso de um novo coração para continuar respirando, e ag