Qual é o meu problema? Eu nem consigo enumerar. São tantos!
Entro em casa sem ar, como se o mundo se resumisse em duas paredes que me esmagam. O cheiro de carne assada impregna a sala de forma nauseante e vejo a cabecinha loira de Sueli esticar-se na direção do corredor, pela porta que separa a cozinha da sala. Estou com frio, tremendo, meu coração não parece saudável nesse instante e bate desgovernado. Minha cabeça gira.
—
[OLIVER]Vomito em um saco branco do hospital. Minha garganta parece que vai se rasgar. Sai até sangue. Eu sinto tanta dor que me curvo por inteiro. — Marcus! Socorro! Alguém! — Sueli berra assustada, segurando a minha testa.Tudo escurece por um instante e depois, volta ao normal. Sinto muito calor, com a baixa da pressão. [OLIVER]— Você tem sentido tristeza constante, chorado ou tentado esconder esse sentimento constantemente?— Não. — Minto, enquanto analiso o sibilar de sombras causado pelo movimento das hélices do ventilador de teto instalado próximo demais da luz fluorescente. Cria a sensação de tontura e me fazem querer piscar os olhos o tempo todo.— Sente cansaço ou falta dCapítulo 14: Lobo-Mau
[OLIVER]Depois da esquisitice de perceber que Joyce havia passado a noite no meu quarto, Sueli não parava de falar durante o café da manhã e o assunto do mês era a decoração de seu novo escritório, agora que tinha recebido uma boa promoção e sua sala tinha até vista para a parte mais bonita da cidade.— Decoração é coisa de gay. — Adam revira um pedaço de pão com presunto em sua língua asquerosamente. Irgh.
[OLIVER]Fecho o notebook cansado de pesquisar sobre como fazer um layout para o blog de Vivian e Joyce. Mordo os piercings e alcanço o celular. Envio uma mensagem para Joyce:Oliver: “Fala comigo :(” [OLIVER]Não sei o que é pior. Os alto-falantes anunciando o atraso nas linhas aéreas, o clima seco que me deixa sem ar e com a garganta presa ou os curiosos que cercavam o desastre: eu.Gregory apalpa toda a minha roupa do jeito que os policiais revistam um suspeito. Não tem nada demais na minha roupa, elas são pretas, exceto a minha calça que é xadrez, preta e vermelha, mas Gregory não aguenta manter as mãos longe dos meus bolsos. Ele percorre com os dedos pelo meu cinto de rebites e enfia a mão noCapítulo 01: Água e óleo
[OLIVER]Piso para fora do avião depois que todos os passageiros desembarcaram, como manda o protocolo. O corredor é espaçoso, com grandes janelas de vidro que dão uma visão da pista de pouso e decolagem, o céu claro e limpo, bem azul, e muitos prédios a perder de vista. Devia ser proibido um aeroporto tão próximo da cidade!Ando lado a lado com o policial até a sala de desembarque, onde dois seguranças do aeroporto me esperam. A porta de vidro desliza abrindo-se e o policial me empurra na dir
[OLIVER]— Oi, muito prazer, sou a Joyce. — Fala a garota mais linda da existência da humanidade e já não sei mais como consigo ficar em pé. Ela pressiona os lábios macios contra a minha bochecha.— Oliver. — Duh, aposto que ela já sabe quem eu sou, mas não sabia o que dizer.Joyce dá uma risadinha.&mdas
[OLIVER]— Você fotografa? — Ryan abre bem os olhos em surpresa, me conferindo de um jeito meio pervertido só porque viu a minha câmera no interior da mochila.Acabei de abrir o zíper para guardar meu recém-adquirido (totalmente pelas aparências) caderno escolar.Os olhos de todos recaem sobre mim. Estão sentados nas cadeiras de ferro branco da lanchonete do colégio, cada um com seu l