Sou empurrado com força para longe de Joyce no instante em que meus lábios tocam os dela. Sinto gosto de chiclete. Levo um tapa na cara, mas não foi muito doloroso.
— Ai! — Seguro o rosto, onde a pele arde.
— O que você tá fazendo? — Irada, ela me pergunta, colocando a mã
[OLIVER]— Meu, cê foi fumar de novo?Adam está sendo um chato. Ultimamente, ele pega no meu pé mais do que meu próprio pai. Ele está conversando com Ryan, próximo à quadra após finalizar mais um jogo de basquete com os amigos no intervalo e a água da torneira escorre por sua cabeça e pinga em sua camiseta. A droga foi que enquanto lavava a cabeça, ele me viu pular o muro para voltar para dentro do colégio.
[OLIVER]Qual é o meu problema? Eu nem consigo enumerar. São tantos!Entro em casa sem ar, como se o mundo se resumisse em duas paredes que me esmagam. O cheiro de carne assada impregna a sala de forma nauseante e vejo a cabecinha loira de Sueli esticar-se na direção do corredor, pela porta que separa a cozinha da sala. Estou com frio, tremendo, meu coração não parece saudável nesse instante e bate desgovernado. Minha cabeça gira.— [OLIVER]Vomito em um saco branco do hospital. Minha garganta parece que vai se rasgar. Sai até sangue. Eu sinto tanta dor que me curvo por inteiro. — Marcus! Socorro! Alguém! — Sueli berra assustada, segurando a minha testa.Tudo escurece por um instante e depois, volta ao normal. Sinto muito calor, com a baixa da pressão. [OLIVER]— Você tem sentido tristeza constante, chorado ou tentado esconder esse sentimento constantemente?— Não. — Minto, enquanto analiso o sibilar de sombras causado pelo movimento das hélices do ventilador de teto instalado próximo demais da luz fluorescente. Cria a sensação de tontura e me fazem querer piscar os olhos o tempo todo.— Sente cansaço ou falta dCapítulo 13: A insignificância de si mesmo
Capítulo 14: Lobo-Mau
[OLIVER]Depois da esquisitice de perceber que Joyce havia passado a noite no meu quarto, Sueli não parava de falar durante o café da manhã e o assunto do mês era a decoração de seu novo escritório, agora que tinha recebido uma boa promoção e sua sala tinha até vista para a parte mais bonita da cidade.— Decoração é coisa de gay. — Adam revira um pedaço de pão com presunto em sua língua asquerosamente. Irgh.
[OLIVER]Fecho o notebook cansado de pesquisar sobre como fazer um layout para o blog de Vivian e Joyce. Mordo os piercings e alcanço o celular. Envio uma mensagem para Joyce:Oliver: “Fala comigo :(” [OLIVER]Não sei o que é pior. Os alto-falantes anunciando o atraso nas linhas aéreas, o clima seco que me deixa sem ar e com a garganta presa ou os curiosos que cercavam o desastre: eu.Gregory apalpa toda a minha roupa do jeito que os policiais revistam um suspeito. Não tem nada demais na minha roupa, elas são pretas, exceto a minha calça que é xadrez, preta e vermelha, mas Gregory não aguenta manter as mãos longe dos meus bolsos. Ele percorre com os dedos pelo meu cinto de rebites e enfia a mão noCapítulo 01: Água e óleo
[OLIVER]Piso para fora do avião depois que todos os passageiros desembarcaram, como manda o protocolo. O corredor é espaçoso, com grandes janelas de vidro que dão uma visão da pista de pouso e decolagem, o céu claro e limpo, bem azul, e muitos prédios a perder de vista. Devia ser proibido um aeroporto tão próximo da cidade!Ando lado a lado com o policial até a sala de desembarque, onde dois seguranças do aeroporto me esperam. A porta de vidro desliza abrindo-se e o policial me empurra na dir