Ponto de Vista de BillAssim que chego em casa, vou direto para o meu escritório e pego o telefone para ligar para James. O telefone toca algumas vezes antes que ele atenda.— Ei, Bill. — James responde, parecendo curioso. — O que você precisa?Respiro fundo e vou direto ao ponto.— James, preciso que você investigue Carlos Alvez.Há uma breve pausa do outro lado da linha antes de James responder.— Você está procurando algum podre dele?— Não. — Digo, balançando a cabeça, mesmo sabendo que ele não pode me ver. — Quero que você vá mais fundo no passado dele, na vida pessoal. Qualquer coisa que nos ajude a entendê-lo melhor.James hesita por um momento e depois pergunta:— Certo, posso fazer isso. O que exatamente você espera encontrar?— Qualquer coisa que nos dê uma vantagem. — Explico. — Precisamos saber o que o motiva, quais são suas fraquezas e se há algo que possamos usar para convencê-lo a testemunhar contra Doris.James solta um assobio baixo.— Entendi. Se houver algo para desc
Ponto de Vista de SerenaA manhã toda, não consigo me concentrar. Minha mente continua voltando à conversa com o Dr. Murphy e ao fato de Bill ter insistido em enfrentar Alvez sozinho.Eu queria discutir e dizer que poderia lidar com o homem que tentou me matar. Mas Bill não cedeu.Ele não me deixaria me expor ao perigo, o que me deixou frustrada e impotente.Sinto que não estou fazendo o suficiente para ajudar no caso, como se estivesse apenas assistindo dos bastidores enquanto Bill assume todos os riscos. É difícil não me sentir inútil quando tudo o que quero é estar no meio da ação.Stevie se aproxima silenciosamente e coloca uma mão reconfortante no meu ombro.— Ei, não se preocupe com nada além da coleção de verão. — Diz ela com um sorriso tranquilizador. — Temos muito trabalho a fazer.Antes da chegada dos estagiários, contei a Stevie tudo o que aconteceu durante nossa reunião com o Dr. Murphy ontem. Ela sabe exatamente como estou me sentindo e só quer me ajudar a encontrar uma bo
Ponto de Vista de SerenaMarjorie percorre a loja enquanto volto a supervisionar os estagiários. Posso perceber a empolgação deles com a presença de alguém tão renomada como ela.À medida que vou de mesa em mesa, verificando o progresso da coleção de verão, não consigo evitar lançar olhares para Marjorie. Ela examina os esboços, inspeciona os materiais e, de vez em quando, anota algumas observações. Fico me perguntando o que ela está pensando.Paro na mesa de Alex, que está ajustando um design.— Como está indo? — Pergunto, inclinando-me para ver melhor.— Está ficando bom. — Ele responde, ajustando uma linha no esboço. — Acho que esse está realmente tomando forma.— Está fantástico. — Digo, sorrindo. — Continue assim.Sigo até Jamie, que está separando um novo lote de gemas.— Alguma sorte com essas?Jamie ergue uma pedra particularmente deslumbrante.— Acho que temos algumas vencedoras aqui. Essas vão dar um toque especial às peças.— Perfeito. — Respondo, sentindo um orgulho crescen
Ponto de Vista de BillEstaciono meu carro no estacionamento para visitantes e respiro fundo para me preparar.A prisão se ergue à minha frente, fria e imponente. Faço o check-in na recepção, passo pelos procedimentos de segurança habituais e sigo o guarda pelos corredores iluminados e estéreis.Finalmente, sou conduzido a uma pequena sala mal iluminada, separada por um grosso painel de vidro. Sento-me na cadeira de metal gelada e espero.Depois de alguns minutos tensos, Carlos Alvez é trazido. Ele se joga na cadeira do outro lado do vidro, seus olhos brilhando com uma mistura de divertimento e malícia. Ele pega o telefone e faz um gesto para que eu faça o mesmo.— Bill Richardson. — Diz ele, recostando-se com um sorriso presunçoso. — A que devo o prazer?— Alvez. — Respondo, mantendo a voz firme. — Precisamos conversar.Ele solta uma risada baixa e ameaçadora.— E o que te faz pensar que eu tenho algo para te dizer?Inclino-me para frente, estreitando os olhos.— Sei mais sobre você d
(Ponto de vista de Bill)Alvez estreitou os olhos.— Acha que entende? Me poupe. — Zombou. — Você não faz ideia do que é ser eu.— Então me faça entender. — Respondi, mantendo a voz calma, mas firme.Alvez se inclinou para frente, os olhos queimando de intensidade.— Entender, Bill? Você não faz ideia do que é acordar sem nada e ir dormir com menos ainda… Do que é ver sua filha passando fome porque não há comida na mesa e aceitar trabalhos horríveis apenas para manter um teto sobre a cabeça.Ele cerrava os punhos enquanto me olhava.— Você acha que poderia mesmo entender isso? Um bilionário como você nunca saberá o desespero que leva um homem a fazer o que eu fiz. — Acrescentou.Respirei fundo, sentindo uma pontada de empatia.— Você está certo, Alvez. Eu não posso entender totalmente o que você passou. Mas eu sei o que é estar desesperado, sentir-se impotente. Eu sei sobre a leucemia da Ana, sei que ela está travando a própria batalha e que você faria qualquer coisa para ajudá-la.— O
(Ponto de Vista de Serena)— Muito bem, pessoal. — Disse, tentando soar animada. — Fizeram um ótimo trabalho hoje. Vamos retomar de onde paramos amanhã.Enquanto a equipe recolhia suas coisas e se preparava para ir embora, eu aproveitava para organizar meu espaço de trabalho, tentando me manter ocupada enquanto aguardava por Bill. Quando terminei, o vi entrar na loja.Bill parecia exausto. Seus ombros estavam ligeiramente curvados, e havia um cansaço nos seus olhos que não estava ali antes. O cabelo, bagunçado, revelava o hábito de passar a mão repetidamente, algo que ele sempre fazia quando estava estressado. A mandíbula tensa e a leve barba por fazer o faziam parecer mais rude do que o normal.Mas havia algo em seus olhos… Uma determinação silenciosa, misturada com uma ponta de esperança. Mesmo cansado, havia uma chama ali. Vê-lo daquele jeito me deu o impulso necessário para continuar forte e acreditar que ainda conseguiríamos derrubar Doris.— Oi. — Falei suavemente, oferecendo um
(Ponto de Vista de Serena)A manhã da audiência havia chegado, e acordei sentindo uma ansiedade apertar meu peito. Mal consegui comer o café da manhã, com o estômago revirando de nervosismo.Bill me pegou cedo, e seguimos até o tribunal em silêncio.Estacionamos e entramos, passando pela segurança até a sala de audiência designada. Os corredores estavam movimentados, e a atmosfera era tensa, carregada de expectativa.Ao me sentar no banco, ouvi o zumbido das conversas sussurradas ao redor, mas tudo o que conseguia focar era o depoimento que estava por vir. Enquanto isso, Bill sentou-se ao meu lado, com sua mão repousando sobre a minha, oferecendo um apoio silencioso.O advogado de Doris, Sr. Hansen, era um homem alto, de traços marcantes e postura agressiva. Logo, ele levantou-se com firmeza e chamou pelo meu nome.— Serena Nixon, por favor, ocupe o banco das testemunhas.Levantei-me com as pernas trêmulas, caminhando até o banco indicado sob o peso dos olhares que me acompanhavam. Apó
(Ponto de Vista de Serena)Senti meu coração acelerar. A tática de Hansen era clara: ele estava tentando me descredibilizar, trazendo minha vida pessoal para o tribunal. Isso era irritante.— Isso não tem relevância para o caso. — Respondi, com a voz ligeiramente trêmula.— Ah, claro que tem relevância. — Insistiu Hansen, com os olhos brilhando de triunfo. — Se você ainda está apaixonada pelo Sr. Richardson, não faria qualquer coisa para se vingar da Srta. Tipton, a mulher que você vê como rival no amor dele?O encarei com raiva, com os punhos cerrados ao meu lado.— Isso não é sobre um triângulo amoroso qualquer. Isso é sobre Doris tentar me matar, junto com o meu bebê.Murphy se levantou, expressando sua voz firme, ressoando pela sala.— Objeção, Meritíssima. O advogado está assediando a testemunha e trazendo questões irrelevantes.A juíza, uma mulher de semblante severo, considerou por um momento antes de balançar a cabeça.— Indeferido. Prossiga, Sr. Hansen, mas mantenha-se no que