(Ponto de Vista de Serena)— Muito bem, pessoal. — Disse, tentando soar animada. — Fizeram um ótimo trabalho hoje. Vamos retomar de onde paramos amanhã.Enquanto a equipe recolhia suas coisas e se preparava para ir embora, eu aproveitava para organizar meu espaço de trabalho, tentando me manter ocupada enquanto aguardava por Bill. Quando terminei, o vi entrar na loja.Bill parecia exausto. Seus ombros estavam ligeiramente curvados, e havia um cansaço nos seus olhos que não estava ali antes. O cabelo, bagunçado, revelava o hábito de passar a mão repetidamente, algo que ele sempre fazia quando estava estressado. A mandíbula tensa e a leve barba por fazer o faziam parecer mais rude do que o normal.Mas havia algo em seus olhos… Uma determinação silenciosa, misturada com uma ponta de esperança. Mesmo cansado, havia uma chama ali. Vê-lo daquele jeito me deu o impulso necessário para continuar forte e acreditar que ainda conseguiríamos derrubar Doris.— Oi. — Falei suavemente, oferecendo um
(Ponto de Vista de Serena)A manhã da audiência havia chegado, e acordei sentindo uma ansiedade apertar meu peito. Mal consegui comer o café da manhã, com o estômago revirando de nervosismo.Bill me pegou cedo, e seguimos até o tribunal em silêncio.Estacionamos e entramos, passando pela segurança até a sala de audiência designada. Os corredores estavam movimentados, e a atmosfera era tensa, carregada de expectativa.Ao me sentar no banco, ouvi o zumbido das conversas sussurradas ao redor, mas tudo o que conseguia focar era o depoimento que estava por vir. Enquanto isso, Bill sentou-se ao meu lado, com sua mão repousando sobre a minha, oferecendo um apoio silencioso.O advogado de Doris, Sr. Hansen, era um homem alto, de traços marcantes e postura agressiva. Logo, ele levantou-se com firmeza e chamou pelo meu nome.— Serena Nixon, por favor, ocupe o banco das testemunhas.Levantei-me com as pernas trêmulas, caminhando até o banco indicado sob o peso dos olhares que me acompanhavam. Apó
(Ponto de Vista de Serena)Senti meu coração acelerar. A tática de Hansen era clara: ele estava tentando me descredibilizar, trazendo minha vida pessoal para o tribunal. Isso era irritante.— Isso não tem relevância para o caso. — Respondi, com a voz ligeiramente trêmula.— Ah, claro que tem relevância. — Insistiu Hansen, com os olhos brilhando de triunfo. — Se você ainda está apaixonada pelo Sr. Richardson, não faria qualquer coisa para se vingar da Srta. Tipton, a mulher que você vê como rival no amor dele?O encarei com raiva, com os punhos cerrados ao meu lado.— Isso não é sobre um triângulo amoroso qualquer. Isso é sobre Doris tentar me matar, junto com o meu bebê.Murphy se levantou, expressando sua voz firme, ressoando pela sala.— Objeção, Meritíssima. O advogado está assediando a testemunha e trazendo questões irrelevantes.A juíza, uma mulher de semblante severo, considerou por um momento antes de balançar a cabeça.— Indeferido. Prossiga, Sr. Hansen, mas mantenha-se no que
(Ponto de Vista de Bill)Era tarde, e finalmente estávamos em um intervalo. Ainda não me chamaram para testemunhar, e a espera estava me consumindo.Saí para tomar um pouco de ar, na esperança de que isso clareasse minha mente. O sol estava brilhante, mas pouco fazia para dissipar a inquietação que me corroía por dentro. Olhei ao redor e vi Serena sentada em um banco, com o olhar perdido nos próprios pensamentos. Quis me aproximar dela, oferecer algum conforto, mas me contive.Em vez disso, encostei-me a uma árvore próxima, observando-a de longe. Serena levantou os olhos e me encontrou. Por um momento, ficamos apenas nos encarando. Então, ela desviou o olhar, provavelmente tentando controlar suas emoções.Quando o intervalo terminou, voltamos para dentro. A juíza pediu ordem, e os procedimentos foram retomados. Logo, o policial Gibson foi chamado para depor. Ele se levantou com o semblante sério e a postura firme. Gibson havia sido um dos primeiros a chegar à cena naquela noite, quando
(Ponto de Vista de Bill)Subi ao banco das testemunhas, com o coração batendo forte no peito. Sentia os olhares de todos sobre mim, mas forcei-me a controlar o nervosismo, lembrando que aquilo era importante demais para eu errar.Logo, Murphy se aproximou, com uma expressão séria.— Sr. Richardson, poderia nos contar o que aconteceu no terraço no dia em que a Srta. Nixon foi atacada?Respirei fundo e comecei a falar, mantendo a voz firme.— Eu estava seguindo a Doris naquele dia porque já desconfiava dela. Ela estava agindo de forma estranha, e eu estava preocupado que ela tentasse fazer mal à Serena.Murphy assentiu, me incentivando a continuar.— E para onde o senhor a seguiu?— Para o terraço do museu de joias. — Respondi. — Quando cheguei ao local, encontrei Doris e Serena no meio de uma discussão acalorada. Doris estava exaltada, gritando e lançando acusações contra Serena sem parar. Seu tom era realmente agressivo.O rosto de Murphy permaneceu neutro, mas eu conseguia ver a deter
(Ponto de Vista de Bill)— Eu encontrei o brinco enquanto investigava. — Repeti, mantendo a voz firme. — Eu não alterei a prova de forma alguma. Assim que a encontrei, a entreguei imediatamente à polícia.— Mas, sem a supervisão da polícia, não seria possível que aquele brinco tenha sido plantado pelo senhor, Sr. Richardson?Balancei a cabeça, com firmeza.— Essa hipótese é improcedente. O brinco estava presente no local no momento em que o encontrei. Não foi colocado ali posteriormente.Hansen deu alguns passos vagarosos, parando em seguida, com aquele brilho maligno nos olhos.— Sr. Richardson, não é verdade que a Srta. Tipton sempre teve sentimentos fortes por você? Poderia ser que o senhor esteja usando este julgamento para se livrar dela de uma vez por todas?Senti uma onda de raiva subindo, mas mantive a voz estável, controlando a respiração.— Não, isso não corresponde à verdade. Eu nunca me importei com os sentimentos da Doris por mim.Os olhos de Hansen brilharam com um triunf
(Ponto de Vista de Serena)Bill, o advogado Murphy e eu dirigimos até a mansão de Bill em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos, imerso nas incertezas do dia.Quando chegamos em casa, senti uma mistura estranha de emoções se formando dentro de mim. Aquela casa já tinha sido meu lar, e as lembranças me invadiram de forma repentina - tanto as boas quanto as ruins. Apertei a bolsa com mais força à medida que a mansão surgia diante de nós, imponente como sempre.Enquanto caminhava pelo interior da casa, fui cruzando com algumas das empregadas que, ao me verem, sorriram cordialmente. Daisy, uma das funcionárias mais antigas, se aproximou para nos cumprimentar.— Sra. Serena! Que bom te ver novamente! — Disse ela, com um sorriso caloroso.Sorri de volta, sentindo um pouco da tensão se dissipar.— Também é bom te ver, Daisy.Daisy assentiu e se afastou, voltando ao seu trabalho com discrição.Entramos na sala de estar, e Bill fez um gesto em direção ao grande sofá de veludo p
(Ponto de Vista de Bill)— Eu... Não sei, Bill. — Disse Serena, puxando nervosamente a alça da sua bolsa. — A loja está bem movimentada agora, com a coleção de verão. Não posso me dar ao luxo de me atrasar.Eu a observei, notando como ela se mexia, desviando os olhos dos meus. Havia uma energia nervosa nela, e eu percebia claramente que estava apenas inventando uma desculpa para não ficar.— Serena, já está tarde. — Comentei suavemente. — Eu estou realmente cansado, e o Tyler não está por perto para te levar para casa. Deixe-me te levar ao trabalho amanhã. Eu só quero manter você e nosso bebê seguros.Ela balançou a cabeça, exibindo um sorriso tenso no rosto.— Está tudo bem, Bill. — Respondeu rapidamente. — Vou pegar um uber. Vou ficar bem.Me aproximei, mantendo a voz calma e reconfortante.— Serena, por favor. Você pode ficar em um dos quartos de hóspedes, se quiser. Eu vou garantir que você esteja confortável. Só não quero que você fique por aí, sozinha, tão tarde.— Mas... — Ela c