— Certo. — Respondeu Camila.Na verdade, Lucas havia designado dois seguranças para seguirem Camila discretamente e protegê-la. Mesmo que estivessem divorciados, o atrito com a família Miranda já estava estabelecido, e ele achava mais seguro ter alguém vigiando-a de perto.Camila puxou sua mão da dele e, sem demonstrar muita emoção, disse:— Até logo.Lucas sentiu uma pontada no peito, mas manteve a expressão calma:— Até logo.Com firmeza, Camila saiu do quarto e chamou Vanessa para irem embora juntas. Já no carro, Camila transferiu cem mil reais para Vanessa pelo PayPal.Vanessa ficou visivelmente desconcertada:— Camila, só de ter a oportunidade de vir àquele leilão e ver as obras de arte, já estou mais do que satisfeita. Não precisava me dar dinheiro.Camila sorriu levemente:— É o mínimo. Você me acompanhou o dia inteiro, é só uma compensação pelo seu tempo.— Eu estava de boa, não tinha nada para fazer. Além disso, somos amigas.Camila não respondeu.Vanessa, dirigindo com uma mã
Nelson gritou de dor, seu rosto se contorcendo. Com a boca cheia de sangue e os dentes quebrados, ele balbuciou:— Vocês não podem me bater assim, isso é ilegal!O sangue escorria de sua boca, e a cada palavra, mais sangue jorrava, tornando sua aparência ainda mais miserável.Antes que ele pudesse terminar de falar, Lucas já havia levantado o punho novamente e o golpeou na maçã do rosto. O som foi seco e alto, e Nelson sentiu uma dor tão intensa que seus ouvidos zumbiram e sua visão ficou turva. Sua bochecha inchou instantaneamente, e ele gritou de dor, segurando o rosto com as mãos algemadas, olhando para Lucas com ódio.Edgar, preocupado, interveio:— Sr. Lucas, não bata no rosto dele. Se as marcas ficarem visíveis, será difícil explicar depois.Lucas assentiu levemente e, sem hesitar, chutou com força a coxa de Nelson, que caiu de joelhos no chão.Lucas então pegou uma cadeira e a jogou nas costas de Nelson, com toda a força. Tudo por causa do acidente que ele havia planejado.Raque
Lucas se abaixou, agarrou Nelson pela gola e o levantou do chão, puxando sua cabeça com força em direção à parede. Nelson sentiu uma dor insuportável, sua cabeça tremendo como um chocalho.Edgar, vendo que Nelson já estava bastante espancado, disse a Lucas:— Sr. Lucas, acho que já chega. Se continuar assim, ele vai acabar morrendo.Mas Lucas estava cego de ódio. Não ouvia nada. Com uma mão segurava Nelson pela camisa, e com a outra, desferia socos incessantes, como uma chuva de golpes. Nelson gemia, mas já não conseguia emitir nenhum som.Desesperado, Edgar olhou para André, e fez um sinal para ele tentar intervir. André, depois de pensar um pouco nas palavras certas, finalmente disse:— Sr. Lucas, por favor, não bata mais. Vai acabar machucando sua mão.No entanto, Lucas estava tão tomado pelo desejo de vingança que nem sequer registrou o que André dizia. Continuou segurando Nelson pela gola e o jogava contra a parede, uma vez após a outra, sem a menor intenção de parar. Sua mente es
Camila segurou a mão de Lucas com cuidado, evitando tocar nas feridas enquanto eles saíam da delegacia.Edgar, que havia testemunhado a mudança, ficou impressionado. O homem que há poucos minutos parecia um demônio, tomado por uma sede de sangue, havia se transformado completamente na presença de Camila. Toda a tensão e o ódio se dissiparam em um instante.André, por sua vez, olhou para Nelson, que ainda estava estirado no chão, mal respirando, e se desculpou com Edgar:— Desculpe pelo transtorno, delegado Edgar.Edgar deu um sorriso compreensivo:— Não se preocupe. Gente como Nelson merece cada soco que levou.— Então, vou indo. Nos falamos depois. — Disse André.— Combinado.Quando André se preparava para sair, Edgar não pôde deixar de comentar:— A Sra. Camila é incrível. Nós dois tentamos fazer o Sr. Lucas parar, mas ele não nos ouviu.André deu um sorriso sem graça:— Talvez seja o famoso "jeitinho" feminino.Edgar concordou:— Às vezes, só as mulheres conseguem resolver o que os
Sim, era muita saudade.Camila sorriu e acariciou o queixo dele com ternura, dizendo em um tom carinhoso:— Não vou voltar atrás.Lucas segurou a mão dela, levando-a até os lábios para um beijo suave, e sorriu de um jeito encantador. Seu sorriso era como uma brisa de primavera, suave e renovador. Seu rosto bonito parecia derreter o gelo, revelando uma expressão calorosa e acolhedora.Camila ficou hipnotizada. Dizem que o amor faz a gente ver a pessoa amada de forma mais bela, e ela achava Lucas cada vez mais irresistível, uma beleza que chegava a doer.Quando chegaram à Mansão Floresta, Lucas desceu do carro ainda segurando firmemente a mão de Camila, como se temesse que ela pudesse mudar de ideia e ir embora.Camila achou graça. Estava acostumada a vê-lo sempre tão seguro e confiante, e agora o via agindo como se lhe faltasse segurança.Os dois entraram em casa. Ao trocarem os sapatos, Lucas se abaixou para abrir o armário e pegar os chinelos para Camila, mas ela o impediu:— Sua mão
Camila olhou para a mensagem por um longo tempo, sem dizer nada. Sentia-se como se tivesse engolido um tomate podre. Uma sensação desconfortável começou a crescer em seu estômago.Nos dois anos em que Lucas não conseguia andar, Enzo sempre a tratou com respeito, mesmo que não fossem próximos.Mas desde que Lucas se recuperou, a atitude de Enzo em relação a ela mudou drasticamente, como se de repente ela não fosse mais digna de Lucas.Era como sua mãe sempre dizia: “depois de usá-la, Enzo a descartou. Ele era, sem dúvida, uma pessoa extremamente interesseira.”De repente, o celular de Camila tocou. Era Enzo.Camila respirou fundo, tentando se acalmar, e atendeu.A voz fria de Enzo soou do outro lado da linha:— Srta. Camila, viu minha mensagem?— Vi. — Respondeu Camila, com indiferença.— Já que aceitou o dinheiro, faça o que é certo e fique longe de Lucas. Um bilhão não é uma quantia pequena. É o suficiente para decidir a vida ou a morte de alguém. — Continuou Enzo.Vida ou morte? Cami
Enzo segurou o ar no peito, sem conseguir soltá-lo nem para cima, nem para baixo. Para piorar, a mensagem de Camila estava perfeita. Não tinha uma falha sequer, nada que ele pudesse criticar, e isso o deixava com um aperto no fígado.Camila esperou um pouco, mas o retorno de Enzo não veio. Em vez disso, o telefone tocou e era Beatriz.A voz de Beatriz soou doce e gentil:— Querida nora, você tem um tempinho amanhã à tarde? Dá uma passadinha aqui na minha loja, preciso falar com você.Ao ouvir as palavras “querida nora”, o coração de Camila se apertou. Ela tinha escondido de Beatriz e da avó o fato de ter perdido o bebê e o divórcio, sem deixar que elas soubessem.Camila, tentando manter a calma, respondeu:— Tudo bem, mãe, amanhã à tarde eu passo aí.No dia seguinte, à tarde, Camila dirigiu até o atelier de vestidos de noiva de Beatriz, chegando pontualmente. Beatriz já estava esperando por ela no escritório.Assim que Camila entrou, Beatriz a recebeu calorosamente, envolvendo-a em um
Enzo ouviu aquilo e sentiu o sangue ferver, percebendo que a conversa não ia acabar bem. Com um tom arrogante, perguntou:— O que você quer? Beatriz respondeu friamente:— Quero, sim. E é algo muito importante. Enzo fez questão de se mostrar superior:— Estou muito ocupado. Se tiver algo, fale com a minha secretária e marque um horário. A voz de Beatriz se tornou mais dura:— Eu te dou uma hora para vir aqui, ou vou expor seus antigos casos de traição para todos. Enzo ficou paralisado por um segundo, rangendo os dentes:— Você tem coragem! E desligou o telefone com um baque. Beatriz jogou o celular na mesa com desprezo, depois virou-se para Camila com um sorriso falso:— Camila, pode ir embora. Tenho algumas pendências pessoais para resolver com o Enzo. Camila, preocupada que Beatriz fosse prejudicada por causa dela, insistiu:— Eu posso ficar e te ajudar. Beatriz massageou as têmporas, visivelmente cansada:— Não precisa, querida. É um assunto entre mim e ele. Não tem