Lucas bateu a porta do carro com tanta força que o veículo chegou a estremecer. Se não fosse pela boa qualidade de construção, talvez a porta tivesse saído do lugar.O rosto de Pedro mudou ligeiramente ao ouvir o estrondo.Camila, percebendo o clima, apressou-se em se desculpar:— Me desculpe, Sr. Pedro. Ele bebeu demais.— Não tem problema.Ela notou que Pedro também parecia levemente embriagado e, preocupada, perguntou:— Como o senhor vai voltar para casa? Está tudo bem?— Minha irmã está aqui. Não precisa se preocupar.— Obrigada por ajudar. Nós vamos indo, então.— Podem ir.O olhar de Pedro, carregado pelo efeito do álcool, tornou-se inesperadamente suave. O entorpecimento provocado pela bebida havia baixado suas barreiras emocionais, e seus olhos, mais do que nunca, expressavam uma ternura que não conseguia controlar.Camila, achando que aquilo era apenas resultado da bebida, não deu importância. Ela virou-se e começou a caminhar em direção à outra porta do carro.Pedro observou
Depois que os seguranças saíram, Camila ajudou Lucas a tirar os sapatos e as roupas. Ela foi buscar uma bacia com água morna, molhou uma toalha e começou a limpar o rosto e o pescoço dele.Quando chegou às mãos, Lucas segurou a dela, apertando-a suavemente. Sua voz saiu lenta, arrastada:— Mesmo que... você e a Chloe... se pareçam um pouco, mas...No final, sua voz foi diminuindo até se tornar quase inaudível. Seus olhos se fecharam, mas seus lábios ainda se moviam levemente. Camila precisou aproximar o ouvido para entender o que ele dizia.— Mas... eu nunca... nunca te vi como substituta. Você e ela... são completamente diferentes. Duas pessoas... totalmente distintas.Lucas murmurou essas palavras com dificuldade. Assim que terminou, seus lábios se fecharam, e sua respiração ficou mais pesada. Ele havia adormecido.Camila ficou sem entender. Por que ele trouxe esse assunto à tona de repente? Mas, ao ouvir o que ele disse, não pôde evitar um sorriso discreto. Sentiu-se feliz.Por muit
Depois de uma intensa noite de amor, Camila Santos estava suando muito. Ao contrário de antes, Lucas Costa não foi tomar banho. Ele a abraçou por trás, apertando-a com força, como se quisesse fundi-la ao seu corpo.Camila quase se derreteu em seus braços. Sentia-se surpresa, nervosa, excitada e um pouco triste.Três anos de casamento, e essa foi a primeira vez que ele a abraçou assim. Ela teve a sensação de estar sendo profundamente amada.Seu coração batia forte. Lentamente, ela se virou e o abraçou com força, um sorriso doce e radiante no rosto, como se estivesse abraçando o mundo inteiro.Eles ficaram assim por muito tempo.Lucas a soltou e sentou-se. Tirou um cigarro, acendeu e deu uma longa tragada.A fumaça envolveu seu rosto lindo, obscurecendo suas expressões e pensamentos. Ele estava tão absorto que não percebeu quando o cigarro quase queimou seus dedos.Camila tossiu suavemente:— Você não tinha parado de fumar?Lucas apagou o cigarro, seus olhos profundos fixos nos dela. Apó
Camila estava com sentimentos misturados, sem saber como responder.Ela virou lentamente e olhou para Lucas.Ele não sorria com frequência, mas quando o fazia, era encantador. Seus olhos escuros brilhavam como o brilho das estrelas no mar.Eles estavam prestes a ficar juntos, ele devia estar muito feliz.Camila também sorriu, mas era um sorriso de coração partido.— Te desejo toda a felicidade. — Ela disse, virando-se para entrar no carro.Assim que a porta se fechou, lágrimas rolaram. A dor antiga se misturou à recente, fazendo-a se encolher de dor.O motorista colocou a mala no carro e se preparou para partir.Vendo o carro se afastar rapidamente, o sorriso de Lucas ficou imóvel, a luz em seus olhos se apagando lentamente.De volta à casa de Santos,Camila puxou a mala para dentro.Ao ver os olhos inchados de Camila e a mala em suas mãos, Maria Santos ficou chocada.— Filha, o que aconteceu?Camila abaixou a cabeça para trocar de sapatos, tentando manter a calma.— Mãe, estou voltand
Camila saiu e entrou no carro.Em poucos dias, Lucas parecia mais magro, suas feições profundas estavam ainda mais marcadas, seu olhar era tão atraente que Camila não conseguia desviar os olhos.Ela percebeu que ainda o amava e não conseguia esquecê-lo.— Este é um presente, parabéns pelo novo emprego. — Lucas lhe entregou uma caixa de veludo azul.Camila abriu a caixa e viu um pingente de ametista. A luz suave e roxa emanava da pedra, iluminando delicadamente seu rosto. Este pingente de ametista simbolizou paz e saúde desde a antiguidade. A ametista tinha uma textura suave e elegante, era translúcida e brilhante, um verdadeiro tesouro entre os cristais.Com um sorriso, Camila perguntou:— Por que me deu algo tão valioso?Lucas respondeu, olhando-a nos olhos:— Você trabalha restaurando pinturas antigas e pode entrar em contato com objetos de tumbas antigas. Este pingente pode proteger você. Deixe-me colocar para você.Ele colocou o pingente no pescoço dela, seus dedos roçando levement
Chloe tinha um rosto pálido e delicado, muito parecido com o de Camila. Não era uma semelhança exata, mas à primeira vista, elas eram extremamente parecidas.Só olhando com mais atenção, dava para ver as diferenças.Chloe tinha uma aparência frágil e delicada, com sobrancelhas arqueadas, nariz pequeno e lábios finos.Camila, por outro lado, irradiava tranquilidade e uma força interior.Foi só naquele momento que Camila percebeu que, para Lucas, ela era apenas um substituto.Ela sorriu amargamente.Não era de se surpreender que três anos atrás, ele aceitou se casar com ela após apenas uma olhada.— Lucas,você… vocês estão aqui. — Disse Ana Paula, mãe de Chloe, forçando um sorriso.Mas, quando seus olhos se voltaram para Camila, o olhar não era nada amigável.Lucas acenou levemente em resposta.Ana se aproximou da cama e deu uma leve tapinha no ombro de Chloe.— Chloe, Lucas veio te ver.Chloe abriu os olhos lentamente, olhando para Camila sem surpresa, como se já soubesse da semelhança
Acostumado a ver a Camila sempre calma e serena, Lucas ficou surpreso ao vê-la tão nervosa, parecendo um gatinho assustado. Ele achou a cena interessante e, com um sorriso provocador, disse: — Você que veio para perto de mim, e não adianta empurrar, você não saía.O rosto de Camila ficou vermelho:— Impossível.O sorriso de Lucas se alargou:— Da próxima vez, vou gravar com o celular, para você não negar.Camila ficou ainda mais embaraçada, virou-se rapidamente e pegou uma camisa na mesa de cabeceira, tentando vesti-la. Na pressa, ela nem percebeu que abotoou errado.Enquanto observava a figura esguia de Camila se vestindo desajeitadamente, Lucas lembrou-se da noite anterior. No sono, ela parecia assustada, encolhida em uma pequena bola, tremendo. Ele a abraçou e tentou acalmá-la, mas ela murmurou ‘Pedro...’ de olhos fechados.Ele não sabia quantas vezes já ouvira isso. Quanto amor seria necessário para alguém se lembrar tão intensamente?Lucas tinha investigado esse ‘Pedro’ por mu
O homem magro e alto caiu no chão de concreto com um baque surdo, seu corpo se contorcendo como um saco de trapos antes de suas pernas se esticarem e seus olhos se fecharem. Um fio de sangue escuro começou a escorrer lentamente de sua cabeça.Os cães no pátio começaram a latir descontroladamente.Aproveitando a confusão, o careca tentou fugir, mas os policiais rapidamente o dominaram, o imobilizaram no chão, pegaram a pintura e o algemaram.Camila ainda estava com as mãos agarradas na moldura da janela, olhando fixamente para Lucas, que havia disparado a arma.Casada com ele há três anos, ela não sabia que Lucas sabia atirar, e muito menos com tamanha precisão.Naquele momento de extrema tensão, se ele tivesse disparado um pouco mais cedo ou mais tarde, ou se a bala tivesse desviado um pouco, Camila teria sido fatalmente ferida.Lucas jogou a arma no chão, deu largos passos em direção a ela e a tirou da janela.Com cuidado, ele começou a tratar do ferimento em seu pescoço.Ele a abraço