Nelson gritou de dor, seu rosto se contorcendo. Com a boca cheia de sangue e os dentes quebrados, ele balbuciou:— Vocês não podem me bater assim, isso é ilegal!O sangue escorria de sua boca, e a cada palavra, mais sangue jorrava, tornando sua aparência ainda mais miserável.Antes que ele pudesse terminar de falar, Lucas já havia levantado o punho novamente e o golpeou na maçã do rosto. O som foi seco e alto, e Nelson sentiu uma dor tão intensa que seus ouvidos zumbiram e sua visão ficou turva. Sua bochecha inchou instantaneamente, e ele gritou de dor, segurando o rosto com as mãos algemadas, olhando para Lucas com ódio.Edgar, preocupado, interveio:— Sr. Lucas, não bata no rosto dele. Se as marcas ficarem visíveis, será difícil explicar depois.Lucas assentiu levemente e, sem hesitar, chutou com força a coxa de Nelson, que caiu de joelhos no chão.Lucas então pegou uma cadeira e a jogou nas costas de Nelson, com toda a força. Tudo por causa do acidente que ele havia planejado.Raque
Lucas se abaixou, agarrou Nelson pela gola e o levantou do chão, puxando sua cabeça com força em direção à parede. Nelson sentiu uma dor insuportável, sua cabeça tremendo como um chocalho.Edgar, vendo que Nelson já estava bastante espancado, disse a Lucas:— Sr. Lucas, acho que já chega. Se continuar assim, ele vai acabar morrendo.Mas Lucas estava cego de ódio. Não ouvia nada. Com uma mão segurava Nelson pela camisa, e com a outra, desferia socos incessantes, como uma chuva de golpes. Nelson gemia, mas já não conseguia emitir nenhum som.Desesperado, Edgar olhou para André, e fez um sinal para ele tentar intervir. André, depois de pensar um pouco nas palavras certas, finalmente disse:— Sr. Lucas, por favor, não bata mais. Vai acabar machucando sua mão.No entanto, Lucas estava tão tomado pelo desejo de vingança que nem sequer registrou o que André dizia. Continuou segurando Nelson pela gola e o jogava contra a parede, uma vez após a outra, sem a menor intenção de parar. Sua mente es
Camila segurou a mão de Lucas com cuidado, evitando tocar nas feridas enquanto eles saíam da delegacia.Edgar, que havia testemunhado a mudança, ficou impressionado. O homem que há poucos minutos parecia um demônio, tomado por uma sede de sangue, havia se transformado completamente na presença de Camila. Toda a tensão e o ódio se dissiparam em um instante.André, por sua vez, olhou para Nelson, que ainda estava estirado no chão, mal respirando, e se desculpou com Edgar:— Desculpe pelo transtorno, delegado Edgar.Edgar deu um sorriso compreensivo:— Não se preocupe. Gente como Nelson merece cada soco que levou.— Então, vou indo. Nos falamos depois. — Disse André.— Combinado.Quando André se preparava para sair, Edgar não pôde deixar de comentar:— A Sra. Camila é incrível. Nós dois tentamos fazer o Sr. Lucas parar, mas ele não nos ouviu.André deu um sorriso sem graça:— Talvez seja o famoso "jeitinho" feminino.Edgar concordou:— Às vezes, só as mulheres conseguem resolver o que os
Sim, era muita saudade.Camila sorriu e acariciou o queixo dele com ternura, dizendo em um tom carinhoso:— Não vou voltar atrás.Lucas segurou a mão dela, levando-a até os lábios para um beijo suave, e sorriu de um jeito encantador. Seu sorriso era como uma brisa de primavera, suave e renovador. Seu rosto bonito parecia derreter o gelo, revelando uma expressão calorosa e acolhedora.Camila ficou hipnotizada. Dizem que o amor faz a gente ver a pessoa amada de forma mais bela, e ela achava Lucas cada vez mais irresistível, uma beleza que chegava a doer.Quando chegaram à Mansão Floresta, Lucas desceu do carro ainda segurando firmemente a mão de Camila, como se temesse que ela pudesse mudar de ideia e ir embora.Camila achou graça. Estava acostumada a vê-lo sempre tão seguro e confiante, e agora o via agindo como se lhe faltasse segurança.Os dois entraram em casa. Ao trocarem os sapatos, Lucas se abaixou para abrir o armário e pegar os chinelos para Camila, mas ela o impediu:— Sua mão
Camila olhou para a mensagem por um longo tempo, sem dizer nada. Sentia-se como se tivesse engolido um tomate podre. Uma sensação desconfortável começou a crescer em seu estômago.Nos dois anos em que Lucas não conseguia andar, Enzo sempre a tratou com respeito, mesmo que não fossem próximos.Mas desde que Lucas se recuperou, a atitude de Enzo em relação a ela mudou drasticamente, como se de repente ela não fosse mais digna de Lucas.Era como sua mãe sempre dizia: “depois de usá-la, Enzo a descartou. Ele era, sem dúvida, uma pessoa extremamente interesseira.”De repente, o celular de Camila tocou. Era Enzo.Camila respirou fundo, tentando se acalmar, e atendeu.A voz fria de Enzo soou do outro lado da linha:— Srta. Camila, viu minha mensagem?— Vi. — Respondeu Camila, com indiferença.— Já que aceitou o dinheiro, faça o que é certo e fique longe de Lucas. Um bilhão não é uma quantia pequena. É o suficiente para decidir a vida ou a morte de alguém. — Continuou Enzo.Vida ou morte? Cami
Enzo segurou o ar no peito, sem conseguir soltá-lo nem para cima, nem para baixo. Para piorar, a mensagem de Camila estava perfeita. Não tinha uma falha sequer, nada que ele pudesse criticar, e isso o deixava com um aperto no fígado.Camila esperou um pouco, mas o retorno de Enzo não veio. Em vez disso, o telefone tocou e era Beatriz.A voz de Beatriz soou doce e gentil:— Querida nora, você tem um tempinho amanhã à tarde? Dá uma passadinha aqui na minha loja, preciso falar com você.Ao ouvir as palavras “querida nora”, o coração de Camila se apertou. Ela tinha escondido de Beatriz e da avó o fato de ter perdido o bebê e o divórcio, sem deixar que elas soubessem.Camila, tentando manter a calma, respondeu:— Tudo bem, mãe, amanhã à tarde eu passo aí.No dia seguinte, à tarde, Camila dirigiu até o atelier de vestidos de noiva de Beatriz, chegando pontualmente. Beatriz já estava esperando por ela no escritório.Assim que Camila entrou, Beatriz a recebeu calorosamente, envolvendo-a em um
Enzo ouviu aquilo e sentiu o sangue ferver, percebendo que a conversa não ia acabar bem. Com um tom arrogante, perguntou:— O que você quer? Beatriz respondeu friamente:— Quero, sim. E é algo muito importante. Enzo fez questão de se mostrar superior:— Estou muito ocupado. Se tiver algo, fale com a minha secretária e marque um horário. A voz de Beatriz se tornou mais dura:— Eu te dou uma hora para vir aqui, ou vou expor seus antigos casos de traição para todos. Enzo ficou paralisado por um segundo, rangendo os dentes:— Você tem coragem! E desligou o telefone com um baque. Beatriz jogou o celular na mesa com desprezo, depois virou-se para Camila com um sorriso falso:— Camila, pode ir embora. Tenho algumas pendências pessoais para resolver com o Enzo. Camila, preocupada que Beatriz fosse prejudicada por causa dela, insistiu:— Eu posso ficar e te ajudar. Beatriz massageou as têmporas, visivelmente cansada:— Não precisa, querida. É um assunto entre mim e ele. Não tem
Enzo bateu a cinza do cigarro no cinzeiro e riu:— Vou tomar isso como um elogio.Beatriz tremia de raiva, os dedos quase não obedeciam:— Eu devia estar cega quando me casei por um homem como você!Enzo deu de ombros, sem se abalar:— E você também mudou. Aquela garota doce e encantadora virou uma mulher impossível de lidar.Beatriz soltou uma risada sarcástica:— Você tem coragem de falar isso pra mim? Teve um filho com a ex-namorada antes de nos casarmos e, depois que engravidei, você ainda teve a audácia de me trair!Enzo massageou as têmporas, exasperado:— Sem provas, Beatriz. Não jogue acusações ao vento.— Acredite, provas é o que não me falta. Eu mesma vi aquela mulher! Ela teve um filho seu! Se alguém tem que sair de mãos abanando, esse alguém é você!Enzo deu de ombros novamente:— Já disse, cadê as provas?— Seu canalha! Quer prova? Pois toma!Beatriz agarrou a xícara de café ao seu lado e, num movimento rápido, jogou todo o líquido quente no rosto de Enzo. O café estava fe