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4• Acordo aceito.

Alice Albuquerque

Eu não consigo entender como ele pode estar me causar certos sentimentos, eu sempre tive nojo e repulsa de homens no geral. Me concentro para responder sua pergunta e não ficar pensando em coisas indecentes.

A: “Eu imaginei que seria você devido ao horário, não acho que dona Marlene viva na empresa como você.”

P: “Então quer dizer que você acha que eu vivo na empresa?”

A: “É o que diz alguns sites e páginas de fofocas. Kkkk incluindo levar suas modelos para lá também.”

P: “Pelo visto gosta de páginas de fofocas e de saber sobre minha vida! Já que é a segunda vez que fala isso hoje.”

A: “Não gosto de saber sobre sua vida, só procurei me informar melhor quando descobri que teria uma entrevista na sua empresa.”

P: “Por que na minha empresa?”

Fiquei confusa com sua pergunta e também um pouco pensativa sobre o que ele estava querendo saber.

A: “Por que vocês publicaram em vários meios de comunicação que estavam com uma vaga de auxiliar administrativo aberta.”

Falo em tom sarcástico e ele me olha interrogativo, e fala novamente.

P: “Não me provoque mais Alice, você entendeu a minha pergunta.”

Seu tom de voz estremece meu corpo e sinto um frio na barriga. Então resolvo responder a sua pergunta e não o provocar mais.

A: “Eu estava cansada da rotina na clínica onde trabalhava, não tinha mais o que aprender e não teria um futuro de mudanças lá. Eu estou querendo coisas novas, gosto de ser desafiada, mas não gosto que as coisas saiam do meu controle, e também quero trabalhar com algo dentro de alguma das áreas da minha formação.”

Vejo que ele fica me analisando, ouvindo atento cada palavra que digo e me oferece novamente a vaga de sua secretária.

P: “Eu quero que seja minha secretária, ofereço o dobro do salário que Marlene te passou hoje mais cedo. Mas preciso que comece imediatamente.”

Caraca….fico pasma com o que acabei de ouvir, dona Marlene já havia me passado uma fortuna de salário perto do que eu ganhava na clínica, agora ele quer me pagar o dobro, não posso aceitar.

A: “Sr. Pedro, não posso aceitar….

Ele me interrompe novamente. Agora com um olhar destruidor, chega a me dar um arrepio na espinha.

P: “Como não pode aceitar? Está ficando louca?”

Desta vez sou eu quem o interrompe, antes que ele acabe falando algo que me deixe nervosa novamente e comecemos a brigar outra vez.

A: “Não me interrompa novamente, me deixe terminar de falar por favor?!”

A: “Ou não chegaremos a nenhum acordo. Odeio ser interrompida!”

Falo seria e com um tom autoritário para que ele entenda e me deixe falar de uma vez por todas.

A: “Eu não posso aceitar o dobro do salário, pois o que a dona Marlene havia me passado hoje mais cedo, já é mais do que o suficiente para manter minhas despesas. Não recusei a proposta para que você aumentasse meu salário e não quero que me ofenda achando que só penso em dinheiro. Aceito trabalhar como sua secretária, porém com uma condição!”

P: “Qual???”

A: “Eu quero ser tratada com educação, sem ofensas e sem provocações. E qualquer situação que me faça sentir mal deixo de ser sua secretária imediatamente.”

P: “Só isso? Achei que fosse me pedir algo mais vantajoso.”

A: “Se for para continuar com suas gracinhas e insinuações pode ir embora e não me procure mais.”

Falo brava e me levanto do sofá, quando sou pega de surpresa pelo seu toque em meu braço, senti uma espécie de choque, um arrepio pelo corpo inteiro, algo que nunca senti antes. Parei no mesmo instante e olhei em seus olhos, pude perceber que ele sentiu o mesmo que eu. Ele solta rapidamente meu braço e volta a falar.

P: “Desculpa, eu prometo que serei educado, cauteloso e tentarei evitar ao máximo minhas provocações.”

Então eu aceito seu acordo, ele se despede e diz que amanhã devo começar a trabalhar às oito horas da manhã, disse que dona Marlene já estará me aguardando para me ensinar tudo o que devo saber.

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