Alice Albuquerque
Acordo animada para meu primeiro dia no Grupo Reis, confesso que ansiosa também, como será que vai ser trabalhar diretamente com o Sr. Gelo, preciso controlar minha língua para não o chamar assim pessoalmente. Levanto faço minhas higienes, separo um vestido preto, na altura do joelho, colado ao corpo, coloco uma sandália nude de salto não muito alto pois não sei como será minha rotina, deixo meus cabelos semi preso. Saio de casa no meu carrinho velho, mas é meu e não devo nada a ninguém. Chego na empresa adiantada, estaciono meu carro em um estacionamento próximo, desço e sigo para a recepção, Júlia faz meu cadastro e me entrega um crachá que terei que usar para poder entrar na empresa todo dia, a agradeço e subo para o meu andar. Resolvo parar no andar de dona Marlene, mas ainda é cedo e ela não chegou, então vou direto para o décimo andar, chegando encontro tudo quieto e uns papéis desorganizados em cima da mesa, pego todos e vou colocando em ordem alfabética. Passa um tempo, ouço um sorrisinho que já até sei de quem é, olho na direção dele e vejo Pedro em pé me olhando e rindo da minha cara. A: “Algum problema ?” P: “Primeiro bom dia! Vejo que está bem concentrada na desorganização que Felipa deixou.” A: “Bom dia! Não gosto de nada fora do lugar e como ninguém havia chegado resolvi colocar em ordem.” P: “kkkkkkk… eu cheguei a uma hora e vi quando você chegou, vim de te falar bom dia e já faz 20 minutos que estou aqui falando sozinho.” Fico sem graça, pois não escutei mesmo ele falando comigo, inclusive achei que não tinha ninguém. A: “Me desculpe, eu achei que não tivesse ninguém. Mas por que não me chamou, ou cutucou para eu poder te ver? Juro que não o ouvi chegar.” Fico intrigada por ele ter ficado 20 minutos me olhando e não ter me chamado e também um pouco constrangida pela minha falta de atenção. Vejo que ele está com um ar brincalhão e continua com seu risinho no rosto. P: “Gostei de te ver trabalhando, mesmo sem saber ao certo o que fazer.” Na mesma hora que diz essas palavras vejo sua fisionomia mudar, fica sério e me pede para procurar dona Marlene. Então vou atrás dela na sua sala. Não a acho em sua sala, pergunto a um rapaz muito simpático e bonito que se encontra no setor dela, ele se apresenta, chama Renan, me diz que ela acabou de chegar e que foi buscar seu café de rotina antes de começar a trabalhar. Demos risada pela forma que ele disse que ela faz isso todo santo dia, nunca muda sua rotina. Então peço para que ele me avise quando ela chegar e volto para minha mesa. Quando as portas do elevador se abrem no meu andar, vejo uma loira toda siliconada, com uma maquiagem forte, entrando na sala de Pedro, tento chegar a tempo mas foi tarde pois ela já tinha aberto e escuto ele falando com ela. P: “O que está fazendo aqui Mariana?” P: “Ja falei que não quero você vindo aqui, estou trabalhando e não tenho tempo a perder.” No começo achei que pudesse ser sua namorada, mas depois que ele disse não ter tempo para ela, imagino que seja um dos casos que ele usa e no outro dia no quer mais. Sento em minha mesa e fico esperando Renan me ligar. Vejo quando ela fecha a porta tentando usar uma fala manhosa para o seduzir, mas não resolveu muito pois o escuto gritando para que ela saia, chego até ficar com pena dela, parece que não tem amor próprio, fica insistindo e ele sempre grosseiro. Bem na hora meu telefone toca, atendo constatando que é Renan, digo que já estou descendo. Saio depressa antes que Pedro me culpe por ter deixado essa maluca entrar. A: “Bom dia dona Marlene!” M: “Oh minha menina, você veio!!” A: “Ééé…. alguém me convenceu!” M: “Sim, eu já sabia que isso aconteceria.” Ela fala com uma naturalidade como se já soubesse que Pedro me procuraria e me convenceria a trabalhar para ele. Fico intrigada, mas deixo isso para la, então a conto o que está acontecendo lá em cima. Ela faz uma cara feia quando cito o nome da fulana, e depois me conta que ela vive correndo atrás de Pedro, mas ele não quer nada com ela. Ela começa a me ensinar as coisas básica que preciso saber, então Renan entra na sala e dona Marlene pede que ele me mostre a empresa, ele aceita gentilmente e me leva aos setores e andares de toda a empresa.Alice Albuquerque Renan é adorável, está sendo muito atencioso e estou me divertindo com ele. Estávamos quase terminando as visitas quando vejo Pedro vindo em nossa direção com a cara fechada parecia que ia soltar fogo pelas narinas. Então paro de rir da piadinha que Renan acabou de fazer e o encaro parado em nossa frente. P: “Alice estou te procurando a quase uma hora, não estou pagando seu salário para ficar de risadinhas com moleques nos corredores da minha empresa.” Ele termina a sua fala disparando um olhar fuzilador para Renan. A: “Não estou de risadinhas com moleques pelos corredores, o Renan está me apresentando a sua empresa a pedido de dona Marlene.” Fecho a cara igualmente a ele e continuo o encarando, então Renan da uma tossidinha chamando nossa atenção, ele encosta no meu braço e diz… R: “Alice minha querida, vou deixar vocês a sós e voltar ao meu trabalho. Qualquer coisa sabe onde me encontrar.” Pedro nos interrompe e acaba sendo muito grosseiro com Renan
Alice Albuquerque Pedro está agindo muito estranho, parece até que ficou com ciúmes de me ver andando com Renan. Mas isso não tem cabimento, só pode ser coisa da minha cabeça. Ele nem se quer me deixou pegar a minha bolsa, fomos direto ao restaurante que aconteceria a reunião com os chineses, ele apenas pegou meu celular. Fiquei brava com a atitude dele de querer mandar em mim, mas não quis criar atritos com ele logo no primeiro dia. Então entrei no carro e fiquei em silêncio o caminho todo. A reunião correu tudo bem, ele me fez ficar sentada na mesa ao lado da mesa em que ele estava com os chineses, simplesmente sem fazer nada, só olhando eles conversar. Fico pensando se todas as reuniões serão assim ?! Um tédio total. Pedro se despede dos chineses e então eles vem se despedir de mim, apertamos as nossas mãos e eles vão embora. Vou até a mesa onde eles estavam e começo preparar os documentos que estavam em cima da mesa para podermos ir de volta a empresa, pois está quase
Alice Albuquerque Fico meio sem jeito com o que ele me disse, não deixa de ser verdade que eu preferiria estar com Renan em outro lugar mais simples do que estar em um restaurante muito chique com meu chefe Sr. Gelo, mas não posso fazer desfeita com ele e também preciso avisar Renan, não vou deixar ele ficar me esperando a toa. A: “Você pode por gentileza me dar licença?” Olho para ele que faz cara de indiferença, então levanto em direção ao banheiro e ligo para a Julia e peço que transfira para dona Marlene. Ela atende rápido e peço desculpas por estar incomodando ela e peço que me passe o telefone de Renan, ela prontamente me passa mas me fala uma coisa que me deixa pensativa. M: “Alice querida, tenha paciência com Pedro, é tudo novo para ele.” Fala isso e desliga o telefone sem nem me dar espaço para perguntas. Adiciono o número de Renan e mando uma mensagem dizendo que não poderei comparecer no almoço. Volto para a mesa e vejo Pedro mexendo no celular. Quando vou pu
Alice Albuquerque Olho no relógio e vejo que já está na minha hora de ir embora, então resolvo encarar o Sr. Gelo, bato na porta e espero que ele me dê permissão para entrar. A: “Licença, você vai precisar de mais alguma coisa ?” P: “Não.” A: “Estou indo, boa noite!” Digo e me viro para sair mas ele me chama. P: “Alice… você conseguiu organizar a minha agenda?” A: “Sim, está toda organizada até os compromissos dos próximos meses, falta somente alguns pequenos ajustes, mas conforme for tendo novos compromissos é só irmos acrescentando.” P: “E você fez tudo isso sozinha?” A: “Claro, por acaso tem outra secretária que eu não esteja sabendo? Eu aprendo fácil. Kk” Ele fica me olhando fixo por um tempo, acho que tempo demais, então resolvo me despedir novamente. A: “ Bom já deu minha hora, vou indo. Boa noite, até amanhã e tenha um bom descanso!” P: “ Eu te levo para casa, só espere um minuto.” A: “Não precisa, eu vim no meu carro. Obrigada!” P: “Mas onde você
Pedro Reis Chego na empresa antes do horário, subo pelo elevador da garagem que dá acesso direto ao andar da presidência e quando chego no meu andar me deparo com Alice de costa para o elevador, ela está distraída mexendo no seu celular, me pego admirando suas curvas, que belas curvas ela tem, ela não me ajuda colocando esses vestidos colado ao corpo e seu perfume adocicado e floral me deixa hipnotizado. Tiro esses pensamentos bobos da cabeça e dou um bom dia sério, ela se assusta e quase deixa seu celular cair no chão, me controlo para não rir. Ela me olha com a cara fechada mas responde meu bom dia. Ela guarda o seu celular na bolsa e coloca no canto da sua mesa. A: “Precisa de alguma coisa senhor Pedro?” P: “Alice, não queira brincar com fogo!” Ela me olha fixo e eu resolvo sair dali antes que eu cometa uma loucura. Quando fecho a porta vejo que está tudo devidamente arrumado e organizado, meu computador ja está ligado. Alice é muito prestativa, ela sempre chega ante
Pedro Reis Quando eles saem trato logo de esclarecer as coisas com Mariana. Ela já ultrapassou todos os limites possíveis e eu não aguento mais ter que ligar com suas maluquices, ela está merecendo ser internada em um hospício. P: “Mariana, eu vou falar só uma vez e espero que entenda pelo seu próprio bem, você sabe do que eu sou capaz de fazer caso continue com esses seus joguinhos não sabe?” Ela muda de cor na hora, mas tenta continuar com seu ar de superioridade. M: “Você não seria capaz de machucar a mãe do seu filho neh meu amor ?!” O que essa maluca está inventando dessa vez?! Transei com ela só uma ou duas vezes e sempre fui muito prevenido e não deixei nada fugir do meu controle. P: “Você enlouqueceu de vez, não é possível kkk…” P: “Eu quero você fora da minha empresa e principalmente fora da minha vida agora mesmo, nunca mais ouve me procurar ou chamar de amor, caso você volte a me importunar eu irei te internar em um hospício.” Falo muito sério e ela sabe
Alice Albuquerque Hoje faz um pouco mais de uma semana que estou trabalhando no escritório, está sendo muito legal trabalhar no grupo Reis. Quando cheguei na empresa tinha uma pequena caixa de bombom na minha mesa com um bilhetinho. Bilhete: - “Aceita sair para jantar comigo hoje meu bombom preferido? Com carinho Renan!” Pego meu celular e mando uma mensagem com a resposta para ele, é claro que vou aceitar, ele tem sido um bom amigo, embora esse convite tenha sido meio clichê, “meu bombom preferido” kkkkk… Eu não aguento e acabo rindo desse pensamento. Mas ele está sendo uma boa pessoa, por mais que seja homem e eu tenho um certo trauma com homens, ele nunca tentou fazer nada que me deixasse mal ou que eu me fizesse sentir mal. Pedro chegou, meio mal-humorado hoje, passou por mim e mal me falou bom dia e se trancou em sua sala. Eu continuei fazendo minha coisas, estou organizando tudo quando recebo um e-mail do Pedro pedin
Alice Albuquerque Renan demora para atender, eu já estava quase desligando, quando ouço sua voz meio estranha. R: “Alô!” A: “Renan, é a Alice. Desculpe eu tive um imprevisto, acabei esquecendo de te avisar que precisei viajar de urgência, não vou poder ir no nosso jantar.” R: “Tudo bem.” Ele me responde seco, mas dou um desconto porque eu avisei muito em cima da hora e não tiro a razão dele de estar bravo. A: “Eu prometo que quando voltar nós iremos tá bom?!” Tento amenizar o clima chato que ficou entre nós. R: “Ok.” Desligo a chamada e devolvo o celular para o Pedro, que não está com uma cara nada boa. Achei o Renan muito estranho, como se já soubesse que isso ia acontecer. Mas deixa para lá, deve ser coisa da minha cabeça, vou focar na viagem e tentar escapar nas horinhas vagas e conhecer a cidade. Sempre quis conhecer esse lugar, mas nunca imaginei que conseguiria ganhando o meu mísero salário lá da clínica. O piloto avisa que iremos decolar e eu fico um pou