Rio de Janeiro, 2024
"Era meu aniversário de 18 anos, mamãe sabia que eu era reservada e não ligava para festas, más ela insistiu em fazer e ela organizou tudo, a festa teria sido incrível, más em cima da hora ela precisou correr para buscar o bolo, já que ligaram avisando que não poderiam fazer a entrega. Os convidados já estavam na nossa casa, ela ficou tão nervosa com a ligação em cima da hora que saiu correndo para o carro e não olhou a rua antes de atravessar. Eu estava sentada conversando com umas amigas do colégio quando a vi sair às pressas, não demorou muito e ouvimos o som. Corremos todos para fora e ela estava caída na calçada de uma casa à alguns metros de distância, escorria s.... da sua cabeça e quando eu cheguei até ela seus olhos antes verdes e vivos, agora estavam vítreos e sem vida, seus cabelos loiros estavam manchados de san... A pancada foi muito forte, ela morreu na hora". Acordei suando frio, como de costume algumas lágrimas escorriam de meu rosto, iam completar 7 anos desde que ela partiu, e eu ainda tinha pesadelos com aquela noite. Olhei no relógio ao lado da minha cama e já estava berando às 06:00, o sol já estava brilhando lá fora, até porque aqui é o Rio de Janeiro, o sol sempre brilhava mais cedo, decidi levantar e começar o dia com uma caminhada. Tomei um banho morno, me vesti para a caminhada e antes de sair do meu apartamento passei no quarto de Maddie. Maddie dividia o apartamento comigo. Quando minha mãe se foi, como eu já tinha 18 anos acabei ficando por conta própria e com todos os bens dela, acabei vendendo nossa antiga casa e comprando esse apartamento onde moro hoje, o restante do dinheiro guardei numa conta no banco e investi no meu futuro na Universidade, eu ainda tinha uma Boa quantia no banco, porém já estava na hora de começar a trabalhar pra não acabar com toda minha economia. Maddie estudava na mesma Universidade que eu, já tinha falado com ela algumas vezes e ela parecia ser uma garota legal, há um ano atrás a vi chorando num canto e me aproximei, ela estava desesperada pois tinha ficado sem um lugar pra morar, como eu morava sozinha em meu apartamento ofereci dividir com ela, ela me ajuda com as despesas e apesar de sermos bem diferentes acabamos nos tornando melhores amigas. Olhei a porta do seu quarto que estava entreaberta e ela estava literalmente jogada na cama, ainda usava o mesmo vestido azul colado e curto de ontem e seus saltos ainda estavam nos pés, era quase sempre assim, Maddie saia para suas festas e só voltava no meio da noite, ou no dia seguinte. Eu não implicava com isso, desde que ela seguisse a regra de não trazer garotos para meu apartamento. Fechei a porta do quarto e sai do apartamento, optei pelas escadas mesmo morando no quarto andar, queria iniciar minha caminhada aqui mesmo. Segui pela calçada, apesar do sol, um vento fresco batia em meu rosto. Sabe aquela sensação de estar sendo vigiada? Eu sempre a tive, desde quando eu era pequena, na escola no horário do Recreio eu sempre me pegava parando a brincadeira para olhar em volta e me certificar de que realmente não tinha ninguém me "vigiando". E por mais que eu tenha crescido, essa sensação nunca me deixou, e era assim que eu estava me sentindo agora. Parei a caminhada para fazer um alongamento, meu apartamento não era muito distante da praia, então eu já conseguia ver a areia branca um pouco a frente. Comecei a me alongar e ao mesmo tempo olhar em volta se tinha alguém me vigiando, vi um cara alto de terno preto não muito longe, ele falava ao telefone e eu podia jurar que ele tinha virado a cara na hora em que eu olhei para ele. Meneei a cabeça espantando quaisquer pensamento de alerta e segui a caçada de frente para praia. Caminhei por mais algum tempo e decidi que já estava na hora de voltar. Consegui parar de pensar um pouco na minha mãe, então significava que a caminhada tinha valido a pena. - Bom Dia. - Maddie disse assim que me viu entrar pelo apartamento, ela não parecia com ressaca e nem estressada, pelo jeito a noite foi agradável. - Eu quem passo metade da noite numa festa e é você quem tem essas olheiras horrível. - Tive outro pesadelo. - Daqueles? - Sim.- Eu confiava em Maddie, por isso contei algumas coisa da minha vida pra ela. - A caminhada ajudou a esquecer? - Um pouco, acho que preciso marcar uma consulta com um psicólogo.- Eu disse enquanto arrancava o tênis e me jogava no sofá da sala. - É normal ter pesadelos Hanna, más se quiser posso agendar uma pra Você. - Maddie trabalhava em uma empresa de saúde e sempre conseguia agendar consultas para mim, mesmo quando eu não queria, como há um mês ela invocou que eu precisava passar por um ginecologista, mesmo eu avisando que era virgem e me sentia bem ela agendou e foi comigo, ela ficou admirada quando o médico confirmou minha virgindade e extremamente feliz quando o médico disse que eu não tinha qualquer problemas que poderiam impedir uma futura gravidez, como se eu fosse engravidar algum dia. - Na verdade não é por causa dos pesadelos que eu preciso de um psicólogo, lembra aquele meu outro problema? -Perguntei e ela pareceu pensar, más logo respondeu. - Aquele que você sempre acha que tem alguém te vigiando? - Sim, esse mesmo, só que agora parece que está cada vez pior, o que está me assustando muito. -Estiquei minha pernas no sofá e Maddie sentou em outro à minha frente segurando sua xícara de café forte. - Olha Hanna, pode parecer loucura, más não acho que seja necessário, talvez isso faça algum sentido daqui alguns anos. - Não sei não, estou começando a achar que sou maluca. - Vamos mudar de assunto, sabe que nossa colação de grau é na semana que vem, então eu preparei uma viagem de comemoração só pra nós duas. - Disse ela estendendo um papel para mim, nem tinha notado que ela segurava alguma coisa. Era um planfeto de uma agência de viagem de Nova Yorque. - Maddie eu não vou sair do país, eu mal falo português. - Para! Hanna, você não pode fazer isso comigo, e não pode perder a sua oportunidade de conhecer a tão sonhada NY. - Você é maluca, achei que estivesse sem grana, como conseguiu fazer esse pacote de viagem? - Eu estava sem grana justamente por estar pagando mensalmente nossas viagens. -Maddie se sentou ao meu lado. - Se tivesse me falado eu teria pago a minha parte. - Vamos ser sincera Hanna, você nunca aceitaria fechar esse pacote comigo.- Ela respondeu cruzando os braços parecendo chateada, Quem não tem vontade de conhecer Nova Yorque? Eu tenho, más queria terminar meu curso de inglês primeiro, eu estava no segundo semestre do curso ainda eu não saberia me comunicar em NY. - Você tem razão eu não teria aceitado, você sabe que meu inglês é péssimo, eu não saberia me comunicar lá. - É por isso que você vai comigo, uma fluente em inglês. -Era verdade , Maddie era mesmo fluente em inglês, falava como se fosse sua língua nativa. - Para quando está marcado às passagens? - Semana que vem, no dia depois da nossa colação de grau.- Ela levantou e deu alguns pulinhos que demonstravam o quanto ela estava animada com a idéia e começou a me contar detalhes da nossa viagem a NY que durariam apenas 3 dias. Podia ser apenas pela lembrança ruim de 7 anos atrás, más tudo indicava que eu estaria em NY com Maddie no dia do meu aniversário de 25 anos e isso me assustava, como se fosse um pressentimento ruim...Rio de Janeiro, 2024 Estava sentado em uma mesa afastada de um restaurante no Rio de Janeiro, Há alguns meses a filha do sócio do meu pai me ligou avisando que tinha encontrado uma solução para o nosso problema, o que eu achei impossível, mandei alguns de meus homens vir ver o que ela tinha conseguido e eles voltaram para NY com a foto de uma morena radiante. Decidi que viria por conta própria ver o que ela tinha aprontado dessa vez. Não demorou muito até que uma mulher incrível de longos fios ruivos entrou pela porta do restaurante e desfilou até minha mesa, se eu não a conhecesse há anos eu não teria a reconhecido, os fios ruivos combinaram muito bem com ela. — Allanzinho!... — Ela nunca mudava, simplesmente se jogou nos meus braços me apertando o mais forte que ela conseguia. — Uau, você está incrível. — Você também não está nada mal, e pelo que vejo acho que não tem mais nenhuma parte do seu corpo sem tatuagens. — Ela olhava para minhas mãos q
Rio de Janeiro, 2024 Meu pé ainda estava doendo um pouco, só Maddie pra ser tão desastrada e quebrar algo de vidro justo em cima do meu pé, mesmo assim me obrigue a calçar um salto alto para minha colação de grau, até porque, não é todos os dias que eu me formo em Administração e secretariado pela UFRJ. Maddie tinha feito uma maquiagem fraca em mim, ela sabia que eu gostava de valorizar a beleza natural. Ela praticamente me obrigou a usar um de seus vestidos preto, eu não importei muito pois o conjunto de Beca tamparia qualquer roupa que eu estivesse por baixo.Maddie estava radiante em seu vestido verde musgo que era igualmente lindo A colação de grau foi cansativa como todas, porém eu estava finalmente formada e saber que esse era meu último dia na Universidade me fez comemorar internamente. — Se eu soubesse que uma colação de grau era tão cansativa e demorada juro que teria colocado uma sapatilha no lugar desses saltos. — Maddie revirou os olhos do meu comentário
— Aí! Gritei assim que tentei abrir os olhos, e uma dor terrível invadiu minha cabeça . — Toma, beba isso. — Reconheci a voz de Maddie, eu ainda estava de olhos fechados pela dor, ela colocou um comprimido na minha boca e me deu um copo com água , engoli o comprimido e senti Maddie deitar minha cabeça em seu colo, me deixei levar pela calma de um cafuné e acabei adormecendo de novo. Quando acordei já não estava mais com tanta dor assim, consegui abri os olhos normalmente, eu não estava no meu quarto, eu estava em uma cama, más com certeza não era a minha e nem a do quarto de Maddie em meu apartamento. — Maddie! — Chamei assim que sai e dei de cara com um corredor luxuoso, eu não fazia ideia de que horas eram ou de aonde eu estava. — Bom Dia senhorita Miller, quer que eu a leve até seus amigos? — Uma mulher de meia idade muito elegante e educada apareceu vestida de comissária. — Eu sou a Hanna, pode me levar até Maddie, por favor. — Ela sorriu doce
Hanna. Depois do episódio meio estranho no jatinho do pai de Maddie, finalmente estávamos no nosso quarto de hotel da empresa de viagem que ela tinha contratado, era um hotel bem simples e num bairro bem afastado de NY, porém eu me senti mais confortável lá do que no jatinho da noite anterior. - Achei que seu namorado fosse ficar com você em um quarto separado. - Eu sei que eu comecei essa viajem da forma errada, más quero que possamos passar esses três dias em NY, só nós duas. -Fiquei surpresa pela resposta de Maddie, não que eu estivesse feliz com a idéia de ser vela deles durante esses três dias num país estrangeiro. - Obrigada. -A surpreendi com um abraço e ela logo retribuiu. - Eu fiz uma lista dos lugares que quero te levar, então se você não estiver muito cansada podemos almoçar num restaurante de frente ao Central Park e depois podemos fazer um tour por aí. - Acho que dormi o suficiente, vou tomar um banho e podemos ir pra onde você qu
- Hanna o que ouve? Você está bem? Parece que acabou de ver um fantasma! -Maddie me olhou nos olhos, eu devo estar com a cara muito assustada mesmo, pois ela realmente pareceu preocupada comigo. Apontei para onde estava a figura masculina no escuro e fiquei estática, não tinha mais ninguém lá. - Eu vi Maddie, talvez seja a pessoa que vem me vigiando esses anos todos, Eu tive aquela sensação de novo e quando eu olhei ao redor ele estava ali! - Apontei desesperadamente para o lugar vazio, isso não pode estar acontecendo, eu não tinha tomado nenhuma bebida, eu não podia estar delirando ou imaginando coisas! - Hanna, você está me assustando, tem um monte de gente nos olhando, más não tem ninguém ali onde você está apontando, ainda está vendo alguém ali?! - Não, Más eu vi, eu não estou louca Maddie. - Senti as lágrimas escorrem em meu rosto, eu realmente estava apavorada, quando essa sensação vai parar?! Maddie me abraçou. - Me desculpa, eu não deveria
Algumas horas antes na 10ak Club. - Me explica mais uma vez porque não podemos simplesmente deixar seu pai contar a verdade pra garota e nos casar o quanto antes?- Perguntei enquanto rodava de um lado ao outro numa sala privativa do Clube, Bryan estava com as mãos na cintura de Maddie de forma protetora. - Eu achei que fosse ser mais fácil, más não é, eu passei a amá-la e a aceitei como irmã mais velha, não posso fazer isso com ela. -Maddie respondeu me fazendo revirar os olhos. - Se você não quer fazê-la sofrer, sinto lhe informar que o único jeito de você fazer isso é levando ela de volta para sua vida no Brasil e aceitando o fato de que será minha esposa. - Respondi sem paciência recebendo um olhar fuzilante do meu irmão com a minha ideia. - Eu faria isso, juro que pela Hanna eu faria esse sacrifício, más infelizmente eu não posso mais ajudá-la. - Por que? Me diaga! -Exclamei já sem paciência. - Maddie está grávida Allan, grávida de um
'West Side' Estava em frente ao West Side, sentei em um banco e estava esperando ela sair. Tirei um cigarro da carteira e comecei a fumar, eu quase nunca fumava, só o fazia quando estava extremamente nervoso, e era o meu caso naquele momento. Vi quando ela saiu da estação, parecia desnorteada, se encolheu em seu sobretudo e ficou parada por um tempo, por incrível que pareça ela se aproximou do banco e se sentou ao meu lado, um pouco afastada. Ela chorava baixinho e isso só tornava as coisas mais difíceis para mim. - Eu sempre achei que a minha vida era uma me...., más hoje eu tive certeza disso!- Ela começou a desabafar, acho que pensou que eu não entenderia seu idioma.Esperei ela contar como tinha sido deixada ali para finalmente falar. - Eu sinto muito. -Ela me olhou um pouco assustada quando a respondi em seu idioma. - Você fala o português! - Não tão bem quanto você, más sim, eu falo. - Me desculpe o desabafo, achei que você n
Abri os olhos e tentei me lembrar de onde eu estava. Não demorou muito até meu cérebro gritar um nome. Allan! eu estava com ele, acho que acabei dormindo no carro. Mais que de pressa levantei e apalpei meu corpo, parecia intacto, meu vestido e o sobretudo continuavam ali, até mesmo as minhas botas, isso era um bom sinal, Allan era mesmo uma pessoa confiável, caso contrário eu teria sido violentada na noite anterior. Eu estava em um quarto pequeno, porém confortável, tinha um cama box de casal pequena e uma mesa de cabeceira, um guarda roupa médio na mesma cor da cama e da mesinha, as paredes eram pintadas em um tom marfim que exalava riqueza. Notei uma portinha e a abri revelando um banheiro pequeno, porém ainda assim muito charmoso. Do lado da cama estava minha mala e bolsa, decidi tomar um banho e trocar de roupa antes de procurar por Allan. Depois do banho me senti mais confortável, vesti uma jeans escura e uma blusinha soltinha, precisava dar um jeito na minha vida