Rio de Janeiro, 2024
Meu pé ainda estava doendo um pouco, só Maddie pra ser tão desastrada e quebrar algo de vidro justo em cima do meu pé, mesmo assim me obrigue a calçar um salto alto para minha colação de grau, até porque, não é todos os dias que eu me formo em Administração e secretariado pela UFRJ. Maddie tinha feito uma maquiagem fraca em mim, ela sabia que eu gostava de valorizar a beleza natural. Ela praticamente me obrigou a usar um de seus vestidos preto, eu não importei muito pois o conjunto de Beca tamparia qualquer roupa que eu estivesse por baixo. Maddie estava radiante em seu vestido verde musgo que era igualmente lindo A colação de grau foi cansativa como todas, porém eu estava finalmente formada e saber que esse era meu último dia na Universidade me fez comemorar internamente. — Se eu soubesse que uma colação de grau era tão cansativa e demorada juro que teria colocado uma sapatilha no lugar desses saltos. — Maddie revirou os olhos do meu comentário e me arrastou até um táxi que se aproximava. Já passava das 22:00hr, a colação de grau tinha demorado Mais do que o esperado e eu queria muito deitar em minha cama agora. Me joguei no banco de trás do táxi e nem notei o endereço estranho que Maddie passava para o motorista, só reparei que não estávamos indo para o meu apartamento quando o taxista parou o carro em frente à uma casa noturna que tinha uma fila enorme. — Maddie, porque paramos aqui? — Porque vamos nos divertir. — Ela respondeu enquanto me empurrava para fora e deixava uma nota para o taxista. — Nem morta que eu vou a uma boate justo hoje, meus pés doem, e eu ainda preciso conferir minha mala mais uma vez. — Você já conferiu essas malas umas duas vezes hoje, vem e tenta relaxar um pouco. — Olhei para o táxi que já virava a esquina nos deixando nesse lugar e me vi sem opção a não ser seguir ela. Eu não entendia porque Maddie me trouxe nesse lugar ela sabe que eu não gostava de festas. Caminhamos para o início da fila e não prestei muita atenção ao que Maddie disse ao porteiro, estava começando de novo aquela sensação de estar sendo vigiada. Maddie puxou pela minha mão e adentramos o local, o silêncio do lado de fora foi preenchido por uma música alta e um cheiro forte de álcool e cigarro, corpos dançavam de um lado para outro e Maddie nos espremeu entre eles nos permitindo chegar num balcão de um bar. — Duas Vodkas com coca por favor. — O barman de sorriso fácil mais que de pressa atendeu ao pedido de Maddie. Me sentei em um banco alto do bar e me permiti relaxar os pés que doíam um pouco. — Beba, você vai se sentir bem melhor depois de umas três dessa. — Maddie eu não deveria nem estar aqui, sabe que amanhã temos um Vôo que a propósito foi invenção sua. — Deixa de ser tão careta, esse é o nosso último dia no Rio, vamos aproveitar. —Maddie, ficaremos apenas 3 dias em NY, daqui 4 dias estaremos de volta a nossa rotina. - Ela pareceu pensativa diante do meu comentário. —Eu sei, más eu queria muito me divertir com você pelo menos uma vez, por favor relaxe. —Acho que vou me arrepender disso, más tudo bem. — Peguei a bebida do balcão e comecei a beber em goles pequenos, não era tão forte no álcool, más seria capaz de me deixar bêbada se eu não tivesse controle. — Vem, vamos dançar, eu amo essa música. — Maddie gritou por cima do som de "Ludmila baile de favela" que começava, ela me arrastou para a pista de dança e começou a dançar, ela era boa com os movimentos. Eu não era uma dançarina profissional como ela, então apenas tentei nao ficar parada como as outras garotas ao meu lado. Depois de 3 musicas eu já estava quase sentando na pista de dança mesmo de tão cansada. — Eu vou sentar um pouco. — Gritei e não esperei a resposta de Maddie. Cheguei no balcão e o barman veio me atender. — Uma água, por favor. — Com todo respeito, você arrasa na pista. — Dei uma risadinha do comentário do Barman, eu sabia que não dançava mal, más estava longe de "arrasar". — Tentei não ficar tão parada já que fui praticamemte arrastada pra lá. -Dei de ombros. — Seu namorado não tem ciúmes de te deixar sair sozinha assim? — Essa era uma cantada leve, eu sabia bem qual era a intenção das perguntas do Barman, talvez fosse a bebida, más eu gostei de ser notada. — Eu não tenho namorado. — Dei um gole na minha água e percebi que estava com cede, estão acabei virando tudo de uma só vez, o que aliviou minha cede. — Essa é por conta da casa. — Olhei para o Barman que me estendia uma tacinha de vodka para mim, aceitei e dei apenas um gole, pois Maddie chegou ao meu lado e decidi falar com ela antes de continuar a bebida. — Hanna, esse é Brayn, meu namorado. — Ela chegou de mãos dados com um cara lindo, de cabelos castanho claro e olhos verdes. — Holá. — Ele disse e seu sotaque era carregado, o que me fez perceber que ele não era brasileiro. — Oi Brayn, é um prazer, eu acho. — Olhei para Maddie sem entender, eu a considerava uma amiga e ela nunca tinha me falado que tinha um namorado. — Não me olhe com essa cara, Brayn e eu temos um relacionamento aberto quando estamos longe, más quando estamos juntos somos exclusivos. — Que seja, estou voltando pra casa, onde era pra eu realmente estar agora! — gritei sobre a musica alta e peguei minha tacinha, porém Maddie a jogou no chão antes mesmo de eu conseguir erguê-la até a boca. Eu ia gritar que ela estava ficando maluca, más vi o comprimido mal dissolvido cair no chão junto da bebida e os cacos. — Quem te deu essa bebida? — Bryan quem perguntou parecendo extremamente irritado, eu mal o conhecia, porque ele se importava que alguém tinha tentado carimbar minha bebida?! — Isso não importa, acho que já deu pra mim, vou embora. — Porém o tal Brayn pegou em meu braço e segurou forte. — Me diga quem te deu a bebida então você pode ir. — Maddie, manda seu namorado ficar longe de mim se não eu juro que jogo meu salto na cabeça dele! — Ela viu que eu não estava brincando e o convenceu a me soltar. — Hanna, eu sei que está com raiva, más preciso que me diga quem te deu a bebida, se eu não tivesse chegado a tempo sabe lá quais eram as intenções de quem te deu isso?! — Más você chegou e eu estou bem, esquece isso por favor. — Ele pode fazer isso com outra garota inocente, precisa me dizer quem foi. — Não vai resolver nada eu dizer, más se insiste muito, foi o Barman que nos atendeu da primeira vez, ele disse que era por conta da casa.- Brayn olhou para de trás do Balcão e o tal Barman estava saindo pelos fundos. - Te vejo mais tarde gatinha. —Brayn deixou um beijo na testa de Maddie e seguiu pelo caminho que o Barman tinha ido. — Pode me deixar num táxi pra casa, por favor. — Nem percebi que eu tinha começado a chorar. Maddie me abraçou e saiu abraçada comigo até a saída, tinha um carro escuro e um homem de terno estilo homens de Preto, parado perto dele. — Lukca, pode nos dar uma carona? — Claro, senhorita Miller.— Aí! Gritei assim que tentei abrir os olhos, e uma dor terrível invadiu minha cabeça . — Toma, beba isso. — Reconheci a voz de Maddie, eu ainda estava de olhos fechados pela dor, ela colocou um comprimido na minha boca e me deu um copo com água , engoli o comprimido e senti Maddie deitar minha cabeça em seu colo, me deixei levar pela calma de um cafuné e acabei adormecendo de novo. Quando acordei já não estava mais com tanta dor assim, consegui abri os olhos normalmente, eu não estava no meu quarto, eu estava em uma cama, más com certeza não era a minha e nem a do quarto de Maddie em meu apartamento. — Maddie! — Chamei assim que sai e dei de cara com um corredor luxuoso, eu não fazia ideia de que horas eram ou de aonde eu estava. — Bom Dia senhorita Miller, quer que eu a leve até seus amigos? — Uma mulher de meia idade muito elegante e educada apareceu vestida de comissária. — Eu sou a Hanna, pode me levar até Maddie, por favor. — Ela sorriu doce
Hanna. Depois do episódio meio estranho no jatinho do pai de Maddie, finalmente estávamos no nosso quarto de hotel da empresa de viagem que ela tinha contratado, era um hotel bem simples e num bairro bem afastado de NY, porém eu me senti mais confortável lá do que no jatinho da noite anterior. - Achei que seu namorado fosse ficar com você em um quarto separado. - Eu sei que eu comecei essa viajem da forma errada, más quero que possamos passar esses três dias em NY, só nós duas. -Fiquei surpresa pela resposta de Maddie, não que eu estivesse feliz com a idéia de ser vela deles durante esses três dias num país estrangeiro. - Obrigada. -A surpreendi com um abraço e ela logo retribuiu. - Eu fiz uma lista dos lugares que quero te levar, então se você não estiver muito cansada podemos almoçar num restaurante de frente ao Central Park e depois podemos fazer um tour por aí. - Acho que dormi o suficiente, vou tomar um banho e podemos ir pra onde você qu
- Hanna o que ouve? Você está bem? Parece que acabou de ver um fantasma! -Maddie me olhou nos olhos, eu devo estar com a cara muito assustada mesmo, pois ela realmente pareceu preocupada comigo. Apontei para onde estava a figura masculina no escuro e fiquei estática, não tinha mais ninguém lá. - Eu vi Maddie, talvez seja a pessoa que vem me vigiando esses anos todos, Eu tive aquela sensação de novo e quando eu olhei ao redor ele estava ali! - Apontei desesperadamente para o lugar vazio, isso não pode estar acontecendo, eu não tinha tomado nenhuma bebida, eu não podia estar delirando ou imaginando coisas! - Hanna, você está me assustando, tem um monte de gente nos olhando, más não tem ninguém ali onde você está apontando, ainda está vendo alguém ali?! - Não, Más eu vi, eu não estou louca Maddie. - Senti as lágrimas escorrem em meu rosto, eu realmente estava apavorada, quando essa sensação vai parar?! Maddie me abraçou. - Me desculpa, eu não deveria
Algumas horas antes na 10ak Club. - Me explica mais uma vez porque não podemos simplesmente deixar seu pai contar a verdade pra garota e nos casar o quanto antes?- Perguntei enquanto rodava de um lado ao outro numa sala privativa do Clube, Bryan estava com as mãos na cintura de Maddie de forma protetora. - Eu achei que fosse ser mais fácil, más não é, eu passei a amá-la e a aceitei como irmã mais velha, não posso fazer isso com ela. -Maddie respondeu me fazendo revirar os olhos. - Se você não quer fazê-la sofrer, sinto lhe informar que o único jeito de você fazer isso é levando ela de volta para sua vida no Brasil e aceitando o fato de que será minha esposa. - Respondi sem paciência recebendo um olhar fuzilante do meu irmão com a minha ideia. - Eu faria isso, juro que pela Hanna eu faria esse sacrifício, más infelizmente eu não posso mais ajudá-la. - Por que? Me diaga! -Exclamei já sem paciência. - Maddie está grávida Allan, grávida de um
'West Side' Estava em frente ao West Side, sentei em um banco e estava esperando ela sair. Tirei um cigarro da carteira e comecei a fumar, eu quase nunca fumava, só o fazia quando estava extremamente nervoso, e era o meu caso naquele momento. Vi quando ela saiu da estação, parecia desnorteada, se encolheu em seu sobretudo e ficou parada por um tempo, por incrível que pareça ela se aproximou do banco e se sentou ao meu lado, um pouco afastada. Ela chorava baixinho e isso só tornava as coisas mais difíceis para mim. - Eu sempre achei que a minha vida era uma me...., más hoje eu tive certeza disso!- Ela começou a desabafar, acho que pensou que eu não entenderia seu idioma.Esperei ela contar como tinha sido deixada ali para finalmente falar. - Eu sinto muito. -Ela me olhou um pouco assustada quando a respondi em seu idioma. - Você fala o português! - Não tão bem quanto você, más sim, eu falo. - Me desculpe o desabafo, achei que você n
Abri os olhos e tentei me lembrar de onde eu estava. Não demorou muito até meu cérebro gritar um nome. Allan! eu estava com ele, acho que acabei dormindo no carro. Mais que de pressa levantei e apalpei meu corpo, parecia intacto, meu vestido e o sobretudo continuavam ali, até mesmo as minhas botas, isso era um bom sinal, Allan era mesmo uma pessoa confiável, caso contrário eu teria sido violentada na noite anterior. Eu estava em um quarto pequeno, porém confortável, tinha um cama box de casal pequena e uma mesa de cabeceira, um guarda roupa médio na mesma cor da cama e da mesinha, as paredes eram pintadas em um tom marfim que exalava riqueza. Notei uma portinha e a abri revelando um banheiro pequeno, porém ainda assim muito charmoso. Do lado da cama estava minha mala e bolsa, decidi tomar um banho e trocar de roupa antes de procurar por Allan. Depois do banho me senti mais confortável, vesti uma jeans escura e uma blusinha soltinha, precisava dar um jeito na minha vida
Fazia uma semana que Hanna estava em minha casa, uma longa semana que eu me obrigava a não ter segundos pensamentos com a garota no meu quarto de hóspedes... Precisava sair, ver pessoas e evitar que meus pensamentos criassem vida.- Vai sair hoje? Não que você precise me dar satisfação. - Hanna era sempre assim, falava as coisas já se desculpando. Deixei meu terno sobre o cabide da porta e me sentei ao lado dela no sofá, eu tinha tido um dia cansativo no trabalho e chegar em casa e simplesmente vê-la me deixava leve, e isso era asustador para mim.- Talvez eu vá em uma casa noturna, quer vir comigo? - Porque eu a convidei? Eu planejava sair para não ver e nao pensar nela, e de repente minha boca tinha me traído a convidando. - Eu não gosto muito de Casas noturnas, más acho que vai ser bom sair um pouco. - Vamos lá pelas 23:00, como ainda são 18:00 você tem tempo suficiente pra se arrumar. - Pisquei para ele e adorei receber seu sorriso tímido em troca. - Quer ver um filme enquanto
Allan iria me beijar, eu queria o beijar? Sim, claro. Não que eu estivesse apaixonada por ele, más Allan era lindo e com certeza beijável, porém eu sabia que não era o certo. Seus olhos intensos estavam fitando meus lábios, e os seus, entre aberto, me permitia sentir sua respiração quente e carregada de desejo, eu sabia que era uma ida sem volta, se esse desejo do momento fosse saciado então tudo mudaria completamente, e por mais que Allan fosse irresistivelmente sexy e conseguia desestabilizar meu lado racional apenas com um olhar, eu prezava pela nossa amizade, eu ainda não tinha encontrado um meio de voltar pra minha casa no Rio, então não podia deixar esse desejo estragar a convivência boa que eu tinha com a única pessoa que me ajudou até o momento. Buscando forças no meu interior, consegui colocar uma boa distância entre nós, não me dei ao luxo de olhar em seus olhos mais, sabia que se eu o fizesse, voltaria para seus braços e o beija