Allan iria me beijar, eu queria o beijar? Sim, claro. Não que eu estivesse apaixonada por ele, más Allan era lindo e com certeza beijável, porém eu sabia que não era o certo. Seus olhos intensos estavam fitando meus lábios, e os seus, entre aberto, me permitia sentir sua respiração quente e carregada de desejo, eu sabia que era uma ida sem volta, se esse desejo do momento fosse saciado então tudo mudaria completamente, e por mais que Allan fosse irresistivelmente sexy e conseguia desestabilizar meu lado racional apenas com um olhar, eu prezava pela nossa amizade, eu ainda não tinha encontrado um meio de voltar pra minha casa no Rio, então não podia deixar esse desejo estragar a convivência boa que eu tinha com a única pessoa que me ajudou até o momento. Buscando forças no meu interior, consegui colocar uma boa distância entre nós, não me dei ao luxo de olhar em seus olhos mais, sabia que se eu o fizesse, voltaria para seus braços e o beija
Levantei do sofá e fiquei rodando de um lado para o outro na sala, isso não podia continuar assim, eu precisava arrumar um emprego de verdade, não podia viver das custas de Allan o resto de minha vida, um dia ele ia conhecer alguém, se casar e ela com certeza não iria me aceitar mais aqui, não sei por que, mais esse pensamento me incomodou mais do que deveria. Eu precisava ganhar independência de novo e conseguir voltar para meu apartamento no Rio, se bem que eu já nem tinha mais certeza se eu teria algo quando voltasse lá, estava começando a desconfiar que Maddie tinha me dado o golpe total. - Está tudo bem? - Quase cai sentada ao ouvir a voz de Allan atrás de mim, estava tão perdida em pensamentos que não ouvi ele entrando. - Na verdade não, eu preciso muito de um emprego, não dá pra viver das suas custas pra sempre! - Calma, tem apenas duas semanas que você está aqui comigo, você não dá muito ga
Com toda levesa consegui me desvencilhar-se dos braços de Allan e escorregar para fora da cama. Olhei mais uma vez o homem que continuava deitado sobre ela e era impossível não sorrir com a visão. Allan era excepcionalmente lindo, e dormindo sua feição suave lembrava muito as esculturas de um anjo. Me olhei no banheiro do quarto e ageadeci mentalmente por ter acordado primeiro, meu cabelo estava num emaranhado assustador, tinha marcas de travesseiro no meu rosto e duvido muito se meu hálito não seria o suficiente para assustar até os urubus. Depois de muito tempo, me olhei mais uma vez no espelho e já estava apresentável. Cabelos e dentes devidamente escovados, rosto alinhado, eu já não assustaria tanto mais. Não sei se demorei o bastante, ou se Allan, assim como eu só estava esperando uma oportunidade de sair daquela situação sem ser notado, mas assim que voltei para o quarto a cama já estava vazia. Senti uma pontada de decepção, mas o
Eu estava muito empolgada, hoje era meu primeiro dia no trabalho e eu estava ansiosa, bastante nervosa também, porém louca para ter minha independência de volta. Allan me deu carona até a empresa e como trabalhariamos juntos, ele me guiou ate sua sala. Apesar de ter um pouco de dificuldade com alguns arquivos e ligações que eu recebia em outras línguas, acho que minha primeira manhã no emprego está a sendo bem produtiva, Allan tinha entrado em sua sala e ficado poucos minutos, saindo logo em seguida para uma conferência e seguir a rotina estabelecida por sua agenda minuciosamente lotada. - Hanna, sei que precisará ir almoçar, fique com esse cartão, pode usá-lo para comer o quanto quiser, todos os funcionários ganham um quando entram, porém Ivy se esqueceu de te entregar ontem. - Allan chegou até minha mesa e me entregou o cartão. - Obrigada, você não vai almoçar? - Não sei se terei
Tinham se passado exatos três dias que eu tinha passado meu número para o Dylan e até hoje ele nao tinha me mandado mensagem ou me ligado. - Hanna, pode me trazer a pasta de 'separados' até a minha sala? Você a encontra na última gaveta. - Claro, levo aí em um instante. - Desliguei a chamada de Allan e procurei os documentos pra ele, assim que encontrei os levei até ele. Quando voltei para minha mesa meu celular estava tocando. Olhei a tela e era um número estranho. - Alô! - Atendi receosa. - Hanna? - Uma voz masculina perguntou do outro lado da linha. - Sim, quem gostaria? - Oi, sou eu, Dylan. - Oi Dylan, tudo bem? - Não pude evitar o sorriso ao descobrir quem era. - Melhor agora, e você? - Estou bem também, obrigada. - Então, desculpe te ligar, não quis parecer desesperado, más não aguentava mais a espera. - Pude ouvir seu riso nervoso e o acompanhei. - Fico feliz que tenha ligado. - Que bom, então, tava pensa
Tinha acabado de sair de uma reunião online exaustiva, estava no andar do marketing e precisava urgentemente urinar. Como meu andar ficava à 9 andares àcima, decidi que o melhor seria usar o banheiro dos demais funcionários daquele setor, ou estaria encrencado com minha bexiga. Estava me vestindo quando escutei passos de 2 funcionários entrando no banheiro, eu gostava de escutar o que falavam quando eu não estava por perto, me fazia conhecer melhor a qualidade dos meus funcionários, por isso me mantive em silêncio a fim de não notarem a minha presença. - Essa eu não quero perder por nada! - Exclamou um dos rapazes que entraram no banheiro. - Acha mesmo que o Luiz vai se dar bem dessa vez? Fiquei sabendo que a garota é uma deusa da beleza! - Respondeu o outro e por algum motivo eu não gostei do caminho que a conversa levava, pois eu conhecia bem o perfil do Luiz. - Ele está certo que vai se sair bem, já apostou todo seu vale que vai comer A-Lá-Brasileira essa semana! - O ris
No escritório de Allan, eu o encarava com os olhos lacrimejando. Não entendia o motivo pelo qual ele estava tão irritado e muito menos porque estava descontando em mim a sua irritação. Relembrar de Maddie e do que ela fez foi como descascar uma ferida recém cicatrizada, estava tudo muito recente ainda e lembrar que o motivo pelo qual eu estava ali naquele momento foi porque confie na pessoa errada só me machucava ainda mais. Allan tinha razão e isso era pior ainda de se admitir, eu confiava fácil de mais nas pessoas e estar ali era a prova disso, mesmo eu sendo traída duramente por Maddie, tinha decidido confiar nele desde a primeira vez que o vi. Confesso que suas palavras me pegaram de surpresa. Allan estava tentando me assustar, e estava dando quase certo. Porém mesmo depois de tudo que passei, decidi confiar em meu coração, e meu coração me dizia que ele jamais me machucaria. E eu acreditava fielmente nisso. - Vo
- Eu sinto muito Hanna, sei que as vezes passo dos limites com você, mas prometo que vou me controlar melhor... - E simplesmente saiu do escritório me deixando ali tentando entender o que ele quis dizer, sem conseguir é claro, porque as vezes ele falava coisas sem sentido algum. Coisas como se eu pertencesse à ele, é claro que isso não seria de fato ruim, mas não era a verdade, não éramos nada além de amigos. Allan realmente precisava aprender a controlar seus impulsos, as vezes ele conseguia me encabular com suas falas sem nexos. Mas que para ele saiam com tanta facilidade como se fizesse todo sentido do mundo. Fiquei mais alguns segundos em seu escritório buscando assimilar tudo que tinha acontecido ali, tudo que tinha ouvido de Allan, más cada vez que eu pensava, menos sentido fazia para mim. Senti um calafrio nas espinhas ao lembrar de sua feição sombria me dando a possibilidade dele estar à minha espera àquela noite na estação de trem. Essa possi