- Eu sinto muito Hanna, sei que as vezes passo dos limites com você, mas prometo que vou me controlar melhor... - E simplesmente saiu do escritório me deixando ali tentando entender o que ele quis dizer, sem conseguir é claro, porque as vezes ele falava coisas sem sentido algum. Coisas como se eu pertencesse à ele, é claro que isso não seria de fato ruim, mas não era a verdade, não éramos nada além de amigos. Allan realmente precisava aprender a controlar seus impulsos, as vezes ele conseguia me encabular com suas falas sem nexos. Mas que para ele saiam com tanta facilidade como se fizesse todo sentido do mundo. Fiquei mais alguns segundos em seu escritório buscando assimilar tudo que tinha acontecido ali, tudo que tinha ouvido de Allan, más cada vez que eu pensava, menos sentido fazia para mim. Senti um calafrio nas espinhas ao lembrar de sua feição sombria me dando a possibilidade dele estar à minha espera àquela noite na estação de trem. Essa possi
Sabendo que eu tinha passado dos limites e falado mais do que deveria, percebi que o melhor era simples sair do escritório antes que eu piorasse ainda mais as coisas para mim com relação à Hanna. Eu não estava mais com cabeça para arquivos ou reuniões, então simplesmente desci para o estacionamento e fiquei em meu carro. Alguns minutos depois recebi uma mensagem de Ivy. - 'Eu pedi que controlasse a boca e você simplesmente contou à ela sobre aquela noite!?' Suspirei, odiava quando Ivy tentava dar uma de mãe, eu já tinha minha mãe que era excelente em seu papel, não precisava de mais uma para me dar sermão. Vendo que não obteve resposta ela continuou. - 'Para sua sorte fui persuasiva o suficiente para tirar o que você colocou na cabeça dela, mas não dê outra mancada dessa ou voce terá perdido todo o tempo que investiu tentando a conquistar!'. - 'Ok mamãe!'. - 'Estou falando sério Allan, ela estava extremamente assustad
Ivy me guiou até seu carro que não estava muito longe de onde estávamos, e no mesmo instante em que ela me ajudava a entrar no carro, vi quando um carro todo preto chegou aceleradamente encostando logo em seguida em frente à empresa, quem poderia ser? Um carro de polícia deveria ser sinalizado de identificação, não? O primeiro homem a sair do carro já saiu com a arma engatilhada e pronto para um ataque, ele parecia extremamente treinado para uma situação de perigo. Podia ser pela pancada forte que sofri na cabeça, mas ele me parecia muito familiar, como se eu o conhecesse de algum lugar. - Quem são? - Perguntei apontando para o carro de onde saiam mais homens tão preparados quanto o primeiro. - São os 'Justiceiros'! - 'Justiceiros'? você quer dizer que são policiais? -Perguntei ainda tentando entender. - Eles são mais que policiais, mais que a CIA, eles são os que levam justiças aos corruptos que usam
- Jimmy Miller é um dos comandantes da 'Punisher', você o conhece? - Não o conheço bem, mas sei que ele é o pai da Maddye! - Eu soube que ele tem uma filha mesmo, eles não se dão muito bem, ela se rebelou e fugiu de casa, uma pena você ter tido o desprazer de conhecê-la. - Allan, acha que consegue falar com ele de novo? Talvez ele saiba o paradeiro da filha e possa conseguir meus documentos novamente, sabe que isso pode significar eu ter minha vida de volta?! - Eu estava exaltada e já tinha subido uma oitava ao terminar a frase. - Hanna, não pode se estressar, lembra do que o Dr te recomendou. - Eu não ligo pro que o Dr recomendou, estou diante de uma possibilidade de ter minha vida de volta, então não me peça pra ser paciente! - Vou tentar contato com ele, mas não te garanto que haverá sucesso, porém só irei fazer isso se me prometer
Ver Allan agindo assim quase me fez acreditar que ele poderia estar com ciúmes de mim, mas ele não tinha motivos para isso tinha?! Eu estava com vergonha o suficiente para não conseguir encarar Allan, por isso decidi sentar em um canto com Ivy, o que foi bom, conhecê-la fora da empresa seria bom para mim, talvez fosse o tipo de amizade que eu precisava ter no momento. - Vai mesmo voltar pra empresa amanhã já? - Perguntou Ivy enquanto degustávamos uma porção que tínhamos pedido. Allan e Kallik tinham deixado o mal humor de lado e ido jogar na televisao nos deixando a sós na varanda, o que não achei ruim. - Sim, nao vejo a hora, estou quase enlouquecendo aqui nessa casa. - Eu imagino, mas se sente realmente recuperada? - Totalmente, a propósito, tiveram algum sucesso ao tentar contato com Jimmy? - Infelizmente não, ele saiu do país a trabalho, agora precisamos esperar ele retornar daqui duas semanas aproximadament
Tinha ficado longe por cinco dias, acabava de chegar de uma missao da Punisher. Nunca imaginei que eu um dia fosse sentir tanta falta de uma pessoa em minha vida como eu tinha sentido a falta de Hanna nesses longos cinco dias. Chegava a ser difícil de mais admitir pra mim mesmo o quanto a simples presença de Hanna já era tão importante assim na minha vida, era um sentimento novo e confesso que assustador também. Ainda mais porque os meus sentimentos por ela estavam começando a ultrapassar a linha de um simples relacionamento forçado. Meu desejo era chegar e ir direto para casa pra poder vê-la, porém eu precisava me encontrar com um cliente que escolheu justamente uma casa noturna para assinar um documento. Dessa forma lá estava eu em um banco de bar de uma casa noturna com um copo de Uísque na mão, o documento assinado pelo cliente ja estava arquivado em meu celular e agora eu finalmente poderia voltar para casa. Tinha poucos minutos que m
Acordei no dia seguinte e o desconforto no meio de minhas pernas era a prova de que a noite passada não tinha sido um sonho. Eu tinha me entregado ao Allan e decidido seguir por um caminho sem volta. Ontem confesso que não estava raciocinando muito bem, mas agora que tinha passado o efeito do êxtase eu tinha noção da loucura ao qual eu tinha cometido. Allan era o meu lar, e agora se nossa relação se tornasse estranha, eu precisaria deixar a casa dele. Não que eu pretendesse morar ali pra sempre, mas no momento eu não tinha condições financeiras para se reerguer em outro lugar, e tinha me deixado levar pelo calor do momento e arriscado tudo. Me virei na cama e como eu imaginava, Allan não estava mais lá, eu sabia que tinha sido apenas uma noite para ele, não esperava que ele fosse me pedir em casamento depois do que aconteceu, e era exatamente isso que me apavorava. Eu já tinha me apaixonado por ele, e agora depois disso, morar na mesma casa que ele seria no mínimo estran
Não demorou muito ate Ivy me responder. " Me encontre na recepção, vamos almoçar " Sequei minhas lágrimas antes de sair do banheiro e retoquei a maquiagem, passei na minha recepção e peguei minha bolsa e todos os meus pertences que estavam ali, eu não pretendia voltar para a empresa mais, chamei o elevador e logo estava chegando no térreo. - Aconteceu alguma coisa? Você parece péssima. - Obrigada! Não aconteceu nada de mais, só o de sempre, Allan acabou de sair com uma garota, não sem antes a beijar na minha frente. - Eu sinto muito ppr isso Hanna, de verdade. Não dá pra tentar ajudar quem não faz por onde.- Não entendi bem o que ela disse e também não dei muita importância, chegamos no restaurante e eu estava magoada de mais para sentir alguma fome, peguei apenas um pouco de salada e carne pra não ficar com o prato vazio.<