Hanna.
Depois do episódio meio estranho no jatinho do pai de Maddie, finalmente estávamos no nosso quarto de hotel da empresa de viagem que ela tinha contratado, era um hotel bem simples e num bairro bem afastado de NY, porém eu me senti mais confortável lá do que no jatinho da noite anterior. - Achei que seu namorado fosse ficar com você em um quarto separado. - Eu sei que eu comecei essa viajem da forma errada, más quero que possamos passar esses três dias em NY, só nós duas. -Fiquei surpresa pela resposta de Maddie, não que eu estivesse feliz com a idéia de ser vela deles durante esses três dias num país estrangeiro. - Obrigada. -A surpreendi com um abraço e ela logo retribuiu. - Eu fiz uma lista dos lugares que quero te levar, então se você não estiver muito cansada podemos almoçar num restaurante de frente ao Central Park e depois podemos fazer um tour por aí. - Acho que dormi o suficiente, vou tomar um banho e podemos ir pra onde você quiser. **** Dizem que tudo que era bom dura pouco e devo confessar que durou mesmo, hoje já era nosso último dia em NY, Maddie realmente cumpriu o que me prometeu, ela não saiu de perto de mim um segundo durante esse dois dias, não vimos Brayn nenhuma vez durante nossos passeio. Hoje era meu aniversário de 25 anos e eu odiava essa data. - Hanna, eu sei que você não curte essa data, más é o nosso último dia juntas em NY, eu não vou te deixar passar o dia trancada nesse quarto de hotel. - Você pode sair com Bryan que eu não me importo, só preciso que me deixe aqui, sozinha, curtindo minha solidão, please. -Supliquei a ela enquanto me obrigava a engolir algumas garfadas do meu almoço no restaurante do hotel. - Faça isso por ela Hanna, acha mesmo que ela ia querer que você passasse seu primeiro aniversário em NY, trancada em um quarto de hotel? - Olhei para Maddie e sei que ela estava jogando baixo, colocando minha mãe no meio da conversa. Más talvez ela tenha razão. - Tudo bem, talvez eu me arrependa depois, más não parece certo mesmo. - Abandonei meu prato de comida quase sem mexer. - Vamos ter um dia de garotas, vamos às compras. - Maddie, Seu pai te deu dinheiro? Porque eu não tenho. - Eu não tinha trazido meus cartões e nem dinheiro pois em NY não era o real e eu não fazia ideia de como trocar pelo dólar. - Ele deu, e por mais que eu não quisesse aceitar, acho que merecemos ter esse dia de princesas. Passamos a tarde num Shopping Center, assistimos um filme legendado e depois fomos num salão de beleza, segundo Maddie, tínhamos que estar lindas essa noite, decidi dar esse voto de confiança a ela, eu não podia negar que tinha me divertido em NY e tudo graças à ela. Saímos do salão de banho tomado, maquiagem e cabelo feito, estávamos prontas para arrasar, eu usava um vestido preto de mangas longas, uma bota preta de cano longo e levaria meu sobretudo preto também, pois NY estava bem gelada naquela noite. Maddie estava deslumbrante em um vestido dourado tomara que caia e um salto agulha, ela nem se arriscou em levar um sobretudo, tenho certeza que ela teria o calor de Bryan no final da festa. Quando saímos tinha uma limosine nos esperando, decidi não questionar e apenas segui Maddie para dentro da mesma, e como eu imaginava, Brayn já nos esperava lá dentro. - Uau Hanna! Meu irmão vai ter um troço quando te ver assim. -Comentou Bryan depois que tínhamos nos acomodado na limosine. - Seu irmão ?! -Perguntei e Maddie sentou ao lado de Brayn já se servindo de Uísque e deu um beliscão nele e ele logo tratou de retorcer o que tinha falado. - Esquece, você está linda. - Obrigado, eu acho, você também não está nada mal. Segui olhando a vista de NY que era ainda mais linda à noite, não demorou até que paramos em frente à um lugar extremamente chique, antes de eu perguntar que lugar era esse, Maddye me respondeu. - Bem vinda a 10 ak, é um balada, um pouco mais requintada do que a que fomos no Rio, más com o mesmo objetivo, beber, dançar e se divertir bastante! - Espero não ter a mesma experiência que eu tive no Rio. - Não pude deixar de comentar, já sentindo um calafrio com as lembranças da minha bebida carimbada e o apagão. - Relaxa, ele jamais deixará alguém chegar perto de você. -Bryan comentou chamando mimha atenção, já era a segunda vez que ele dizia algo sem nexo e acho que estava na hora de eu começar a me preocupar. -Ele quem? -Cruzei os braços e parei ficando de frente para o casal. - Não estressa Hanna, Bryan já está bêbado, não vê que ele tá falando coisa com coisa?! - Isso devo concordar! -Respondi e Maddie mal esperou eu terminar de falar e me arrastou com ela pra dentro do local deixando Bryan para trás. - Vamos pra pista, dessa vez nada de bebidas! -Por incrível que parece, foi eu quem puxei Maddie para a pista de dança, meu desejo era encher a cara e esquecer até meu nome, pois assim eu conseguiria esquecer a pior noite da minha vida, que tinha acontecido há exatamente 7 anos atrás, más decidi me manter sóbria. Maddie dançou algumas músicas comigo más logo saiu para o bar em busca de alguma bebida. Continuei dançando ao som de uma música estranha porém de ritmo gostoso, ate que de novo aquela sensação de estar sendo observada me veio. Más dessa vez veio mais forte. Parei de dançar e olhei ao redor, a maioria estava dançando, porém dessa vez eu consegui ver ele, não o rosto, ele estava no lugar mais escuro, eu sabia que ele estava lá, e sabia que ele olhava diretamente nos meus olhos, como se pudesse ler minha alma. Não pude evitar o grito que saiu da minha garganta, ninguém reparou pois a música estava bem alta, quando me preparei para correr Maddie apareceu ao meu lado, e segurou em meu braços, eu estava apavorada.- Hanna o que ouve? Você está bem? Parece que acabou de ver um fantasma! -Maddie me olhou nos olhos, eu devo estar com a cara muito assustada mesmo, pois ela realmente pareceu preocupada comigo. Apontei para onde estava a figura masculina no escuro e fiquei estática, não tinha mais ninguém lá. - Eu vi Maddie, talvez seja a pessoa que vem me vigiando esses anos todos, Eu tive aquela sensação de novo e quando eu olhei ao redor ele estava ali! - Apontei desesperadamente para o lugar vazio, isso não pode estar acontecendo, eu não tinha tomado nenhuma bebida, eu não podia estar delirando ou imaginando coisas! - Hanna, você está me assustando, tem um monte de gente nos olhando, más não tem ninguém ali onde você está apontando, ainda está vendo alguém ali?! - Não, Más eu vi, eu não estou louca Maddie. - Senti as lágrimas escorrem em meu rosto, eu realmente estava apavorada, quando essa sensação vai parar?! Maddie me abraçou. - Me desculpa, eu não deveria
Algumas horas antes na 10ak Club. - Me explica mais uma vez porque não podemos simplesmente deixar seu pai contar a verdade pra garota e nos casar o quanto antes?- Perguntei enquanto rodava de um lado ao outro numa sala privativa do Clube, Bryan estava com as mãos na cintura de Maddie de forma protetora. - Eu achei que fosse ser mais fácil, más não é, eu passei a amá-la e a aceitei como irmã mais velha, não posso fazer isso com ela. -Maddie respondeu me fazendo revirar os olhos. - Se você não quer fazê-la sofrer, sinto lhe informar que o único jeito de você fazer isso é levando ela de volta para sua vida no Brasil e aceitando o fato de que será minha esposa. - Respondi sem paciência recebendo um olhar fuzilante do meu irmão com a minha ideia. - Eu faria isso, juro que pela Hanna eu faria esse sacrifício, más infelizmente eu não posso mais ajudá-la. - Por que? Me diaga! -Exclamei já sem paciência. - Maddie está grávida Allan, grávida de um
'West Side' Estava em frente ao West Side, sentei em um banco e estava esperando ela sair. Tirei um cigarro da carteira e comecei a fumar, eu quase nunca fumava, só o fazia quando estava extremamente nervoso, e era o meu caso naquele momento. Vi quando ela saiu da estação, parecia desnorteada, se encolheu em seu sobretudo e ficou parada por um tempo, por incrível que pareça ela se aproximou do banco e se sentou ao meu lado, um pouco afastada. Ela chorava baixinho e isso só tornava as coisas mais difíceis para mim. - Eu sempre achei que a minha vida era uma me...., más hoje eu tive certeza disso!- Ela começou a desabafar, acho que pensou que eu não entenderia seu idioma.Esperei ela contar como tinha sido deixada ali para finalmente falar. - Eu sinto muito. -Ela me olhou um pouco assustada quando a respondi em seu idioma. - Você fala o português! - Não tão bem quanto você, más sim, eu falo. - Me desculpe o desabafo, achei que você n
Abri os olhos e tentei me lembrar de onde eu estava. Não demorou muito até meu cérebro gritar um nome. Allan! eu estava com ele, acho que acabei dormindo no carro. Mais que de pressa levantei e apalpei meu corpo, parecia intacto, meu vestido e o sobretudo continuavam ali, até mesmo as minhas botas, isso era um bom sinal, Allan era mesmo uma pessoa confiável, caso contrário eu teria sido violentada na noite anterior. Eu estava em um quarto pequeno, porém confortável, tinha um cama box de casal pequena e uma mesa de cabeceira, um guarda roupa médio na mesma cor da cama e da mesinha, as paredes eram pintadas em um tom marfim que exalava riqueza. Notei uma portinha e a abri revelando um banheiro pequeno, porém ainda assim muito charmoso. Do lado da cama estava minha mala e bolsa, decidi tomar um banho e trocar de roupa antes de procurar por Allan. Depois do banho me senti mais confortável, vesti uma jeans escura e uma blusinha soltinha, precisava dar um jeito na minha vida
Fazia uma semana que Hanna estava em minha casa, uma longa semana que eu me obrigava a não ter segundos pensamentos com a garota no meu quarto de hóspedes... Precisava sair, ver pessoas e evitar que meus pensamentos criassem vida.- Vai sair hoje? Não que você precise me dar satisfação. - Hanna era sempre assim, falava as coisas já se desculpando. Deixei meu terno sobre o cabide da porta e me sentei ao lado dela no sofá, eu tinha tido um dia cansativo no trabalho e chegar em casa e simplesmente vê-la me deixava leve, e isso era asustador para mim.- Talvez eu vá em uma casa noturna, quer vir comigo? - Porque eu a convidei? Eu planejava sair para não ver e nao pensar nela, e de repente minha boca tinha me traído a convidando. - Eu não gosto muito de Casas noturnas, más acho que vai ser bom sair um pouco. - Vamos lá pelas 23:00, como ainda são 18:00 você tem tempo suficiente pra se arrumar. - Pisquei para ele e adorei receber seu sorriso tímido em troca. - Quer ver um filme enquanto
Allan iria me beijar, eu queria o beijar? Sim, claro. Não que eu estivesse apaixonada por ele, más Allan era lindo e com certeza beijável, porém eu sabia que não era o certo. Seus olhos intensos estavam fitando meus lábios, e os seus, entre aberto, me permitia sentir sua respiração quente e carregada de desejo, eu sabia que era uma ida sem volta, se esse desejo do momento fosse saciado então tudo mudaria completamente, e por mais que Allan fosse irresistivelmente sexy e conseguia desestabilizar meu lado racional apenas com um olhar, eu prezava pela nossa amizade, eu ainda não tinha encontrado um meio de voltar pra minha casa no Rio, então não podia deixar esse desejo estragar a convivência boa que eu tinha com a única pessoa que me ajudou até o momento. Buscando forças no meu interior, consegui colocar uma boa distância entre nós, não me dei ao luxo de olhar em seus olhos mais, sabia que se eu o fizesse, voltaria para seus braços e o beija
Levantei do sofá e fiquei rodando de um lado para o outro na sala, isso não podia continuar assim, eu precisava arrumar um emprego de verdade, não podia viver das custas de Allan o resto de minha vida, um dia ele ia conhecer alguém, se casar e ela com certeza não iria me aceitar mais aqui, não sei por que, mais esse pensamento me incomodou mais do que deveria. Eu precisava ganhar independência de novo e conseguir voltar para meu apartamento no Rio, se bem que eu já nem tinha mais certeza se eu teria algo quando voltasse lá, estava começando a desconfiar que Maddie tinha me dado o golpe total. - Está tudo bem? - Quase cai sentada ao ouvir a voz de Allan atrás de mim, estava tão perdida em pensamentos que não ouvi ele entrando. - Na verdade não, eu preciso muito de um emprego, não dá pra viver das suas custas pra sempre! - Calma, tem apenas duas semanas que você está aqui comigo, você não dá muito ga
Com toda levesa consegui me desvencilhar-se dos braços de Allan e escorregar para fora da cama. Olhei mais uma vez o homem que continuava deitado sobre ela e era impossível não sorrir com a visão. Allan era excepcionalmente lindo, e dormindo sua feição suave lembrava muito as esculturas de um anjo. Me olhei no banheiro do quarto e ageadeci mentalmente por ter acordado primeiro, meu cabelo estava num emaranhado assustador, tinha marcas de travesseiro no meu rosto e duvido muito se meu hálito não seria o suficiente para assustar até os urubus. Depois de muito tempo, me olhei mais uma vez no espelho e já estava apresentável. Cabelos e dentes devidamente escovados, rosto alinhado, eu já não assustaria tanto mais. Não sei se demorei o bastante, ou se Allan, assim como eu só estava esperando uma oportunidade de sair daquela situação sem ser notado, mas assim que voltei para o quarto a cama já estava vazia. Senti uma pontada de decepção, mas o