'West Side' Estava em frente ao West Side, sentei em um banco e estava esperando ela sair. Tirei um cigarro da carteira e comecei a fumar, eu quase nunca fumava, só o fazia quando estava extremamente nervoso, e era o meu caso naquele momento. Vi quando ela saiu da estação, parecia desnorteada, se encolheu em seu sobretudo e ficou parada por um tempo, por incrível que pareça ela se aproximou do banco e se sentou ao meu lado, um pouco afastada. Ela chorava baixinho e isso só tornava as coisas mais difíceis para mim. - Eu sempre achei que a minha vida era uma me...., más hoje eu tive certeza disso!- Ela começou a desabafar, acho que pensou que eu não entenderia seu idioma.Esperei ela contar como tinha sido deixada ali para finalmente falar. - Eu sinto muito. -Ela me olhou um pouco assustada quando a respondi em seu idioma. - Você fala o português! - Não tão bem quanto você, más sim, eu falo. - Me desculpe o desabafo, achei que você n
Abri os olhos e tentei me lembrar de onde eu estava. Não demorou muito até meu cérebro gritar um nome. Allan! eu estava com ele, acho que acabei dormindo no carro. Mais que de pressa levantei e apalpei meu corpo, parecia intacto, meu vestido e o sobretudo continuavam ali, até mesmo as minhas botas, isso era um bom sinal, Allan era mesmo uma pessoa confiável, caso contrário eu teria sido violentada na noite anterior. Eu estava em um quarto pequeno, porém confortável, tinha um cama box de casal pequena e uma mesa de cabeceira, um guarda roupa médio na mesma cor da cama e da mesinha, as paredes eram pintadas em um tom marfim que exalava riqueza. Notei uma portinha e a abri revelando um banheiro pequeno, porém ainda assim muito charmoso. Do lado da cama estava minha mala e bolsa, decidi tomar um banho e trocar de roupa antes de procurar por Allan. Depois do banho me senti mais confortável, vesti uma jeans escura e uma blusinha soltinha, precisava dar um jeito na minha vida
Fazia uma semana que Hanna estava em minha casa, uma longa semana que eu me obrigava a não ter segundos pensamentos com a garota no meu quarto de hóspedes... Precisava sair, ver pessoas e evitar que meus pensamentos criassem vida.- Vai sair hoje? Não que você precise me dar satisfação. - Hanna era sempre assim, falava as coisas já se desculpando. Deixei meu terno sobre o cabide da porta e me sentei ao lado dela no sofá, eu tinha tido um dia cansativo no trabalho e chegar em casa e simplesmente vê-la me deixava leve, e isso era asustador para mim.- Talvez eu vá em uma casa noturna, quer vir comigo? - Porque eu a convidei? Eu planejava sair para não ver e nao pensar nela, e de repente minha boca tinha me traído a convidando. - Eu não gosto muito de Casas noturnas, más acho que vai ser bom sair um pouco. - Vamos lá pelas 23:00, como ainda são 18:00 você tem tempo suficiente pra se arrumar. - Pisquei para ele e adorei receber seu sorriso tímido em troca. - Quer ver um filme enquanto
Allan iria me beijar, eu queria o beijar? Sim, claro. Não que eu estivesse apaixonada por ele, más Allan era lindo e com certeza beijável, porém eu sabia que não era o certo. Seus olhos intensos estavam fitando meus lábios, e os seus, entre aberto, me permitia sentir sua respiração quente e carregada de desejo, eu sabia que era uma ida sem volta, se esse desejo do momento fosse saciado então tudo mudaria completamente, e por mais que Allan fosse irresistivelmente sexy e conseguia desestabilizar meu lado racional apenas com um olhar, eu prezava pela nossa amizade, eu ainda não tinha encontrado um meio de voltar pra minha casa no Rio, então não podia deixar esse desejo estragar a convivência boa que eu tinha com a única pessoa que me ajudou até o momento. Buscando forças no meu interior, consegui colocar uma boa distância entre nós, não me dei ao luxo de olhar em seus olhos mais, sabia que se eu o fizesse, voltaria para seus braços e o beija
Levantei do sofá e fiquei rodando de um lado para o outro na sala, isso não podia continuar assim, eu precisava arrumar um emprego de verdade, não podia viver das custas de Allan o resto de minha vida, um dia ele ia conhecer alguém, se casar e ela com certeza não iria me aceitar mais aqui, não sei por que, mais esse pensamento me incomodou mais do que deveria. Eu precisava ganhar independência de novo e conseguir voltar para meu apartamento no Rio, se bem que eu já nem tinha mais certeza se eu teria algo quando voltasse lá, estava começando a desconfiar que Maddie tinha me dado o golpe total. - Está tudo bem? - Quase cai sentada ao ouvir a voz de Allan atrás de mim, estava tão perdida em pensamentos que não ouvi ele entrando. - Na verdade não, eu preciso muito de um emprego, não dá pra viver das suas custas pra sempre! - Calma, tem apenas duas semanas que você está aqui comigo, você não dá muito ga
Com toda levesa consegui me desvencilhar-se dos braços de Allan e escorregar para fora da cama. Olhei mais uma vez o homem que continuava deitado sobre ela e era impossível não sorrir com a visão. Allan era excepcionalmente lindo, e dormindo sua feição suave lembrava muito as esculturas de um anjo. Me olhei no banheiro do quarto e ageadeci mentalmente por ter acordado primeiro, meu cabelo estava num emaranhado assustador, tinha marcas de travesseiro no meu rosto e duvido muito se meu hálito não seria o suficiente para assustar até os urubus. Depois de muito tempo, me olhei mais uma vez no espelho e já estava apresentável. Cabelos e dentes devidamente escovados, rosto alinhado, eu já não assustaria tanto mais. Não sei se demorei o bastante, ou se Allan, assim como eu só estava esperando uma oportunidade de sair daquela situação sem ser notado, mas assim que voltei para o quarto a cama já estava vazia. Senti uma pontada de decepção, mas o
Eu estava muito empolgada, hoje era meu primeiro dia no trabalho e eu estava ansiosa, bastante nervosa também, porém louca para ter minha independência de volta. Allan me deu carona até a empresa e como trabalhariamos juntos, ele me guiou ate sua sala. Apesar de ter um pouco de dificuldade com alguns arquivos e ligações que eu recebia em outras línguas, acho que minha primeira manhã no emprego está a sendo bem produtiva, Allan tinha entrado em sua sala e ficado poucos minutos, saindo logo em seguida para uma conferência e seguir a rotina estabelecida por sua agenda minuciosamente lotada. - Hanna, sei que precisará ir almoçar, fique com esse cartão, pode usá-lo para comer o quanto quiser, todos os funcionários ganham um quando entram, porém Ivy se esqueceu de te entregar ontem. - Allan chegou até minha mesa e me entregou o cartão. - Obrigada, você não vai almoçar? - Não sei se terei
Tinham se passado exatos três dias que eu tinha passado meu número para o Dylan e até hoje ele nao tinha me mandado mensagem ou me ligado. - Hanna, pode me trazer a pasta de 'separados' até a minha sala? Você a encontra na última gaveta. - Claro, levo aí em um instante. - Desliguei a chamada de Allan e procurei os documentos pra ele, assim que encontrei os levei até ele. Quando voltei para minha mesa meu celular estava tocando. Olhei a tela e era um número estranho. - Alô! - Atendi receosa. - Hanna? - Uma voz masculina perguntou do outro lado da linha. - Sim, quem gostaria? - Oi, sou eu, Dylan. - Oi Dylan, tudo bem? - Não pude evitar o sorriso ao descobrir quem era. - Melhor agora, e você? - Estou bem também, obrigada. - Então, desculpe te ligar, não quis parecer desesperado, más não aguentava mais a espera. - Pude ouvir seu riso nervoso e o acompanhei. - Fico feliz que tenha ligado. - Que bom, então, tava pensa