Depois que eu ti conheci
Depois que eu ti conheci
Por: Oliveira, G
Capítulo 1

" Bang "

Clara correu para a sala no meio da noite segurando uma vassoura

Rosa, uma mulher de idade que trabalhava na família há mais de vinte, lhe acompanhou apressadamente. Ao chegar na sala ouviu um choramingar familiar.

Ao ligar a luz, notou a mulher caída na sala. Os pedaços de vidro estavam espalhados por toda o cômodo, contudo o que chamou a atenção de Clara foi ver o corte na perna esquerda de sua irmã Julia.

"Julia, minha filha, o que aconteceu? " - A senhora, de aparência elegante, usava um vestido rosa longo. Vendo sua filha cercada por pedaços de vidro, correu em direção a sua filha com grande preocupação.

Clara viu sua madrasta preocupada com a filha, e sentiu um pouco de inveja de Julia, pois ela tinha alguém que a amava e estava ali quando ela precisasse, mais ela nunca teria ninguém, sua mãe a abandonou quando ela tinha três anos e seu pai não era alguém que se preocupava com o bem-estar e educação dela.

Mais toda aquela cena comovente entre mãe e filha acabou quando a mulher olhou para a enteada parada na entrada da cozinha, enquanto sua amada e gentil filha sangrava. Rosa a governanta ligou apresadamente para pedir socorro, enquanto Clara ficou parada sem saber o que fazer, na verdade, ela sabia exatamente o que deveria ter feito, no entanto, não valia a pena, porque dada as circunstâncias ela poderia ser acusada de maltratar a irmã gentil e bondosa que ela tinha.

" Clara, você não vê que o chão está cheio de vidro quebrado? Se apresse a limpar tudo antes que sua irmã se machuque mais. " - Clara correu para a cozinha e trouxe a par e limpou toda a sala rapidamente, enquanto Júlia mesmo com um corte ainda sorria para ela, e aquele sorriso apenas Clara sabia melhor do que ninguém que algo iria acontecer e ela seria a culpada de novamente. Não demorou muito para que seu pai chegasse em casa e corresse para Julia e a esposa com muita preocupação em seus olhos.

" Como isso aconteceu, filha querida?" - Perguntou o homem, a filha que agora havia começado a chorar bem diferente de antes. Clara, que via tudo, sorriu em reprovação de como seu pai e sua madrasta eram feitos de bobo pela filha.

" Não chore filha, Rosa já ligou para a ambulância logo eles chegaram." - Assim que ela terminou de falar o carro parou do lado de fora e apenas uma enfermeira entrou e tratou o ferimento de Júlia logo indo embora.

"Clara, você deve ajudar sua irmã com o curativo todos os dias até ela está boa novamente." - Antônio falou com indiferença, na verdade, a relação deles dois não era senão de estranhos.

" Farei o meu melhor, para que ela esteja boa. " - Dito isso Júlia foi levada ao quarto onde ficaria por um bom tempo antes de esta andando normalmente.

" Clara você deveria ter dito a seu pai que conseguiu um emprego." - Rosa falou com a jovem que estava bebendo água antes de voltar para seu quarto que era dividido com a mesma.

" Ele não se importa, desde que eu esteja aqui para trabalhar para a esposa dele, além disso, eu já desisti da vaga. " - Clara era jovem e bonita, mesmo sua irmã não estaria a sua altura, por isso era tratada com tanta indiferença e nunca era reconhecida por suas conquistas, enquanto sua irmã mais velha sempre fazia o certo e era a bela senhora da família Sue.

" Não pense nisso Rosa, somos apenas empregadas e quando elas não quiserem mais nossos serviços, elas nos descartara." - Clara não tinha ninguém além de Rosa para ajudar- lá a fugir da família Sue era impossível para alguém como ela sem dinheiro e sem apoio, sua vida se tornaria um inferno maior fora da mansão. Ao passar da semana Clara esteve ocupada e sem tempo para fazer qualquer coisa senão servir Júlia, o ferimento já estava quase curado e apenas mais três dias não teria nenhuma marca de que ele esteve um dia lá, no entanto, Júlia continuava a pedir que Clara a ajudasse a caminha, a levar ela aos lugares e trazer comidas para ela de hora em hora. Três dias passou rápido e Julia já estava andando sem ajuda, seu peso aumentou drasticamente em uma semana e Julia foi queixar- se ao pai que a culpa dela está daquele jeito era de Clara.

" Chame Clara no meu escritório agora. " - O homem chegou em casa às sete como de costume, hoje não tinha sido um dia bom para Clara ela foi empurrada da escada por sua irmã e ainda teve que trabalhar o dia todo com dores no corpo e ainda foi repreendida por sua madrasta.

" Menina Clara, seu pai chegou e quer falar com você no escritório dele. " - A mulher falou de maneira como se temesse algo.

" Deve ser coisa de Júlia, mas não se preocupe, já estou acostumada a essa vida." - A jovem falou vendo que a mulher de idade estava preocupada e segurou em sua mão para lhe impedir de ir e nada adiantou, pois a jovem foi de qualquer maneira. Clara respirou fundo antes de bater na porta.

" Entre. " Ao ouvir a voz fria de seu pai ela teve medo aquela não era uma voz comum que ela ouvia como das outras vezes, algo estava errado. " Pai, por que me chamou?" - Esse era o único momento que ela foi permitida de chama- lo dê pai, apenas quando estivesse longe das pessoas.

" Pai? Você acha que eu sou pai de uma pessoa igual você, que apenas faz coisas erradas. " - A cada palavra Clara sentia que estaria encrencada, desta vez seu corpo doía da queda que teve há algumas horas e os hematomas ainda estavam presentes em seu corpo, ela se fazia de forte para não chorar enquanto era repreendida mais e mais.

" Eu não estou entendendo? " - A jovem engoliu o choro como sempre e olhou para o homem que era seu pai, os cabelos grisalhos e um pouco acima do peso para seu tamanho e idade poderia ser prejudicial à saúde em alguns anos, os olhos azuis, mas sem nenhuma ternura enquanto olhava para ela parada a sua frente.

" Você uma simples bastarda, não sei como aceitei criar você, era melhor ter ficado em algum orfanato já que agora é assim que você me recompensar? Querendo marcar sua irmã." - Clara não acreditava no que ouviu, ela jamais tentaria fazer mal a alguém, ainda mais sendo a sua própria família. " Hoje irei lhe punir por tentar fazer isso com sua irmã, e se você fizer algo semelhante não me culpe por lhe castigar, este é o direito de um pai, educar e criar seus filhos para seguir o caminho certo. " - O homem tirou o cinto e bateu em Clara, que não fez nenhum barulho sequer diante da dor que sentia, apenas as lágrimas caiam em silêncio. Ao sair do escritório com muita dificuldade, Clara desceu as escadas e foi para o quarto onde sentou e chorou em silêncio para não incomodar aquelas pessoas. Ao ver a porta se abrir, ela limpou imediatamente o rosto e pegou a toalha para ir ao banheiro se banhar, antes que Rosa notasse que ela estava com sangue em suas costas devido à surra que levou.

" Clara, você está bem? O que seu pai queria? " - A mulher perguntou, olhando para a jovem para ver se havia algo diferente além dos olhos que estavam vermelhos.

" Estou bem, ele não queria nada." - Ao se levantar, Clara acabou deixando a toalha cair, revelando sua roupa manchada de sangue.

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