No canto ao lado, Bruno se inclinou e apagou o restante do cigarro. Seu perfil era perfeito, os dedos longos e elegantes. Mesmo o simples movimento parecia ter uma graça natural. Ele se levantou e, com seu corpo alto e esguio, caminhou até Helena, colocando suavemente a mão sobre seu ombro. — Helena, vamos embora. O ambiente no reservado ficou em um silêncio profundo. Ninguém imaginava que Bruno fosse tão mesquinho, não era ele quem dizia não se importar com Helena? Além disso, Manuel tinha sempre um bom senso de limites. Ele só trocou algumas palavras brincando, não estava realmente cutucando o coração de Bruno. Por que essa reação tão forte? Naquele tempo, ele jamais foi tão protetor. Casou e tudo mudou! Todos acreditavam que, com Bruno se mostrando tão submisso, Helena certamente iria seguir seu conselho, voltando para casa como uma esposa dedicada, deixando de lado os boatos sobre Bruno lá fora e agindo com inteligência ao não dar importância a eles. Surpreendente
Naquele dia, foi a primeira vez em que Manuel sentiu o desejo de abraçar uma mulher. Não por desejo carnal. Ele só queria segurá-la nos braços, enxugar suas lágrimas, beijar seus lábios trêmulos e vermelhos. No silêncio que pairava, Manuel perguntou novamente: — Por que você quer se divorciar? À porta, Bruno se virou com Helena, seu olhar gélido fixo no antigo amigo, e sua voz, fria como gelo, cortou o ar. — Manuel, você sabe o que está fazendo? Se não está bem, vá ao hospital. Manuel se levantou lentamente. — Eu estou muito bem! Sempre estive muito bem. E você, Bruno? Está tão certo de si? Se estivesse mesmo claro de tudo, saberia que a Helena não te ama mais. Você pode segurá-la por um ano, dois, mas não por uma vida inteira. Bruno riu friamente. — Ela ainda é minha esposa. Manuel permaneceu em silêncio após eles saírem. Ao lado, Alice puxou a manga de sua camisa, com cautela, e perguntou: — Irmão, você gosta da Helena? Manuel respondeu com um leve som de
Bruno entrou no quarto de hotel, com Helena ao seu lado. Era a primeira vez que ficavam em um hotel juntos. No ambiente sem luz, tudo ao redor parecia mais intenso. Enquanto Helena ainda tentava se recompor, foi pressionada contra a porta dura e forçada a beijar Bruno. Ele exalava um aroma suave de perfume, misturado com o cheiro fresco de tabaco, e ambos se misturaram no beijo urgente, invadindo seu corpo de forma implacável. Ela sentiu suas pernas tremendo, incapaz de se manter em pé... Os dois se moveram desajeitados até o sofá, e Bruno tirou o casaco, seguido pelas meias de Helena. Suas pernas finas, ainda cobertas pela peça, roçaram contra o tecido preto das calças dele, tremendo de uma maneira desconfortável. O homem acariciou o rosto dela e, com um tom imperativo, perguntou: — Diga que não gosta do Manuel. Helena jamais diria isso. Ela não tinha nenhum tipo de interesse em Manuel, mas também não queria ser forçada a afirmar lealdade diante de Bruno. Ele, por sua
Helena, claro, sabia muito bem o que estava acontecendo. Por isso, ela não rejeitou diretamente a proposta. Quem não gostaria de dinheiro, não é? Mas ela também não era boba. Bruno, naturalmente, não daria aquilo de graça. O dinheiro dele não era fácil de se conseguir. Ela sorriu levemente e disse:— O que eu preciso fazer em troca?Bruno a olhou com franqueza, sem rodeios:— Colaborar com o Plano Mia, colaborar comigo na cama.— Bruno Lima!— Eu tenho necessidades fisiológicas como homem.Helena não aceitou imediatamente, mas respondeu com calma:— Vou pensar a respeito.Bruno então tirou um contrato do bolso e o entregou para ela.— Aqui está o contrato. Você pode levar para um advogado analisar. Se tiver outras condições, podemos negociar. Helena, não há sentimentos de amor entre nós, mas ao menos fomos casados. Pondere bem.Helena concordou em pensar, mas ainda assim decidiu ir embora. Disse que não ficaria para passar a noite. Bruno não a impediu.Naquela noite, ele ainda tinha
Depois que Helena se foi, Bruno foi a um lugar.O terraço do Edifício Coolidge.O vento da noite soprava forte, levantando os casacos negros de dois homens, como se fossem águias negras prestes a se lançar na caça. O clima entre eles estava tenso, sem que fosse possível dizer quem ganharia a disputa.Bruno, de costas para o vento, acendeu um cigarro e deu uma tragada profunda. Seu rosto magro, ainda mais marcado pela força do gesto, fazia seus traços parecerem mais intensos e profundos, aumentando a sua imponência.Depois de fumar metade do cigarro, Bruno olhou para Manuel e, com a voz gélida, disse:— Cancelaremos a parceria. E, sobre o processo de divórcio com a Helena, não será mais necessário seguir com ele por enquanto. Se algum dia eu precisar, outro advogado irá cuidar disso...Manuel, surpreso, perguntou:— Por quê?Bruno atirou o resto do cigarro no chão e o apagou com a sola do sapato. Seu tom de voz ficou ainda mais frio e cortante.— Manuel, você me pergunta o por quê?No i
Helena estava muito grata à Sra. Cunha.Ela ainda estava hesitando quando recebeu um telefonema da Mansão dos Lima, dizendo que o Diogo queria conversar com ela.Quem ligou foi Tomás. A família Lima era extremamente rigorosa em termos de etiqueta, e, naquele momento, Helena era uma convidada de Diogo. Assim, Tomás, mesmo como patriarca, foi educado e cortês ao falar com ela.Tomás disse:— Independentemente do que houve entre você e o Bruno, dê essa consideração a ele! Meu pai sempre gostou muito de você.Helena concordou....O início do inverno chegou.O jardim da família Lima era encantador em todas as estações do ano.Helena estacionou o carro e, assim que desceu, viu Tomás. Ele veio pessoalmente guiá-la até Diogo, demonstrando a importância que davam a ela.No caminho, Tomás conversou casualmente com ela, sem mencionar Bruno.Helena também não tocou no assunto.Ao chegarem ao escritório de Diogo, a secretária de Tomás apareceu e sussurrou algo em seu ouvido. Enquanto eles conversa
Helena se debateu um pouco, respondendo:— Ainda não decidi.— Então decida agora. — Disse Bruno.A voz de Helena esfriou:— Isso é uma ameaça ou uma tentativa de me convencer? Bruno, não me trate como uma idiota.Antes que Bruno pudesse responder, a voz de Diogo veio de dentro do escritório:— Se vocês querem exibir o amor de vocês em público, vão para outro lugar, não fiquem aqui irritando um velho solitário como eu.Seguiu-se um longo silêncio...Bruno baixou a cabeça e olhou para Helena. Depois, segurou sua mão e a conduziu até seu carro enquanto dizia:— Vou te levar para ver o Filipe.Assim que entrou no carro, Helena percebeu que era o familiar Maybach preto. Era o carro que ela e Bruno usavam nos dois primeiros anos de casamento, quando ainda dependiam um do outro e só tinham um ao outro. Muitas lembranças intensas vieram à tona.Helena sorriu levemente. Para alcançar seus objetivos, Bruno realmente não poupava esforços.Ela colocou o cinto de segurança e disse em um tom indife
Helena não demonstrou muito orgulho, apenas se levantou do divã macio, foi até a mesa e serviu um copo de água morna para Bruno. Ela se sentou à beira da cama de bambu e entregou a ele, dizendo calmamente:— Você dormiu por duas horas, já são quase quatro da tarde.— Está com pressa? Você tem algum encontro marcado?Bruno pegou o copo, mas em vez de beber, o colocou no criado-mudo ao lado. Em seguida, puxou Helena para si, a segurando firmemente contra seu peito, separados apenas pelo fino casaco de caxemira.Seu corpo era quente e firme. Helena se sentiu desconfortável e protestou:— Me solta.Mas, sentindo a maciez dela entre seus braços, como Bruno poderia soltá-la tão facilmente?Ele roçou os lábios contra o rosto dela, sua voz rouca e envolvente, carregada pelo efeito do álcool:— E então, já decidiu sobre nós?Helena não queria falar sobre isso, mas Bruno insistia.Ele a beijava sem parar, seu rosto levemente ruborizado pelo vinho, a expressão era irresistivelmente sedutora. Ele