Depois que Helena se foi, Bruno foi a um lugar.O terraço do Edifício Coolidge.O vento da noite soprava forte, levantando os casacos negros de dois homens, como se fossem águias negras prestes a se lançar na caça. O clima entre eles estava tenso, sem que fosse possível dizer quem ganharia a disputa.Bruno, de costas para o vento, acendeu um cigarro e deu uma tragada profunda. Seu rosto magro, ainda mais marcado pela força do gesto, fazia seus traços parecerem mais intensos e profundos, aumentando a sua imponência.Depois de fumar metade do cigarro, Bruno olhou para Manuel e, com a voz gélida, disse:— Cancelaremos a parceria. E, sobre o processo de divórcio com a Helena, não será mais necessário seguir com ele por enquanto. Se algum dia eu precisar, outro advogado irá cuidar disso...Manuel, surpreso, perguntou:— Por quê?Bruno atirou o resto do cigarro no chão e o apagou com a sola do sapato. Seu tom de voz ficou ainda mais frio e cortante.— Manuel, você me pergunta o por quê?No i
Helena estava muito grata à Sra. Cunha.Ela ainda estava hesitando quando recebeu um telefonema da Mansão dos Lima, dizendo que o Diogo queria conversar com ela.Quem ligou foi Tomás. A família Lima era extremamente rigorosa em termos de etiqueta, e, naquele momento, Helena era uma convidada de Diogo. Assim, Tomás, mesmo como patriarca, foi educado e cortês ao falar com ela.Tomás disse:— Independentemente do que houve entre você e o Bruno, dê essa consideração a ele! Meu pai sempre gostou muito de você.Helena concordou....O início do inverno chegou.O jardim da família Lima era encantador em todas as estações do ano.Helena estacionou o carro e, assim que desceu, viu Tomás. Ele veio pessoalmente guiá-la até Diogo, demonstrando a importância que davam a ela.No caminho, Tomás conversou casualmente com ela, sem mencionar Bruno.Helena também não tocou no assunto.Ao chegarem ao escritório de Diogo, a secretária de Tomás apareceu e sussurrou algo em seu ouvido. Enquanto eles conversa
Helena se debateu um pouco, respondendo:— Ainda não decidi.— Então decida agora. — Disse Bruno.A voz de Helena esfriou:— Isso é uma ameaça ou uma tentativa de me convencer? Bruno, não me trate como uma idiota.Antes que Bruno pudesse responder, a voz de Diogo veio de dentro do escritório:— Se vocês querem exibir o amor de vocês em público, vão para outro lugar, não fiquem aqui irritando um velho solitário como eu.Seguiu-se um longo silêncio...Bruno baixou a cabeça e olhou para Helena. Depois, segurou sua mão e a conduziu até seu carro enquanto dizia:— Vou te levar para ver o Filipe.Assim que entrou no carro, Helena percebeu que era o familiar Maybach preto. Era o carro que ela e Bruno usavam nos dois primeiros anos de casamento, quando ainda dependiam um do outro e só tinham um ao outro. Muitas lembranças intensas vieram à tona.Helena sorriu levemente. Para alcançar seus objetivos, Bruno realmente não poupava esforços.Ela colocou o cinto de segurança e disse em um tom indife
Helena não demonstrou muito orgulho, apenas se levantou do divã macio, foi até a mesa e serviu um copo de água morna para Bruno. Ela se sentou à beira da cama de bambu e entregou a ele, dizendo calmamente:— Você dormiu por duas horas, já são quase quatro da tarde.— Está com pressa? Você tem algum encontro marcado?Bruno pegou o copo, mas em vez de beber, o colocou no criado-mudo ao lado. Em seguida, puxou Helena para si, a segurando firmemente contra seu peito, separados apenas pelo fino casaco de caxemira.Seu corpo era quente e firme. Helena se sentiu desconfortável e protestou:— Me solta.Mas, sentindo a maciez dela entre seus braços, como Bruno poderia soltá-la tão facilmente?Ele roçou os lábios contra o rosto dela, sua voz rouca e envolvente, carregada pelo efeito do álcool:— E então, já decidiu sobre nós?Helena não queria falar sobre isso, mas Bruno insistia.Ele a beijava sem parar, seu rosto levemente ruborizado pelo vinho, a expressão era irresistivelmente sedutora. Ele
Às oito da noite, Helena e Bruno retornaram à Mansão Belezas.Depois de tantos dias, tudo parecia igual, mas as pessoas já não eram as mesmas.As empregadas da mansão sempre gostaram de Helena. Ao saberem que a senhora da casa havia voltado, todos se alinharam no hall de entrada para recebê-la com entusiasmo:— Senhora, bem-vinda de volta!— Parabéns ao senhor e à senhora por terem se reconciliado.— O jantar já está pronto. Os senhores vão comer juntos?Helena esboçou um leve sorriso, mas seu semblante demonstrava cansaço.Bruno a segurava suavemente pela cintura, desempenhando o papel de marido atencioso. Ele instruiu os empregadas:— Deixem a senhora de vocês descansar um pouco primeiro, sirvam o jantar daqui a uma hora. — Quando os empregadas se dispersaram, Bruno olhou para Helena e disse com doçura. — Foi um dia longo. Que tal tomar um banho antes?Helena assentiu levemente, mantendo a frieza em sua atitude.Bruno, que normalmente não era paciente, conteve seu temperamento naquel
Já fazia muito tempo que a Helena não o abraçava de forma espontânea.O homem abaixou as pálpebras. Seus cílios longos e densos caíram sobre a pele de seu rosto magro, tremendo levemente, com um toque masculino difícil de descrever.Meia hora depois, o carro de Bruno parou em frente a um prédio de apartamentos de luxo.Camila, afinal, havia se mudado daquela mansão e agora morava em um apartamento de 260 metros quadrados. Sua vida era ociosa, passava no Grupo Glory apenas para marcar presença e, no resto do tempo, se dedicava a tratamentos de beleza e compras. Bem, era a vida padrão de uma amante mantida.A secretária Juliana já estava esperando.Assim que o carro de Bruno parou, ela correu para abrir a porta para o chefe. Bruno saiu do carro com um leve franzir de testa, questionando:— O que ela está aprontando agora?Juliana explicou com um sorriso contido:— O senhor não quis atender as ligações dela, então ela parou de comer e beber e começou a quebrar coisas. Nem o Sr. Marco nem
No meio da noite, Bruno retornou à Mansão Belezas. Após estacionar o carro, ergueu o olhar para a suíte principal no segundo andar.As luzes já estavam apagadas.Ele encarou aquela escuridão por alguns segundos antes de soltar o cinto de segurança e sair do carro.O mordomo noturno veio ao seu encontro, surpreso:— O senhor voltou? A senhora acabou de dormir. Gostaria que eu preparasse algo para o senhor comer?— Apenas um macarrão simples já basta. — Respondeu Bruno com indiferença.Vendo o patrão retornar, a empregada ficou contente pela patroa e, esfregando as mãos, se dirigiu à cozinha.Bruno tirou o casaco e o jogou sobre o encosto do sofá. Enquanto aguardava sua refeição, pegou o celular e tratou de alguns assuntos de trabalho. Mas, sem perceber, começou a deslizar o dedo pelo álbum de fotos.Quando o mordomo trouxe o prato de macarrão, não pôde evitar dar uma olhada e comentou com um sorriso:— A senhora está ainda mais bonita do que antes.Bruno sorriu de leve, perguntando:— V
No banheiro, Helena jogou água fria no rosto, tentando acalmar a temperatura elevada de seu corpo.Depois, ficou parada diante do espelho, atordoada.A imagem refletida parecia uma estranha. Os cabelos negros estavam desarrumados, a pele alva contrastava com os lábios levemente inchados pelos beijos do homem...Ela ergueu a mão e tocou de leve a própria face. “Sou eu mesma?”A vida daqui para frente na Mansão Belezas não parecia tão ruim.Ela recebeu os quinhentos milhões em dinheiro que Bruno havia prometido, além de 5% das ações do Grupo Glory. A decisão de Bruno causou grande alvoroço na família Lima, a ponto de Tomás e sua esposa não conseguirem entender.Mas Bruno segurou tudo sozinho.Ele a tratava extremamente bem, até demais. Não demonstrava pressa em possuí-la, talvez estivesse lhe dando tempo para se adaptar.Ele sempre ligava, falando que ia voltar para jantarem juntos. Às vezes, faltava com a sua palavra.Helena nunca perguntou para onde ele ia, muito menos com quem estava