Às oito da noite, Helena e Bruno retornaram à Mansão Belezas.Depois de tantos dias, tudo parecia igual, mas as pessoas já não eram as mesmas.As empregadas da mansão sempre gostaram de Helena. Ao saberem que a senhora da casa havia voltado, todos se alinharam no hall de entrada para recebê-la com entusiasmo:— Senhora, bem-vinda de volta!— Parabéns ao senhor e à senhora por terem se reconciliado.— O jantar já está pronto. Os senhores vão comer juntos?Helena esboçou um leve sorriso, mas seu semblante demonstrava cansaço.Bruno a segurava suavemente pela cintura, desempenhando o papel de marido atencioso. Ele instruiu os empregadas:— Deixem a senhora de vocês descansar um pouco primeiro, sirvam o jantar daqui a uma hora. — Quando os empregadas se dispersaram, Bruno olhou para Helena e disse com doçura. — Foi um dia longo. Que tal tomar um banho antes?Helena assentiu levemente, mantendo a frieza em sua atitude.Bruno, que normalmente não era paciente, conteve seu temperamento naquel
Já fazia muito tempo que a Helena não o abraçava de forma espontânea.O homem abaixou as pálpebras. Seus cílios longos e densos caíram sobre a pele de seu rosto magro, tremendo levemente, com um toque masculino difícil de descrever.Meia hora depois, o carro de Bruno parou em frente a um prédio de apartamentos de luxo.Camila, afinal, havia se mudado daquela mansão e agora morava em um apartamento de 260 metros quadrados. Sua vida era ociosa, passava no Grupo Glory apenas para marcar presença e, no resto do tempo, se dedicava a tratamentos de beleza e compras. Bem, era a vida padrão de uma amante mantida.A secretária Juliana já estava esperando.Assim que o carro de Bruno parou, ela correu para abrir a porta para o chefe. Bruno saiu do carro com um leve franzir de testa, questionando:— O que ela está aprontando agora?Juliana explicou com um sorriso contido:— O senhor não quis atender as ligações dela, então ela parou de comer e beber e começou a quebrar coisas. Nem o Sr. Marco nem
No meio da noite, Bruno retornou à Mansão Belezas. Após estacionar o carro, ergueu o olhar para a suíte principal no segundo andar.As luzes já estavam apagadas.Ele encarou aquela escuridão por alguns segundos antes de soltar o cinto de segurança e sair do carro.O mordomo noturno veio ao seu encontro, surpreso:— O senhor voltou? A senhora acabou de dormir. Gostaria que eu preparasse algo para o senhor comer?— Apenas um macarrão simples já basta. — Respondeu Bruno com indiferença.Vendo o patrão retornar, a empregada ficou contente pela patroa e, esfregando as mãos, se dirigiu à cozinha.Bruno tirou o casaco e o jogou sobre o encosto do sofá. Enquanto aguardava sua refeição, pegou o celular e tratou de alguns assuntos de trabalho. Mas, sem perceber, começou a deslizar o dedo pelo álbum de fotos.Quando o mordomo trouxe o prato de macarrão, não pôde evitar dar uma olhada e comentou com um sorriso:— A senhora está ainda mais bonita do que antes.Bruno sorriu de leve, perguntando:— V
No banheiro, Helena jogou água fria no rosto, tentando acalmar a temperatura elevada de seu corpo.Depois, ficou parada diante do espelho, atordoada.A imagem refletida parecia uma estranha. Os cabelos negros estavam desarrumados, a pele alva contrastava com os lábios levemente inchados pelos beijos do homem...Ela ergueu a mão e tocou de leve a própria face. “Sou eu mesma?”A vida daqui para frente na Mansão Belezas não parecia tão ruim.Ela recebeu os quinhentos milhões em dinheiro que Bruno havia prometido, além de 5% das ações do Grupo Glory. A decisão de Bruno causou grande alvoroço na família Lima, a ponto de Tomás e sua esposa não conseguirem entender.Mas Bruno segurou tudo sozinho.Ele a tratava extremamente bem, até demais. Não demonstrava pressa em possuí-la, talvez estivesse lhe dando tempo para se adaptar.Ele sempre ligava, falando que ia voltar para jantarem juntos. Às vezes, faltava com a sua palavra.Helena nunca perguntou para onde ele ia, muito menos com quem estava
A secretária Juliana, muito sensata, levou a equipe de estilistas para fora.No amplo quarto, restaram apenas Bruno e Helena. O homem girou a esposa para encará-lo, pousando a palma da mão sobre seu rosto, acariciando lentamente. Era a primeira vez que ele a observava assim, tão de perto.— Não vai ficar com frio?Os olhos negros de Bruno eram profundos, carregados de um charme perigoso.Helena sorriu suavemente, respondendo:— Vou colocar um casaco quando eu sair.Bruno, no entanto, continuava perdendo a mulher em seus braços, suas mãos deslizando para a cintura dela, sentindo o tecido do vestido.Esta noite, Helena estava linda demais. Ele não queria que mais ninguém a visse, especialmente outros homens.Fazia uma semana que ela havia voltado, mas ainda não haviam tido intimidade. Bruno já estava se contendo há muito tempo. Agora, não queria mais esperar.Helena, no entanto, não estava disposta. Ela inclinou o rosto para trás e fechou os olhos, avisando:— Vai estragar o vestido.Bru
Camila quis se aproximar, mas sua mãe a segurou.A Sra. Fernandes advertiu em voz baixa:— Aqui não é lugar para suas disputas infantis de ciúmes. Camila, aprenda a diferenciar as ocasiões.Camila ficou imóvel, com os olhos marejados.Ela ansiava pela atenção de Bruno, mas ele nem sequer lhe dirigiu um olhar. Bruno segurava a mão da esposa enquanto cumprimentava David e sua esposa:— Boa noite, Sr. David, Sra. Cunha.O Sr. David, um homem elegante na casa dos cinquenta anos, sorriu com simpatia:— Bruno, que sorte a sua.A beleza da esposa era o prestígio do marido.Até mesmo Bruno não resistiu e olhou para Helena com um leve sorriso.A Sra. Cunha segurou a mão de Helena com intimidade e disse afetuosamente:— Fiquei tão feliz quando soube que vocês haviam reatado, mas não tive a coragem de incomodá-los.O Sr. David, brincalhão, puxou a esposa para perto e riu:— Deixe que eles aproveitem o reencontro como um novo começo. — Ele amava sua mulher e, por isso, tinha uma ótima impressão de
A chegada de Helena pegou Marco e Agnes de surpresa.Diante daquela cena, qualquer um poderia perceber que havia um passado entre os dois.A brisa noturna era quente.O vento bagunçava os cabelos de Marco e agitava o vestido luxuoso de Agnes, fazendo com que o tecido de seda pura roçasse suavemente no braço de Helena.Depois de um breve silêncio, Agnes disse com a voz seca:— Não estou me sentindo bem. Sra. Lima, poderia me ajudar a entrar para descansar?Helena sorriu gentilmente e assentiu:— Foi exatamente para isso que vim. Estava preocupada com sua saúde.O coração de Agnes se aqueceu. Ela afagou de leve a mão de Helena e falou:— Com você aqui, me sinto muito melhor.Helena sorriu suavemente e a ajudou a se retirar.Atrás delas, Marco observava sua antiga amada se afastar. Pensar que talvez não tivesse outra oportunidade para essa conversa lhe causava um aperto no peito. Tomado pela emoção, ele acabou dizendo algo que não deveria:— O que ele pode te oferecer, eu também posso.As
Esta noite, Helena ouviu novamente essas palavras, e uma mistura de sentimentos a invadiu.Ela estava prestes a responder, quando ouviu passos vindo da escada, e logo a figura de Bruno apareceu.Em um instante, Bruno estava ao lado de Helena.O incidente da briga parecia não ter ocorrido. O homem olhou para a esposa e seu amigo de infância, e com um tom suave e alegre, perguntou:— O que você estava conversando com o Manuel?Helena respondeu de forma fria:— Apenas cumprimentos de rotina.Bruno a observou atentamente, como se procurasse algo em seu rosto. Depois de um momento, ele sorriu levemente:— Então, podemos nos reunir em outro dia. Já está tarde, precisamos ir.Antes que Helena tivesse tempo de reagir, Bruno já havia pegado sua mão, sua atitude continha uma força masculina.As luzes brilhavam intensamente, e o rosto de Manuel estava imerso em frieza.Bruno deu um sorriso frio e, ao passar ao lado de Manuel com Helena, percebeu que a mão de Manuel, que estava no bolso, se mexeu