Capítulo 27
Naquele dia, foi a primeira vez em que Manuel sentiu o desejo de abraçar uma mulher.

Não por desejo carnal.

Ele só queria segurá-la nos braços, enxugar suas lágrimas, beijar seus lábios trêmulos e vermelhos.

No silêncio que pairava, Manuel perguntou novamente:

— Por que você quer se divorciar?

À porta, Bruno se virou com Helena, seu olhar gélido fixo no antigo amigo, e sua voz, fria como gelo, cortou o ar.

— Manuel, você sabe o que está fazendo? Se não está bem, vá ao hospital.

Manuel se levantou lentamente.

— Eu estou muito bem! Sempre estive muito bem. E você, Bruno? Está tão certo de si? Se estivesse mesmo claro de tudo, saberia que a Helena não te ama mais. Você pode segurá-la por um ano, dois, mas não por uma vida inteira.

Bruno riu friamente.

— Ela ainda é minha esposa.

Manuel permaneceu em silêncio após eles saírem.

Ao lado, Alice puxou a manga de sua camisa, com cautela, e perguntou:

— Irmão, você gosta da Helena?

Manuel respondeu com um leve som de
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