SEMANAS ATRÁS
Melissa Veneza
Eu estava determinada a finalmente ter uma conversa amigável com Henry, algo que não acontecia há muito tempo. Saí da minha loja e segui para a ST TECHNOLOGIC, a empresa dele. O prédio imponente e espelhado sempre chamou minha atenção, e, como sempre, admirei sua beleza ao me aproximar. Mesmo sendo esposa do presidente da empresa, minha presença ali era incomum, o que justificava os olhares curiosos que recebi ao atravessar a recepção.
Meu nome é Melissa Veneza, tenho 26 anos, e o homem com quem estou prestes a discutir o divórcio é Henry Stuart, herdeiro de tudo isso. Ele mal aparecia em casa ultimamente, e não havia mais motivos para mantermos um vínculo sem futuro. Enquanto esperava o elevador, meu coração estava calmo, ou pelo menos eu tentava manter a tranquilidade. Quando a porta se abriu, entrei, e o reflexo do espelho me mostrou uma mulher decidida, mas com um turbilhão interno. Era horário de almoço, o prédio estava quase vazio. Passei pela mesa da secretária de Henry, que também não estava lá. Provavelmente almoçando, pensei, e continuei até a porta do escritório dele.
Meu erro foi abri-la.
A visão que me aguardava foi um choque. Meu coração disparou enquanto o sangue fervia. Renata, a ex de Henry, estava sentada em seu colo, exatamente o que eu não precisava ver. Renata, que há tempos era uma das causas dos nossos desentendimentos. Era como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés. Deixei os papéis do divórcio caírem, fechei a porta sem ao menos me importar se eles haviam notado. Mas parece que notaram, pois, quando entrei no elevador, vi Henry correndo em minha direção antes que as portas se fechassem.
Eu queria gritar, xingá-lo, talvez até estapeá-lo, mas nada disso traria a paz que eu precisava. Não aliviaria a dor da traição. Ao invés disso, senti um vazio esmagador. Vim aqui para conversar de forma civilizada, e agora só me perguntava: há quanto tempo isso estava acontecendo?
Quando o elevador chegou ao térreo, tudo o que eu queria era desaparecer, fugir dos olhares dos poucos funcionários que ainda estavam por lá. Caminhei rápido em direção à saída, sem olhar para trás, até esbarrar em algo sólido – ou melhor, em alguém. Era Ricardo, amigo e sócio de Henry.
— Melissa! — Disse ele, surpreso, enquanto eu me desequilibrava e caía de forma desajeitada. Ele tentou me segurar, mas foi inútil.
— Me desculpe, Ricardo — falei, enquanto ele me ajudava a levantar. — Foi culpa minha, não te vi.
Olhei nervosamente para trás, ainda temendo que Henry me alcançasse.
— Você está bem? — Perguntou ele, pegando minha bolsa que havia caído.
— Estou, só estou com pressa — sorri sem jeito, sabendo que minha mente estava a mil, imaginando que todos naquela empresa conheciam a traição, e eu era a tola que bancava a esposa fiel. — Vim tratar do divórcio.
— Divórcio? Vocês vão mesmo fazer isso? — Ricardo parecia incrédulo.
— Jura que está surpreso? — Arqueei a sobrancelha, deixando-o sem graça. — Obrigada, Ricardo. Preciso ir, a Mia está com a babá. Até mais.
Apressei-me para sair assim que ouvi a voz de Henry chamando por mim. Entrei no carro e arranquei antes que ele pudesse abrir a porta. Pelo retrovisor, o vi passar as mãos pelos cabelos, claramente frustrado.
Fui direto para casa ver minha filha. A única coisa que me prendia a esse mundo de caos era a Mia, meu bem mais precioso. Ao chegar, ela estava dormindo, com Dora, sua babá, velando seu sono. Entrei no quarto e vi minha anjinha com seus cachinhos pretos, e meu coração se encheu de ternura. Até hoje, mal consigo acreditar que tenho esse raio de luz, essa bebê de seis meses que foi a única coisa boa desse casamento fracassado.
Os dias têm sido turbulentos e exaustivos. A única força que encontro vem da Mia. Tenho minha própria loja de maquiagem, e trabalhei duro para conquistar tudo o que tenho. Mesmo casada com um homem milionário, sempre fiz questão de ter minhas próprias coisas. Hoje, posso dizer que sou uma recém-divorciada de Henry Stuart, e não me arrependo. Nosso casamento começou bem, mas logo desandou. Ele vivia em viagens, mal tivemos uma lua de mel. Não o culpo completamente pela nossa falha; eu também não encontrei motivos para lutar por nós. O egoísmo venceu, e o que restou foi um vínculo vazio.
A única coisa boa que fizemos juntos foi a Mia. Eu achava que amava Henry, com todos os seus defeitos e qualidades, mas estava enganada. Minha mãe sempre dizia: "Isso é o que acontece quando se envolve com um homem imaturo, que vive à sombra da mãe". E ela estava certa. Henry sempre foi dependente dela, e para piorar, sua mãe me odiava.
Quando nos conhecemos, não vi que nosso amor era apenas fogo de palha. Hoje, enxergo com clareza.
Relembrando o passado...
Eu era apenas uma funcionária de uma loja de shopping, enquanto Henry vinha de uma família milionária. Desde o início, enfrentamos muitas barreiras, e a primeira delas foi quando a mãe dele descobriu que estávamos saindo. Ela não perdeu tempo e logo veio para cima de mim, sem nem me conhecer. Devia ter investigado bem para saber que eu não fazia parte da alta sociedade, como eles, um grupo de ricos e esnobes. Mas, ironicamente, o que me fez me apaixonar por Henry foi justamente o fato de ele ser diferente. Ele não tinha a arrogância que eu via nos outros, e sua simplicidade no trato com as pessoas era o que mais me atraía.
Eu ignorei as loucuras da mãe dele, afinal, eu me sentia bem ao lado de Henry. Naquela época, eu tinha apenas 23 anos e ele, 24. Éramos jovens, imprudentes e dispostos a nos aventurar, mesmo contra a vontade dela. Mas sua mãe tinha suas artimanhas, e logo tentou arranjar uma noiva “adequada” para ele. Henry, no entanto, sempre foi do tipo que não aceitava imposições em sua vida pessoal, o que me fez admirá-lo ainda mais. Porém, após o casamento, tudo mudou. Ele começou a ouvir os palpites da mãe, e aquela qualidade que eu tanto admirava nele se desfez.
Eu continuava trabalhando como vendedora e amava o que fazia. Mesmo depois de casada, nunca abandonei meu emprego, até porque sempre tive orgulho de lutar pelas minhas próprias coisas. Minha mãe nos criou sozinha, a mim e ao meu irmão, e nos deu tudo o que podia. Por isso, desde cedo, aprendi a me virar. Aos 18 anos, já trabalhava nessa loja, e nas horas vagas, investia no meu trabalho pessoal. Durante o almoço, eu fazia postagens nas redes sociais promovendo meu serviço de maquiadora, algo que aprendi em um curso especializado que fiz.
Já conhecia Henry de vista, ele sempre passava em frente à loja, mas um dia, ele finalmente entrou. Eu o atendi, e ele logo jogou todo o seu charme. Comprou um presente e, com um sorriso, disse que era para “a mulher mais linda que ele já tinha visto”. Quando finalizei a compra, ele saiu, mas no final do meu expediente, nos encontramos de novo. E, para minha surpresa, ele me presenteou com o mesmo presente que havia comprado mais cedo.
Naquele dia, trocamos alguns beijos, mas nada, além disso. Mal sabia eu que, em breve, a mãe dele descobriria tudo. E não foi só isso – eu sequer sabia que Henry era milionário, muito menos que sua família era tão renomada. A mãe dele teve a audácia de me ligar, perguntando se eu já tinha arranjado uma maneira de engravidar dele. Fiquei ofendida, claro, mas, ao mesmo tempo, aquilo só atiçou meu desejo de ficar com ele. Ingênua, né? Mas foi assim que aconteceu. Tudo o que eu queria era paz, mas aquela mulher... era o próprio diabo em pessoa.
Estava saindo do shopping, a caminho de casa, quando o vi ali, parado bem na minha frente. Congelei no instante em que nossos olhos se encontraram. Henry estava de pé, encostado em seu carro, com aquele olhar penetrante que sempre me deixava sem saber o que esperar. Respirei fundo e me aproximei.
— Olá, Henry. — Olhei diretamente em seus olhos, tentando decifrar o que se passava em sua cabeça.
— Melissa, me desculpa... por não ter te contado antes. E, desculpa pela minha mãe — ele disse, com um tom de arrependimento sincero.
— Eu entendo, Henry. Não dá para conhecer alguém por tão pouco tempo e dizer: "Ei, sou milionário, sabia?" — Respondi com um sorriso leve, tentando aliviar a tensão.
Ele sorriu de volta, mas seus olhos permaneciam intensos.
— Para mim, nada mudou. Eu gosto de você... muito. — Henry segurou meu rosto entre as mãos, e naquele momento, eu realmente acreditava nele.
— Isso não vai dar certo, Henry. — Disse com pesar, virando-me para sair. Segui em direção ao ponto de ônibus, que ficava em frente ao shopping. Quando já estava perto, dei uma última olhada para trás e vi Henry correndo em minha direção. Em um piscar de olhos, ele me alcançou, pegou meu braço e me puxou contra a parede.
— O que você está fazendo, Henry? — esbravejei, surpresa, mas ele me silenciou com um beijo inesperado. Tentei resistir, empurrá-lo, mas seu corpo forte me prensou contra a parede. Ele segurou minhas mãos até que eu parei de lutar. E, então, o calor do beijo dele tomou conta de mim. Abracei seu pescoço e o beijei de volta, intensamente. Ele desceu seus lábios pelo meu pescoço, me fazendo perder o fôlego.
— Henry, para! Estamos no estacionamento... — consegui dizer, com a respiração ofegante.
Ele parou por um momento, olhou ao redor e, ao perceber que não havia ninguém nos observando, se inclinou para sussurrar em meu ouvido:
— Eu te quero, pequena. Fica comigo. Te quero mais do que tudo. — Suas palavras me deixaram com um calor inexplicável entre as coxas, e a única coisa que vinha à minha mente era que o milionário queria se aproveitar da garota inocente.
— Me solta, Henry! — O empurrei com força, pegando-o de surpresa. — Acha que pode se aproveitar de mim? Vai procurar as mulheres da sua vida de luxo, elas têm mais a te oferecer.
Tentei me afastar, mas ele segurou meu braço novamente.
— Você não entende nada, Melissa. Eu gosto de você, caramba! — Ele disse, com uma seriedade que me fez parar.
— Me esquece, Henry. Isso nunca vai dar certo. Sua mãe já me odeia, sem nem ao menos me conhecer. — Olhei nos olhos dele, sentindo um misto de frustração e tristeza.
— Vamos ficar juntos. Vamos tentar. — Ele acariciou meu rosto, seu toque suave contrastando com a intensidade de sua expressão.
— Você sabe que sua mãe nunca vai permitir. — Suspirei, sabendo que aquela barreira sempre estaria entre nós.
— Eu faço tudo por você. — A convicção na voz dele foi o que me fez ceder.
E foi assim que decidi me entregar a ele. Fui embora com Henry para o apartamento que ele tinha. Nos tornamos inseparáveis, o que só serviu para aumentar a fúria da mãe dele. Ela foi até nossa casa, fez questão de discutir, gritar. Henry a enfrentou, sem medo, mesmo quando ela começou a criar empecilhos para me fazer perder o emprego. Nada disso nos abalou.
Em apenas seis meses, ficamos noivos e nos casamos. Tudo foi rápido, rápido demais. Nos casamos às pressas, sem realmente saber o que queríamos. Hoje, vejo que, no fundo, casamos por birra, só para desafiar a mãe dele.
Agora posso dizer com certeza: estamos em processo de separação. Foram apenas três anos de casados, e o que parecia ser um conto de fadas acabou mais rápido do que eu imaginava. No começo, foi uma paixão avassaladora, mas com o tempo, a chama foi se apagando. É isso que acontece quando você se deixa levar por um fogo de palha: ele logo se extingue. Henry me decepcionou da mesma maneira que eu o decepcionei. Eu adorava provocar seu ciúme — e ele era muito ciumento. Dançava com meus amigos, rebolava na frente dele, sabendo que o deixava furioso, só para vê-lo perder o controle. No fim, tudo sempre terminava no mesmo lugar: na cama. Infantilidade, eu sei. Mas o que eu nunca imaginei era que tudo acabaria assim, com a descoberta da traição dele. Não sei por que eu achava que ele seria fiel. Sua mãe fez questão de colocar Renata, sua afilhada e ex-namorada, na empresa, e era ela quem eu encontrei no colo dele, aos beijos. Já estávamos em crise, e vê-la trabalhando ao lado dele só piorou
Para o meu desgosto, Henry ficou mais tempo do que eu imaginava, esperava que ele fosse ver a Mia, mas logo fosse embora, ela é bebê, o máximo que faz é rir de suas palhaçadas e chorar de cansaço ou dor, o que ele tanto faz la em cima? Só falta ter dormido. Agora me pergunto, onde estão suas viagens repentinas? Seu trabalho dia e noite, porque era isso que vivíamos nos últimos dias de casamento, um distanciamento total entre casal, nada mais mudava o nosso humor gélido um com o outro, odeio admitir isso, mas é a realidade, não nascemos um para o outro se é que existe isso, dou graças a Deus que tive uma mãe sabia e como ela mesma diz, ninguém morre de amor.Fiz hora na cozinha esperando ele ir embora, mas nada, já era hora da Mia jantar e ele ainda estava com ela no quarto, não teve jeito, tive que intervir. Subi as escadas e fui até o quarto me deparando com ele deitado com ela ouvindo músicas infantis. Pigarreei e ele me olhou de imediato.— Sei que está com saudades dela, mas está
HenryAssim que vi Melissa sair daquela sala, praticamente empurrei Renata para longe e corri para o elevador, que se fechou antes de eu conseguir alcançá-lo. Mas não antes de ver o olhar de decepção de Melissa. Caramba, ela não merecia isso.— O que foi que eu fiz? — murmurei, atordoado, enquanto Renata vinha atrás de mim.— Ei, ei, aonde você vai? Deixa ela! — Ela disse, tentando me impedir.— Dá um tempo, Renata! — Saí disparado atrás de Melissa. Como o elevador estava ocupado, desci correndo pelas escadas. Quando cheguei ao térreo, a vi conversando com Ricardo, mas, ao ouvir minha voz, ela entrou no carro e partiu.— O que tá acontecendo, Henry? — perguntou Ricardo, surpreso, enquanto eu bati no carro, tentando impedi-la de ir embora. Mas era tarde demais.— Fiz besteira, irmão. Melissa me viu com Renata. — Passei as mãos pela cabeça, imaginando as conclusões que ela já devia ter tirado.— Você enlouqueceu? — Ricardo perguntou, sério.— Cara, eu nunca traí a Melissa... — disse, de
Desapego e Novos PlanosMelissaEstou finalmente me libertando e mudando os pensamentos de uma boba apaixonada. Sabe quando você cria a fantasia de que encontrou o amor da sua vida? Pois é, eu também tinha essa ideia. Achava que poderíamos superar qualquer fase ruim, mas essa ilusão desmoronou.Decidi evitar saber da vida pessoal do Henry. O que ele faz ou deixa de fazer não é mais da minha conta, desde que não envolva a mim ou à minha filha. Está na hora de seguir em frente. Tive meu período de luto sentimental, chorei o que tinha que chorar e perdi noites me perguntando o porquê de tudo. Por semanas, levantei exausta, com olheiras que tentava disfarçar com maquiagem. Mas agora estou cuidando de mim e me surpreendendo com a força que tenho encontrado. Bárbara, minha amiga, foi a única que esteve comigo, ouvindo todas as minhas lamúrias e me apoiando.Mas, infelizmente, as coisas não têm sido tão fáceis. Tenho visto Henry mais do que gostaria, pois ele vem diariamente à minha casa par
MelissaBárbara e eu terminamos nosso almoço e conversamos bastante sobre a viagem a Angra dos Reis. Quero muito ir e planejo levar Mia comigo. Henry, às vezes, faz questão de reclamar, mas estou decidida a ter esses momentos de lazer com minha filha. Cogito até convidar Dora para vir conosco. Ela vive sozinha na cidade e mora conosco; nada melhor do que uma viagem para que ela também possa descansar. Angra é linda, e será minha primeira vez lá, então estou empolgada com a oportunidade.Depois de muita conversa e risadas com a Bárbara, nos despedimos na porta do restaurante. Combinamos de sair mais tarde, e talvez seja bom para mim. Tenho mania de achar que só o trabalho me ajuda a descansar a mente, mas a verdade é que preciso de uma pausa real. Entrei no carro, percebendo que Bárbara conversava animadamente com o garçom.— Ah, essa Bárbara não perde tempo! O que será que ela está aprontando agora? — murmurei, manobrando o carro. Buzinei duas vezes, recebendo o aceno de despedida del
MelissaVoltei para casa cheia de sacolas. Dessa vez, comprei tudo que queria, e o caminho foi embalado por várias músicas de sofrência. Estacionei o carro em frente à casa e, assim que desci, percebi minha vizinha, Marli, de plantão na porta, me olhando de cima a baixo, como sempre. Essa mulher é insuportável — do tipo que faz questão de implicar com qualquer coisa. Nunca conversamos, e faço questão de manter distância. Seu marido e seu filho, por outro lado, são pessoas muito mais agradáveis e educadas. Diferente dela, ambos são tranquilos e simpáticos.Henry morria de ciúmes do filho dela, Rômulo, só porque ele trocava algumas palavras comigo sobre o dia a dia. Para Henry, isso já era motivo de sobra para implicar. Parecia até que ele queria me trancar em casa. Já Marli, contraditória como só ela, adorava bater papo com ele. E, segundo Rômulo, sua mãe detestava quando ele ou o pai conversavam comigo. O mais irônico é que ela vive de fofoca e, segundo Rômulo, elas acham que eu sou i
HenryFui tolo. Achei que minha filha ficaria tranquila na minha casa, afinal, ela nunca estranhou nenhum outro lugar antes. Mas foi o oposto: assim que acordou, Mia começou a chorar como nunca. Olhava para a sala, para as paredes, e seu choro só aumentava. Tentei acalmá-la, peguei-a no colo, cantei como sempre faço, mas nada parecia ajudar. Ela me olhava com aqueles olhinhos cheios de lágrimas, fazendo bico antes de soltar mais um choro desesperado. Meu coração apertou. Ela só parava um pouco quando eu mostrava seus vídeos infantis favoritos no celular, mas temia cansá-la demais. Mia é tão pequenina, mais franzina do que outras crianças da sua idade, e sempre me preocupei com isso.— Filha, é o papai. Olha aqui o papai. — Eu falava, tentando acalmá-la, mas era inútil; ela chorava sem parar, com as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Meu Deus, vamos sair daqui. — Coloquei-a no bebê conforto e saímos do apartamento. No corredor, seu choro ainda ecoava, e temi que alguém achasse que eu a
MelissaHenry está testando minha paciência. Ele realmente pensa que pode marcar território aqui, como fez quando viu Rômulo no portão. Não sei qual a graça que ele encontra nessas provocações.Mais tarde, dei banho na minha pequena, e logo ouvi a campainha tocar, seguida dos gritos inconfundíveis da tia louca da Mia, Bárbara, entrando porta adentro.— Melissa, cadê minha lindeza? Melissa! Não me faça essa menina dormir, ou eu acordo ela! — Bárbara gritou da sala. Quando ela estava prestes a subir, eu e Mia aparecemos no topo da escada.— Deixa de ser doida, mulher! Olha aqui sua princesa, toda cheirosa. — Falei enquanto descia as escadas com Mia nos braços. Ainda me perguntei onde estava Henry, já que ele não estava na sala. Será que foi embora?— Ai, meu Deus, olha essa fofura! Vem com a tia, minha princesa! — Ela abriu os braços, e Mia logo sorriu contente. — Não me dê esse sorriso, ou vou te morder! — Bárbara pegou minha pequena no colo e fomos nos sentar.— Comprei cada look para