De muito longe avistei a cidade, do alto, à noite, com pálidos pontos de luz. Os exércitos ûno a invadia pelo norte, e os soldados romanos marchavam para contrapô-lo. E eu não tinha o mínimo interesse nisso. O que eu queria era Taramar e meu ovo, e o lugar mais provável para encontrá-los era o castelo. Em minha loucura não passava mais nada pela cabeça senão procurar no cativeiro subterrâneo.
Como um meteoro eu ajustei a trajetória para o meio da arena do Novo Coliseu e pousei lá, mas sem sequer esboçar diminuir a velocidade. Apenas colidi
De cima avaliei melhor o estrago que eu fizera: os muros que envolviam o Novo Coliseu, a catedral e o palácio agora eram ocos. Dentro deles só ruínas. No ar, rumei para o norte até os campos militares. Voei baixo passando por sobre a cidade acuada, de onde muitos tentavam fugir carregando o que podiam. Eu mataria a todos depois que alcançasse meu objetivo principal.Ouvi cada vez mais forte o clangor da batalha que se desenrolava a minha frente. Uma batalha incomum, à noite, acontecendo forçada pela implacável vontade dosûnosque já tinham transposto a Neblina Eterna com seus exérc
Acostumada a lidar com filhotes e dragões moribundos, ela não esperava queisso não funcionasse com um Draco experiente e superior, como eu.Não parei. Em vez disso dei o bote com minha garra direita para envolvê-la. Precisava interrogá-la para saber onde estava meu ovo e recuperá-lo. Depois a mataria lenta e dolorosamente com omaior prazer. Entretanto, mais uma vez ela me surpreendeu: no exato momento em que minhas garras se fechavam em torno de seu corpo, ela se esquivou para o lado, rápida como um trovão. —É claro! Pensas que lidas com um filhote incapaz? Não sabes quem eu sou e não fazes ideia do que existe nesse mundo, minha querida “topo da cadeia alimentar”. —tripudieicom a voz intensa e estrondosa.—Calma,Dryfr, tenho certeza que podemos nos entender... — sugeriu, gaguejando outra vez.Mas eu a interrompi.71 - VINGANÇA
—Ah, jovem dourado! Tu quase alcançaste, nesse ponto, um entendimento da nossa missão nesseplaneta — explanou o velho púrpura que ouvira pacientemente meu relato por dias — mas faltou-lhe. É uma pena queWyrmygnnunca tenha me ouvido e que tenha negado por toda a vida minhas visões, mensagens enviadas a mim pelos espíritos superiores. É uma pena, pois tudo poderia ser diferente! Contudo, os espíritos superiores também nos ensinam que uma folha não cai antes nem depois da hora. Tudo acontece quando deve acontecer e com motivos para acontecer e nada é por acaso. 
F. G. CARDDRACO SAGAO DESPERTAR4ª EdiçãoCuritibaEdição do Autor2020DRACO SAGA: O DESPERTAR por F. G. CARDTodos os direitos reservados. Esta obra, em parte ou por inteiro, não pode ser utilizada, reproduzida ou distribuída sob quaisquer meios existentes ou que virão a existir sem prévia concessão do autor.Preparo de originais: Fábio GuoloRevisão: Valéria do Valle, Gabriela Coiradas, Fabiano Guolo.Capa e diagramação: Leandro BitencourtImpressão e acabamento: AmazonDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)----------------------
—Ah! Que sono formidável! Há séculos eu não dormia tão bem — falei comigo mesmo ao acordar naquele dia ainda zonzo pelo recém-despertar.Sentia em minha barriga, o friozinho dos belos amontoados de metais e pedras preciosos que formavam meu leito. Abri um dos olhos para contemplar a penumbra do salão e percebi alguns tímidos raios de sol que entravam pelas estreitas fendas superiores de minha residência rochosa: minguados fachos de luz que jamais seriamsuficientes para iluminar minha sombria, fria, úmid
Alcei voo e parti ao encontro do meu grande amigo e venerável Mestre, o anciãoWyrmygn. Com duas horas de vooalto e tranquilo cheguei ao Velho Vale. Do alto tive a nítida impressão que várias coisas mudaram lá em baixo em relação à última vez que eu fizera aquele percurso. Não dei muita atenção a essa impressão, pois o prazer de retornar àquele lugar mágico, em cada uma das incontáveis vezes em que lá estive, era indescritível.Ah! O velho e grandioso vale! Nosso eterno santuário. Mesmo à noite conseguia vislumb
—Conquistar seria até um prazer comum conosco, se os hábitos deles não fossem tão fúteis. Tentam conquistar tudo que lhes é possível. Demarcam terras e se declararem donos delas. Nessas terras cultivam plantações de todos os tamanhos e tipos de vegetais, criam animais domesticáveis, constroem várias tocas de pedra, argila e madeira de todos os tipos e tamanhos. Às terras usadas para cultivo e criação de animais, alguns chamam de fazendas, outros de feudos. Pouco importa a diferença. Às terras onde constroem o maior número de tocas, chamam de cidades ou vilas dependendo do tamanho da aglomeração. Algumas construções são usadas para comercializar o que é produzido nas fazendas, outras s