Passaram-se algumas semanas desde que eu e David nos casamos, desde aquele dia que não vejo mais ninguém ou voltamos a colocar os pés na cidade.
David disse para mim que é uma regra que temos que cumprir, não me falou do porque termos que seguir essa regra absurda, mas não questionei até porque está sendo maravilhoso ficar aqui com ele.Embora ele tenha que sair algumas vezes, para onde não me diz.Estou deitada na cama quando ouço o barulho da porta sendo aberta, corro para baixo e vou recebê-lo. Uma das regras que eu tenho que cumprir é de sempre receber o meu marido quando chegar em casa.Pelo menos essa vou cumprir, até porque a melhor parte de quando ele saí, é quando ele volta.— Boa noite – dá um beijo em minha bochecha — Como foi seu dia?— Boa noite. Um tédio sem você, e o seu?— Cansativo – tira o casaco e o coloca em cima do sofá — Estou morrendo de fome.— Vamos jantar então?— Queria jantar você primeiro – diz me arrancando um sorriso envergonhado, minhas bochechas ardem depois de ouvir suas plavras — Mas infelizmente estou morrendo de fome de comida de verdade, então vamos – entrelaça nossas mãos, nos guia até a sala de jantar e nos sentamos para comer.Eu preciso falar com a minha mãe e saber porque ele está me mantendo aqui esse tempo todo, tenho algumas suspeitas, mas não tenho certeza de nada. Não sei porque David não quer me falar, se ele mesmo diz que somos "amigos" acima do nosso casamento arranjado.— David... — Sim Akira – responde calmo como sempre. Nunca vi ele gritar, está sempre calmo. Nem quando se chateia ele grita.— Posso...falar com a minha mãe?— Não sei, acho melhor não – responde sem sequer olhar na minha cara.Porque disso agora?— É a minha mãe David...— Rani está bem, não se preocupe – me interrompe. Ia falar alguma coisa, mas alguém b**e na porta me impedindo de começar a dizer qualquer coisa.Fico surpresa por alguém estar batendo a porta, não é suposto alguém bater na porta já que estamos no meio do nada.Quem será?— Pediu alguma coisa? – David pergunta.— Não, nem telefone tenho, como ia pedir alguma coisa? – questiono me levantando e indo em direção a porta.Sinto o olhar do David sobre a minha bunda e aquilo me deixa um pouco envergonhada.Quando abro a porta, meu rosto fica mais sério do que já está depois de ver quem é.Ele passa por mim sem sequer me cumprimentar, David se levanta da mesa e sua cara de surpresa é a mesma que a minha. Fecho a porta atrás de mim me mantendo a uns passos longe deles.— Pai...o que faz aqui? — David pergunta nervoso, olha para mim como se ordenasse que eu fosse para o seu lado. Faço o que acho que ele quer, ando até eles e paro do lado do David.O que esse homem está fazendo aqui?— Vocês já estão casados a quase um mês... – fala Anthony. Até a voz dele me agonia — Tenho um presente para vocês. Posso me sentar não é? — senta no sofá sem esperar uma resposta.Eu e David não conseguimos falar nada. Anthony estende uma sacola para mim, demoro para receber, só faço quando David toca minhas costas de leve.Pego na sacola a abrindo de imediato. Há um teste de gravidez nela, olho para o Anthony com o cenho franzido.— O que significa isso? – pergunto sem perceber.— Faça — sorri de lado.— Porquê? Eu não estou grávida – falo seria. O sorriso do Anthony morre e David só falta lançar lazer na minha direção de tanto que me encara, parecendo irritado.O que?— Não está? – Anthony se levanta novamente — Acredito que estejam trabalhando para isso, não é? – olha para David que engole seco — Não estão aqui esse tempo todo para nada, ou acham que estão de férias com tanta coisa para fazer lá fora?Então é isso. Estou esse tempo todo aqui porque eu tenho que sair daqui grávida.Já desconfiava disso, porém precisava de confirmação.— Claro que sim pai – David responde sem exitar — O que Akira quer dizer, é que não sabe se está grávida. Ela vai fazer o teste agora mesmo.Não sei se estou grávida, pelo menos não sinto nada que me faça suspeitar de uma possível gravidez.Tenho a certeza que não estou grávida.— Mas... – tento falar, porém Anthony me interrompe imediatamente.— Como ousa contestar uma ordem do seu marido? — Anthony me olha com raiva, desprezo, sei lá. A sensação que tenho é que ele não me suporta – Com quem acha que está falando vadia?David parece nem saber o que dizer, seu semblante parece de alguém com medo assim como eu.— Anda logo – diz David por fim parecendo retomar o controle de si mesmo — Faça o teste antes que eu perca a paciência com você!Começo a andar em direção ao banheiro imediatamente. O David que vi agora, não é nem sombra do David que conheci nessas semanas que ficamos aqui. Entendo sua posição perante o pai dele, mas não consigo deixar de ficar com raiva com ele me olhando com frieza igual o imbecil do Anthony me olha.Odeio o Anthony com toda a minha alma!Faço o teste mesmo sabendo que o resultado será negativo. Os minutos de espera são infinitos já que nem eu sei realmente se estou grávida. Meu coração b**e freneticamente a medida que as linhas daquele objeto de plástico se formam.E se eu estiver grávida, o que vai acontecer? O que vai acontecer com essa criança? Sinceramente, nunca pensei em ter um filho. Sabia que um dia teria um, mas não pensei que seria nessas circunstâncias. Sabia que ia casar com David e tudo mais, mas em nenhum momento pensei em filhos.Nunca ouvi nada sobre engravidar na lua de mel, tenho certeza que nunca ouvi, mas porque Anthony tem tanto interesse nisso ao ponto de vir até aqui? São horas de carro para vir aqui por um motivo tão bobo.Olho para o teste minutos depois com o coração na mão, há um risco vermelho nele, não sei se é positivo ou negativo. Nunca fiz teste de gravidez na minha vida.Será que é positivo? O risco está vermelho demais.Meu Deus!Eu estou grávida!Uma lágrima cai de meus olhos sem que eu possa controlar, minha mão começa a suar na hora.Porque eu estou chorando?Droga!Não sei quanto tempo fiquei girando no banheiro chorando de tanto que estava nervosa, só sei que David apareceu no banheiro e me encontrou chorando sentada no vaso.Logo que pus meus olhos nele o abracei com força.— David... – choro desesperada em seu peito.— Ei, o que foi? Porque está chorando desse jeito? – acaricia meus cabelos. Há preocupação em seu tom de voz e pude sentir que o seu tom de voz também mudou desde a hora que estavamos na sala com seu pai.— Eu estou grávida – o solto e bato em seu peito duas vezes depois de inalar seu cheiro inebriante — Você me engravidou!— Tem certeza? Cadé o teste? – indaga surpreso procurando o teste pelo cômodo. O acha no chão ao lado do vaso, pega nele o observa por alguns segundos e me olha estranho — E porque está chorando feito uma condenada?Não sei.— Eu estou grávida David, você ouviu isso?— Você não está grávida Akira, de onde tirou isso? – agora seu semblante parece nervoso.— O teste...o risco vermelho...ele está vermelho demais...David parece conter o riso, suspira e pega na caixa do teste de gravidez e mostra para mim.Olho para a caixa vendo claramente que um risco é negativo e dois riscos positivo.Me sinto ridiculamente ridícula, sinto vontade de rir da minha cara, mas a expressão seria do David fez com que a vontade de rir passe. A única coisa que consigo é limpar minhas lágrimas ridículas iguais a mim.— Me entenda, nunca vi um teste de gravidez na minha vida...— Lave o rosto e me encontre na sala, não quero deixar o meu pai irritado.Sai sem antes me permitir dizer qualquer coisa.Idiota.Lavo meu rosto, pego o teste, a caixa e volto para sala. David fala qualquer coisa com Anthony, notando a minha presença os dois se calam para me olhar. O rosto de David está tão sério que não consigo o reconhecer, parece aquele David que todos falam que é um monstro.Daqui consigo notar o quanto Anthony é tóxico e o quanto ele faz mal para o David.Esse homem exala maldade!— E então? – pergunta David assim que me aproximo — Está grávida?Ele só pode estar brincando comigo.— Não – respondo sem rodeios.— Como ainda não está grávida? Não é possível que ainda não esteja grávida – disse parecendo nervoso, ou fingindo estar...sei lá.— E...eu não sei David... – ponho a maior cara de coitada que consigo.Anthony parece não gostar de nada do que ouve.— Tem certeza que ela não está tomando alguma coisa para não engravidar? – Anthony fala para o David, que logo me encara mais uma vez.— Você anda tomando alguma coisa... para evitar a gravidez?— Sabe que não – reviro os olhos e isto é o suficiente para mim sentir meu rosto arder.Olho incrédula para a mão que bateu em meu rosto, tenho esperança que seja o Anthony.Porém não é.É David que tem o seu peito subindo e descendo freneticamente.Como se não bastasse o tapa, ele ainda diz:— Se eu descobrir que está evitando engravidar, você vai se arrepender! – aponta o dedo na minha cara — E revira os olhos para mim mais uma vez, para ver se não vai lamentar o resto da sua vida.Aquilo me doeu mais do que uma facada.— Eu vou voltar para a cidade, e você trate de resolver esse pequeno detalhe ou já sabe — Anthony fala parecendo satisfeito pelo tapa que recebi. Aperta o ombro de David e caminha até a saida desaparecendo das nossas vistas instantes depois.Minha mão ainda continua no meu rosto, não acreditando que ele teve coragem de bater em mim.— Akira...— Não toque em mim! – me afasto dele imediatamente quando vi sua mão tentando tocar meu braço.— Eu juro que não quis fazer isso, eu juro – não consigo olhar em seu rosto.— Mas você fez!Um silêncio domina a sala em que estamos. David parece nem saber o que dizer.— Akira, você precisa ver a maneira que fala comigo na frente do meu pai, se não fosse eu, com certeza seria ele batendo em você com mais força – suspira pesadamente reprimindo os lábios.— Preferia que fosse ele – derramo uma lágrima — Então vai ser assim? Sempre que o seu pai vier aqui você vai bater na minha cara? Eu achei que fosse diferente...— Claro que não – se aproxima de mim, e dessa vez não me afasto — Sabe como é a minha família, eu preciso ser alguém que não sou na frente deles, preciso fingir que quero algo que não quero. Por isso, eu peço que não faça nada que possa me fazer tomar decisões pela qual vou me arrepender.Toca o lugar onde bateu e deposita um beijo nele.— Me desculpa, eu não tive opção – beija o outro lado da minha bochecha — Se eu não tomasse nenhuma atitude, ele com certeza faria pior com você – dá um longo suspiro se sentando no sofá em seguida — Vivi minha vida toda vendo meu pai maltratando a minha mãe. O...meu avó...ele matou a minha avô sem pudor nenhum, sem remorso...eu não quero te magoar. Não quero que me odeie como minha mãe odeia o meu pai e como a minha avó odiava o meu pai.Fez-se um longo silêncio. Eu não quero falar nada, estou ainda sentida com a bofetada que recebi dele. Independentemente das circunstâncias este acontecimento me fez achar que ele está só fingindo para mim ser uma boa pessoa e que ele vai me humilhar na frente da família dele sempre que achar que fiz alguma coisa de mal.Eu não quero criar esperanças e pintar um David que não existe.— Eu também cresci vendo meu pai fazendo inferno na vida da minha mãe, isso é a realidade de todas as crianças do Líbano. Crescemos vendo maltratos e sendo maltratados.— Infelizmente ninguém pode mudar isso – levanta novamente ficando na minha frente — Me desculpe, isso nunca mais vai acontecer.Olho para ele com frieza, seus pedidos de desculpa não me comovem, porém meu corpo me conduz a abraça-lo....Eu gostaria tanto que tudo fosse diferente, que tivesse tendo um filho por vontade própria, mas não, estou tendo um filho porque terceiros querem isso.Isso não entra na minha cabeça. Olho para o teste a minha frente com o coração na mão, eu já sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, mas preferia que fosse mais tarde, muito tarde. É o quinto que faço e todos dizem a mesma coisa.Estou grávida! Saio do banheiro, levando todos os testes para David que me espera no quarto, acredito que tão ansioso quanto eu estava quando fiz o primeiro e o segundo teste.— E então? – Pergunta eufórico. Não respondo, somente entrego os testes para ele. — Achei que isso nunca aconteceria – sorri satisfeito — Ainda bem que engravidou logo. Não estava aguentando mais meu pai e nem meu avô com essa história de herdeiro o tempo todo – me abraça por longos segundos e deposita um beijo em minha testa — Obrigada – sussurra.Quero estar feliz como ele, mas não consigo.É só isso o que interessa par
Como uma criança é morta para agradar seres que nem sequer existem?Onde que está o sentido de humanidade dessas pessoas? Como as pessoas têm coragem de tirar a vida de um ser que nem sequer conheceu o mundo? Um ser que merece viver tanto quanto qualquer outra pessoa?— Sim querida. É algo que acontece há muitos anos, não foi sempre assim, mas por motivo de força maior tiveram que adotar essa regra no Líbano.— Pare de falar como se isso fosse algo normal, porque não é! — Levantei da cama irritada. — Eu não vou aceitar isso do mesmo jeito que você aceitou, nenhum motivo de força maior é desculpa para tamanhas barbaridades. — Vê como fala com a sua mãe Akira! — Meu pai entrou no quarto. — Há regras no Líbano que estão muito acima de qualquer desejo nosso e mesmo que isso seja cruel, é assim que deve ser. — Completou cruzando os braços. Edward nos olhava com cara de perdido, não sabia em que momento intervir. — Não há nada que possamos fazer. — disse minha mãe.Sempre pensei que ela
— Anda Akira!— Não aguento mais. — Me joguei na grama totalmente ofegante.— Deixa de ser preguiçosa.— Já nem sei se isso é uma casa ou um quartel general, que mal eu fiz para você? Porque me odeia tanto?— O doutor disse que precisa fazer exercícios.— Não me interessa o que o imbecil desse doutor falou. David me fez acordar seis horas da manhã, seis horas da manhã, já disse seis horas da manhã? Ainda mais para ficar correndo pelo quintal feito louco, sem esquecer que estou grávida e tenho uma barriga que me impossibilita até de fazer tudo.— Para de fazer drama porque você nem está correndo, a gente está andando.— Me deixa quieta aqui.— Você precisa fazer pequenos exercícios para não ter complicações no parto. — Se jogou do meu lado. — Eu tinha que trabalhar, mas estou aqui com você.— Vá trabalhar, eu não pedi para ficar me vigiando.— Não estou te vigiando, estou te protegendo de você mesma. — Como vai chamar ele? — Mudei de assunto para ver se ele parava de me obrigar a faz
Os meses passavam rapidamente e cada vez mais, o nascimento do meu filho se aproximava. Estava agora com cinco meses de gravidez. Eu e David estavamos a caminho do hospital a fim de fazer ecografia para sabermos o sexo do bebê. Estou com o coração na mão, não quero nem pensar o que vai acontecer caso seja uma menina. É fato que não quero ter esse filho nessas condições, essa gravidez está me fazendo muito mal, meu psicológico está fodido com a ideia de que alguém possa tirar minha bebé de mim.— Prontos para saber o sexo? — A doutora perguntou sorridente. — Claro doutora Merlin. — Respondeu David. David exigiu que fosse uma mulher a fazer minhas ecografias, segundo ele, o único homem que pode me tocar é ele, é uma regra.Estou cansada dessas regras, cansada de tudo.E para piorar David está mudando, seu humor muda a toda hora. Uma hora está sorridente e na outra com a cara fechada, eu é que estou grávida e as mudanças de humor está todas com ela.— Então aqui vamos. — Passou um g
4 meses depois.Nunca imaginei que colocar um ser no mundo fosse tão doloroso, doloroso é pouco, é mortífero. Agora mais do que nunca eu respeito as mães, é preciso ser muito forte para colocar um ser no mundo.- Se acalme por favor, tudo vai ficar bem. - David segurou minha mão tentando me confortar. Me acalmar? Estou quase tirando todos os meus órgãos fora do corpo e ele me pede para ter calma?! Estávamos no hospital a duas horas, estou prestes a ter o bebê, minhas contrações estavam no vai e vem, mas nada do bebê sair, estou quase desmaiando de tanta dor. - Sei que essa dor é muito grande, mas calma por favor. - Sabe? Por acaso já ficou grávida alguma vez? Não me fode o juízo! Se eu falasse assim com ele em uma situação normal, era capaz dele me bater tanto que nem sentiria minhas pernas. Me deitei na cama novamente e deixei que as lágrimas caíssem, não aguento mais essa dor. David está ao meu lado, mas eu estou com tanta raiva dele que nem quero que ele chegue perto de mim.
3 meses depois. Desçi do carro, logo corri para dentro de casa por conta do frio. Já anoiteceu e eu preciso me apressar porque David já deve estar irritado de tanto que demorei no salão de beleza. Assim que entrei David estava sentado no sofá, mexendo no celular. Ele estava vestido com um terno preto, camisa social branca e uma gravata de laço azul marinho. Olhou para mim de relance e logo voltou a atenção no celular. — Tem 30 minutos para se arrumar. — Disse curto e seco como sempre. — Não demore. Passei por ele revirando os olhos e subi as escadas. Passei bem rápido no quarto do Kamil para ver como ele estava e dar um beijo nele antes de sair. Ele já tem 6 meses, está crescendo muito rápido e lindo como o pai dele, meu filho é uma pequena cópia do David, a cor azul dos olhos, o cabelo preto, o nariz, a boca, tudo. Parece mais filho dele do que meu. Encontrei a babá sentada na poltrona lendo um livro, enquanto Kamil dormia no berço. Ela não é uma babá fixa, ela vem somente quan
Busquei forças do além e tentei ficar o mais normal possível. David parou do meu lado e Lionel do lado de Rubi que endireitou a postura logo que Lionel chegou perto dela. É agora que ele me mata! Como eu vou levantar daqui sendo que estou bêbada? Bêbada? Nunca pensei que ficaria bêbada, ainda mais numa festa onde estão todos os líderes do Líbano. — Eu e Rubi vamos cumprimentar outros convidados. — Lionel disse e imediatamente Rubi se pôs em pé me pedindo desculpas com os olhos. — Foi bom conhecer você Akira. — Rubi disse e logo foram embora.David sentou na minha frente e me encarou confuso. — O que houve? — Está bebendo? — Olhou para o copo vazio do meu lado. Meu corpo gelou na hora. — Eu?... claro que não... eu... eu nem gosto de beber, esse copo é da... Rubi. — Da Rubi? E esse copo que está aqui? — Levantou o copo que Rubi estava bebendo. — Os dois são da Rubi? Que burra Akira! — Sim! — Falei alto. — Ela estava bebendo os dois, aí como o garçom não veio pegar...ela...ela
Estou sentada na praça da alimentação do centro comercial. Sorri ao ver Edward caminhando na minha direção. Faz algum tempo que não vejo ele, porque David não me deixa sair de casa de jeito nenhum se não for para ir á casa da minha mãe e eu já não me sinto confortável lá, sinto sempre como se estivessem me interrogando ou algo assim, e além disso, não quero olhar para a cara do meu pai.Edward me deu um beijo na bochecha e sentou na minha frente.— Como conseguiu que o David deixasse você sair?— Com aquela condição. — Apontei para Lewis que estava sentado um pouco afastado de nós.— Sério que ele colocou um segurança na sua cola? — Concordei com a cabeça.— Não vamos falar do David. Me fala sobre você e as coisas lá em casa.— Lá em casa é o mesmo de sempre, só a mamãe que agora virou melhor amiga da Grace Baker.— Sério isso? — Fiz uma cara super confusa. As vi juntas algumas vezes, mas não achei que estivessem se vendo frequentemente.— Sim, parecem unha e carne.— E o Robert, o q