Como uma criança é morta para agradar seres que nem sequer existem?
Onde que está o sentido de humanidade dessas pessoas? Como as pessoas têm coragem de tirar a vida de um ser que nem sequer conheceu o mundo? Um ser que merece viver tanto quanto qualquer outra pessoa?— Sim querida. É algo que acontece há muitos anos, não foi sempre assim, mas por motivo de força maior tiveram que adotar essa regra no Líbano.— Pare de falar como se isso fosse algo normal, porque não é! — Levantei da cama irritada. — Eu não vou aceitar isso do mesmo jeito que você aceitou, nenhum motivo de força maior é desculpa para tamanhas barbaridades.— Vê como fala com a sua mãe Akira! — Meu pai entrou no quarto. — Há regras no Líbano que estão muito acima de qualquer desejo nosso e mesmo que isso seja cruel, é assim que deve ser. — Completou cruzando os braços.Edward nos olhava com cara de perdido, não sabia em que momento intervir.— Não há nada que possamos fazer. — disse minha mãe.Sempre pensei que ela fosse contra isso, mas vejo que estou sozinha nisso tudo. Não há nada que eles possam fazer, mas eu nunca vou permitir que minha filha seja morta por motivos tão banais como esses, primeiro vão ter que me matar, só assim alguém poderá tocar na minha filha.— Seu casamento precisa dar certo filha. — Foi a vez do meu pai falar, sua voz saiu tão calma que me fez franzir o cenho. — Deve obedecer às regras.— E quem disse que eu quero que esse casamento dê certo? — Questionei irritada. — Vocês imaginam a pressão que é ser casada com o David? O Anthony nunca vai nos deixar em paz, seremos seus brinquedos!— Cuidado com o que fala! — Apontou o dedo na minha cara. — Se continuar desse jeito vai acabar morrendo nas mãos do Anthony ou do próprio David.— Gente ficar discutindo não vai resolver nada. — Interviu Edward pela primeira vez. — Temos que entender a situação da Akira, ela está sofrendo agora que sabe que vai ter um filho e que pode perder ele.— Ela tem que obedecer se não morre, porra! — Gritou meu pai. — E Edward não se meta nesse assunto, a culpa da Akira ser assim é totalmente sua e de Rani, se não tivessem sempre passando pano nas borradas dela, nada disso estaria acontecendo!Edward calou imediatamente.— Prefiro morrer, a ter que permitir que matem minha filha. E não vem aqui dar uma de preocupado agora, porque foi você que me entregou de bandeja para aquela família.Nunca falei desse jeito com meu pai, mas eu estou farta de toda essa merda.— Akira por favor, você não tem que se rebelar perante ao Líbano e precisa aceitar seu destino. — Disse minha mãe.Meu destino? É sério que Rani está me dizendo isso? Isso é um destino que eles mesmo escolheram para mim, eu nunca quis nada disso.— Infelizmente, eu sou filha de um ancião do Líbano e nem por isso fui morta.— Seu caso é diferente porque... Eu tive... Gêmeos. — Rani baixou a cara, me fazendo ficar boquiaberta. — Além disso, seu pai é ancião, não um líder do Líbano e essa regra só se aplica aos líderes.Meu pai saiu do quarto batendo o pé.— Robert fica muito abalado com esse assunto. — Completou Rani. — A morte prematura do seu irmão foi muito dolorosa.Ai algo que eu nunca imaginei presenciar, meu pai abalado. Mas como assim ela teve gêmeos e eu nunca soube disso? O que mais falta eu saber?— Gêmeos? — Eu e Edward, perguntamos ao mesmo tempo.— Sim, mas seu irmão gêmeo teve uma parada cardíaca quando tinha 2 anos e morreu. — Limpou as lágrimas que tentaram cair. — Seu pai ficou transtornado e mandou que fossem retiradas todas as fotos, ou qualquer vestígio de que ele alguma vez existiu.— Porque não me contaram nada? Eu não me lembro de ter tido um irmão.— Para que? Você era muito pequena e nem se lembraria dele.— O que está acontecendo com você mãe? — Perguntei tentando entender suas atitudes. — Não estou te reconhecendo.— Filha, existem coisas que necessitam do nosso sacrifício e a única coisa que eu e seu pai aconselhamos, é que tente obedecer o David, além disso, você é muito jovem e pode ter outros filhos.O que ela está dizendo? Como ela me diz isso?— Vocês são piores do que eu imaginei. — Peguei minha bolsa e sai correndo dali.Onde é que eu vou me colocar? Quem eu devo confiar? Minha própria mãe está me dizendo coisas que jamais pensei ouvir dela. Eu pensava que ela também fosse contra sobre as maldades do Líbano, mas é evidente que meu pai tem o pleno domínio sobre ela. Se algum dia tiver que fugir, é fato que ela não vai aceitar ir comigo e é bem capaz de me denunciar alegando que está salvando a minha vida.— Akira espera! — Edward veio correndo atrás de mim. — Espera menina! — Segurou meu braço e eu o encarei.— O que posso fazer? Eu preciso sair dessa casa se não vou enlouquecer. — O abracei chorando. — Eu achava que Rani estava do meu lado, mas de repente ela começou a concordar com tudo que o papai fala.— Vamos até o café da esquina? — Minha barriga logo roncou, me fazendo lembrar que não havia comido nada desde manhã. — Tá. — Limpei minhas lágrimas e saímos de casa.David havia me dito para esperar ele me buscar, então ainda terei tempo de comer alguma coisa. Edward estacionou o carro de frente ao café que não ficava muito distante de casa, mas eu tinha preguiça de andar, então fomos de carro mesmo.— O que vão querer? — Perguntou o atendente simpático.— Duas roscas, uma fatia de pizza, uma tosta mista, dois croissants e um sumo de laranja. — Fiz meu pedido, Edward riu com a cara que o atendente fez.Que?— Ela está grávida. — Justificou Ed rindo e o atendente sorriu de lado assentindo. — Eu quero um suco de laranja e uma tosta mista.— É para já. — Saiu em busca dos nossos pedidos.Esperamos uns dois minutos e ele apareceu com os nossos lanches.— Estava morrendo de fome. — Disse assim que terminei de comer tudo que havia pedido.— Realmente, até parece que não come há semanas. Só ele consegue me fazer sorrir verdadeiramente, só nele eu confio minha vida, já que minha mãe decidiu ser adepta do meu pai.— O que queria me contar?— Akira, não fique com raiva da mamãe, ela te ama muito e se ela está agindo assim é por um motivo.— Qual motivo? Ela era minha tábua de salvação e agora está falando que nem o papai.— Eu não sei. — Coçou a cabeça e eu soube na hora que ele estava mentindo.— Fala a verdade para mim!— Eu juro que não sei, o papai nunca deixa eu ouvir alguma conversa dele com a sociedade demoníaca. — Suspirou. — Mas sei que tem algo muito grave acontecendo, porque Rani está muito estranha e Robert mais manso que nunca.Meu pai manso? Preciso ver para crer.— Seja o que for que eles estão escondendo, eu vou descobrir. — Falei determinada olhando para o relógio em meu pulso. — Me leva para casa, David já deve ter chegado para me buscar.— Não tens noção do quanto eu te amo, você é a coisa mais pura que existe em minha vida. — Apertou minhas bochechas e eu revirei os olhos. — Amo ver você sorrindo. — Me abraçou e eu retribui. — E é assim que sempre quero te ver, rindo.— O que é isso!? — Uma voz grave soou atrás de mim, olhei para trás e David estava lá com os braços cruzados e me lançando um olhar de reprovação.— David querido! — Soltei Edward e andei até ele. — Como me achou aqui?— Vamos para casa. — Deu as costas e saiu do café.O que deu nele?— Já vi que hoje não é o meu dia. — Suspirei pesadamente.— Não disse que ele era boa pessoa?— É, talvez.Peguei minha bolsa, sai do café e avistei o carro de David estacionado a poucos metros, andei até ele e entrei.— O Ed é meu primo, já deve conhecer ele. — Falei assim que ele deu partida.— O que as pessoas vão pensar vendo aquela cena?Ham? Porque ele está falando assim comigo?— Ele é meu primo, as pessoas não têm que dizer nada.— Eu já disse que deve repensar suas atitudes perante as pessoas, só isso o que eu te peço.Não falou mais nada. Percorremos todo o caminho em silêncio e assim que chegamos em casa ele se trancou no banheiro.[•••]Acordei sentindo muita dor no corpo todo e a minha cabeça latejava, olhei ao redor procurando ele, mas a única coisa que vi foi a garota que seria minha acompanhante sentada na poltrona do meu lado.Senti uma dor forte em meu baixo ventre assim que tentei sentar.— A senhora acordou, vou chamar o senhor Baker. — Levantou indo até a porta.— Não. — Sussurrei, ela parou no meio do caminho. — Venha aqui.— O senhor Baker está no seu escritório, a senhora não parece bem... — Andou até ao meu lado.— Qual o seu nome mesmo?— Emma, mas eu prefiro que me chamem Emily.— Eu posso confiar em você?— Claro que sim.— Ainda bem, agora pode chamar o David.Ela assentiu e saiu do quarto, minutos depois David entrou.— O que está sentindo? Quer ir ao médico? Emma me disse que está passando mal.— Não, eu estou bem. — Você não está bem, está muito pálida, vou ligar para o doutor.Levantou e pegou o seu celular.Estou sentindo algumas dores, dores fortes. Ele tem razão, eu não estou bem. David terminou de falar com o médico e ficou me perguntando de segundo a segundo se estava bem.Algum tempo depois o doutor apareceu e me examinou.— A senhora tem pouco tempo de gravidez e parece que está se alterando muito. Sua gravidez é de risco, então terá que ter muito cuidado com tudo o que faz.— Ela terá. — Respondeu David. — Se não tiverem cuidado, é bem provável o descolamento da placenta. Deve ter muito cuidado com ela senhor Baker, vou deixar a receita e a senhora não poderá comer alimentos muito pesados, uma dieta agora faria muito bem para o bebê, dieta e exercícios físicos bem leves durante a manhã.— Tudo bem doutor, nós vamos seguir com tudo o que o senhor mandar.David foi acompanhar o doutor até a porta e eu fiquei no quarto. Já não basta estar grávida e ainda tem que ser de risco? Que merda!— Ouviu o doutor? Nada de esforços e nem estresse.— Porque não me contou? — O encarei seria.— Contar o que? — Fez uma cara de confuso.— Que se eu estiver grávida de uma menina eles vão mata-la?— Não pensa nisso agora Akira — Sentou do meu lado na cama. — Eu não queria te deixar nervosa.— Como não vou pensar nisso? Eu vou carregar uma criança nove meses para que ela seja morta? É isso?— Você não pode se estressar, por favor, eu vou falar sobre isso com você, mas não agora, por favor.Decidi me calar, ele não quer me falar sobre isso. O jeito como ele foge da conversa já diz tudo, mas eu não vou permitir que minha filha seja morta por nada, isso se estiver grávida de uma menina.[•••]— Anda Akira!— Não aguento mais. — Me joguei na grama totalmente ofegante.— Deixa de ser preguiçosa.— Já nem sei se isso é uma casa ou um quartel general, que mal eu fiz para você? Porque me odeia tanto?— O doutor disse que precisa fazer exercícios.— Não me interessa o que o imbecil desse doutor falou. David me fez acordar seis horas da manhã, seis horas da manhã, já disse seis horas da manhã? Ainda mais para ficar correndo pelo quintal feito louco, sem esquecer que estou grávida e tenho uma barriga que me impossibilita até de fazer tudo.— Para de fazer drama porque você nem está correndo, a gente está andando.— Me deixa quieta aqui.— Você precisa fazer pequenos exercícios para não ter complicações no parto. — Se jogou do meu lado. — Eu tinha que trabalhar, mas estou aqui com você.— Vá trabalhar, eu não pedi para ficar me vigiando.— Não estou te vigiando, estou te protegendo de você mesma. — Como vai chamar ele? — Mudei de assunto para ver se ele parava de me obrigar a faz
Os meses passavam rapidamente e cada vez mais, o nascimento do meu filho se aproximava. Estava agora com cinco meses de gravidez. Eu e David estavamos a caminho do hospital a fim de fazer ecografia para sabermos o sexo do bebê. Estou com o coração na mão, não quero nem pensar o que vai acontecer caso seja uma menina. É fato que não quero ter esse filho nessas condições, essa gravidez está me fazendo muito mal, meu psicológico está fodido com a ideia de que alguém possa tirar minha bebé de mim.— Prontos para saber o sexo? — A doutora perguntou sorridente. — Claro doutora Merlin. — Respondeu David. David exigiu que fosse uma mulher a fazer minhas ecografias, segundo ele, o único homem que pode me tocar é ele, é uma regra.Estou cansada dessas regras, cansada de tudo.E para piorar David está mudando, seu humor muda a toda hora. Uma hora está sorridente e na outra com a cara fechada, eu é que estou grávida e as mudanças de humor está todas com ela.— Então aqui vamos. — Passou um g
4 meses depois.Nunca imaginei que colocar um ser no mundo fosse tão doloroso, doloroso é pouco, é mortífero. Agora mais do que nunca eu respeito as mães, é preciso ser muito forte para colocar um ser no mundo.- Se acalme por favor, tudo vai ficar bem. - David segurou minha mão tentando me confortar. Me acalmar? Estou quase tirando todos os meus órgãos fora do corpo e ele me pede para ter calma?! Estávamos no hospital a duas horas, estou prestes a ter o bebê, minhas contrações estavam no vai e vem, mas nada do bebê sair, estou quase desmaiando de tanta dor. - Sei que essa dor é muito grande, mas calma por favor. - Sabe? Por acaso já ficou grávida alguma vez? Não me fode o juízo! Se eu falasse assim com ele em uma situação normal, era capaz dele me bater tanto que nem sentiria minhas pernas. Me deitei na cama novamente e deixei que as lágrimas caíssem, não aguento mais essa dor. David está ao meu lado, mas eu estou com tanta raiva dele que nem quero que ele chegue perto de mim.
3 meses depois. Desçi do carro, logo corri para dentro de casa por conta do frio. Já anoiteceu e eu preciso me apressar porque David já deve estar irritado de tanto que demorei no salão de beleza. Assim que entrei David estava sentado no sofá, mexendo no celular. Ele estava vestido com um terno preto, camisa social branca e uma gravata de laço azul marinho. Olhou para mim de relance e logo voltou a atenção no celular. — Tem 30 minutos para se arrumar. — Disse curto e seco como sempre. — Não demore. Passei por ele revirando os olhos e subi as escadas. Passei bem rápido no quarto do Kamil para ver como ele estava e dar um beijo nele antes de sair. Ele já tem 6 meses, está crescendo muito rápido e lindo como o pai dele, meu filho é uma pequena cópia do David, a cor azul dos olhos, o cabelo preto, o nariz, a boca, tudo. Parece mais filho dele do que meu. Encontrei a babá sentada na poltrona lendo um livro, enquanto Kamil dormia no berço. Ela não é uma babá fixa, ela vem somente quan
Busquei forças do além e tentei ficar o mais normal possível. David parou do meu lado e Lionel do lado de Rubi que endireitou a postura logo que Lionel chegou perto dela. É agora que ele me mata! Como eu vou levantar daqui sendo que estou bêbada? Bêbada? Nunca pensei que ficaria bêbada, ainda mais numa festa onde estão todos os líderes do Líbano. — Eu e Rubi vamos cumprimentar outros convidados. — Lionel disse e imediatamente Rubi se pôs em pé me pedindo desculpas com os olhos. — Foi bom conhecer você Akira. — Rubi disse e logo foram embora.David sentou na minha frente e me encarou confuso. — O que houve? — Está bebendo? — Olhou para o copo vazio do meu lado. Meu corpo gelou na hora. — Eu?... claro que não... eu... eu nem gosto de beber, esse copo é da... Rubi. — Da Rubi? E esse copo que está aqui? — Levantou o copo que Rubi estava bebendo. — Os dois são da Rubi? Que burra Akira! — Sim! — Falei alto. — Ela estava bebendo os dois, aí como o garçom não veio pegar...ela...ela
Estou sentada na praça da alimentação do centro comercial. Sorri ao ver Edward caminhando na minha direção. Faz algum tempo que não vejo ele, porque David não me deixa sair de casa de jeito nenhum se não for para ir á casa da minha mãe e eu já não me sinto confortável lá, sinto sempre como se estivessem me interrogando ou algo assim, e além disso, não quero olhar para a cara do meu pai.Edward me deu um beijo na bochecha e sentou na minha frente.— Como conseguiu que o David deixasse você sair?— Com aquela condição. — Apontei para Lewis que estava sentado um pouco afastado de nós.— Sério que ele colocou um segurança na sua cola? — Concordei com a cabeça.— Não vamos falar do David. Me fala sobre você e as coisas lá em casa.— Lá em casa é o mesmo de sempre, só a mamãe que agora virou melhor amiga da Grace Baker.— Sério isso? — Fiz uma cara super confusa. As vi juntas algumas vezes, mas não achei que estivessem se vendo frequentemente.— Sim, parecem unha e carne.— E o Robert, o q
Fitei o teto branco e não reconheci o lugar em que me encontrava. Olhei em volta e vi David sentado na poltrona. O que foi que aconteceu?— David... — Como está se sentindo? — Se levantou e segurou a minha mão. — Estou tonta, minha cabeça está girando, estou muito enjoada, onde estou?— No hospital.O que estou fazendo no hospital? — Você desmaiou e não acordava de jeito nenhum, por isso trouxe você aqui. — O que eu tenho? — Perguntei e o doutor entrou no quarto. — Senhora Baker, ainda bem que já está acordada. — Disse o doutor. — Sim, o que ela tem? — David perguntou. — É alguma coisa grave? O doutor nos encarou e sorriu simpático.— Não devemos considerar gravidez algo grave. — Quando ele terminou de falar, senti como se tudo tivesse parado. O que ele disse?— O que disse? — Perguntei para confirmar que não ouvi errado. — A senhora está grávida senhora Baker. — Olhei para David que estava sem expressão nenhuma no rosto. — Três semanas. — Isso só pode ser um engano doutor
5 meses depoisCada dia que passava, mais apavorada eu ficava com o nascimento do bebê, até hoje eu não sei o sexo porque David não deixa, ele já sabe e não me diz nada argumentando que eu só poderei saber no dia do parto e que não preciso me desesperar, e que não importa o sexo pois ele vai me proteger.Seria mais fácil se ele me dissesse de uma vez o sexo, já tentei de várias formas tirar isso dele e nunca consegui.Fizemos vários ultrassons, mas ele não deixa a doutora me dizer o sexo.Durante esses seis meses aprendi a amar esse ser dentro de mim, me apeguei de tal maneira que estou ansiosa para ver seu rostinho, mas em pânico, eu não estou gerando uma criança para ser morta por conta de deuses que nem sequer existem de verdade. Quando fiquei grávida do Kamil, só comecei a me importar com ele de verdade na primeira vez que foi colocado em meu colo, foi o momento mais milagroso da minha vida, mas com essa gravidez está sendo diferente, já amo mesmo antes de poder ver seu rosto.E