Os meses passavam rapidamente e cada vez mais, o nascimento do meu filho se aproximava. Estava agora com cinco meses de gravidez. Eu e David estavamos a caminho do hospital a fim de fazer ecografia para sabermos o sexo do bebê. Estou com o coração na mão, não quero nem pensar o que vai acontecer caso seja uma menina. É fato que não quero ter esse filho nessas condições, essa gravidez está me fazendo muito mal, meu psicológico está fodido com a ideia de que alguém possa tirar minha bebé de mim.— Prontos para saber o sexo? — A doutora perguntou sorridente. — Claro doutora Merlin. — Respondeu David. David exigiu que fosse uma mulher a fazer minhas ecografias, segundo ele, o único homem que pode me tocar é ele, é uma regra.Estou cansada dessas regras, cansada de tudo.E para piorar David está mudando, seu humor muda a toda hora. Uma hora está sorridente e na outra com a cara fechada, eu é que estou grávida e as mudanças de humor está todas com ela.— Então aqui vamos. — Passou um g
4 meses depois.Nunca imaginei que colocar um ser no mundo fosse tão doloroso, doloroso é pouco, é mortífero. Agora mais do que nunca eu respeito as mães, é preciso ser muito forte para colocar um ser no mundo.- Se acalme por favor, tudo vai ficar bem. - David segurou minha mão tentando me confortar. Me acalmar? Estou quase tirando todos os meus órgãos fora do corpo e ele me pede para ter calma?! Estávamos no hospital a duas horas, estou prestes a ter o bebê, minhas contrações estavam no vai e vem, mas nada do bebê sair, estou quase desmaiando de tanta dor. - Sei que essa dor é muito grande, mas calma por favor. - Sabe? Por acaso já ficou grávida alguma vez? Não me fode o juízo! Se eu falasse assim com ele em uma situação normal, era capaz dele me bater tanto que nem sentiria minhas pernas. Me deitei na cama novamente e deixei que as lágrimas caíssem, não aguento mais essa dor. David está ao meu lado, mas eu estou com tanta raiva dele que nem quero que ele chegue perto de mim.
3 meses depois. Desçi do carro, logo corri para dentro de casa por conta do frio. Já anoiteceu e eu preciso me apressar porque David já deve estar irritado de tanto que demorei no salão de beleza. Assim que entrei David estava sentado no sofá, mexendo no celular. Ele estava vestido com um terno preto, camisa social branca e uma gravata de laço azul marinho. Olhou para mim de relance e logo voltou a atenção no celular. — Tem 30 minutos para se arrumar. — Disse curto e seco como sempre. — Não demore. Passei por ele revirando os olhos e subi as escadas. Passei bem rápido no quarto do Kamil para ver como ele estava e dar um beijo nele antes de sair. Ele já tem 6 meses, está crescendo muito rápido e lindo como o pai dele, meu filho é uma pequena cópia do David, a cor azul dos olhos, o cabelo preto, o nariz, a boca, tudo. Parece mais filho dele do que meu. Encontrei a babá sentada na poltrona lendo um livro, enquanto Kamil dormia no berço. Ela não é uma babá fixa, ela vem somente quan
Busquei forças do além e tentei ficar o mais normal possível. David parou do meu lado e Lionel do lado de Rubi que endireitou a postura logo que Lionel chegou perto dela. É agora que ele me mata! Como eu vou levantar daqui sendo que estou bêbada? Bêbada? Nunca pensei que ficaria bêbada, ainda mais numa festa onde estão todos os líderes do Líbano. — Eu e Rubi vamos cumprimentar outros convidados. — Lionel disse e imediatamente Rubi se pôs em pé me pedindo desculpas com os olhos. — Foi bom conhecer você Akira. — Rubi disse e logo foram embora.David sentou na minha frente e me encarou confuso. — O que houve? — Está bebendo? — Olhou para o copo vazio do meu lado. Meu corpo gelou na hora. — Eu?... claro que não... eu... eu nem gosto de beber, esse copo é da... Rubi. — Da Rubi? E esse copo que está aqui? — Levantou o copo que Rubi estava bebendo. — Os dois são da Rubi? Que burra Akira! — Sim! — Falei alto. — Ela estava bebendo os dois, aí como o garçom não veio pegar...ela...ela
Estou sentada na praça da alimentação do centro comercial. Sorri ao ver Edward caminhando na minha direção. Faz algum tempo que não vejo ele, porque David não me deixa sair de casa de jeito nenhum se não for para ir á casa da minha mãe e eu já não me sinto confortável lá, sinto sempre como se estivessem me interrogando ou algo assim, e além disso, não quero olhar para a cara do meu pai.Edward me deu um beijo na bochecha e sentou na minha frente.— Como conseguiu que o David deixasse você sair?— Com aquela condição. — Apontei para Lewis que estava sentado um pouco afastado de nós.— Sério que ele colocou um segurança na sua cola? — Concordei com a cabeça.— Não vamos falar do David. Me fala sobre você e as coisas lá em casa.— Lá em casa é o mesmo de sempre, só a mamãe que agora virou melhor amiga da Grace Baker.— Sério isso? — Fiz uma cara super confusa. As vi juntas algumas vezes, mas não achei que estivessem se vendo frequentemente.— Sim, parecem unha e carne.— E o Robert, o q
Fitei o teto branco e não reconheci o lugar em que me encontrava. Olhei em volta e vi David sentado na poltrona. O que foi que aconteceu?— David... — Como está se sentindo? — Se levantou e segurou a minha mão. — Estou tonta, minha cabeça está girando, estou muito enjoada, onde estou?— No hospital.O que estou fazendo no hospital? — Você desmaiou e não acordava de jeito nenhum, por isso trouxe você aqui. — O que eu tenho? — Perguntei e o doutor entrou no quarto. — Senhora Baker, ainda bem que já está acordada. — Disse o doutor. — Sim, o que ela tem? — David perguntou. — É alguma coisa grave? O doutor nos encarou e sorriu simpático.— Não devemos considerar gravidez algo grave. — Quando ele terminou de falar, senti como se tudo tivesse parado. O que ele disse?— O que disse? — Perguntei para confirmar que não ouvi errado. — A senhora está grávida senhora Baker. — Olhei para David que estava sem expressão nenhuma no rosto. — Três semanas. — Isso só pode ser um engano doutor
5 meses depoisCada dia que passava, mais apavorada eu ficava com o nascimento do bebê, até hoje eu não sei o sexo porque David não deixa, ele já sabe e não me diz nada argumentando que eu só poderei saber no dia do parto e que não preciso me desesperar, e que não importa o sexo pois ele vai me proteger.Seria mais fácil se ele me dissesse de uma vez o sexo, já tentei de várias formas tirar isso dele e nunca consegui.Fizemos vários ultrassons, mas ele não deixa a doutora me dizer o sexo.Durante esses seis meses aprendi a amar esse ser dentro de mim, me apeguei de tal maneira que estou ansiosa para ver seu rostinho, mas em pânico, eu não estou gerando uma criança para ser morta por conta de deuses que nem sequer existem de verdade. Quando fiquei grávida do Kamil, só comecei a me importar com ele de verdade na primeira vez que foi colocado em meu colo, foi o momento mais milagroso da minha vida, mas com essa gravidez está sendo diferente, já amo mesmo antes de poder ver seu rosto.E
— Por favor não faça isso! — Pedia chorando enquanto ele chutava a minha barriga com força mais uma vez, me fazendo gritar de dor. — David para, você vai matar o meu bebê!— Eu avisei para não fugir e você não me ouviu! — Me levantou do chão pelos cabelos e me jogou na parede me fazendo bater forte com a cabeça. — Você vai se arrepender por isso, eu vou matar esse bebê na sua barriga e depois você vai aprender da pior forma possível que com David Baker não se brinca!Ele estava com muita raiva e era capaz de me matar caso não se controlasse e tenho muitas dúvidas que ele se controle.— P...Por favor... — Minha voz saiu arrastada, sentia sangue escorrendo pelas minhas pernas enquanto ele batia com seu cinto em todas as partes do meu corpo.— Eu avisei! — Gritou. — Eu avisei!Eu avisei!Eu avisei!Acordei suando e agradeci aos céus por ser só um sonho mau, sonho não, um pesadelo horrível.O pânico aumentava a cada hora que passava e eu só conseguia pensar que David vai entrar por aquela