Fitei o teto branco e não reconheci o lugar em que me encontrava. Olhei em volta e vi David sentado na poltrona. O que foi que aconteceu?— David... — Como está se sentindo? — Se levantou e segurou a minha mão. — Estou tonta, minha cabeça está girando, estou muito enjoada, onde estou?— No hospital.O que estou fazendo no hospital? — Você desmaiou e não acordava de jeito nenhum, por isso trouxe você aqui. — O que eu tenho? — Perguntei e o doutor entrou no quarto. — Senhora Baker, ainda bem que já está acordada. — Disse o doutor. — Sim, o que ela tem? — David perguntou. — É alguma coisa grave? O doutor nos encarou e sorriu simpático.— Não devemos considerar gravidez algo grave. — Quando ele terminou de falar, senti como se tudo tivesse parado. O que ele disse?— O que disse? — Perguntei para confirmar que não ouvi errado. — A senhora está grávida senhora Baker. — Olhei para David que estava sem expressão nenhuma no rosto. — Três semanas. — Isso só pode ser um engano doutor
5 meses depoisCada dia que passava, mais apavorada eu ficava com o nascimento do bebê, até hoje eu não sei o sexo porque David não deixa, ele já sabe e não me diz nada argumentando que eu só poderei saber no dia do parto e que não preciso me desesperar, e que não importa o sexo pois ele vai me proteger.Seria mais fácil se ele me dissesse de uma vez o sexo, já tentei de várias formas tirar isso dele e nunca consegui.Fizemos vários ultrassons, mas ele não deixa a doutora me dizer o sexo.Durante esses seis meses aprendi a amar esse ser dentro de mim, me apeguei de tal maneira que estou ansiosa para ver seu rostinho, mas em pânico, eu não estou gerando uma criança para ser morta por conta de deuses que nem sequer existem de verdade. Quando fiquei grávida do Kamil, só comecei a me importar com ele de verdade na primeira vez que foi colocado em meu colo, foi o momento mais milagroso da minha vida, mas com essa gravidez está sendo diferente, já amo mesmo antes de poder ver seu rosto.E
— Por favor não faça isso! — Pedia chorando enquanto ele chutava a minha barriga com força mais uma vez, me fazendo gritar de dor. — David para, você vai matar o meu bebê!— Eu avisei para não fugir e você não me ouviu! — Me levantou do chão pelos cabelos e me jogou na parede me fazendo bater forte com a cabeça. — Você vai se arrepender por isso, eu vou matar esse bebê na sua barriga e depois você vai aprender da pior forma possível que com David Baker não se brinca!Ele estava com muita raiva e era capaz de me matar caso não se controlasse e tenho muitas dúvidas que ele se controle.— P...Por favor... — Minha voz saiu arrastada, sentia sangue escorrendo pelas minhas pernas enquanto ele batia com seu cinto em todas as partes do meu corpo.— Eu avisei! — Gritou. — Eu avisei!Eu avisei!Eu avisei!Acordei suando e agradeci aos céus por ser só um sonho mau, sonho não, um pesadelo horrível.O pânico aumentava a cada hora que passava e eu só conseguia pensar que David vai entrar por aquela
AKIRAEstavamos na sala de embarque!O amigo de Edward fez um ótimo trabalho com os passaportes. Havia homens estranhos no aeroporto, homens que trabalhavam na minha casa...na casa do David.Eles com certeza não acham que eu teria coragem suficiente para sair do país.Por isso tive que colocar uma peruca ruiva, roupas largas que escondessem um pouco a minha barriga que não era tão grande assim, botei muita maquiagem no rosto que é algo que eu odeio, mas que precisei fazer, estou irreconhecível. Emily colocou um terno e gravata, uma peruca de homem e pareciamos um casal que ia tirar férias no Canadá, nada identificava nossas verdadeiras formas. Tive que cobrir Kamil como se tivesse ainda 6 meses.O avião vai partir em quatro minutos e eu estou apavorada, pensando que David vai aparecer aqui a qualquer momento. Estavamos tão perto de conseguir nossa sonhada liberdade, já estavamos dentro do avião quando a aeromoça veio ter comigo avisando que tinha um homem querendo falar comigo. Me apa
Assim que chegamos em Toronto, procuramos um apartamento que estivesse para alugar. Não foi muito difícil conseguir, por isso, não demorou para nos instalarmos. Com o dinheiro que Edward deu, conseguimos comprar coisas básicas, não podemos ficar gastando dinheiro atoa, até porque nenhuma de nós ainda tem um emprego ou algo assim.O apartamento é simples, nada comparado ao luxo que sempre estive habituada a viver, mas isso não é importante agora.Chegamos faz dois dias. Ontem procurei um hospital e tive a certeza absoluta que vou ter uma menina, se eu não tivesse fugido nem sei o que aconteceria com a minha filha.Que porra!Porque David não lutou por nós? Porque ele tem que concordar com tudo o que o maldito do Anthony diz? Porque ele é tão fraco? Ou a resposta é que ele nunca me amou, por isso não se importou com o que ia acontecer. Ele mesmo disse que não está apaixonado por mim. Ouvir aquilo me machucou profundamente, eu pensava que ele estava nutrindo sentimentos por mim, mas vej
2 meses depoisEstou muito feliz com o rumo que a minha vida está tomando, tudo dando certo, meu filho crescendo lindo e de boa saúde, é tudo que eu mais necessito. Estou já com 9 meses de gravidez e estou que nem me aguento em pé.Emily conseguiu um emprego como secretária e eu não consegui procurar nada porque tenho que cuidar do Kamil e também por conta dessa minha gravidez. Não sei o que faria sem a Emily, está me ajudando de um jeito sem igual e sem pedir nada em troca, simplesmente porque gosta de mim e quer ajudar.- Que dia ein! - Falou Emily assim que entrou em casa. - Estou esgotada! - Se jogou no sofá.- Que foi? Seu namorado deu muito trabalho para você ou foi só porque vocês andaram transando na hora do expediente? - Perguntei sorrindo enquanto preparava a comida do Kamil e tentava preparar o jantar.- Os dois. - Respondeu rindo e eu fiz cara de nojo.- Nem sei quando é que vocês trabalham, se passam a maior parte do tempo trancados na sala dele fazendo safadezas.Emily c
Meus pés doiam, minha cabeça latejava, mas em nenhum momento parei de correr. Os gritos da minha mãe ecoavam pela enorme floresta em que nos encontrávamos. Sentia muitas pedras e paus aleijando meus pés, mas a única coisa que me preocupava era minha mãe, a dor em meus pés é inferior a que vou sentir se perder minha mãe.— Mãe! — Gritei já ficando sem ar por conta do cansanso.Eu preciso chegar a tempo, eu preciso salvar ela!— Mamãe! — Corri o mais rápido que consigo e quando cheguei no local, meu coração sangrou com a imagem que vi.Minha mãe flutuando, com uma corda amarrada ao pescoço. Seu rosto estava lilás, sua língua fora e seu corpo balançava na corda grossa que estava amarrada em seu pescoço.— Não, mãe! — Corri até ela e abracei seu corpo. — Mamãe me perdoa, me perdoa mamãe...eu sou um monstro mãe! Não aceito que você está morta, não aceito, mãe acorda, eu matei você, sou a única culpada, eu matei você mãe!Senti meu corpo mexendo e a sensação de estar caindo em um lugar fund
Estive esse tempo todo com medo de que isso acontecesse, tudo estava acontecendo como nos meus pensamentos, o olhar de David sobre mim era de pura raiva, eu podia ver isso claramente. Tremia dos pés a cabeça, conseguia sentir as batidas do meu coração falhando e por um segundo senti meu coracão parar de bater.Tentei levantar e sair correndo para bem longe dele, mas sei que não adiantaria. Já não a voltas para dar, ele me encontrou.— Confesso que te subestimei. Nunca pensei que terias coragem o suficiente para transar comigo e logo depois me drogar, olha que não consigo tirar aquela transa da mente.Eu não conseguia falar nada, porque se falasse nada coerente sairia da minha boca.— Levei algum tempo para conseguir te achar, mas o que me mantinha firme, era a esperança que eu tinha de poder te achar e ver essa cara de pânico que está desde que cheguei aqui. — Bebeu um pouco do suco que eu estava bebendo. — Estou a dois meses observando você, observando todos os teus passos.Ele sabe