AUTORADavid continuou parado do outro lado da porta ouvindo os gritos de Akira.Clarence ouvindo tudo do quarto ao lado, ganhou coragem e saiu correndo quando viu que os gritos de Akira não cessavam.— O senhor vai mata-la! — Disse Clarence sem medo de ser demitida. — Você vai mata-la!David a encarou sem vida nenhuma nos olhos. — Isso não é assunto seu, volta para o quarto, eu não te pago para dar palpites na minha vida ou no que faço!— Sabe a dor que essa menina deve estar sentindo, sabe como é difícil colocar uma criança no mundo? Se não quer leva-la para o hospital, deixa que eu faço o parto dela!— Ninguém vai toca-la, já mandei sair daqui porra, sai agora!— Você está louco... você é louco, você é um monstro! — Clarence saiu daí correndo, entrou no quarto e viu Derek sentado na cama enquanto Kamil dormia.— Ele vai mata-la! — Clarence disse e Derek suspirou.— Ele está cego pela raiva.— O pior é que não podemos fazer nada, essa pobre menina vai morrer.Derek ficou pensativo,
AKIRAAbro os olhos completamente dolorida. Observo o lugar e percebo que stou em um quarto branco, por isso não consigo distinguir se estou morta ou ainda viva. A última coisa que me lembro é que estava morrendo de dor, David me deixou sozinha no quarto, eu gritando e já não me lembro de mais nada.Onde estou? E minha filha? Onde está minha filha?Me desespero na hora, tento levantar, mas estou fraca e não consigo nem me mexer direito.Será que David fez alguma coisa com a minha filha? Não poder ser, ele não fez isso. As lágrimas enchem meus olhos e na hora entra um homem no quarto. Tento me sentar e ele me impede.— Não faça nenhum esforço Akira, ainda está muito fraca. — Ele diz me deixando intrigada.— Onde estou?... quem é você e como sabe meu nome? — Você está no hospital, meu nome é Ernie Evans. — No hospital? E a minha filha? O David levou ela? Onde ela está? — Minhas lágrimas caem sem que eu pudesse controlar.— Se acalme por favor, sua filha está bem.— E porque ela não
Passou dois dias e finalmente estavamos recebendo alta do hospital. Não conseguirei nunca explicar a emoção que estou sentindo em poder sair com minha filha desse hospital. É impossível explicar o que estou sentindo.David não consegue me olhar nos olhos e eu também não faço questão de olhar para ele. Não saiu de perto de mim, mas também não disse uma única palavra, nem um pedido de desculpas, nada. O ego dele é tão grande que não consegue nem sequer se desculpar por quase ter causado a minha morte, é fato que nada do que ele disser vai mudar o ódio que estou sentindo por ele, mas um pedido de desculpas me faria pelo menos perceber que ele está arrependido, nem que fosse um pouquinho.Mas tanto faz, isso não é relevante para mim, sempre soube que ele nunca foi flor que se cheire, até tentei romantizar nosso casamento e fazer tudo dar certo mesmo com tudo de mal que vivemos, mas agora a única coisa que me importa é que meus filhos estejam bem, só isso. E se para garantir isso eu tenha
— Akira meu Deus! — Rich me abraçou e eu continuei imóvel. — Achei que nunca mais ia ver você, onde esteve? porque desapareceu desse jeito? Já estava imaginando o pior. Ele estava eufórico e fazia cada pergunta atrás da outra.— Eu... — Tentei me soltar dele, mas ele não deixou. — Eu... — Não conseguia formular nenhuma frase.— O que está fazendo aqui? E com essa roupa? — Me olhou de cima abaixo. — Preciso que me conte tudo... a sua filha, onde ela está? E a Emily? O Alexander está louco desde que ela desapareceu.Poderia responder todas as perguntas dele, mas não agora e nem aqui.— Akira?! — Meu pânico se intensificou quando ouvi a voz de David e ele se aproximou de nós. — Pode por favor tirar as mãos da minha mulher? — Encarou Richard que me soltou imediatamente.Estou quase tendo um treco. — O que está acontecendo aqui? Porque saiu da mesa?Richard olhava para nós e a confusão era evidente em seu rosto.— Eu... p... precisei vir ao... b... banheiro. — Falei atropelando as palav
AUTORAEmily andava sem rumo pela cidade, não sabia onde iria, pelo menos se soubesse claramente onde estava, saberia por qual caminho seguir. Cansada de andar avistou um parquinho, foi até lá e observou o lugar que era muito lindo e sentou em um banco, estava com fome e muito cansada, estimava que já tivesse passado da meia noite, por isso o lugar onde estava não tinha quase ninguém, estavam apenas alguns casais conversando e outros se beijando, e do outro lado da rua carros passavam em alta velocidade. Começou a chorar pois estava muito desesperada e sem saber o que fazer, não tinha onde dormir e para piorar não sabia onde Akira estava. A última coisa que ela lembrava, era que estava na casa do Ernie com Zoe, enquanto dormiam. Mas despertou quando ouviu o barulho de coisas caindo, levantou imediatamente e viu pela fresta da porta que tinha vários homens na casa, homens com uma cara nada boa. Ela foi notada dentro do quarto e foi tirada de lá com muita brutalidade, os homens pergun
Richard, Alexander e Emily estavam chegando na casa de Lílian, pois essa história toda de Líbano estava martelando sua mente, e só a mãe poderia tirar todas as suas dúvidas.— Que bom que vieram... o que ela está fazendo aqui? — Lílian perguntou assim que viu os filhos chegarem com Emily. — Não quero essa garota na minha casa!— Calma mãe, é sobre isso mesmo que viemos falar com a senhora. — Rich a abraçou tentando a deixar calma e Alex fez o mesmo.— Espero que a justificativa para ela estar aqui seja mesmo boa. — Olhou Emily de cima a baixo e sentou no sofá cruzando as pernas. — Depois do que ela fez com o Alex, não sei o que ainda têm para falar com ela.Rich sentou do lado da mãe, Alex e Emily no outro sofá.— Mãe, eu quero que seja sincera com as respostas que quero ouvir. — Começou Richard deixando a mãe confusa.— Do que está falando? — Preciso saber tudo o que a senhora sabe sobre o Líbano.Assim que ouviu a palavra Líbano, a mulher na sua frente ficou branca que nem papel.—
AKIRA5 meses depoisCinco meses depois, já estavamos completamente instalados em Sidney, Austrália. Quando chegamos foi tudo muito estranho, mas agora já estamos nos habituando a nossa nova vida. Compramos um apartamento no centro de Sidney e estamos vivendo com Ernie, Clarence e Derek. Não é tão grande quanto a casa que tinhamos em Londres, ou a casa do Canadá, mas da para gerir.Escolhemos esse apartamento por ser discreto, e sem nenhum exagero. Parecemos pessoas normais, vivendo em uma casa normal e com pessoas normais. Em Londres era tudo exagerado, desde a casa, carros, roupas, tudo. Nossa vida era controlada, não tinhamos nenhuma privacidade, mas agora tudo é diferente.O apartamento tem cinco quartos com banheiro, cozinha, uma sala, e uma varanda onde podemos observar a cidade. Não é tão simples assim nê, mas comparado ao que tinhamos, isso é bem pouco.David está trabalhando na administração do hospital onde Ernie trabalha. Ele parece outra pessoa, não mudou tanto assim, já s
3 meses depois.O sinal tocou e logo todo mundo começou a sair do lugar, em direção a porta, a aula havia terminado. Continuei sentada esperando todo mundo sair, para mim poder sair também.O fato de David ser meu marido, está dando o que falar aqui na universidade. Além de ficar escutando pelos corredores o quanto ele é gato, tenho que aguentar olhares das garotas que acham que elas é que mereciam ter ele como marido. Sério, isso é muito cansativo.E uma coisa que está me irritando muito, é ele ficar sorrindo com as garotas atrevidas, sempre que olho para ele está rodeado de mulheres, que nem têm vergonha em demonstrar que estavam dando em cima dele, daqui a pouco ainda fico louca com isso. Desde quando David é simpático assim? Comigo está sempre sério, mas com essas vagabundas só falta os lábios rasgarem de tanto sorriso que ele dá.Me preparei psicologicamente e sai da sala, em direção a cantina. Como sempre, as pessoas olhavam para mim cochichando e umas até apontavam o dedo na m