AUTORAAs coisas pioram a cada minuto que passa, para Akira e para o David também.Ela imaginava acordar num hospital, com um monte de máquinas ligadas em seu corpo, imaginava acordar com uma perna ou braço quebrado, imaginava acordar com algumas costelas quebradas, mas não, somente a parte do hospital, porque todo o resto estava como ela imaginava.Seu corpo doi como nunca antes, imaginou várias vezes quando David batia nela, e sentia muita dor, mas nada se compara a dor que está sentindo agora.Tenta se mexer, seu braço doi, suas pernas estão machucadas. Ela tem muito medo de abrir os olhos, não sabe realmente porque sente tanto medo, mas não pensa em abrir os olhos, não sabe do que tem tanto medo, mas definitivamente abrir os olhos não é uma opção.— Aah! — Geme David que está jogado do seu lado, ela estremece só de ouvir o gemido de David.Tenta se mexer mais uma vez, mas seu corpo não permite que ela faça um simples movimento, sem sentir como se estivessem arrancando seus membros
Anthony cai de joelhos,sua boca começou a sangrar imediatamente. Pelo que parece ele dois tiros da perna esquerda, todo mundo olha horrorizado para onde havia saído o tiro, esperando ver quem teve coragem de atirar no Anthony bem na frente de todos.Segundos depois,Emily surge na visão de todos.Emily se aproxima deles e aponta a arma para Lílian, que carrega Zoe.— Coloca a garota no chão. — Fala ela, só que Lílian não obedece. — Eu mandei colocar a garota no chão!Anthony dá uma gargalhada, fraca, ainda assim assustadora.— Eu sabia... Que... Não podia confiar em você... Filha... — Anthony diz, porém ninguém entende o que ele está falando.David fecha os olhos algumas vezes, tentando não desmaiar por conta da dor que sente no ombro.— Cala a sua boca! — Grita Emily com raiva. — Lílian solta a Zoe agora! — Dá um tiro bem perto do pé dela, fazendo ela largar Zoe na hora.Zoe começa a andar na direção da Akira e David, mas Francisca pega no braço da garota e aponta uma arma na cabeça d
AKIRAAndo mais um pouco, até avistar o portão amarelo e preto. Não me lembro de já ter estado aqui, mas essa casa me parece familiar. Toco a campainha, porém ninguém abre, toco mais algumas vezes até que uma senhora de meia idade aparece na minha frente.— Menina Akira! — Ela abre o portão e me abraça forte por longos segundos, parece que fica surpresa por me ver. — O que a senhor está fazendo aqui?Não sei o que responder, o rosto da mulher não me lembra nada, nada me faz entender que a conheço, parece uma completa estranha para mim.— Eu...Ela me olha de cima a baixo e franze o cenho.— Porque está com essa roupa de hospital, essa faixa na cabeça e descalça? É melhor a gente entrar e você me conta tudo.Sem que eu espere, ela me puxa para dentro da casa e tranca o portão. Olho para o pequeno jardim, para a pintura da casa e não consigo me lembrar em que momento estive aqui.Entramos para dentro da casa, ela logo me faz sentar no sofa, corre para algum lugar e volta com um copo de
Duas semanas depois.— Como não acharam nada? Faz quase três semanas que minha mulher desapareceu, uma mulher ferida e indefesa, como que não acharam nada? — David pergunta alterado, olhando para o homem na sua frente que parecia nem se importar com os seus gritos.— Senhor Baker, nós estamos usando todas as ferramentas para que encontremos sua mulher, seria mais fácil se tivéssemos uma pista, só que não temos nenhuma tirando a câmara do hospital que gravou o momento exato que sua esposa saiu do hospital, depois disso não temos mais nada. — O homem responde suspirando pesadamente, já cansado de ouvir David reclamar sobre a mesma coisa sempre que vem para a delegacia.David está desesperado. Akira desapareceu faz duas semanas e ninguém tem notícias. Ele tenta não pensar o pior, mas os dias sem notícias estão o deixando louco.— Eu vou achar minha mulher, porque vocês são um bando de incompetentes! — David se levanta ríspido e sai da sala o mais rápido possível.Assim que sai da delegac
— Assassina! — Lauren chorava abraçada ao filho. — Você matou o meu único filho, eu acolhi você e não pensou duas vezes antes de mata-lo!Não conseguia dizer nada, me sentia mal pela Lauren chorando mas não conseguia sentir nada pelo filho morto, ao invés de sentir culpa eu sinto prazer em ver um estuprador morto. Ele quase abusou de mim, era ele ou eu.As sirenes da polícia ecoaram me fazendo sair do transe. Não me mexi, eu vi quando a vizinha de Lauren chamou a polícia. Estou do mesmo jeito, ajoelhada e com a tesoura ensanguentada nas mãos.Tudo aconteceu muito rápido, o policial chegou e me levantou do chão com brutalidade, Lauren gritava e me chamava de assassina a cada passo que davamos em direção ao carro da polícia. Nunca pensei ver Lauren me olhando com tanto ódio, tanto ressentimento, aquele olhar acolhedor que encontrei quando cheguei aqui já não existe. Lauren correu até mim e deu um tapa forte em meu rosto.— Você matou meu único filho, assassina! Pensei em dizer "Descul
AKIRAA única coisa que queria era poder ver meus filhos. Sete dias se passaram desde que estou no hospital e como o médico disse, minha memória está voltando aos poucos. Já consigo me lembrar nitidamente da merda que é a minha vida. É preciso ter muito azar, é preciso ter muito azar para ser eu! E o que me dá mais raiva, é que tudo isso aconteceu por culpa de uma única pessoa, Emily! Ela destruiu minha vida por conta de uma vingança estúpida, destruiu minha vida sem se importar com nada e hoje, o peso dos seus atos estão recaindo sobre mim, tudo o que ela fez de uma forma ou de outra está recaindo sobre mim.A porta do quarto foi batida duas vezes me tirando do meu devaneio.— Entra! Assim que a porta foi aberta e vi quem era, me levantei imediatamente da cama e fiquei na sua frente.Como ela tem coragem de aparecer aqui?A olhei com toda raiva que havia em meu coração.— Sai daqui! — Peguei seu braço com força e a arrastei a em direção a porta.— Só cinco minutos! —Pediu ela pare
Assim que os policiais viram que eu estava bem, depois de passar sete dias no hospital sob a vigilância da polícia, fiquei presa por um mês inteiro, mas finalmente fui levada para depor na delegacia. Provavelmente ficarei presa por mais tempo, por mais que Mitch tenha sido um canalha comigo nada muda o fato de que o matei.Eu matei um homem.Nunca em sã consciência passaria algo assim em minha cabeça, eu não era assim, eu fui transformada nisso. Tudo o que passei me transformou nisso, não consigo sentir remorso por ter matado um homem, não é qualquer homem, é um desgraçado que quase acabou com a minha vida, um lixo, tenho a certeza que ele não vai fazer falta nenhuma para o mundo.Minha memória está voltando aos poucos, a polícia permitiu que eu ficasse no hospital até estar no mínimo 89% recuperada, para que nada atrapalhasse o caso. E David? Ele esteve sempre do meu lado, mesmo quando eu vivia jogando coisas neles e o maltratando.Depois de tudo o que me aconteceu, eu só consigo s
Geralmente o dia do nosso aniversário é sinônimo de alegria e festa. Depois de 19 anos de comemoração o meu vigésimo ano na terra não tem graça nenhuma. Já que amanhã será a tão aguardada data do meu casamento depois desse tempo todo. Nem mesmo a minha cama consegue me manter quieta de tanto me revirar de um lado para o outro, com uma vontade enorme de colocar fim na ansiedade que me consome.Aos olhos dos outros é suposto eu estar imensamente eufórica, mas não. Estou dividida entre o medo daquilo que me espera e o "prazer" de vir a me casar com o homem da minha vida, pelo menos era isso que eu achava desde os meus 12 anos. Porém, descobri que ele é um autêntico babaca e o amor acabou.Infelizmente, o nosso casamento foi planejado antes mesmo de nós nascermos. Meu pai é um homem bastante medieval, daqueles que ainda tem na cabeça que os pais é que devem escolher os maridos das suas filhas e que as mulheres devem ser submissas aos maridos.Parece que estar em 2017 não difere em nada no