CAPÍTULO 12

Catarina

Saio da sala de Arthur igual ou mais atordoada do que ontem. O que acaba de acontecer, meu Deus? Consigo me recordar da dimensão exata de sua altura, do movimento exato de sua garganta ao engolir seco e da dilatação de suas pupilas tão evidentes em seus olhos azuis, que o faz apertá-los levemente, os deixando brevemente puxados.

Lembro, com uma precisão atordoante, do cheiro que ele todo emanava para mim.

Consigo lembrar que a distância que nos separava era a de um sussurro, que saiu de seus lábios finos como uma promessa. Prometeu que me deixaria trabalhar em paz.

Trabalho, Catarina!

Trabalho!

– Tudo bem por aí, Cata?

– O que?

– Você está bem?

– Sim! – Digo ainda sem raciocinar.

– César entrou aí para ver se você precisava de ajuda ou se o rei a tinha mandado para o calabouço.

– O que eu fiz?

– Enfrentou a fera. E se não foi mandada de volta por o

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