Cinco anos depois...
A areia da praia começa a parecer mais fria, na medida em que o sol alaranjado ameaça a mergulhar no oceano e trazer a noite para nós. Rebeca, agora com nove anos, continua com energia suficiente para reclamar e não querer ir embora.
Nossas férias em família se tornaram sagradas, mas encerrá-las é sempre um drama engraçado de assistir. Maia na plenitude de seus cinco anos usou toda sua energia para brincar o máximo que pode e agora dorme exausta e rendida nos braços do pai.
Arthur a coloca deitada na saída de praia e dá as mãos à Rebeca para um último mergulho, enquanto ele jura que o oceano aquece quando o sol o beija e faz até um chiado.
Agora eles correm para provar sua teoria em encontro à imensidão do mar. Eu sorrio, pensando em tudo o que conquistamos nos últimos anos. Abri meu próprio escritório de arquitetura, conquistei três premiações e tenho uma agenda disputada.
Tomamos caminhos
Agradeço a Deus que me mostrou que nenhum sonho é pequeno demais, que não mereça ser realizado. Por ter me abençoado nesse trabalho intenso que começou e terminou em dias, apenas pela força que vem do alto. Ao meu esposo Lufe que, não apenas sonhou comigo, mas me deu fôlego em cada milha dessa jornada. Eu te amo até o céu. À Bruna que me deu o caminho que eu precisava em um momento tão oportuno. Você encanta até quando não quer, moça. À minha coeditora Saanny, cuja paciência infinita raramente encontramos e recebemos do outro nesse mundão de meu Deus. Minha revisora Amanda, que me socorreu contra o tempo e com muito talento. E aos leitores que aceitaram o desafio de se entregarem a essas linhas, sem saberem o que os esperava na imensidão de palavras que aqui encontraram, prontas para os inspirarem como fizeram a mim mesma. Obrigada pela chance, Autora Quelita Roca
Catarina Assis sempre foi uma mulher prática, orgulhosa e racional até o dia em que o seu destino foi surpreendido pelos planos, sonhos e desejos que jamais pensou encontrar em Arthur Ferraço. “Tudo mudou quando nossos destinos se cruzaram, cigana”. Sua vida sempre foi um projeto perfeitamente desenhado, cuja concretização a tornaria uma arquiteta brilhante, condutora das próprias vontades. Mas a determinação que a mantinha seguindo seus planos de independência e solitude se desfaz por inteiro, quando seu destino se cruza com um bebê deixado em sua porta com apenas uma carta e os olhos verdes mais encantadores que já viu. A pequena menina chega como um pequeno sol cheio de vida e luz, disposta a torná-la mãe, enquanto entrelaça seu destino de forma inevitável ao poderoso Arthur Ferraço, um misterioso homem que atravessou o seu caminho no passado. Eles são estradas que jamais se encontrariam, mas se veem unidos pela doce Rebeca, a lind
Gostaria de dar as boas-vindas a você que ousou se arriscar nessa jornada tão linda. Ela foi idealizada com amor e cuidado, especialmente para os amantes daqueles romances de arrebatar o coração, arrancar suspiros e provocar uma boa ressaca no final. Se trata de uma obra adulta, com um romance clichê e sem erotismo explícito. Optei em deixar explícitas apenas as emoções e sentimentos mais crus dos personagens, com uma narrativa que explora a poesia das palavras e dos sentidos para muito além do corpo. Garanto que o resultado valeu a pena e, que Catarina e Arthur serão implacáveis ao envolver cada corajoso em conhecer sua história. Uma jornada que versa sobre um amor arrebatador e o equilíbrio que cada um deve guardar em sua própria vivência. Que você, amiga leitora e amigo leitor, se arrisque como Catarina, a nunca caber em uma caixinha, mesmo aquela que você mesma montou para si. Que sejamos inteiros e nos arrisquemos a experimentar todas as nuances que o po
Notas técnicas relevantesEsta obra é registrada na Câmara Brasileira do Livro, protegida pela lei de direitos autorais, Lei nº 9.610/98, com todos os direitos reservados. Plágio é crime previsto no artigo 184 do Código Penal, com pena de detenção e multa. Use sua criatividade e talento e inspire a todos nós com suas obras, mas não copie.Caro leitor, ao longo da leitura você encontrará palavras em linguagem coloquial, destacadas em itálico e com aspas, a fim de facilitar a identificação.As imagens da capa foram extraídas de banco de imagens Freepik livres de direitos autorais, com as seguintes fontes:Foto 1: <a href="https://nl.freepik.com/fotos/liefde">Liefde foto gemaakt door svetlanasokolova - nl.freepik.com</a>Foto 2: <a href="https://br.freepik.com/fot
EPÍGRAFE “Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele”. Jean de La Fontaine PRÓLOGO Jean de La Fontaine, poeta francês do século 17, certa vez escreveu que é possível esbarrarmos com a vida que nos foi destinada justamente quando tentamos fugir dela. Sua sabedoria me parece ser apenas isso: uma bonita frase de efeito, cujo sentido não é exatamente aplicável. Se uma pessoa decide tomar um caminho diverso do esperado para que seu futuro seja diferente, ele será diferente. Requer apenas uma decisão, seja ela a mais excelente ou a pior de todas e, trabalho duro. Temos livre arbítrio para isso. Ponto final. Não tem discussão, certo? Errado. Completamente errado. Eu acreditava com todas as minhas forças que cada um é dono do seu próprio destino e sabe onde o fluxo de
Catarina Minha cabeça explode após mais uma reunião infrutífera sobre como salvar a empresa na qual trabalho da completa falência. A água quente desce pelo meu corpo, relaxando os músculos, mas não faz milagre. Milagre seria ser rica ou pelo menos chutar meu chefe para bem longe da minha vida. Mas isso implicaria em eu acreditar em coisas extraordinárias capazes de dirigir nossas vidas, a despeito de nós mesmos. E eu não acredito. Não que eu não tenha fé alguma, mas prefiro ser cética no que concerne ao que eu quero ou não fazer com a minha vida. Minha família sempre viu isso como medo. Medo de que no fim tudo desse errado e, para remediá-lo, eu estava sempre pronta a dar um empurrãozinho no destino. Para mim se trata de não esperar as coisas acontecerem, sob pena de estagnar a vida por falta de ação. E meu ponto estava certo, quando não fui mais uma mulher da minha família a nascer, crescer e viver eternamente
Arthur Sinto que mesmo fazendo tudo certo, a única coisa que não tenho na minha vida são certezas. Ter uma família abastada, me tornar CEO da maior companhia de engenharia civil do país e ser uma pessoa compreensiva na vida pessoal e justa na profissional em nada me ajudaram a ser quem eu sempre sonhei me tornar. A desestruturação da minha família, facilitada pelo desmoronar do meu pai, pela rebeldia do meu irmão e pela ausência da minha irmã, tornaram minha jornada em nos manter juntos, um borrão de imperfeições. Sozinho eu não consigo. Já não consigo sequer me encontrar, muito menos ser o ponto de convergência entre todos nós. Três anos atrás meu pai e irmão tiveram a maior briga que eu já ouvi e, mesmo depois que ele desapareceu, Henrique Ferraço não ousou dizer uma única palavra. É como se meu irmão Guilherme jamais tivesse existido e isso é assustador. Minha avó Odeth e eu colocamos um investigador em seu e
CatarinaTenho a sensação de que minha alma saiu do corpo e só agora parece voltar. O estranho predador e eu decidimos não trocar nomes e nos deixamos ser apenas nós dois ali, em um mundinho único de um quarto de hotel.Confesso que do quarto eu pouco me recordo. Mas dele? Cada detalhe. Cada mísero detalhe até eu amanhecer sozinha naquele lugar, com um bilhete ao lado da almofada.Poderia ter me sentido ofendida, mas convenhamos, se trata de algo completamente casual e eu nunca mais o verei novamente. Ele me pedia desculpas, pois teve uma emergência e terminou de uma forma tão doce, que mais alguns minutos com ele eu sequer me reconheceria.“Nunca vou esquecer seus belos olhos, cigana”.– Nem eu esquecerei você, solitário predador. – Guardo o pequeno papel dentro da minha agenda. Sim, eu uso agendas de papel, por achar mais prático. E é em algum lugar da minha confusa organização.Eu poderia tentar classi