CAPÍTULO 17

Catarina

Por um momento cogitei pedir que repetisse aquelas palavras. Desde que o reencontrei, me peguei lendo aquele bilhete algumas vezes, incrédula que aquele homem que o escreveu, de fato fosse aquele ser a quem eu chamava chefe.

O homem que o escreveu trazia consigo uma admiração que não podia ser ocultada e, agora, sei que ele pode fazer ser assim quiser. Os olhos que ele tanto admirou são os mesmos, diversa no entanto, a natureza da mulher que o leva.

Eu era livre e sem vínculos quando tudo aconteceu e depois que me tornei mãe, me resumo a ser mãe e arquiteta. Resumos demais para aquela mulher que se deixou ser livre junto ao homem com olhos de águia.

Quando finalmente decido encará-lo, depois de a insônia me ter feito companhia, qualquer barreira arduamente construída e toda minha determinação em me afastar, rui.

Como um castelo de cartas, dando vazão ao desejo cru que o instinto predador em nós faz flor

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