Reduza a velocidade!
Escrevi esta crônica há dois anos e pouco, mas por causa desta pandemia que atravessamos e que atravessa cruelmente nossas vidas desde março de 2020, retomo do tema que, aliás, inspira muito o momento ora vivido por todos nós, e aproveito para convidar vocês, caros leitores, a fazermos uma reflexão séria sobre nossas vidas. Sobre os propósitos de nossa existência e o que esperamos quando tudo isso terminar. Reflitamos, pois.
Era um sábado do mês de outubro, de 2018, em plena primavera e véspera do dia em que começaria o horário de verão (último ano desse sistema), resolvi ir a Tiradentes depois de um bom tempo sem por lá aparecer. É tão perto, dista apenas 8 quilômetro
Série CausosNaquela chuvosa tarde do verão carioca, o calor judiava de nós e fazia com que todos procurassem a praia na ilusória esperança de que a brisa marítima atenuasse o mormaço que a tudo e a todos sufocava, como se em chaleira fervente tivesse se transformado o dia naquele longínquo dezembro, no Rio de Janeiro da minha juventude.Mais uma vez deixei-me ficar, preguiçoso, naquela lerdeza da fila do guichê, onde se lia “Registrado”, à espera de ser atendido pel
Nesta sexta-feira, último dia de abril, atravessei os céus de três estados: Minas, São Paulo e Mato Grosso do Sul até pisar o solo desta Cidade Verde – Cuiabá – às 01:30 da madrugada de sábado, dia 1º de maio, data marcante em que milhões de brasileiras e de brasileiros, que lutam pela nossa Pátria, foram às ruas dar o seu apoio ao nosso Presidente da República – Jair Messias Bolsonaro – ao seu Governo e aos seus ideais: Deus, família, bem comum, liberdade de expressão, soberania e livre mercado. Durante a viagem, em dois voos completamente lotados, tanto o de BH – SP quanto o de SP – Cuiabá, e considerando o tempo da conexão de São Paulo para Cuiabá - cheguei lá às 08h20 e s&o
Duas vezes, meus caríssimos e persistentes leitores. Isso mesmo, foram duas surpreendentes e, por que não dizer, assustadoras vezes: uma em 2011, quando eu morava em Campo Grande / MS, minha terra natal; a outra, num domingo do abençoado dezembro de 2018, em São João Del Rei / MG. Fiquei dias e dias sem escrever. Todo escritor ou poeta tem seus terríveis momentos de vazio, de ausência total de qualquer inspiração. Dá um branco na imaginação... e a criatividade some! Daí vem a angústia, vem a frustração, vem o medo de não escrever mais, de compor sequer o verso de um poema ou uma frase de uma crônica... é um martírio. É sofrimento profundo, minha gente.&nb
Ensaio em prosa e versoPassagens, primeiro momentoHá dias em minha vida em que eu necessito de “silêncio”. Então, caso eu não me deixe ouvir nesses dias, é porque eu silencio ouvindo – silenciosamente quieto, sem nenhum som – apenas ouço minhas melodias internas e posso, então, delas criar minhas poesias...Há dias em que eu preciso de “leitura”, portanto, se eu não parar de ler nesse meio tempo, é porque simplesmente os meus olhos se encontram mergulhados “ceg
O chinelo voou e passou a milímetros de seu rosto! Ouviu-se um tremendo plaft quando o objeto voador se chocou com o a televisão que se encontrava em cima de um aparador feito do mais valioso e raro jacarandá baiano. Pasmem! Não quebrou a tela do belíssimo aparelho. E o chinelo – peça caríssima em fino couro na cor preta, um finíssimo Scarpazi – ficou lá, no chão, jazendo silenciosamente quieto como se quisesse dizer alguma coisa em protesto, mas nem força tinha para tal. Enquanto isso, silêncio total na sala. Podia-se ouvir o sobrevoo de um mosquito ou de um pernilongo, daqueles que dão aquelas terríveis e dolorosas picadas, imperceptivelmente. A filha, o filho, os netos? Ah, todos silenciaram e mudos permaneceram uma eternidade depois daquele intempestivo e surpreendente plaft. Esperavam uma reação do alvo do raivoso pássaro de couro – sua mãe e vó – para então se manifestarem. &n
A cada dia eu me apaixono mais e mais por essa gente brasileira. Esse povo comum que – como costumo escrever em minhas crônicas – me encanta, me dá aulas de como viver com sabedoria e que tem sido um manancial de inspiração para mim. Lembro-me perfeitamente, que num domingo de outubro, do abençoado ano de 2017, costumeiramente, fui fazer minha caminhada matinal; ao descer minha rua, antes, portanto, do percurso do exercício, passei no mercado municipal, perto de casa, para comprar frutas uma vez que ele fecha mais cedo e eu precisava de mamão e laranja; ao entrar na banca onde costumo comprar, escolhi as frutas, entreguei à dona para pesar e, após explicar a ela que ia caminhar até perto de uma ponte no final da avenida, onde costumam ir os atletas do asfalto, pergunte
Em 2018 escrevi e publiquei a Crônica – Rezá, chorá e trabaiá. Uma leitora, de Cuiabá – MT – leu e se manifestou a respeito, me instigando e inspirando a escrever esta, digamos, continuação daquela. Abaixo transcrevo ipsis litteris seu comentário.“Olá, Edson! Que bonito! "Rezá, chorá e trabaiá" é parte da vida e da história das mulheres da minha família. Talvez a ordem, para elas, fosse um pouco diferente: Trabaiá, rezá e chorá". É que o trabalho e o desafio de dar conta da casa, dos filhos e da vida, sempre estava em primeiro lugar. Por causa disso, elas rezavam buscando forças. Por causa disso, choravam até dormir. De cansaço, de tristeza, de solidão por não encontrarem esperanças
Certo dia, há alguns anos passados no meio do esplêndido verde da nossa pujante natureza, nasceu um sabiá (sabiam que o Brasil é a terra deles?), mais precisamente em Mato Grosso do Sul. Pois bem, esse passarinho, assim que abriu os olhos, desgrudou as peninhas da asa de seu pequenino corpo, tentou voar e... caiu. Tentou de novo, tornou a cair. Mais uma vez quis voar e nada. Então, levantando-se... (“A maior gloria não é ficar de pé, mas levantar-se cada vez que cair.”), olhou para a mãe e quis saber por que não conseguia voar?Mamãe sabiá – de peito inchado - olhando com orgulho e ternura para seu pequeno rebento, diz:- Meu filho, calma, ainda não é o momento de você voar. Você tem uma sábia missão, sabia? Mas primeiro aprenderá a voar.E o recém-nascido sabiá, curioso – c