Olhar fixo, orelhas em pé na posição de escuta, cabeça imóvel e cauda reta. Assim permanecia o belíssimo Perdigueiro no meio das savanas que se espraiavam pela extensa planície. Alerta, mantinha-se estático quando seu extraordinário olfato captou o cheiro da caça trazido pelo vento sul e lhe aguçou os sentidos, deixando seus pelos eriçados! Essa reação só veio atestar a fama desse cão ser um caçador nato, o que faz parte da cultura, da história, do folclore e da arte de nossa gente.
Então, de repente houve a revoada e duas enormes perdizes saíram num voo desembestado em diagonal ao céu e na mesma direção! Nesse momento, o caçador – um senhor alto, esbelto, vestido a caráter &n
Seus passos eram macios e leves como os de uma pantera, tal a suavidade com que tocava o chão da calçada, enquanto suas ancas ondulavam ora à direita ora à esquerda e naquele balanço sensual e instigante, suas nádegas dançavam de um lado para o outro, realçando as sensuais e bem-feitas formas sob um colante vestido de linho branco, extremamente elegante, o que mostrava mais ainda a exuberância de suas sensacionais e estonteantes curvas. Era uma bela mulher! Morena, olhos castanhos claros, olhar que enxergava longe, a tudo observando, ao mesmo tempo em que a tudo parecia alheia, dada sua altaneira indiferença ao lugar, às pessoas e às coisas por onde caminhava – seu nariz estava sempre empinado. Tinha altura média (talvez uns 1,70 metros), cabelos negros e ondulados, que, ao toque da suave brisa vespertina de um outono me
Como se fosse uma tela de Monet... A senhora, sentada confortavelmente na ponta do imenso sofá, segura em seu colo o netinho caçula, largo sorriso de felicidade estampado no rosto, rodeada por uma dezena de outros netos – meninos e meninas – dos 4 aos 12 anos, amontoados à maneira típica das crianças sadias, todos sorrindo na mais pura alegria; os meninos, uns de bermudas, outros de calção; as meninas, umas de saia curta, outras de short, todos aprontam uma algazarra sem fim naquela gostosa e emblemática tarde de inverno mato-grossense. Tudo isso no aconch
À medida que ela narrava a história e descrevia o novo apartamento, sua respiração ofegava, sua fala trôpega arfava entre suspiros e respiros de saudades, enquanto seu peito buscava sofregamente o ar como fosse o último alento para seu coração ainda dolorido... e, assim, aquela bela e ainda jovem mulher nos colocava a par de sua recente vida de divorciada e de sua ainda quentinha separação. Era dezembro, próximo ao Natal, na pequena cidadezinha do Centro Oeste brasileiro. Acabara de entrar o verão, forte e quente o bastante para ninguém reclamar mais do inverno que ficara há meses para trás. A família e os amigos, em torno de uma redonda, imensa e sortida mesa de bebidas e guloseimas, reunidos pelo amor e para o amor que os alimenta, ouviam aten
Eu tenho dito, escrito e repetido, ao longo desses últimos anos, que todo cronista precisa ser abençoado, iluminado e ter empatia. Sim, para se transformar num bom cronista e para conseguir cativar e tornar o seu público admirador e fiel. E me explico melhor: abençoado, porque a magia da criatividade que surge é como se fosse a proteção divina caindo sobre Ele – naquele instante – para que desperte a inspiração, daí por que acontece a bênção; por outro lado, há que ser iluminado, pois à luz da palavra que o inspira ocorre sua criação literária, como se fossem clarões – tais quais relâmpagos de um trovão – ou seja, descargas repentinas de ideias que surgem e que, na mesma ve
O novíssimo Mercedes Benz “Onze Onze” – ano 1966, em alta velocidade, se aproximava do longo e sinuoso declive que se avistava logo à frente, enquanto seu motorista, assoviando alegremente, acompanhava num ritmo perfeito “As três cuiabanas” na voz de Tião Carreiro e Pardinho, uma de suas preferidas (e com razão...), que tocava em seu rádio na confortável cabine do veículo. Ele estava no auge da felicidade, pois acabara de descarregar uma carga completa de feijão, e conseguira uma outra de retorno, açúcar, por um ótimo preço. Além disso tudo, passara as últimas horas na cidade com uma bela e insaciável cuiabana. Que morena! Que mulher! Ela quase o fizera perder o negócio e o fôlego – de tanto tesão – não fosse seu senso de responsabilidade
A casa é espaçosa, aconchegante e muito ensolarada. Fica numa esquina, pega a luz do Sol durante todo o dia e, nas noites de lua cheia, enquanto seu brilho e esplendor enluarado explodem e iluminam o chão do quintal, onde existe uma frondosa mangueira, como estrelas brilham intermitentes! Esse mágico e envolvente cenário encanta a todos que ali estão nestes momentos de beleza e plenitude da Natureza. Há uma varanda na entrada da frente e outra na entrada da garagem, nos fundos, onde se localiza a mangueira. Plantas e flores de diferentes tipos e nuances ornamentam um dos lados do quintal – o maior – e os fundos da casa, enfeitando e dando um alegre colorido àquela gostosa e agradável residência.Todo esse ambiente é proppício à visita diária de dezenas de pássaros de todos os tipos e das variadas mais variadas espécies: sabiás, bem-te-vis, pica-pau
O carro percorria os quilômetros que separam Campo Grande de Rio Brilhante, no Mato Grosso do Sul, a uma velocidade média de 80 km/hora, ou seja, não corria muito, considerando que o motorista e sua equipe estavam passando viagem. Não havia pressa. Não, de maneira alguma. Eles tinham todo o tempo do mundo. Enquanto ela repousava, levemente e com todo carinho, sua mão esquerda sobre a direita dele ao volante, conversavam felizes e amorosamente. Ao mesmo tempo em que se ouvia uma música alegre que vinha do som do veículo.Era uma agradável e fresca tarde do outono sul-mato-grosensse. Pelas janelas abertas, tanto pelo motorista quanto pela passageira, entra uma brisa suave outonal, que batia no rosto de ambos, e, principalmente no da mulher – uma bela mulher morena na casa dos sessenta anos – esvoaçando seus cabelos pretos enquanto deixava à mostra um par de olhos vivos e cheios
Caríssimos leitores, não se preocupem nem se assustem, não! E nem fiquem arredios ao meu texto por conta do título. Por favor, não. Não é nada sério sobre doenças ou problemas de saúde, visto que essa temática não faz meu gênero e só constitui meu cotidiano se para um causo que traga humor, leveza e otimismo. Além do mais, considerando essa pandemia porque estamos passando, eu não gostaria de enfatizar o tema. Deem-me crédito e leiam o que vem a seguir.Na verdade, trata-se de um causo muito hilário (segundo contorno-me uma grande amiga enquanto ria sem parar e sem pudor) que aconteceu em agosto de 2017, em uma clínica de São João Del Rei – a Cidade dos Sinos.No dia de agosto daquele ano, a sala de espera da tal clínica era abarrotada de pacientes que se submeteriam a um procedimento cirúrgi