O ano era 2002 e Nova York estava em meio a uma guerra silenciosa entre os clãs da máfia italiana. Foi nesse cenário sombrio que Valentina veio ao mundo, um bebê envolto em mistério e tragédia. Seus pais, membros proeminentes de clãs rivais, viram em seu nascimento uma oportunidade para a paz, mas o destino tinha outros planos.
Valentina foi deixada à porta de um orfanato sombrio nos confins da cidade, um ato de desespero em meio ao caos da guerra. Ela cresceu entre as paredes frias e impessoais do orfanato, cercada por crianças abandonadas e esquecidas pelo mundo exterior. Uma noite chuvosa em um beco escuro... — Precisamos fazer isso, Maria — disse Giuseppe. — É a única maneira de acabar com essa guerra. — Eu sei, Giuseppe — respondeu Maria. — Mas será que estamos tomando a decisão certa? — Não temos escolha. Se queremos que nossos filhos cresçam em um mundo melhor, precisamos tomar medidas drásticas. Mais tarde, à porta de um orfanato... Valentina chorava baixinho. — Mais um bebê abandonado... Pobre criança, o que será dela? — disse a irmã do orfanato. 14 anos se passaram... Valentina, agora uma adolescente determinada, havia crescido entre as paredes sombrias e impessoais do orfanato. Ela era uma jovem corajosa, cujo espírito endurecido pela adversidade a mantinha forte, apesar das circunstâncias. Ela se encontrava no refeitório, cercada por outras crianças do orfanato. Tentando participar das conversas e brincadeiras, mas sempre se sentia como uma estranha, uma intrusa em um mundo que não era seu. — Ei, por que seus olhos são tão diferentes? Parecem vermelhos e verdes ao mesmo tempo. É muito estranho — disse uma criança do orfanato. Valentina abaixou o olhar, sentindo-se desconfortável. — Eles são apenas diferentes, é só isso. — Bem, eu acho que é estranho e bizarro, seu monstrinho — comentou outra criança do orfanato. Valentina apertou os punhos, lutando contra as lágrimas. — Não é como se eu pudesse mudar meus olhos. Ela se levantou da mesa, sentindo o peso do julgamento das outras crianças. Refugiou-se em seu quarto, onde se sentia segura e protegida da hostilidade do mundo exterior. Mais tarde.. Valentina praticava seus golpes de luta, canalizando sua frustração e angústia na força de seus movimentos. O sol brilhava sobre ela, mas sua mente estava turva com as lembranças das palavras cruéis das outras crianças do orfanato. — Ei, Val! Você está arrasando hoje! — disse Alex. — Obrigada, Alex. — disse Valentina triste. — O que aconteceu, querida? Valentina contou o que aconteceu. Alex, tentando consolá-la, disse: — Eles simplesmente não entendem, Val. Mas isso não faz de você menos incrível. Seus olhos são únicos, assim como você. E sabe o que mais? Eles são o que tornam você especial. Não deixe que as palavras cruéis dos outros afetem quem você é. Você é forte, Valentina, mais forte do que qualquer um deles jamais será. Valentina encarou Alex, os olhos marejados. — Obrigada, Alex. Você sempre sabe o que dizer. — Sempre estarei aqui para você, Val. Valentina sorriu, sentindo-se um pouco mais leve. No dia seguinte, durante o café da manhã no orfanato... Uma notícia inesperada se espalhou entre as crianças. — Pessoal, tenho uma grande novidade para vocês. Parece que um homem veio visitar o orfanato ontem à noite — anunciou a irmã do orfanato. Valentina levantou os olhos, curiosa com a informação. Ela sentiu um calafrio percorrer sua espinha, instintivamente cautelosa. — Ele veio com a intenção de adotar uma criança e decidiu escolher a Valentina. Uma onda de murmúrios percorreu a sala, enquanto os olhares curiosos se voltavam para Valentina. Ela se sentiu desconfortável com toda a atenção, seu coração batendo mais rápido com a ansiedade. — Eu... Eu não sei o que dizer — murmurou Valentina. — Não se preocupe, querida. Tenho certeza de que ele será um pai maravilhoso para você — disse a irmã do orfanato. — Valentina, por favor, vá até seu quarto e pegue suas coisas. O Sr. Smith estará aqui em breve para levá-la para sua nova casa. Valentina assentiu em silêncio, mas seus pensamentos estavam em turbilhão. Enquanto caminhava pelo corredor sombrio em direção ao seu quarto, ela se perguntava quem era esse Sr. Smith e o que ele queria dela. Pouco tempo depois, uma batida na porta anunciou a chegada do Sr. Smith. Valentina abriu a porta com cautela e deparou-se com um homem alto e imponente, de olhos penetrantes e sorriso gentil. — Bom dia, Valentina. Estou aqui para levá-la para sua nova casa — disse o Sr. Smith. Valentina forçou um sorriso educado, mas seu instinto lhe dizia para desconfiar desse homem. Ela se perguntava o que ele escondia por trás da fachada de bondade. — Vamos, não temos tempo a perder. Sua nova vida espera por você. Enquanto Valentina e o Sr. Smith deixavam o orfanato para trás, ela se sentia como se estivesse embarcando em uma jornada rumo ao desconhecido. O Sr. Smith dirigia um carro elegante, e o silêncio entre eles era quase palpável, apenas o som do motor ecoando no interior do veículo. Valentina olhava pela janela, observando as ruas movimentadas de Nova York passarem diante de seus olhos. Ela se perguntava onde estavam indo e o que a esperava naquela nova casa. O Sr. Smith permanecia em silêncio, seu rosto inexpressivo, o que só aumentava a ansiedade de Valentina. Finalmente, depois de uma longa viagem, o carro parou diante de uma majestosa mansão. Valentina mal podia acreditar em seus olhos enquanto observava a grandiosidade da casa diante dela. Ela se sentiu pequena e insignificante em comparação com a imponência do lugar. O Sr. Smith abriu a porta do carro e fez um gesto para que Valentina saísse. Ela desceu do carro com hesitação, sentindo-se como se estivesse entrando em um mundo completamente diferente do que conhecia. Ao cruzar o limiar da mansão, Valentina sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela sabia que sua vida estava prestes a mudar de uma forma que ela mal conseguia imaginar.Valentina se encontrava parada no hall de entrada da imponente mansão, admirando a grandiosidade do lugar. O Sr. Smith observava-a com um olhar penetrante, como se estivesse avaliando cada reação dela.— Bem-vinda à sua nova casa, Valentina. Espero que você se sinta confortável aqui — disse o Sr. Smith.Valentina forçou um sorriso educado, mas por dentro, ela estava cheia de apreensão. Ela sabia que teria que ser cautelosa ao explorar essa nova vida, sem saber ao certo quem era o Sr. Smith e quais eram suas verdadeiras intenções.— Obrigada, Sr. Smith. Eu... estou ansiosa para conhecer mais sobre este lugar — respondeu Valentina.— Claro. Mas primeiro, vamos garantir que você se instale confortavelmente em seu novo quarto — disse o Sr. Smith.O Sr. Smith conduziu Valentina pelos corredores labirínticos da mansão, cada passo ecoando nos grandes espaços vazios. Valentina tentava memorizar cada detalhe do caminho, mas se sentia perdida na imensidão da casa.Finalmente, eles chegaram a um
A noite estava especialmente fria quando Valentina escapou da mansão do Sr. Smith. O ar estava pesado e úmido, como se o próprio tempo conspirasse para tornar sua fuga mais difícil. A estrada escura parecia interminável, e cada passo ecoava nos seus ouvidos como um tambor batendo em seu peito. Ela não tinha um plano, apenas o desejo ardente de escapar daquele lugar de pesadelos.Os flashes dos horrores que sofreu ainda estavam frescos em sua mente, mas a adrenalina impulsionava suas pernas a continuar correndo. As ruas de Nova York eram labirintos desconhecidos para ela, cheios de perigos invisíveis. Seu coração martelava, sua respiração estava ofegante, mas a determinação de se manter longe de Smith superava qualquer medo ou dor.Quando finalmente parou, Valentina encontrou refúgio em um beco escuro, entre sacos de lixo e caixas velhas. Seus músculos doíam, e ela se encolheu contra a parede, abraçando os joelhos para tentar aquecer-se. O chão era duro e frio, mas sua exaustão a fez a
Com a perda de Lucas ainda fresca em suas mentes, Valentina, agora com 16 anos, assumiu completamente a liderança do grupo. O peso da responsabilidade estava sempre presente, mas ela usava a memória de Lucas como combustível para continuar. Seus amigos, Pedro, Sara, e Marco, olhavam para ela em busca de direção e, juntos, formavam uma unidade resiliente e determinada.O grupo continuava operando nas ruas de Nova York, mas Valentina sabia que precisavam evoluir para se manterem seguros. Ela começou a estudar mapas da cidade, identificando rotas de fuga e locais seguros onde poderiam se esconder em caso de emergência. Cada movimento era cuidadosamente planejado, e Valentina estabeleceu uma rede de informantes e aliados que lhes dava uma vantagem sobre gangues rivais e a polícia.Uma das primeiras mudanças significativas que Valentina implementou foi a diversificação das operações do grupo. Até então, eles focavam principalmente em pequenos roubos e furtos, mas Valentina sabia que precis
Os dias seguintes ao ataque foram envoltos em uma névoa de dor e raiva para Valentina. Pedro, Sara, e Marco, seus amigos mais leais, haviam sido brutalmente assassinados por Lorenzo e sua gangue. Valentina, Any, e Victor, sobreviventes da carnificina, estavam escondidos em um novo refúgio que Valentina havia preparado antecipadamente. Mas a perda era insuportável, e a vingança era a única coisa que mantinha Valentina em pé.Enquanto se recuperavam, Valentina elaborou um plano meticuloso. Ela sabia que enfrentar Lorenzo e seus homens de frente seria suicídio. Precisava ser estratégica, calculada e implacável. — Precisamos atacar quando menos esperarem — disse Valentina, seu olhar determinado enquanto traçava um mapa na mesa improvisada do novo refúgio.— Lorenzo acha que nos derrotou. Vamos usar isso a nosso favor.Any, uma jovem de cabelos curtos e olhar atento, assentiu.— Tenho alguns contatos que podem nos ajudar a obter informações sobre os movimentos de Lorenzo. Posso sair e tent
Valentina, aos 19 anos, já era uma figura lendária no submundo sombrio de Nova York. Conhecida como "A Ceifadora", ela havia ganhado sua reputação através de sua habilidade implacável nos ringues clandestinos e rachas ilegais. No entanto, por trás da fachada de ferocidade, havia uma jovem assombrada por suas próprias escolhas e pelos fantasmas de seu passado.A vida de Valentina nos últimos anos havia sido uma montanha-russa de emoções e desafios. Desde a fuga da mansão do Sr. Smith até o confronto fatídico que a transformou em "A Ceifadora", cada passo de sua jornada foi marcado por lutas e sacrifícios.A reputação de Valentina como "A Ceifadora" não era apenas um título vazio; era uma representação sombria de sua habilidade e ferocidade nos ringues clandestinos de Nova York. Cada confronto era uma demonstração de sua determinação implacável, mas foi em uma noite fatídica que ela cruzou uma linha perigosa, mergulhando em um abismo de violência e fúria descontrolada.O ambiente no ring
Anos se passaram desde que Valentina fugiu da mansão do Sr. Smith, enfrentando a dor da perda de Lucas e do restante do grupo - Pedro, Sara e Marco. A vida a conduziu por caminhos sombrios e perigosos, moldando-a em uma figura lendária nas ruas noturnas de Nova York. Aos 22 anos, seu nome, "A Ceifadora", ecoava em sussurros temerosos entre aqueles que ousavam desafiar o submundo da cidade.Valentina encontrou refúgio nas entranhas escuras do submundo, onde a lei era uma piada e o dinheiro corria solto. Ela mergulhou de cabeça nas profundezas da criminalidade, participando de lutas clandestinas até a morte e rachas ilegais de carros, usando suas habilidades de luta e sua destreza ao volante para sobreviver.Valentina estava em meio a uma negociação com um dos organizadores das lutas clandestinas, conhecido como Salazar.— Valentina, minha querida Ceifadora. Você veio para mais uma noite de glória? — disse Salazar.— Você sabe que eu não estou aqui pela glória, Salazar. Estou aqui pelo d
Valentina havia acabado de sair de uma luta intensa quando ela sentiu os olhares fixos sobre ela. O ambiente na sala mudou, como se uma aura de expectativa pairasse no ar. Ela sabia que algo estava acontecendo, algo que poderia mudar o curso de sua vida no submundo da cidade.Salazar se aproximou dela, um sorriso satisfeito brincando em seus lábios.— Valentina, minha querida Ceifadora. Você fez um trabalho maravilhoso esta noite— Obrigada, Salazar. Mas o que está acontecendo?Salazar lançou um olhar significativo em direção a dois homens que estavam observando a luta com interesse.— Esses são Kyne e Damian. Eles têm interesses semelhantes aos nossos no submundo.Valentina examinou os dois homens com cautela, seu instinto alertando-a para ser cuidadosa.— Prazer em conhecê-los.Kyne inclinou a cabeça em cumprimento, seu sorriso um tanto calculado.— O prazer é nosso, Ceifadora. Ouvi muito sobre suas habilidades impressionantes.Damian permaneceu em silêncio, seus olhos escuros fixos
O sol começou a se pôr sobre os arranhões de Nova York quando Valentina apareceu em seu apartamento. Ela estava impaciente para chegar em casa e compartilhar as últimas novidades com Any e Victor. Seu encontro com Kyne e Damian deixou uma sensação de excitação e nervosismo no ar, e ela precisava do apoio de seus amigos enquanto se preparava para o desafio que se aproximava. Ao entrar no apartamento, Valentina encontrou Any e Victor na sala de estar, absortos em um livro. — Você não vai acreditar no que aconteceu hoje, disse Valentina. Any tirou os olhos do livro, seu rosto se iluminando com interesse. — O que foi? Você parece animada, disse Victor. Valentina se jogou no sofá ao lado de Any, ansiosa para compartilhar as últimas novidades. — Tive um encontro com Kyne e Damian esta tarde. Eles me desafiaram para uma luta para provar minhas habilidades, disse Valentina. Victor arregalou os olhos, surpreso com a notícia. — Uma luta? Isso é incrível! Você vai aceitar? Valentina conc