Capítulo 7

Anos se passaram desde que Valentina fugiu da mansão do Sr. Smith, enfrentando a dor da perda de Lucas e do restante do grupo - Pedro, Sara e Marco. A vida a conduziu por caminhos sombrios e perigosos, moldando-a em uma figura lendária nas ruas noturnas de Nova York. Aos 22 anos, seu nome, "A Ceifadora", ecoava em sussurros temerosos entre aqueles que ousavam desafiar o submundo da cidade.

Valentina encontrou refúgio nas entranhas escuras do submundo, onde a lei era uma piada e o dinheiro corria solto. Ela mergulhou de cabeça nas profundezas da criminalidade, participando de lutas clandestinas até a morte e rachas ilegais de carros, usando suas habilidades de luta e sua destreza ao volante para sobreviver.

Valentina estava em meio a uma negociação com um dos organizadores das lutas clandestinas, conhecido como Salazar.

— Valentina, minha querida Ceifadora. Você veio para mais uma noite de glória? — disse Salazar.

— Você sabe que eu não estou aqui pela glória, Salazar. Estou aqui pelo dinheiro — respondeu Valentina

— Sempre direta, não é? Mas você sabe que seu nome traz mais do que apenas dinheiro. Traz respeito. Medo. Admiração.

Valentina apenas sorriu de lado, sem se deixar levar pelas palavras de Salazar. Ela tinha um objetivo em mente e nada a distrairia.

A noite avançou e Valentina estava nos bastidores de uma luta clandestina, os gritos da multidão ecoando como um coro macabro de aprovação. Seus punhos estavam envoltos em faixas de couro, seus olhos faiscando com determinação assassina enquanto ela se preparava para enfrentar seu oponente.

A luta era mais do que um simples confronto físico; era uma dança mortal, onde apenas o mais implacável sobreviveria. Valentina entrou no ringue, seu rosto máscara de frieza, seus movimentos fluidos e precisos.

Durante a luta, os golpes trovejavam no ringue, ecoando como trovões em uma tempestade iminente. Valentina se movia com uma agilidade felina, seus olhos ardendo com intensidade enquanto ela estudava cada movimento de seu oponente. Seus lábios permaneciam selados, sua expressão fria e imperturbável enquanto ela esperava o momento certo para contra-atacar.

O oponente de Valentina, um homem robusto com um olhar selvagem nos olhos, avançou com fúria descontrolada, lançando golpes brutais em sua direção. Ele rosnou como uma besta encurralada, sua determinação misturada com uma pitada de desespero diante da habilidade mortal de Valentina.

O homem gritou, sua voz misturada com o som de sua própria dor quando Valentina retaliou, seus golpes precisos e implacáveis encontrando seu alvo com uma precisão mortal. Mas mesmo enquanto ele lutava, ele não podia ignorar a presença sombria que emanava de Valentina, uma aura de perigo iminente que pairava sobre ela como uma sombra.

Enquanto a luta se desenrolava, uma tensão silenciosa preenchia o ar, quebrada apenas pelo som dos golpes trovejantes e das respirações ofegantes. Não era apenas uma batalha física, mas uma batalha de vontades, uma luta pela supremacia na escuridão da noite.

A luta chegou ao fim com um golpe final certeiro de Valentina, que deixou seu oponente caído no chão, incapaz de continuar. Ela se ergueu triunfante, os olhos faiscando com uma mistura de exaustão e satisfação. A multidão irrompeu em aplausos e gritos de admiração, reconhecendo-a como a indomável Ceifadora.

Valentina foi até o centro do ringue, onde Salazar esperava com um sorriso sinistro nos lábios.

— Bravo, Valentina! Mais uma vez, você nos mostrou por que é a melhor nesta arena. Seu pagamento está garantido.

Ele entregou-lhe um maço de dinheiro, que Valentina aceitou com um aceno de cabeça. O dinheiro era uma recompensa pelo seu talento e coragem, mas também era uma lembrança constante do mundo cruel em que ela vivia.

Enquanto ela contava o dinheiro, os pensamentos de Valentina se voltaram para seus amigos, os poucos que ainda restavam. Ela sabia que precisava de aliados neste mundo sombrio, e eles eram os mais próximos que ela tinha.

— Você sabe, pessoal — disse, enquanto contava o dinheiro —,sem vocês ao meu lado, eu não sei onde estaria.

— Você sempre nos surpreende, Valentina — respondeu Any

— Mas agora, é hora de descansar. Amanhã é outro dia — disse Victor.

Depois de se despedir de Salazar, Valentina fez o caminho de volta para o esconderijo onde se reunia com Any e Victor. Eles eram seus companheiros de armas, seus irmãos de coração, e juntos formavam uma equipe imbatível no submundo de Nova York.

Ao entrar no esconderijo, Valentina foi recebida com sorrisos calorosos e tapinhas nas costas. Eles sabiam o que ela tinha acabado de enfrentar e estavam orgulhosos dela por sair vitoriosa mais uma vez.

— Obrigada, pessoal. Sem vocês ao meu lado, eu não sei onde estaria — disse Valentina.

— Sempre estaremos aqui para você, Val. Somos uma família, lembra? — disse Any.

Victor assentiu, sua expressão séria mostrando seu comprometimento.

— Isso mesmo. Nós cuidamos uns dos outros, não importa o quê.

Valentina sorriu, sentindo-se grata pelo apoio de seus amigos. No mundo sombrio em que viviam, a lealdade era uma moeda mais valiosa do que ouro, e ela sabia que tinha sorte de tê-los ao seu lado.

Enquanto Valentina se recostava no sofá, sentindo o calor reconfortante da amizade de Any e Victor, sua mente divagava pelos desafios que enfrentara e os obstáculos que ainda estavam por vir. Ela refletia sobre o preço da sobrevivência neste mundo, onde cada passo era uma batalha e cada decisão podia determinar sua vida ou sua morte.

No entanto, apesar das dificuldades, Valentina encontrava força na camaradagem de seus amigos. Any e Victor eram mais do que simples aliados; eles eram sua família, seu porto seguro em meio à tempestade. Ela sabia que podia confiar neles com sua vida, assim como eles confiavam nela.

Enquanto conversavam sobre os eventos da noite, Valentina sentiu um senso de gratidão profunda enchendo seu coração. Ela se lembrava dos dias sombrios no orfanato, da solidão e do medo de que a consumiam. Mas agora, olhando para Any e Victor, ela sabia que nunca mais estaria sozinha.

A noite avançava e Valentina sentiu-se cansada, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente. A vida no submundo era implacável, exigindo constantemente sua coragem e determinação. Mas ela sabia que valia a pena lutar, não apenas por sua própria sobrevivência, mas também pelos que amava.

Com um suspiro de contentamento, Valentina se despediu de Any e Victor, agradecendo-lhes por sua amizade e apoio inabalável. Ela sabia que precisava descansar para enfrentar os desafios que o amanhecer traria, mas também sabia que, não importava o que acontecesse, seus amigos estariam sempre lá por ela.

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