Capítulo 70

Ele respondeu irritado

- Só tem uma diferença aí, ele gosta de você e ela não dá a mínima pra mim.

Se levantou e foi para o quarto, tomou um remédio forte e dormiu, os outros estavam tomando banho, Rumi não teve coragem de mandar mensagem e nem ligar, foi se arrumar sem saber o que vestir, com medo de parecer muito metida.

Pediu ajuda da mãe, se arrumou e foi, de vestido longo simples, sandália rasteira, pouca maquiagem, quando chegou na frente da casa e desceu do carro, a mãe de Theo a viu, o portão estava todo aberto, ela foi saindo sorridente

- Oiii você veio, que ótimo, não precisa ficar até meia noite viu?

A cumprimentou com beijo no rosto e um abraço

- Sei que vocês jovens só querem passear.

Rumi ficou sorrindo ansiosa apreensiva, a mãe dele se afastou sem jeito

- Já está aparecendo a barriguinha?

- Ele já dá as tremidinhas?

Rumi deixou o vestido marcando, ficou esperando ela colocar a mão, toda sem jeito, ela não colocou

- Aiii que belezinha, Deus abençoe!

Decidida a provar que não era como diziam, Rumi perguntou se ela queria por a mão, Theo saiu quando as duas estavam acariciando a barriga, ele ficou todo sem jeito, se aproximou falou oi, a mãe dele saiu de perto, Rumi ficou emotiva

- Oi. Só me escuta, não fala nada!

- Eu posso ter muitos defeitos, sei que preciso mudar e se não conseguir por você e o nosso filho, nunca vou conseguir por mais ninguém.

- Não me importo com o seu emprego ou com o que dizem, porque as pessoas sempre vão arrumar algo para criticar.

- E é no final do dia, que a gente vê, o que realmente importa, quero a minha família e ninguém que fica criticando nós dois, vai me dar.

- Só peço para que tenha paciência e não duvide do meu amor por você.

Ele se aproximou acariciando a barriga, disse a amava também e que iriam fazer dar certo, pelo filho deles, se desculpou pelo modo que agiu no começo.

A apresentou oficialmente para todos, quando as primas dele foram chegando, acabou que ela foi a mais simplória entre todas as mulheres mais novas, ela passou o tempo todo de canto sem jeito, se sentindo deslocada, todos a trataram muito bem e o pessoal da casa dele, ficou em cima a servindo agradando todo o tempo.

Quando começaram ir embora, ele se ofereceu para levá-la, ela estava indisposta, querendo vomitar, disse que tinha levado as coisas para dormir, perguntou se podia, ele chamou a mãe, para perguntar, ela adorou.

Foi arrumar a cama, fez um chá e não dormiu, enquanto Rumi passava mau vomitando, a cunhada dela também ficou acordada fazendo companhia, o Theo até sobrou.

Decidiram que iriam tentar e dar o melhor de cada, para ter uma família, antes de dormirem colocaram relacionamento sério nas redes sociais, postaram fotos tiradas na noite, mostrando que iriam ter um filho.

Violeta ficou muito feliz, estava no clube com Ivan, Riven e Amin, voltaram meia noite e meia pra casa, Rigel não quis ir, ela estava preocupada e não conseguia falar com ele, perguntou se ele tinha conversado com o irmão, Riven disse que não.

Amin estava dormindo, Ivan falou exultante

- É que ele não vai passar por cima da sua vontade.

- Má vontade com a babá má.

- Você já viveu a sua vida e o seu irmão perdeu a dele, te apoiando.

- Você sempre tem o que quer e ele abre mão.

- Desde pequenos, ele cede pra você e a Rumi e quem cede pra ele?

Riven disse que era mentira, um exagero, Violeta respondeu

- Você gostou da idéia dele ir viajar e ficar fora?

- Tá falando que vai ficar uns três anos.

- Quando você ficou com a Agnes, ele sentiu muito a sua falta e nunca te cobrou um nada.

- Muito pelo contrário, se afastou para não ter o risco de atrapalhar, igual você fez com o relacionamento dele.

- Se ele não tivesse largado tudo, pra virar seu sócio, não tinha sido largado.

Riven disse que a transportadora foi o melhor negócio da vida deles e tinham que fazer aquilo, naquele momento, também que obrigou o irmão a participar, ela respondeu chateada

- E você viu seu irmão verdadeiramente feliz? Depois que abriram ela?

- Foram as suas escolhas, não as dele.

- Agora ele vai abrir mão de novo, do que quer, por sua causa.

Estavam chegando em casa, Riven não gostou, respondeu fulo

- Eu não tenho nada a ver, se a Skylar queria ficar comigo e não com ele.

- Não dei esperanças de nada a ela.

- Agora a culpa é minha? A id iota se confunde, ele é mais idi ota ainda, de achar que pode levar uma menina a sério e o culpado sou eu.

- Por mim, ele faz o que quiser da vida dele.

Ivan disse que as coisas não eram assim, porque os dois só funcionavam se apoiando, estavam descendo do carro na garagem, Violeta falou para semear a discórdia necessária

- É né, ele faz o que quiser, você já tá sabendo que ele quer sair da transportadora?

- E que não vai mais comprar o apartamento, que estava olhando?

- Ele quer vender a parte dele e torrar todo o dinheiro por aí.

Riven não respondeu, pegou Amin e foi deitar, Violeta disse que estava com um mal pressentimento, até chorou conversando com Ivan a sós, queria ajudar os gêmeos e não sabia como.

Quando amanheceu Dariele foi lavar roupas, na mão, porque tinham vendido a máquina, Sky acordou um pouco tarde, foi olhar o celular, tinham duas chamadas perdidas de um número restrito, ela não achou que fosse ninguém importante, já pensou logo que podia ser um trote da Tainanda, uma ameaça do tio.

Tinha certeza que coisa boa não seria, Rigel quem ligou de madrugada, estava olhando as redes sociais e viu Tainanda na praia, não entendeu porque ela não estava junto, sem saber se teria coragem de falar alguma coisa, preferiu ligar restrito, também queria saber se ela estava bem, até se sentiu culpado por ter ignorado ela.

Ficou pensando muito, que talvez ela não tenha feito nada por maldade, queria entender a si mesmo e seu orgulho lhe puxava a orelha, toda vez que pensava em procurar ela, afinal, além de não o querer e surtar ao saber que ficou com ele, ela o acusou de coisas que o magoaram profundamente, não se importou com o que viveram ou com ele.

Ele decidiu começar o ano sendo sua prioridade, Riven fez o mesmo, já na hora do café da manhã, falou que ia voltar pra casa dele de vez, porque colocando Amin em uma escola período integral, seria mais fácil manter a rotina, mesmo sem gostar muito, ia incluir a família de Agnes na rotina, para o ajudarem mais e Amin se acostumar com todos lá.

A verdade é que ele queria se afastar do irmão, para dar espaço para Sky voltar a se aproximar, quando Rigel levantou na hora do almoço, começaram falar de Rumi, torcendo pra dar certo, Riven perguntou se ele ia mesmo, sair da transportadora, ele disse que sim apenas, com deboche, sem justificativa.

Riven ficou irritado, disse que ia falar com o advogado, para comprar a parte dele, porque não queria ninguém de fora metido lá, Rigel concordou sem dar importância.

No dia seguinte Riven e Amin foram pra casa, ele percebeu que não queria a responsabilidade de um relacionamento, porque tinha a necessidade de se dedicar ao filho totalmente, fora o trabalho.

Sky começou ir ajudar a mãe com as faxinas, fazendo as coisas mais leves, na primeira semana do mês, foi ao médico que sempre cuidou dela, ele tentou tranquilizar ela, mudou a medicação, sem ela saber, falou que a quantidade de tempo que ela se medicou sem saber do bebê, poderia ter prejudicado ele.

Dariele foi falar com Joaquim, contou tudo o que estava acontecendo, ele disse que não podia ajudar financeiramente, questionou porque ela não falava com o pai rico do bebê, colocou a culpa em Sky, do bebê estar correndo riscos.

Dariele ficou arrasada, até pensou em pedir ajuda para Tião, mas desistiu, porque não ia adiantar prolongar aquilo e o orgulho dela, não ia ajudar ninguém.

Esperou a consulta no final do mês com o obstetra, para ir procurar Violeta, com tudo em mãos para comprovar a situação, sabia que a filha estava sofrendo calada e não podia ajudar.

Por estarem sem a geladeira, não faziam feijão, também não estavam comendo muita carne, o que estava ajudando muito a alimentação de Sky, era comer onde iam trabalhar, em todas as casas a tratavam bem, sempre davam coisas para levarem, só não começaram dar coisas de bebê, porque Dariele alertou que a filha não queria, por estar depressiva rejeitando o bebê.

Sky só ignorava, não falava com ele, nem acariciava, até o espelho estava evitando, com medo de ver a barriga aparecendo e se sentir mal.

Já Rumi estava radiante, todos os dias se exibia nas fotos e vídeos, fez o chá de revelação, parecendo mais um aniversário de um ano, teve uma super decoração, brincadeiras, tudo o que ela tinha direito e mais um pouco, Theo e ela estavam muito bem, planejando irem morar juntos.

Sky estava acompanhando tudo, não sentia exatamente inveja, só se sentia muito triste e culpada, por não estar igual, todas as fotos que via de Amin, ia salvando, cheia de saudades dele.

Quando Rumi fez o chá, Sky comentou com a mãe que o bebê dela era uma menina, explicou sobre sexagem fetal, Dariele perguntou se ela queria fazer esse exame e descobrir o que era o bebê, até falou que isso podia animar ela, porque ele estava lá e não iria sair tão cedo.

Sky concordou emotiva, foi pesquisar e desistiu, porque achou caro, o convênio não cobria também, na mesma semana ela foi ao obstetra, teve que ir sozinha, ele pediu vários exames, chamou atenção dela, porque a gravidez já estava um pouco avançada, e não tinham nem feito um exame de sangue.

Por ser de alto risco, o médico a encaminhou para o pronto socorro de obstetrícia do convênio, com os pedidos de exames urgentes, em duas horas, tudo já tinha sido feito, ouviram o coração do bebê pela segunda vez, em outro exame de monitoramento do coração dele, foi notado uma alteração, Sky já estava nervosa desde que o obstetra chamou a atenção.

Quando a médica do pronto socorro se mostrou preocupada com as medicações que foram tomadas e o exame de monitoramento, Sky começou chorar muito, tinha que esperar os resultados de sangue e urina, saiu do consultório aos prantos, foi ao banheiro vomitar, voltou para a sala de espera pálida, tentando ligar para a mãe, que nem sabia como tinha sido no obstetra ainda.

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