Capítulo 69

Eles arrumaram um colchão na sala para as duas passarem a noite, Dariele foi tomar banho um pouco tarde, eles já tinham ido deitar, para deixar elas mais a vontade, Sky aproveitou que ficou sozinha, estava usando a internet da casa, foi olhar as redes sociais de Rigel, viu que ele estava online, ligou restrito, ele atendeu na segunda chamada, já esperando que pudesse ser ela

" Alô "

Ela ia desligar, tomou coragem e falou oi, baixinho, ele respondeu sério

" Quem tá falando? "

Ela se arrependeu e desligou, sem dizer mais nada, ficou se sentindo triste e arrependida, por ter ficado com ele, daquela forma e piorado tudo depois, quando sua mãe foi deitar junto, Sky falou que não queria compartilhar com ninguém, até porque poderia dar tudo errado e ela não queria ser pressionada, culpada, só para a tranquilizar Dariele concordou em guardar segredo.

No dia seguinte Tião saiu de madrugada para ir trabalhar, mandou o motoboy entregar pão quente, sonho de goiabada, Dariele estava conversando com a mãe dele, quando viu o sonho ficou rindo, comentou que ele ainda lembrava.

A mãe dele contou que ele se casou duas vezes em vinte anos e não deu certo, fez bastante fofoca, querendo aproximar os dois, Dariele foi sincera, falou do casamento e disse que não queria nada com ninguém, ainda mais com uma filha e um bebê a caminho.

Conversando com conhecidos, até a hora do almoço, ela encontrou uma kitnet, perto de onde moravam, usou o dinheiro que tinham guardado, para dar a entrada, só almoçaram e foram embora, Tião fez questão de ir levá-las, preparou um pote com doces de padaria e uma torta inteira, para Sky.

Quando ele viu o lugar, percebeu que as coisas realmente não estavam boas pra elas, tinham seis kitnets, três em cima e três embaixo, nada separando as vagas de garagem, o quintal estava um pouco bagunçado sujo embaixo, a delas era na parte de cima.

A cunhada de Dariele combinou de pegar as coisas que ficaram para trás, camas, colchões, guarda roupa, panelas, só a noite ela ia mandar pra lá, com dó delas, pegou tudo o que deu, também mandou uma cesta básica, duas cestas de natal, que tinha em casa.

O carreto quem pagou foi a Dariele, a cunhada dela nem foi junto das coisas, para evitar brigas em casa, disse que elas não eram as primeiras a reclamarem daquilo, deu a entender que mais gente da família, tinha passado pelo mesmo.

Tião foi embora a tarde, se colocou a disposição delas, caso precisassem de qualquer coisa, se encheu de esperanças se iludindo sozinho.

Depois de colocarem tudo para dentro, Sky foi procurar um mercado para comprar produtos de limpeza, novamente ligou restrito para Rigel e desligou assim que atendeu.

Ele ficou irritado, com toda a certeza de que era ela, também muito curioso imaginando o que ela queria, não parava de imaginar o que ela estava pensando e sentindo.

Dariele ficou ajeitando as coisas, enquanto arrumavam juntas, conversaram muito sobre trabalho e as contas, Sky falou que ia trabalhar, dar um jeito de ajudar.

Pelas conversas Dariele percebeu que ela além de não ter noção da gravidade de sua gestação, estava em negação ignorando a novidade.

Esperou alguns dias e a casa estar em ordem, para tocar no assunto, antes de ir fazer faxina onde sempre trabalhou, pediu para Sky ir se informar sobre o posto de saúde do bairro, para iniciar o pré natal e também marcar consulta com o médico dela, usando o mês de carência de convênio.

Já era dia vinte sete, enquanto trabalhava, mandou várias mensagens dando ordem, cobrando Sky sobre o que pediu, sabendo que ela ia enrolar de propósito, ficou em cima, a fez marcar vários exames, consulta com especialista e obstetra.

Com menos cobranças e preocupações, estando a vontade em sua casa, Sky passou o resto da semana um pouco melhor, ainda sem comer direito e dormindo muito, também ignorando tudo.

No dia trinta foram fazer uma faxina juntas, Dariele estava contando nas casas que ia, sobre a gravidez, comentou que apesar das circunstâncias estava contente, mais do que quando engravidou, quando foram embora Sky ficou muito brava, foi grossa dizendo que não era pra ninguém saber e que não queria um nada de criança lá, porque não queria criar expectativas e se decepcionar.

Melancólica e pessimista, não queria nem saber do assunto, estava com muitas cólicas, enjoos, passaram o réveillon em casa, dormindo, Tião as convidou para saírem irem ficar com a família dele, mais não quiseram ir.

Violeta e sua família, iam para o clube passar a virada de ano, ninguém estava muito animado por lá, Rumi chorou a semana inteira, ainda estava sem falar com o Theo, prestes a fazer o chá de bebê revelação, sem o convidar, no final do dia ele chegou lá de surpresa, tocou o interfone e pediu para falar com ela, Amin quem saiu primeiro, encostou no portão conversando sobre os presentes que ganhou, reclamou da piscina estar suja e as flores feias, porque ninguém sabia cuidar como ele.

Rumi nem abriu o portão, saiu séria pronta para brigar e estragar o último dia do ano

- O que você quer?

- Amin entra!

Riven saiu na porta e o chamou, Theodor ficou olhando para Rumi sério

- E aí, como você está?

- Tentei te mandar mensagem, mais ainda estou bloqueado.

Ela continuou de braços cruzados indiferente

- Ótima. O que você quer?

- Estou ocupada!

Ele colocou a mão na fresta, pedindo a dela

- Conversar! E te convidar pra ir na minha casa, meus pais querem te conhecer oficialmente, me fazem perguntas que eu não sei responder.

Ela não segurou, sorriu com deboche

- Não sabe porque escolheu não ser pai.

- Se era só isso, pode ir embora.

- A sua irmã me segue, né?

- Depois do chá revelação, ela te conta o se xo do bebê.

Foi se afastando para entrar, ele continuou no portão

- Você sabe que não é só isso, eu não vou ficar com alguém, que sempre faz essas coisas.

- Você estragou o meu celular novo, meus documentos, espalhou pra geral que eu te mandei tirar.

Ela se virou para olhar

- Quer que eu pague o prejuízo? Eu pago!

Ele se afastou do portão frustrado

- Desde que eu te conheci, fico cedendo, até demais.

- Todas as vezes que eu te disse não, você me magoou.

- Não precisa pagar não, o que eu queria de você, era respeito, mas pelo visto nunca vou ter.

Ela se aproximou emotiva

- Você não é nenhum exemplo!

- Também nunca me respeitou, nem valorizou o que eu sentia.

Ele parou mais perto do carro

- Não respeitei? Como namorada?

- A gente roda e volta nisso, você nunca quis nada sério, porque sempre teve vergonha.

- Toda vez que se irrita comigo, vira essa pessoa esnobe e arrogante.

- E aí eu lembro, porque nunca deu certo.

Violeta saiu no quintal, interrompendo

- Porque vocês não entram, para conversarem?

Foi abrindo o portão

- Vem Theo, entra.

Rumi se aproximou chorando

- Não sou eu, que te escondo da minha família.

- Eu só queria o seu apoio, não fiz esse filho sozinha.

- Não tenho culpa, de ter uma condição melhor que a sua e isso nunca me impediu de gostar de você.

- Não me procura mais, se quiser saber de alguma coisa, espera nascer e procura um advogado.

Ele parou no portão com os olhos marejados

- Rumi é impossível lidar com você, só vim te convidar pra ir na minha casa.

- Compraram presentes pra você e o bebê.

- Até mexeram na casa, pra te receber, meu pai passou a semana toda, arrumando as coisas, pintou, trocou maçaneta.

Ela interrompeu alterada

- Eu não quero ir pra ficar com a sua família, você não me quer lá, não vou!

Ele respondeu no mesmo tom

- Desse jeito, não mesmo.

- No dia que você me mostrar, que está disposta a mudar e ceder, pra ter uma vida comigo, entrar nessa de cabeça juntos, eu vou querer.

- Não posso fazer tudo, por nós dois e a minha família não merece ser maltratada, porque ninguém lá nunca te trataria mal.

Se afastou cabisbaixo, acenou para Violeta

- Tchau. Desculpa por tudo!

Foi embora triste, quando chegou em casa e falou que ela não iria, todos ficaram chateados, ele não estava explicando a real situação, porque tinha vergonha da família falar, que o avisou.

Rumi ficou aos prantos, se fazendo de vítima, Rigel já estava irritado o dia todo com dor, pegou o celular dela

- Você quer ou não ficar com ele?

- Que homem ia ficar com uma mulher, que toda hora o humilha falando de dinheiro?

- Eu conheço o Theo muito bem, e você melhor ainda.

- Você precisa mudar, ele não vai viver as suas custas, porque tem orgulho e é o certo.

Deu o celular pra ela

- Toma, desbloqueia ele agora e fala que vai, para de frescura.

- A família dele se preparou só pra te receber, porque sabem que você é metida, nariz em pé.

- Outro dia a irmã dele me encontrou na rua, e falou, que eles sabem o quanto você pisa nele e por isso, não apoiam.

Ela pegou o celular irritada

- Está falando do Theo ou de você?

- E a sua babá má piranha?

- Faz o mesmo, muda por ela, liga agora e pede pra ir ficar junto.

Se deitou no colo dele, desbloqueando o Theo

- Pior do que a sua cara, só o seu mal humor.

- A gente sabe que você quer essa pirralha de volta!

- Vai ligar? Bloqueou ela também?

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