Isabella Cavalieri Hoje já era sábado, a semana passou tão corrida que eu mal vi, agora eu tô descendo as escadas com a mala que levo pro Balé pra ter uma desculpa pra inventar pra minha mãe, até por que se eu falar que vou passar o dia com Armand e a Kira bem provável que ela me tranque em casa. — bom dia, parece que recobrou o juízo já que está indo pro estúdio – minha mãe diz fria — vou ensaiar e prometi ajudar a Milena com alguns passos, ela quer ser a protagonista e está se dedicando muito – digo uma meia mentira, a parte dela querer ser protagonista e se dedicar é verdade. — ela está certa, se quer algo tem que correr atrás – ela suspira — você era assim lembra ? — ainda sou mãe – resmungo — já estou indo — não vai tomar café? — vou com a Milena, antes de ensaiarmos — tudo bem, mas nada de comer pão Isabella Concordo com a cabeça saindo rápido, não gosto de mentir pra minha mãe, mas eu também não posso continuar do jeito que está. Entro no carro, coloca
Antoni Armand — a relação delas é tão linda né, Analice parece ser uma mãe incrível – Bella comenta — sim, eu admiro muito Analice, desde que recebeu a notícia da gravidez ela já amou Kira, mesmo como todos os sonhos ela nem pensou em desistir da Kira – comento realmente admirado pela mulher que minha irmã é — se um dia eu tiver um filho quero ser uma mãe diferente da que eu tive, quero dar muito amor, carinho, compreender os desejos e sonhos do meu filho, não quero obrigá-lo a nada – ela suspira — eu imagino que você será uma ótima mãe Bella mia, as pequenas garotinhas parecem ser todas encantadas por você, acho que qualquer pessoa se encantaria por você – digo e ela me encara, com um leve sorriso. — eu consegui te encantar Armand ? – pergunta quase em um sussurro se aproximando de mim — se eu disser que sim, você se afastaria ? – pergunto me aproximando um pouco mais. Antes que ela pudesse dizer algo meu telefone toca a fazendo se afastar de mim. — é meu relações
Isabella Cavalieri Hoje minha manhã tinha passado corrida, estava na hora do almoço, eu estava com muita vontade de chamar o Antoni pra almoçar comigo, mas não sei se seria uma boa ideia. — tá saindo fumaça – a Voz da Mile me chama atenção — onde? — da sua cabeça, tá pensando demais em que em ?! — eu queria almoçar com o Armand, mas não sei se é uma boa ideia, o que ele vai pensar ? — ele não tem que pensar nada, se quer a companhia dele pra um almoço, o convide não tem nada demais isso – ela diz e eu confirmo Pego o celular ligando pra ele, mas tá fora de área ou desligado, ele deve ter esquecido de carregar o celular. Então respiro fundo e ligo lá pra empresa e a Secretaria dele atende, e o que ela me fala me deixa chateado. — o que foi Isa? — ele tá no escritório com a Soraya — tá e quem é essa Soraya? — uma das peguetes dele – suspiro — isso foi bom eu estava esperando demais do Armand, ele nunca vai mudar — olha não fica chateada, eu tenho que almoç
Isabela Cavalieri Ser bailarina é muito mais do que deslizar graciosamente pelo palco sob os holofotes. Para quem vê de fora, tudo parece mágico: os figurinos deslumbrantes, os passos fluidos, a música que nos envolve. Mas poucos imaginam o que há por trás desse espetáculo. São anos de dedicação inabalável, ensaios exaustivos, dores que se tornam companheiras constantes. Os pés marcados pelas sapatilhas apertadas, as pernas latejando após horas de treino, os coques sempre presos com firmeza e a meia-calça sufocante mesmo nos dias mais quentes. Cada movimento precisa ser executado com perfeição, cada detalhe faz a diferença. E ainda assim, mesmo nos momentos mais difíceis, há algo que me mantém firme: o amor pela dança. Esse amor é meu impulso, meu combustível, minha essência.Lembro-me do instante exato em que tudo começou. Eu tinha apenas quatro anos quando passei pela primeira vez em frente a um estúdio de balé. Meus olhos brilharam ao ver aquelas meninas se movendo como se não toc
Antoni Armand Essa segunda-feira parece se arrastar sem fim. Meu escritório, luxuoso e impecavelmente decorado, mais parece uma prisão hoje. Tudo o que eu queria era largar essa gravata sufocante, encontrar um bom bar, beber algo forte e, quem sabe, terminar a noite com uma bela mulher na minha cama. Mas, é claro, não posso me dar a esse luxo agora.Cada festa que frequento, cada evento onde sou visto segurando um copo de whisky ao lado de uma mulher deslumbrante, acaba estampando os tabloides no dia seguinte. “Playboy Festeiro, Ao Ataque!” Os jornais adoram me transformar no vilão da alta sociedade. O problema? Essas manchetes custam caro—muito caro. Minha credibilidade no mercado de negócios está indo ladeira abaixo, e contratos que antes eram certos agora são cancelados antes mesmo da assinatura. Para um CEO, isso é um golpe pesado. E, claro, meu bolso não está nada feliz com isso.Minha empresa é referência em engenharia, arquitetura e paisagismo, liderando projetos ambiciosos e
Isabella Cavalieri Mais um dia, mais uma aula, e aqui estou eu, em minha posição habitual, observando a sala antes que minhas pequenas alunas cheguem. O chão de madeira polida reflete suavemente a luz suave dos espelhos que cobrem a parede inteira. O cheiro característico de resina e tecido das sapatilhas de ponta preenche o ambiente, misturado com um leve toque de lavanda do aromatizador que sempre deixo ali.A porta se abre, e meu olhar se volta para a recepção. Como sempre, Analice entra com sua presença impecável. Seu vestido preto abraça sua silhueta com perfeição, e seus saltos agulha ressoam no piso de mármore. Ela não anda, ela desfila. Seu porte de supermodelo mundialmente famosa faz com que todos ao redor parem por um instante, como se ela estivesse prestes a entrar em uma passarela.Mas, apesar de toda essa imponência, há uma doçura nela que poucos enxergam. E essa doçura se reflete completamente em sua filha.Kira não poderia ser mais diferente da mãe. Seu cabelo castanho
Antoni ArmandA chamada telefônica me puxa de volta à realidade, interrompendo o turbilhão de pensamentos que me consome. Com o celular na mão, respiro fundo antes de atender, sabendo que o peso da conversa será inevitável.— Pai, eu vou dar um jeito nessa situação, ok? — tento controlar minha voz, tentando parecer mais calmo do que realmente me sinto, já antecipando o tom pesado que virá do outro lado da linha.— Antoni, eu confiei a empresa nas suas mãos. Você me prometeu que ia cuidar de tudo. — A voz dele é grave, saturada de frustração e preocupação. Sinto o peso das palavras, como se cada uma delas fosse um açoite. — Sua irresponsabilidade está colocando tudo o que construímos em risco. Estamos perdendo contratos importantes e, o pior, estamos minando a credibilidade de clientes fiéis que confiaram na gente por anos.Ouço o suspiro pesado do meu pai, como se cada palavra tivesse sido um esforço físico. A tensão que ele carrega na voz é palpável, e consigo sentir a dor de cada de
Isabella Cavalieri Os dias se arrastam como um balé exaustivo, e o cansaço tornou-se minha sombra mais fiel. Acordo antes do sol para ensinar pliés e piruetas, corrigir posturas e incentivar pequenos passos que, um dia, se tornarão grandes voos. À tarde, a rotina continua, e minha energia se dissolve a cada movimento repetido. À noite, as meninas mais velhas se juntam a mim para o ensaio extra de O Lago dos Cisnes—e, mesmo apaixonada pelo que faço, meu corpo suplica por descanso. Meus pés estão sempre doloridos, latejando sob o peso de tantas horas na ponta. Quando as luzes da academia finalmente se apagam e posso ir para casa, meu maior desejo é simples: uma ducha quente que lave o cansaço e me devolva ao mundo dos vivos. Só então, envolta no aconchego dos lençóis, me permito uma última indulgência—um romance clichê onde, em apenas 90 minutos, tudo encontra seu final feliz. Saio da sala de balé, tranco a porta com cuidado e caminho até a recepção para entregar a chave à Milena. Ma