“Abigail Zapata”Eu não podia acreditar no absurdo que a Magda me disse, aquilo era uma afronta! Eu jamais receberia aquela bruxa em minha casa. Ela que fosse para o inferno com aquele filhinho ridículo dela.- Ela não vai se hospedar com a gente, Martim! Não vai! – Eu falei furiosa enquanto o Martim me puxava pela cintura.- Calma, Abigail. Vamos perguntar ao Tony o que fazer. – O Martim falou com tranquilidade.O Martim estava calmo, mas isso era porque ele não conhecia aquela mulher odiosa. Aquele rostinho harmonizado dela, emoldurado por cabelos loiros platinados e aqueles olhos azuis eram só uma fachada bem arrumada para enganar aos desavisados.- Filhos! – O pai do Martim se levantou animado quando nos viu nos aproximando. – Eu estou muito feliz por vocês! Agora eu já posso sonhar em ser avô!- Vamos com calma, pai. Por um tempo seremos só a coelhinha e eu. – O Martim respondeu ao pai com um sorriso, mas a empolgação do homem não arrefeceu.- Tony, a Abigail está se recusando a
“Martim Monterrey”Já era hora de irmos. No fim das contas, a festa foi divertida e a Abigail se divertiu e sorriu, realmente aproveitando o momento. Eu me aproximei dela que estava rindo com as minhas irmãs e falei em seu ouvido:- Vamos embora, coelhinha?- Ah, mas já? Eu estou me divertindo tanto! – Ela falou como uma criança que a mãe manda juntar os brinquedos e ir pra cama.- Vai se divertir mais na nossa lua de mel! – Brinquei com ela e ela deu um tapinha no meu peito.- Está bem, eu vou jogar o buquê. – Ela sorriu e saiu com as minhas irmãs.Eu fiquei observando as mulheres se amontoarem para pegar o buquê e a graça que ela fazia. Para quem não queria festa, ela estava muito feliz. Bom pra mim! Mas a minha mãe se aproximou e segurou o meu braço.- Ela é muito especial. – Minha mãe comentou.- É sim, muito! – Eu respondi totalmente encantado com a imagem da Abigail brincando e sorrindo com aquele buquê para o alto.- O advogado nos garantiu que esse casamento não é uma farsa! S
“Abigail Zapata”Para falar a verdade mesmo, eu achei uma graça o Martim alugar a casinha de praia para passarmos uns dias. Eu começava a pensar que seria divertido. Mas eu estava cansada e acabei pegando no sono. O dia tinha sido cheio de emoções, mesmo aquele casamento sendo de mentirinha. Ademais, ver a Camila coberta de tinta verde no final foi a cereja do bolo. Eu só esperava que o fotógrafo tivesse tirado uma foto pra eu colocar no álbum.- Coelhinha, chegamos!Eu ouvi a voz do Martim me chamar baixinho e abri os olhos lentamente. Ele estava ao meu lado e me olhava com um sorrisinho que me dizia que ele iria aprontar. Eu soltei o cinto de segurança, mas o Martim não se afastou para eu sair do carro.- Vamos fazer isso direito! – Ele avançou e me pegou no colo, parecia que ele gostava de me carregar, não perdia uma oportunidade.- Martim! – Eu dei um gritinho com o susto e me segurei em seu pescoço rindo. Ele bateu a porta do carro e me carregou em direção a casa. – As malas, Mar
“Martim Monterrey”Eu coloquei as malas no carro, a Abigail entrou e eu dirigi para o centro da cidade. Por sorte na cidade tinha um hotelzinho e, como era baixa temporada, tinha um quarto vago.- Me espera aqui um minuto? – Eu pedi a Abigail, ela fez que sim e se sentou na recepção.Eu queria ver o quarto e ver o que eu poderia fazer. Expliquei ao gerente a situação e ele disse que poderia arrumar algo. Meia hora depois ele tinha conseguido arrumar o quarto pra gente.- Nossa, você foi rápido! – Comentei ao ver como tinha ficado lindo, simples com algumas flores e abajures, algumas almofadas e fitas vermelhas na cabeceira da cama e uma bandeja com um balde de gelo e um espumante, duas taças e alguns morangos e bombons sobre uma mesa de vidro.- Minha esposa tem um pequeno buffet aqui na cidade e sempre faz umas decorações aqui no hotel. Não é luxuoso, mas espero que seja aconchegante para vocês. – O homem sorriu e eu o agradeci, estava perfeito.Voltamos para a recepção e a Abigail e
“Martim Monterrey”Eu estava na porta da igreja, nervoso e ansioso, esperando pela mulher da minha vida, a Alice. Nós estávamos juntos há um ano e meio e agora ela finalmente seria minha esposa, mas ela estava atrasada, muito atrasada para o nosso casamento. Eu nunca entenderia porque algumas noivas se atrasam.- Calma, Martim, ela deve estar presa no trânsito, você sabe, o trânsito nessa cidade é horrível! – Meu melhor amigo e sócio, Emiliano Quintana estava ao meu lado tentando me fazer parar de andar de um lado para o outro.- Ela está uma hora atrasada, Emiliano. Alguém conseguiu falar com ela? E se aconteceu alguma coisa? Ela pode ter passado mal, ter sido assaltada... – Coisas horríveis passavam pela minha cabeça. Eu não poderia suportar que nada de mal acontecesse a mulher que eu amava.- Ninguém conseguiu falar com ela, por isso o seu irmão Ignácio foi até a casa dela verificar. Os pais dela também não chegaram e nem mesmo a Mônica e nós não estamos conseguindo falar com nenhu
“Martim Monterrey”Eu insisti com o Emiliano e ele enfim atendeu ao meu pedido, me levou para a casa da Mônica, mas não me deixou entrar sozinho. A Mônica morava com a mãe, o pai já havia falecido há muitos anos, e foi a mãe dela quem abriu a porta.- Martim? – A mãe dela me olhou como se eu fosse um fantasma, isso me deu a certeza de que a Mônica sabia mesmo de tudo.- A senhora não foi ao meu casamento, Dona Teresa! – Falei em um tom sarcástico. A mulher tremeu ao me olhar. – Onde está a sua filha?- Martim, a Mônica não conseguiu impedir a Alice. – A dona Teresa logo tentou defender a filha.- Ah, a senhora também sabia! É claro, o corno é o último a saber sempre! – Eu dei uma risada sem nenhum humor. – Onde está a cadela da sua filha?- Eu não admito que você fale assim da minha filha! – Dona Teresa tentou se impor, mas eu não dava a mínima pra ela.- Não se preocupe, eu mesmo a procuro. – Entrei na casa e estava prestes a subir as escadas para procurar aquela falsa da Mônica, mas
“Martim Monterrey”Depois que saímos da casa da Mônica eu decidi ir para o meu apartamento e pedi ao Emiliano que me deixasse sozinho. Ele relutou, mas recebeu a ligação de uma amiga que estava na cidade e precisou ir encontrá-la.- Eu vou te mandar o nome do restaurante onde vou estar, se você mudar de idéia, me encontra lá. – O Emiliano insistiu antes de sair.- Não se preocupe, meu amigo, eu vou ficar bem! – Tentei manter a calma para que ele não se preocupasse, pois ele era bem capaz de mandar a amiga vir para o apartamento e me incluir nesse jantar, só para não me deixar sozinho.Depois que ele saiu, eu olhei em volta e comecei a ficar agitado novamente. Esse apartamento seria onde eu iria morar com a minha esposa, a noiva fujona. Eu tinha um ótimo apartamento não muito longe dali, mas como me casaria e depois da lua de mel moraria nesse, eu havia esvaziado o meu antigo apartamento e entregado as chaves para o corretor no dia anterior.Mas olhando agora, eu não gostava desse luga
“Abigail Zapata”Estava tudo correndo tão perfeitamente bem! Até eu encontrar aquela besta no saguão do hotel. O que eu ia fazer? Aquele brutamontes arruinou o meu vestido e meu celular estava quebrado. Eu precisava de um celular novo e precisava de um banho. Eu estava prontinha para ir para o meu compromisso, comprei esse vestido especialmente para isso e agora ele estava destruído.- O que eu faço agora? – Eu olhava para o funcionário do hotel e estava quase chorando.- Senhorita, tem uma loja de celulares aqui perto, posso mandar o seu aparelho para o conserto, mas não deve ficar pronto hoje. Quanto ao vestido, podemos entregá-lo amanhã. Eu lamento por não conseguir ser mais rápido. – O funcionário me olhava até constrangido.- Tudo bem. – Suspirei. Não tinha jeito, eu teria que improvisar. – Eu não posso ficar sem o celular, você acha que eles podem trazer um novo aqui pra mim?- Com certeza, eu conheço o gerente de lá. Vou ligar imediatamente para ele. – O funcionário era prestat