Enquanto escolhia sua roupa e arrumava seus cabelos, o som distante de uma música agitada chamou a atenção de Aurora. Curiosa, seguiu o som pelos corredores desconhecidos da casa até chegar a um salão iluminado, onde um bar chamativo ocupava uma das paredes. Ao entrar, seus olhos encontraram Hunter e James sentados em bancos altos, conversando animadamente ao lado do balcão enquanto seguravam copos fumegantes. Hunter virou-se ao perceber sua presença e sorriu. - Você chegou! Quer uma bebida? Ela sorriu de volta, aproximando-se deles, e percebendo, mais uma vez, que exalavam fragancias parecidas, que ela jurava que podiam mesclar-se uma à outra. - Eu vou querer o mesmo que vocês - respondeu, olhando para o copo de whisky com gelo que Hunter segurava. James se levantou e começou a preparar outra dose da bebida para ela, enquanto Hunter indicava um lugar vago ao seu lado. - — Sente-se, vamos aproveitar a noite. Aurora fez o que foi pedido. Pegou o copo que James serviu e bebeu u
Assim que chegaram, o coração de Aurora pulou. Lá estava Leonard, seu pai, com um semblante sério e olhos atentos em cima dela. James percebeu a maneira como ele a olhava e se aproximou, ao mesmo tempo que ela recuou meio centímetro, recuperando a compostura. Aurora imaginava que Leonard poderia ter descoberto sobre Megan ou sobre ela e Megan. No entanto, ele estava muito calmo para quem pudesse ter descoberto algo dessa magnitude. Então, colocou um sorriso educado e perguntou: — Como está, papai? — Ela se aproximou, mas James deu um passo em sua direção, em uma tentativa vaã de impedi-la de se se aproximar do mais velho. — Muito bem filha, e você? — Leonard disse ao beijar o rosto de Aurora e abraçá-la. Aurora estranhou a calma do pai. Não era normal, então se afastou o mais rápido que pôde depois que respondeu e se aproximou de James. — Como vai, Hunter? — perguntou Leonard, com um tom que misturava formalidade e alguma simpatia. — Estou bem, obrigado, senhor — respondeu Hun
— Aurora, baixe o tom para falar comigo! — Não, papai! Eu estou em minha casa sendo importunada pelo que acontece em minha vida privada. Não quer um neto? Desculpe, mas eu fui vendida para um homem e não para um convento. Então, ainda que não seja agora, eventualmente vai acontecer. Você vai sim ser avô, e não há nada que possa impedir isso. — Aurora... — James se aproximou, preocupado com o que ela falaria em seguida, mas Aurora não se importou com ele também. — E se eu estivesse grávida, fosse fruto do meu casamento ou antes dele, você não teria nenhum direito de questionar. Ou achou mesmo que iria me mandar para a casa de meu noivo no mesmo dia em que me vendeu e eu iria esperar até o dia do casamento para me entregar a ele? Leonard olhou para Hunter, que pareceu envergonhado. O que diabos Aurora estava fazendo? Sendo Aurora, insubordinada e rebelde, claro. Ele até havia se esquecido de como ela ficava quando estava com raiva. — Vou resolver isso, senhor Smith. — Hunter diss
Aurora ficou surpresa. Edwin, seu irmão mais velho, indo para um treinamento na fronteira de novo? Isso parecia mais sério do que ela pensava, poderia estar acontecendo alguma coisa que pudesse deixar Megan em perigo. E se Leonard queria trazê-la de volta, isso significava que as coisas estavam mudando rapidamente. — Pai, você precisa mesmo fazer isso agora? Deixe a Megan terminar o semestre, pelo menos — ela disse, tentando ganhar tempo. Depois que o bebê nascesse ficaria mais fácil lidar com a situação. Talvez até lá, Aurora já tivesse um bebê na barriga e Hunter a ajudasse a proteger sua irmã. Leonard coçou o queixo, pensativo. — Vou pensar nisso. Mas a empresa precisa de mais gente confiável, Aurora. Você sabe como as coisas podem ser voláteis. Não quero que tudo fique nas mãos de uma pessoa só. Aurora assentiu, sentindo um nó no estômago. Leonard estava falando de mudanças significativas, e ela precisava encontrar uma maneira de manter as coisas equilibradas. Leonar
Hunter não dormiu naquela noite. Procurou, assim como no dia anterior e no outro, os motivos para James estar a quatro dias fora de casa e Aurora tão gentil como uma verdadeira esposa dedicada. Não entendia porque estava de fora do segredo que compartilhavam e já estava ficando irritado com isso. Terminou seu treino matinal e foi para o banho, onde deixou a água fria lavar seu corpo suado. Precisava se acalmar, ou desejaria sua raiva em Aurora por brincar com seus sentimentos enquanto mentia para ele. Saindo do banho, vestiu um terno elegante e arrumou-se para uma reunião com os diretores de um dos hospitais. Quando saiu para tomar seu café da manhã, encontrou Aurora, numa discussão pelo telefone. Ele então andou com passos furtivos, queria descobrir qualquer coisa, o mínimo que fosse, do que estava rolando. — Não, eu não posso. Se eu pudesse, estaria eu mesmo resolvendo esse problema, mas estou confiando em dois patetas que não dão conta de uma adolescente indefesa. Aurora bufo
Hunter sabia ser furtivo e estava disposto a descobrir o segredo que sua esposa e seu melhor amigo escondiam dele, então seguiu James, que foi direto para o quarto de Aurora. Quando o loiro fechou a porta, Hunter ouviu sua esposa gritar: — O que você pensa que estava fazendo? Hunter ouviu sons abafados e pensou que Aurora estava dando murros em James, mas o homem não se alterou, apenas disse: — Desculpe. Minha obrigação é mantê-la segura… — James parou de falar e seu tom mudou de repente. — Aurora, você está bem? Hunter então ouviu alguns passos apressados e um som que ele conhecia bem. Alguém estava vomitando. — Aurora! — James falou, alarmado. Hunter ouviu um gemido e seu instinto foi entrar imediatamente, mas parou com a mão na maçaneta, quando lembrou-se que não deveria estar em casa e que James saberia como cuidar dela. — Você está machucada? — James perguntou mudando o tom de voz. — Hunter… — Não é nada, apenas estou com cólica — Aurora respondeu no mesmo tom de mentir
Aurora acordou, ainda aérea. Olhou para o teto branco e em seguida para Hunter, que estava se aproximando. — Você me deixou sozinha. Estava querendo me matar? Hunter ficou feliz por que as primeiras palavras de Aurora foram tão ácidas quanto ele se lembrava. — Acho que eu teria te matado se eu estivesse naquela sala de operações. — Não duvido, seu pai não seria meu cirurgião se confiasse totalmente em você. Hunter estava falando sério sobre a cirurgia. Ficar nervoso por alguém que ama num momento delicado pode ser muito ruim, mas Aurora… estava com raiva? Ele se aproximou dela, com o estetoscópio já nos ouvidos. Aurora sorriu e o puxou para perto, dando-lhe um beijo. O ato pegou Hunter desprevenido, então ele se movimentou de mal jeito e a mulher gemeu de dor — Desculpe — Hunter levantou de repente. — Não deveria fazer isso, Aurora. — Não posso beijar o meu marido? — Autora sorriu de novo. — Não pode agarrar o seu médico — ele falou. — Deixe eu ver a incisão. Hunter le
James agradeceu e sentou novamente. Ele ainda ainda não havia comido nada e notou que estava com fome. Olhou no relógio e viu que já era tarde da noite, então soltou um suspiro. — Você está horrível — Aurora brincou quando acordou. — Como você está? — James chegou perto e acariciou seu rosto. — Dolorida. Meu pai já foi embora? — Acho que sim. Apenas eu fiquei a tarde com você. Me assustou. James beijou sua testa. Ele acompanhou Aurora nos dias que se passaram, e aparentemente ela, ele e Hunter estavam em um estado de paz. Aurora recuperava-se bem, e Hunter já cogitava mandá-la para casa em breve. No entanto, James saiu por alguns minutos enquanto a enfermeira a medicava. Alguns minutos que foram suficientes para perder a paciente. — Como assim ninguém viu uma paciente sumir? — Hunter perguntou furioso para as enfermeiras do posto ali perto quando James mandou a mensagem para ele. — Quem foi a responsável pela medicação dela? Uma enfermeira novata apareceu diante dele, trêm