Aurora entrou em casa e por um minuto sentiu-se extasiada. Ela observou tudo com um leve brilho no olhar. Hunter se aproximou e, encostando-se nela, perguntou em seu ouvido: — Está feliz por estar em casa, amor? Aurora sentiu um arrepio na coluna. Ela se afastou lentamente e colocou um sorriso ensaiado. Então encarou Hunter com um pequeno lampejo de ódio no olhar, mas falou com doçura: — Muito mais confortável que o hospital. Eu… estou cansada, pode me acompanhar até o meu quarto? Hunter sentiu a energia negativa vinda de Aurora. Ele compreendia que ela estava dolorida, então nada disse, apenas estendeu o braço para ela e a acompanhou na subida das escadas. James, por outro lado, ficou calado, observando. Não subiu, antes deixou que Aurora se entendesse com seu marido. Pegando o telefone, fez uma ligação, mas não foi atendido. Irritado, ele ligou para outra pessoa, e foi atendido imediatamente. — Fala, companheiro! — Me diz que Megan está com você — James coçou entre os olho
Aurora gostaria que não estivesse machucada, gostaria de estar na linha de frente na busca por Megan antes de seu pai encontrá-la, e queria encontrar Christopher pessoalmente para lhe dar uma boa surra por sequestrar sua irmã. Mas para fazer tudo isso, deveria estar nas graças dos dois homens que comandavam sua vida. Hunter estava sendo bom, mas Aurora conhecia sua fama, o monstro da família Johnson, o mais impiedoso e cruel. O que seria dela se seu pai descobrisse sobre a irmã e o liberasse de todos os acordos? Aurora sabia que Hunter só se casou porque ela implorou, e que ele era apaixonado por alguém, talvez pelo belo loiro à sua esquerda. James, no entanto, gostava de Aurora, mas talvez não tanto quanto gostava do moreno. E os dois, Aurora percebeu, era. A única coisa que ela tinha. Eram, na verdade, a única esperança para que ela, a irmã e o sobrinho ficassem bem depois que a bomba estourasse sobre suas cabeças. Aurora dormiu deprimida, e quando acordou, estava sozinha. Pel
Aurora já estava cansada de esperar. Nos meses em que ficou de recuperação em repouso, não teve notícias de James, Matt, e o mais importante: Megan. Agora, ela podia movimentar-se com mais liberdade sem ter medo de sentir dor. A primeira coisa que fez ao se levantar, foi colocar o físico em forma. Ainda era incômodo se mexer demais, mas acolhia a dor como uma amiga. Quando terminou, já estava amanhecendo. Ela vestiu-se com uma calça colada de couro e uma camisa branca de manga comprida. Amarrou seus cabelos em um seguro rabo de cavalo e organizou a sua bolsa de modo a utilizar qualquer coisa que precisasse, na hora que precisasse. Desceu as escadas rapidamente e ao chegar na sala, pegou a chave de seu La Volture. — Aonde você vai? — Hunter perguntou, chegando mais perto. O médico estava com uma sensação ruim. Não queria prender Aurora, mas também não queria que ela saísse. Olhou para a mulher e sentiu nela uma aura assassina. Sua esposa estava chateada com alguma coisa? Alguém, t
Hunter se sentiu enganado por Aurora. “Não acredito que ela me deixou aqui”, pensou e levantou. — Se minha esposa chegar, diga que precisei fazer uma ligação — ele disse para a secretária, que o olhou confusa e saiu. Ele seguiu o corredor de volta para a saída. Seu coração acelerou por um momento e no instante seguinte, ele se abaixou para evitar ser atingido por estilhaços. Hunter colocou os braços na frente do rosto e fechou os olhos. Sentiu a fumaça em suas narinas e muita gritaria. O barulho de pessoas correndo de um lado para o outro em meio ao desespero era desnorteante. Ele seguiu o corredor de volta para a saída, inquieto. Os corredores já estavam bastante movimentados por funcionaris e estudantes, esses, em sua maioria, atrasados para as aulas, mas aquele pressentimento ruim não o deixava. Seu coração, percebeu, estava acelerado e ele respirou fundo para se acalmar, então voltou a andar apressado, desviando das pessoas. Um estrondo ensurdecedor tomou conta do ambie
Hunter sentiu seu mundo ruir. Correu atrás deles, escutando o choro e os gritos de Aurora, precisava ser ágil e preciso para evitar a morte da mulher que estava fazendo seus dias mais coloridos. Pensando nisso, Hunter se lembrou o motivo de ter assinado um contrato de casamento. Aurora precisava de alguém que a protegesse e, em toda Nova York, não havia ninguém mais implacável que Hunter Jonshon. Ele respirou fundo, ainda correndo, e desligou os sentidos que o tornavam fraco. Ignorou os gritos da mulher que amava e pôs-se a iniciar sua caçada. Seus passos agora eram apressados, mas não corria mais. Hunter havia estudado toda a estrutura daquele prédio antes mesmo de assinar o acordo. Conhecia aquele lugar como a sua própria casa e sabia que o homem em posse de Aurora não tinha para onde correr sem mantê-la viva para salvar a própria vida. Ele guardou a arma que estava em punho e pegou outra, muito mais silenciosa e letal que a primeira. Virou em outro corredor e pegou as escadas.
Aurora emcolheu um pouco diante da brutalidade de Hunter. Ele estava com muita raiva de ter sido pedo desprevenido. Seus homens eram para fazer a segurança dele e de sua esposa, mas mais uma vez havia sido traído por alguém. — Não tenha medo de mim, droga! — ele gritou, levantou e foi pegar a maleta na gaveta. — Deixe eu ajudar — Aurora disse, com a voz trêmula, mas duas mãos eram firmes e precisas. Hunter não fez objeção. Aurora pegou o álcool, desinfectou o ferimento, então pegou uma pinça, ignorando os grunhidos de dor e tirou o projétil com eficiência. — Obrigado — Hunter falou, com o tom mais agradável. — Sou eu quem agradeço por salvar a minha vida. — O que? — Não é nada. Enfaixe isso aí, tome um antibiótico e descanse. Eu... Vou tentar fazer o mesmo. Aurora saiu da sala, mas não foi em direção ao quarto e sim para a cozinha. Hunter não estava em seu melhor momento e sabia que, naquele instante, o que ela mais queria, era ficar longe dele. Longe do mostro impiedoso,
Com a adrenalina ainda correndo em suas veias, James a guiou até o carro e rumaram para a universidade em alta velocidade. Ao chegar, ele virou-se para ela. — Fique aqui. Não corra riscos desnecessários. Megan assentiu, observando enquanto James corria para dentro do prédio. Minutos depois, uma explosão sacudiu o edifício. O vidro do carro de Megan tremeu, e seu coração parou por um segundo. Então avistou a irmã, um pouco atordoada perto da entrada do prédio. — Megan! — Aurora! O que está fazendo aqui? — Eu… Então disparos foram ouvidos em direção às duas. Megan puxou a irmã para baixo, fazendo um escudo, então a arrastou para um lugar mais seguro. — Onde estão as chaves do carro? — Com James, ele foi atrás de você! — Vamos, temos que encontrá-lo! As duas correram para dentro do prédio em caos. Fumaça e detritos por toda parte, mas Megan manteve o foco. Gritos e sons de tiros preenchiam o ar. Finalmente, encontraram James, caído no chão, sangue manchando sua camisa.
Matt se aproximou dela e notou suas mãos sujas de sangue. Ele a puxou para um abraço apertado, sussurrando palavras de conforto. — Você fez sua parte, Megan. Agora deixe que cuidem dele. Ela assentiu, mas os olhos fixos em James sendo levado para dentro do galpão revelavam sua angústia. Eles entraram logo atrás da equipe médica, onde o médico já estava preparando os instrumentos. — O estado dele é crítico — o médico disse, sem tirar os olhos de James. — Vamos fazer tudo o que pudermos, mas as chances são baixas. Megan sentiu as pernas fraquejarem, e Matt a segurou mais firme, guiando-a para uma cadeira. — Vai ficar tudo bem, a Barbie é forte — Matt disse, usando o apelido que usava para provocar James pelos logos cabelos loiros, embora a preocupação em seus olhos traísse suas palavras. Megan deixou a cabeça cair sobre os ombros do amigo, lágrimas escorrendo silenciosamente pelo rosto. — Eu não posso perdê-lo Matt. Não agora que está tudo entrando nos eixos entre nós. Matt a