Hunter sabia ser furtivo e estava disposto a descobrir o segredo que sua esposa e seu melhor amigo escondiam dele, então seguiu James, que foi direto para o quarto de Aurora. Quando o loiro fechou a porta, Hunter ouviu sua esposa gritar: — O que você pensa que estava fazendo? Hunter ouviu sons abafados e pensou que Aurora estava dando murros em James, mas o homem não se alterou, apenas disse: — Desculpe. Minha obrigação é mantê-la segura… — James parou de falar e seu tom mudou de repente. — Aurora, você está bem? Hunter então ouviu alguns passos apressados e um som que ele conhecia bem. Alguém estava vomitando. — Aurora! — James falou, alarmado. Hunter ouviu um gemido e seu instinto foi entrar imediatamente, mas parou com a mão na maçaneta, quando lembrou-se que não deveria estar em casa e que James saberia como cuidar dela. — Você está machucada? — James perguntou mudando o tom de voz. — Hunter… — Não é nada, apenas estou com cólica — Aurora respondeu no mesmo tom de mentir
Aurora acordou, ainda aérea. Olhou para o teto branco e em seguida para Hunter, que estava se aproximando. — Você me deixou sozinha. Estava querendo me matar? Hunter ficou feliz por que as primeiras palavras de Aurora foram tão ácidas quanto ele se lembrava. — Acho que eu teria te matado se eu estivesse naquela sala de operações. — Não duvido, seu pai não seria meu cirurgião se confiasse totalmente em você. Hunter estava falando sério sobre a cirurgia. Ficar nervoso por alguém que ama num momento delicado pode ser muito ruim, mas Aurora… estava com raiva? Ele se aproximou dela, com o estetoscópio já nos ouvidos. Aurora sorriu e o puxou para perto, dando-lhe um beijo. O ato pegou Hunter desprevenido, então ele se movimentou de mal jeito e a mulher gemeu de dor — Desculpe — Hunter levantou de repente. — Não deveria fazer isso, Aurora. — Não posso beijar o meu marido? — Autora sorriu de novo. — Não pode agarrar o seu médico — ele falou. — Deixe eu ver a incisão. Hunter le
James agradeceu e sentou novamente. Ele ainda ainda não havia comido nada e notou que estava com fome. Olhou no relógio e viu que já era tarde da noite, então soltou um suspiro. — Você está horrível — Aurora brincou quando acordou. — Como você está? — James chegou perto e acariciou seu rosto. — Dolorida. Meu pai já foi embora? — Acho que sim. Apenas eu fiquei a tarde com você. Me assustou. James beijou sua testa. Ele acompanhou Aurora nos dias que se passaram, e aparentemente ela, ele e Hunter estavam em um estado de paz. Aurora recuperava-se bem, e Hunter já cogitava mandá-la para casa em breve. No entanto, James saiu por alguns minutos enquanto a enfermeira a medicava. Alguns minutos que foram suficientes para perder a paciente. — Como assim ninguém viu uma paciente sumir? — Hunter perguntou furioso para as enfermeiras do posto ali perto quando James mandou a mensagem para ele. — Quem foi a responsável pela medicação dela? Uma enfermeira novata apareceu diante dele, trêm
Aurora entrou em casa e por um minuto sentiu-se extasiada. Ela observou tudo com um leve brilho no olhar. Hunter se aproximou e, encostando-se nela, perguntou em seu ouvido: — Está feliz por estar em casa, amor? Aurora sentiu um arrepio na coluna. Ela se afastou lentamente e colocou um sorriso ensaiado. Então encarou Hunter com um pequeno lampejo de ódio no olhar, mas falou com doçura: — Muito mais confortável que o hospital. Eu… estou cansada, pode me acompanhar até o meu quarto? Hunter sentiu a energia negativa vinda de Aurora. Ele compreendia que ela estava dolorida, então nada disse, apenas estendeu o braço para ela e a acompanhou na subida das escadas. James, por outro lado, ficou calado, observando. Não subiu, antes deixou que Aurora se entendesse com seu marido. Pegando o telefone, fez uma ligação, mas não foi atendido. Irritado, ele ligou para outra pessoa, e foi atendido imediatamente. — Fala, companheiro! — Me diz que Megan está com você — James coçou entre os olho
Aurora gostaria que não estivesse machucada, gostaria de estar na linha de frente na busca por Megan antes de seu pai encontrá-la, e queria encontrar Christopher pessoalmente para lhe dar uma boa surra por sequestrar sua irmã. Mas para fazer tudo isso, deveria estar nas graças dos dois homens que comandavam sua vida. Hunter estava sendo bom, mas Aurora conhecia sua fama, o monstro da família Johnson, o mais impiedoso e cruel. O que seria dela se seu pai descobrisse sobre a irmã e o liberasse de todos os acordos? Aurora sabia que Hunter só se casou porque ela implorou, e que ele era apaixonado por alguém, talvez pelo belo loiro à sua esquerda. James, no entanto, gostava de Aurora, mas talvez não tanto quanto gostava do moreno. E os dois, Aurora percebeu, era. A única coisa que ela tinha. Eram, na verdade, a única esperança para que ela, a irmã e o sobrinho ficassem bem depois que a bomba estourasse sobre suas cabeças. Aurora dormiu deprimida, e quando acordou, estava sozinha. Pel
Aurora já estava cansada de esperar. Nos meses em que ficou de recuperação em repouso, não teve notícias de James, Matt, e o mais importante: Megan. Agora, ela podia movimentar-se com mais liberdade sem ter medo de sentir dor. A primeira coisa que fez ao se levantar, foi colocar o físico em forma. Ainda era incômodo se mexer demais, mas acolhia a dor como uma amiga. Quando terminou, já estava amanhecendo. Ela vestiu-se com uma calça colada de couro e uma camisa branca de manga comprida. Amarrou seus cabelos em um seguro rabo de cavalo e organizou a sua bolsa de modo a utilizar qualquer coisa que precisasse, na hora que precisasse. Desceu as escadas rapidamente e ao chegar na sala, pegou a chave de seu La Volture. — Aonde você vai? — Hunter perguntou, chegando mais perto. O médico estava com uma sensação ruim. Não queria prender Aurora, mas também não queria que ela saísse. Olhou para a mulher e sentiu nela uma aura assassina. Sua esposa estava chateada com alguma coisa? Alguém, t
Hunter se sentiu enganado por Aurora. “Não acredito que ela me deixou aqui”, pensou e levantou. — Se minha esposa chegar, diga que precisei fazer uma ligação — ele disse para a secretária, que o olhou confusa e saiu. Ele seguiu o corredor de volta para a saída. Seu coração acelerou por um momento e no instante seguinte, ele se abaixou para evitar ser atingido por estilhaços. Hunter colocou os braços na frente do rosto e fechou os olhos. Sentiu a fumaça em suas narinas e muita gritaria. O barulho de pessoas correndo de um lado para o outro em meio ao desespero era desnorteante. Ele seguiu o corredor de volta para a saída, inquieto. Os corredores já estavam bastante movimentados por funcionaris e estudantes, esses, em sua maioria, atrasados para as aulas, mas aquele pressentimento ruim não o deixava. Seu coração, percebeu, estava acelerado e ele respirou fundo para se acalmar, então voltou a andar apressado, desviando das pessoas. Um estrondo ensurdecedor tomou conta do ambie
Hunter sentiu seu mundo ruir. Correu atrás deles, escutando o choro e os gritos de Aurora, precisava ser ágil e preciso para evitar a morte da mulher que estava fazendo seus dias mais coloridos. Pensando nisso, Hunter se lembrou o motivo de ter assinado um contrato de casamento. Aurora precisava de alguém que a protegesse e, em toda Nova York, não havia ninguém mais implacável que Hunter Jonshon. Ele respirou fundo, ainda correndo, e desligou os sentidos que o tornavam fraco. Ignorou os gritos da mulher que amava e pôs-se a iniciar sua caçada. Seus passos agora eram apressados, mas não corria mais. Hunter havia estudado toda a estrutura daquele prédio antes mesmo de assinar o acordo. Conhecia aquele lugar como a sua própria casa e sabia que o homem em posse de Aurora não tinha para onde correr sem mantê-la viva para salvar a própria vida. Ele guardou a arma que estava em punho e pegou outra, muito mais silenciosa e letal que a primeira. Virou em outro corredor e pegou as escadas.