Aurora ficou surpresa. Edwin, seu irmão mais velho, indo para um treinamento na fronteira de novo? Isso parecia mais sério do que ela pensava, poderia estar acontecendo alguma coisa que pudesse deixar Megan em perigo. E se Leonard queria trazê-la de volta, isso significava que as coisas estavam mudando rapidamente. — Pai, você precisa mesmo fazer isso agora? Deixe a Megan terminar o semestre, pelo menos — ela disse, tentando ganhar tempo. Depois que o bebê nascesse ficaria mais fácil lidar com a situação. Talvez até lá, Aurora já tivesse um bebê na barriga e Hunter a ajudasse a proteger sua irmã. Leonard coçou o queixo, pensativo. — Vou pensar nisso. Mas a empresa precisa de mais gente confiável, Aurora. Você sabe como as coisas podem ser voláteis. Não quero que tudo fique nas mãos de uma pessoa só. Aurora assentiu, sentindo um nó no estômago. Leonard estava falando de mudanças significativas, e ela precisava encontrar uma maneira de manter as coisas equilibradas. Leonar
Hunter não dormiu naquela noite. Procurou, assim como no dia anterior e no outro, os motivos para James estar a quatro dias fora de casa e Aurora tão gentil como uma verdadeira esposa dedicada. Não entendia porque estava de fora do segredo que compartilhavam e já estava ficando irritado com isso. Terminou seu treino matinal e foi para o banho, onde deixou a água fria lavar seu corpo suado. Precisava se acalmar, ou desejaria sua raiva em Aurora por brincar com seus sentimentos enquanto mentia para ele. Saindo do banho, vestiu um terno elegante e arrumou-se para uma reunião com os diretores de um dos hospitais. Quando saiu para tomar seu café da manhã, encontrou Aurora, numa discussão pelo telefone. Ele então andou com passos furtivos, queria descobrir qualquer coisa, o mínimo que fosse, do que estava rolando. — Não, eu não posso. Se eu pudesse, estaria eu mesmo resolvendo esse problema, mas estou confiando em dois patetas que não dão conta de uma adolescente indefesa. Aurora bufo
Hunter sabia ser furtivo e estava disposto a descobrir o segredo que sua esposa e seu melhor amigo escondiam dele, então seguiu James, que foi direto para o quarto de Aurora. Quando o loiro fechou a porta, Hunter ouviu sua esposa gritar: — O que você pensa que estava fazendo? Hunter ouviu sons abafados e pensou que Aurora estava dando murros em James, mas o homem não se alterou, apenas disse: — Desculpe. Minha obrigação é mantê-la segura… — James parou de falar e seu tom mudou de repente. — Aurora, você está bem? Hunter então ouviu alguns passos apressados e um som que ele conhecia bem. Alguém estava vomitando. — Aurora! — James falou, alarmado. Hunter ouviu um gemido e seu instinto foi entrar imediatamente, mas parou com a mão na maçaneta, quando lembrou-se que não deveria estar em casa e que James saberia como cuidar dela. — Você está machucada? — James perguntou mudando o tom de voz. — Hunter… — Não é nada, apenas estou com cólica — Aurora respondeu no mesmo tom de mentir
Aurora acordou, ainda aérea. Olhou para o teto branco e em seguida para Hunter, que estava se aproximando. — Você me deixou sozinha. Estava querendo me matar? Hunter ficou feliz por que as primeiras palavras de Aurora foram tão ácidas quanto ele se lembrava. — Acho que eu teria te matado se eu estivesse naquela sala de operações. — Não duvido, seu pai não seria meu cirurgião se confiasse totalmente em você. Hunter estava falando sério sobre a cirurgia. Ficar nervoso por alguém que ama num momento delicado pode ser muito ruim, mas Aurora… estava com raiva? Ele se aproximou dela, com o estetoscópio já nos ouvidos. Aurora sorriu e o puxou para perto, dando-lhe um beijo. O ato pegou Hunter desprevenido, então ele se movimentou de mal jeito e a mulher gemeu de dor — Desculpe — Hunter levantou de repente. — Não deveria fazer isso, Aurora. — Não posso beijar o meu marido? — Autora sorriu de novo. — Não pode agarrar o seu médico — ele falou. — Deixe eu ver a incisão. Hunter le
James agradeceu e sentou novamente. Ele ainda ainda não havia comido nada e notou que estava com fome. Olhou no relógio e viu que já era tarde da noite, então soltou um suspiro. — Você está horrível — Aurora brincou quando acordou. — Como você está? — James chegou perto e acariciou seu rosto. — Dolorida. Meu pai já foi embora? — Acho que sim. Apenas eu fiquei a tarde com você. Me assustou. James beijou sua testa. Ele acompanhou Aurora nos dias que se passaram, e aparentemente ela, ele e Hunter estavam em um estado de paz. Aurora recuperava-se bem, e Hunter já cogitava mandá-la para casa em breve. No entanto, James saiu por alguns minutos enquanto a enfermeira a medicava. Alguns minutos que foram suficientes para perder a paciente. — Como assim ninguém viu uma paciente sumir? — Hunter perguntou furioso para as enfermeiras do posto ali perto quando James mandou a mensagem para ele. — Quem foi a responsável pela medicação dela? Uma enfermeira novata apareceu diante dele, trêm
Aurora entrou em casa e por um minuto sentiu-se extasiada. Ela observou tudo com um leve brilho no olhar. Hunter se aproximou e, encostando-se nela, perguntou em seu ouvido: — Está feliz por estar em casa, amor? Aurora sentiu um arrepio na coluna. Ela se afastou lentamente e colocou um sorriso ensaiado. Então encarou Hunter com um pequeno lampejo de ódio no olhar, mas falou com doçura: — Muito mais confortável que o hospital. Eu… estou cansada, pode me acompanhar até o meu quarto? Hunter sentiu a energia negativa vinda de Aurora. Ele compreendia que ela estava dolorida, então nada disse, apenas estendeu o braço para ela e a acompanhou na subida das escadas. James, por outro lado, ficou calado, observando. Não subiu, antes deixou que Aurora se entendesse com seu marido. Pegando o telefone, fez uma ligação, mas não foi atendido. Irritado, ele ligou para outra pessoa, e foi atendido imediatamente. — Fala, companheiro! — Me diz que Megan está com você — James coçou entre os olho
Aurora gostaria que não estivesse machucada, gostaria de estar na linha de frente na busca por Megan antes de seu pai encontrá-la, e queria encontrar Christopher pessoalmente para lhe dar uma boa surra por sequestrar sua irmã. Mas para fazer tudo isso, deveria estar nas graças dos dois homens que comandavam sua vida. Hunter estava sendo bom, mas Aurora conhecia sua fama, o monstro da família Johnson, o mais impiedoso e cruel. O que seria dela se seu pai descobrisse sobre a irmã e o liberasse de todos os acordos? Aurora sabia que Hunter só se casou porque ela implorou, e que ele era apaixonado por alguém, talvez pelo belo loiro à sua esquerda. James, no entanto, gostava de Aurora, mas talvez não tanto quanto gostava do moreno. E os dois, Aurora percebeu, era. A única coisa que ela tinha. Eram, na verdade, a única esperança para que ela, a irmã e o sobrinho ficassem bem depois que a bomba estourasse sobre suas cabeças. Aurora dormiu deprimida, e quando acordou, estava sozinha. Pel
Aurora já estava cansada de esperar. Nos meses em que ficou de recuperação em repouso, não teve notícias de James, Matt, e o mais importante: Megan. Agora, ela podia movimentar-se com mais liberdade sem ter medo de sentir dor. A primeira coisa que fez ao se levantar, foi colocar o físico em forma. Ainda era incômodo se mexer demais, mas acolhia a dor como uma amiga. Quando terminou, já estava amanhecendo. Ela vestiu-se com uma calça colada de couro e uma camisa branca de manga comprida. Amarrou seus cabelos em um seguro rabo de cavalo e organizou a sua bolsa de modo a utilizar qualquer coisa que precisasse, na hora que precisasse. Desceu as escadas rapidamente e ao chegar na sala, pegou a chave de seu La Volture. — Aonde você vai? — Hunter perguntou, chegando mais perto. O médico estava com uma sensação ruim. Não queria prender Aurora, mas também não queria que ela saísse. Olhou para a mulher e sentiu nela uma aura assassina. Sua esposa estava chateada com alguma coisa? Alguém, t