Aurora estava em casa, rodeada de papéis e anotações, trabalhando na investigação sobre o desaparecimento de seu pai. Edwin, irmão de Aurora, havia chegado recentemente e se juntara na busca por qualquer pista que pudesse ajudar. — Encontraram algo? — perguntou ele, examinando alguns documentos espalhados pela mesa. — Nada concreto ainda. — respondeu James, esfregando a testa. — Estamos cruzando informações sobre Richard Bolton, tentando entender sua conexão com o desaparecimento de Leonard. Edwin suspirou e olhou para Aurora. — Megan já sabe de alguma coisa? Aurora balançou a cabeça negativamente. — Acho melhor ela não saber por enquanto. Hunter, que estava sentado próximo, ponderou em voz alta. — Talvez fosse melhor trazer a sua irmã para perto. Não se sabe qual será o próximo passo do inimigo. James observou Aurora discretamente, percebendo a tensão em seu rosto. — Megan precisa terminar os estudos em Moscou. — disse ela, decidida. — E é melhor mantê-la longe disso por
A conversa fluía naturalmente, e Aurora por um momento esqueceu-se de como se sentia mal. No entanto, não demorou muito para que o enjoo voltasse. Tentando disfarçar, ela empurrou o prato e disse: – Acho que estou muito cansada, vou me deitar um pouco. – Claro, vá descansar, meu amor – respondeu James, olhando-a com preocupação. Ao subir as escadas, Aurora sentiu uma forte tontura. As paredes ao seu redor começaram a girar e, antes que pudesse se segurar, desmaiou. James, que vinha logo atrás, a segurou rapidamente, impedindo-a de cair. – Aurora! – gritou ele, com o coração disparado. – Aurora, está me ouvindo? Sem resposta, ele a pegou nos braços e a levou rapidamente para o hospital. Ao chegar, Hunter foi até eles imediatamente. – O que aconteceu? Aurora, que agora estava acordando, estranhou. — Hunter? Não deveria estar no hospital? — perguntou ainda grogue. — Eu estou no hospital, querida — ele tirou uma pequena lanterna do bolso. — consegue acompanhar a luz? Aurora p
Aurora foi para casa. A notícia da gravidez havia pegado os três de surpresa, criando um clima de incerteza e tensão. Aurora, consciente do que o contrato de casamento estipulava, sentia um medo crescente de que Hunter pedisse o divórcio. Hunter, por sua vez, compartilhava o mesmo temor em relação a Aurora, especialmente por ainda estar em guerra, o que tornava o tempo de três anos insuficiente para garantir a segurança dela e do bebê. Já James, estava visivelmente preocupado com a paternidade do bebê. Os dias passaram, e o clima permaneceu tenso. Sentados na sala, em um silêncio desconfortável, Aurora finalmente decidiu quebrar o gelo. – Está tudo bem entre nós? – perguntou ela, a voz carregada de preocupação. Hunter, sentado ao lado dela, respondeu quase instantaneamente. – O que você vai fazer quando o bebê tiver dois anos? – rebateu, sem rodeios. Aurora sentiu um aperto no coração. Respirou fundo e olhou nos olhos de Hunter. – Você quer o divórcio? Ele balançou a cabeça l
À noite, Aurora descansava em seu quarto quando uma funcionária a chamou, dizendo que tinha visita. Ela estranhou, pois com Hunter e James em casa, não deveria ser incomodada por ninguém. Ainda assim, vestiu-se confortavelmente e desceu. Ao chegar na sala, abriu um grande sorriso. — Vicent! — exclamou com um grande sorriso. — Aurora, é bom te ver! — respondeu Vicent, retribuindo o sorriso. — Como está? — Bem, tenho uma novidade, estou grávida! Vicent abriu um sorriso ainda maior e a abraçou. — Isso é maravilhoso! Posso passar a mão na sua barriga? — Claro — respondeu Aurora, chamando-o para sentar. Mesmo sabendo que o bebê ainda era muito pequeno e que sua barriga sequer aparecia, deixou que ele acariciasse o local onde a vida começava a crescer. — Não sinto nada, mas estou feliz por você — disse Vicent, emocionado. — Obrigada — Aurora sorriu. — E como estão Hunter e James? — perguntou ele, curioso. — Devem estar por aí pela casa. — Aurora deu de ombros. — E a relação de v
Conforme os dias passavam, Aurora falava com Hunter ou James apenas por telefone. Apesar de dizerem que estava tudo bem, ela os conhecia o suficiente para saber que estavam metidos em alguma confusão. Numa manhã, após uma breve conversa com Hunter ao telefone, Aurora desceu para tomar café da manhã. Vicent não estava na cozinha, mas como estava com fome, decidiu não esperá-lo. Enquanto comia, lembrou-se que tinha uma aula para assistir e dirigiu-se ao escritório. Ao chegar, encontrou uma carteira. Curiosa, abriu-a e ficou em choque ao ler o nome no documento dentro dela: Vicent Bolt. O nome do pai era Rafael Bolt. Aurora esqueceu-se completamente da aula, e o professor, ao vê-la empalidecer na câmera, chamou sua atenção. — Aurora, tudo bem? Ela não respondeu, ainda em estado de choque. O professor a chamou novamente. — Aurora, você está aí? Desligando o computador abruptamente, ela voltou para seu quarto, para falar com Hunter ou James. Tentou ligar várias vezes, sem sucesso.
Alguns minutos depois, Aurora sentiu sua cabeça melhorar, então se levantou, mas sentiu-se só za novamente e só não caiu porque uma mão a segurou. — Está tudo bem, precisa de um médico? — perguntou Vicent, preocupado. — Eu estou bem, pode me soltar, foi só um mal estar momentâneo — Aurora se desvencilhou e se afastou. — Está tudo bem mesmo? Parece um pouco nervosa. Aconteceu alguma coisa? — Já disse que estou bem. Com licença! — Aurora… — Vicent pegou em seu braço antes que ela saísse. — Qual é a sua, Vicent? — Aurora fez um movimento que o obrigou a soltá-la e .aia uma vez se afastou. Vicent seguiu o olhar dela até ver sua carteira ao lado do laptop dela na mesa, então seu coração acelerou. — Droga! Não é o que você está pensando — ele começou, sua voz firme, mas foi cortado imediatamente. — Acho que deveria sair agora — Aurora disse friamente. — Não posso fazer isso — Vicente respondeu rapidamente. — Hunter me deixou encarregado de ficar perto de você. Aurora cruzou
No porta-luvas, encontrou documentos e cartões que poderiam ser úteis. Decidiu dirigir para Jersey City, onde poderia se esconder e tentar estabelecer contato com seu pai ou alguém de confiança. Ao chegar na cidade, entrou em um subúrbio tranquilo e alugou um quarto em uma pensão barata, um local que não chamasse a atenção. Sentada na cama, com o celular e o laptop deixado no carro, tentou repetidamente fazer conexão com Edwin ou seu pai, sem sucesso. Pensou em ligar para Megan, mas descartou a ideia, seria perigoso demais. Exausta e frustrada, Aurora decidiu tomar um banho para clarear a mente. A água quente ajudou a aliviar a tensão muscular, mas sua mente continuava agitada. Quando saiu do banheiro, enrolada em uma toalha, ouviu uma movimentação estranha fora do quarto. Seu corpo congelou momentaneamente. Com passos cuidadosos, aproximou-se da porta, tentando ouvir melhor. Através da fina divisória, podia ouvir vozes abafadas e passos rápidos. Seu coração acelerou, a adrenalina
O coração de Aurora acelerou ao ouvir menção à sua mãe. Rafael percebeu a reação dela e seu sorriso se alargou ainda mais, claramente aproveitando o impacto de suas palavras. — Ah, vejo que isso te tocou. Sim, sua mãe era uma mulher extraordinária. Assim como você, Aurora. — Ele se inclinou mais perto, o sorriso cruel não saindo do rosto. — Mas estou curioso para ver até onde vai essa sua coragem. Aurora olhou nos olhos dele. Ela precisava se manter firme, por ela mesma, por Megan, e por seu bebê. Tentando controlar a respiração e manter a calma, sabia que precisaria de toda a sua inteligência e coragem para sair daquela situação. Rafael continuou sua narrativa com um semblante carregado de tristeza e raiva contida. — Leonard roubou minha mulher, Aurora. Ele a maltratou tanto que, quando ela estava grávida de você, fugiu para meus braços. Adson foi uma mãe para você desde o momento em que nasceu. Você e Vicent eram como irmãos, crescendo juntos sob os cuidados dela. Tudo parecia e