Conforme os dias passavam, Aurora falava com Hunter ou James apenas por telefone. Apesar de dizerem que estava tudo bem, ela os conhecia o suficiente para saber que estavam metidos em alguma confusão. Numa manhã, após uma breve conversa com Hunter ao telefone, Aurora desceu para tomar café da manhã. Vicent não estava na cozinha, mas como estava com fome, decidiu não esperá-lo. Enquanto comia, lembrou-se que tinha uma aula para assistir e dirigiu-se ao escritório. Ao chegar, encontrou uma carteira. Curiosa, abriu-a e ficou em choque ao ler o nome no documento dentro dela: Vicent Bolt. O nome do pai era Rafael Bolt. Aurora esqueceu-se completamente da aula, e o professor, ao vê-la empalidecer na câmera, chamou sua atenção. — Aurora, tudo bem? Ela não respondeu, ainda em estado de choque. O professor a chamou novamente. — Aurora, você está aí? Desligando o computador abruptamente, ela voltou para seu quarto, para falar com Hunter ou James. Tentou ligar várias vezes, sem sucesso.
Alguns minutos depois, Aurora sentiu sua cabeça melhorar, então se levantou, mas sentiu-se só za novamente e só não caiu porque uma mão a segurou. — Está tudo bem, precisa de um médico? — perguntou Vicent, preocupado. — Eu estou bem, pode me soltar, foi só um mal estar momentâneo — Aurora se desvencilhou e se afastou. — Está tudo bem mesmo? Parece um pouco nervosa. Aconteceu alguma coisa? — Já disse que estou bem. Com licença! — Aurora… — Vicent pegou em seu braço antes que ela saísse. — Qual é a sua, Vicent? — Aurora fez um movimento que o obrigou a soltá-la e .aia uma vez se afastou. Vicent seguiu o olhar dela até ver sua carteira ao lado do laptop dela na mesa, então seu coração acelerou. — Droga! Não é o que você está pensando — ele começou, sua voz firme, mas foi cortado imediatamente. — Acho que deveria sair agora — Aurora disse friamente. — Não posso fazer isso — Vicente respondeu rapidamente. — Hunter me deixou encarregado de ficar perto de você. Aurora cruzou
No porta-luvas, encontrou documentos e cartões que poderiam ser úteis. Decidiu dirigir para Jersey City, onde poderia se esconder e tentar estabelecer contato com seu pai ou alguém de confiança. Ao chegar na cidade, entrou em um subúrbio tranquilo e alugou um quarto em uma pensão barata, um local que não chamasse a atenção. Sentada na cama, com o celular e o laptop deixado no carro, tentou repetidamente fazer conexão com Edwin ou seu pai, sem sucesso. Pensou em ligar para Megan, mas descartou a ideia, seria perigoso demais. Exausta e frustrada, Aurora decidiu tomar um banho para clarear a mente. A água quente ajudou a aliviar a tensão muscular, mas sua mente continuava agitada. Quando saiu do banheiro, enrolada em uma toalha, ouviu uma movimentação estranha fora do quarto. Seu corpo congelou momentaneamente. Com passos cuidadosos, aproximou-se da porta, tentando ouvir melhor. Através da fina divisória, podia ouvir vozes abafadas e passos rápidos. Seu coração acelerou, a adrenalina
O coração de Aurora acelerou ao ouvir menção à sua mãe. Rafael percebeu a reação dela e seu sorriso se alargou ainda mais, claramente aproveitando o impacto de suas palavras. — Ah, vejo que isso te tocou. Sim, sua mãe era uma mulher extraordinária. Assim como você, Aurora. — Ele se inclinou mais perto, o sorriso cruel não saindo do rosto. — Mas estou curioso para ver até onde vai essa sua coragem. Aurora olhou nos olhos dele. Ela precisava se manter firme, por ela mesma, por Megan, e por seu bebê. Tentando controlar a respiração e manter a calma, sabia que precisaria de toda a sua inteligência e coragem para sair daquela situação. Rafael continuou sua narrativa com um semblante carregado de tristeza e raiva contida. — Leonard roubou minha mulher, Aurora. Ele a maltratou tanto que, quando ela estava grávida de você, fugiu para meus braços. Adson foi uma mãe para você desde o momento em que nasceu. Você e Vicent eram como irmãos, crescendo juntos sob os cuidados dela. Tudo parecia e
Matt explicou mais detalhes, entre gemidos de dor, sobre o ataque. Chegando em sua casa, Megan o levou para dentro e o fez sentar-se na cozinha. Ela pegou suprimentos médicos que mantinha para emergências e começou a limpar e suturar o ferimento do amigo. — Você precisa descansar um pouco. Vou te dar algo para a dor. Ela entregou-lhe um analgésico e um copo d'água, que ele aceitou com gratidão. Enquanto ele se recuperava lentamente, Megan pegou seu celular e tentou ligar para Aurora várias vezes, mas só dava na caixa postal. — Droga, ela não está atendendo. Matt suspirou, visivelmente abalado pela situação. — Ela pode ter se escondido. Precisamos encontrar uma maneira de localizá-la. — Vou tentar de novo. Enquanto isso, descanse. Vou cuidar disso. Matt assentiu, confiando em Megan para ajudar Aurora. Sentada ao lado dele, ela continuou a tentar ligar para a irmã, rezando para que conseguisse alcançá-la antes que fosse tarde demais. ....... Vicent segurava o telefone com mão
– Tem uma coisa que precisam saber – começou ele, a voz tensa. – Megan não é apenas a irmã mais nova de Aurora. Ela é sua irmã gêmea. Hunter e Vicent o olharam, surpresos. – O quê? – exclamou Hunter, incrédulo. James assentiu, o rosto sério. – A mãe delas escondeu Megan porque a verdadeira irmã mais velha, Aurora, estava morta. Leonard, claro, não podia saber. Megan foi criada como se fosse a mais nova, mas ela e Diana são gêmeas. Vicent parecia lutar para processar a informação. – Então... Aurora é a verdadeira Diana? – perguntou ele, a voz carregada de incredulidade. James assentiu novamente. A revelação deixou Vicent ainda mais desesperado. Ele passou a mão pelos cabelos, a mente girando com a nova informação. – Meu pai... ele vai matá-la. Ele passou anos buscando vingança pela morte de Diana e não vai hesitar em puxar o gatilho assim que a encontrar. James acelerou ainda mais, o carro rugindo pelas ruas de Nova York. – Não vamos deixar isso acontecer — ele respondeu,
Megan olhou para Matt e depois para o bebê, sua decisão já tomada. – Eu vou com vocês – disse ela, decidida. Matt tentou argumentar: – Megan, seu lugar é aqui com seu filho. Ele é sua prioridade agora. Megan balançou a cabeça. – Cuide bem do meu bebê, Matt. Caso eu não volte. James tem razão , e a minha irmã, ela morreria por mim – pediu ela, com um olhar resoluto. Com isso, eles saíram juntos, determinados a encontrar Rafael e salvar Aurora. Sem saber por onde começar, Vicent começou a fazer várias ligações, tentando obter alguma pista. Enquanto isso, Megan pegou seu computador portátil e, em questão de minutos, encontrou o telefone de Rafael. A esperança reacendeu nos olhos de todos enquanto se preparavam para a próxima etapa de sua missão desesperada. ....... Rafael mantinha Aurora em cativeiro, e a torturava com palavras cruéis. Ela estava impotente, sem meios de se defender. Em sua mente, pensamentos de arrependimento a consumiam. "Se tudo tivesse sido esclarecido ant
Aurora não conseguia parar de chorar, a angústia crescendo dentro dela. De repente, ela desabafou, a verdade explodindo de dentro dela. – Eu não sou Aurora! Meu nome é Megan. Diana é minha irmã e ela está viva. A verdadeira Aurora... Foi ela quem morreu há 10 anos. Aurora soluçou ao terminar de dizer as palavras. Guardar esse segredo por tantos anos, não ter o amor de seu pai porque ele não podia saber quem ela era… e no final estar ali. Não era justo. Rafael piscou, surpreso e confuso, apertando ainda mais o volante. – Você está tentando me enrolar. Isso é impossível! – gritou ele, os olhos cheios de dúvida. – Não estou. A revelação me pegou de surpresa também. É impossível que eu esteja fingindo – Mega falou com a voz cheia de desespero. – Minha mãe nunca me disse nada, apenas que Diana deveria ocupar o lugar de Aurora, e eu não poderia voltar para a casa do meu pai. Rafael, ainda incrédulo, dirigia cada vez mais rápido, o carro ziguezagueando pelas ruas. Megan chorava silen