A semana se passou rapidamente. Quando Aurora percebeu já era quarta-feira e a visita de Theodore já acontecia, mas ela já não estava mais tão animada com a ideia de encontrá-lo, principalmente se aparecesse com o sobrinho mal intencionado dele. A noite chegou e Aurora já estava na sala, arrumada e aguardando Hunter sair do escritório com os homens, mas para sua surpresa apenas Theodore saiu acompanhado de Hunter e James.— Senhor McGraw, é um prazer vê-lo novamente — Aurora sorriu e cumprimentou o homem.— Senhorita Smith, é uma surpresa vê-la na casa de Hunter. Não esperava te encontrar aqui.— Ah, eu estava apenas organizando algumas coisas, não se preocupe, não vou tomar muito o tempo de vocês, cavalheiros.— Não se preocupe, querida — Hunter foi até ela e lhe deu um beijo, pegando-a de surpresa. — Você jamais atrapalha. Bebe algo com a gente?Apesar de Aurora não gostar do toque repentino, entendeu a deixa que o noivo deu, para que ela pudesse conversar com o advogado.— Claro
Quando a noite chegou, Aurora já estava pronta. Hunter bateu em sua porta exatamente às 19:00 e por alguns segundos ficou paralisado. Sua noiva vestia um vestido de cor creme com detalhes dourados, elegante e justo o suficiente para valorizar suas curvas. Seu decote, apesar de comportado, deixava muito a imaginar a quem o observasse e Hunter não deixou esse pequeno detalhe passar despercebido.— Vamos? — ele perguntou cordialmente depois de alguns segundos, recebendo um sorriso vitorioso em resposta.— Vamos. — Aurora passou por ele e caminhou em direção à porta. — Anunciemos nosso noivado ao mundo de forma elegante, “querido”.Hunter não pôde deixar de sentir a alfinetada, mas relevou o comportamento de Aurora. Ainda que estivesse com raiva, sua noiva o tratava melhor do que um mês atrás quando se conheceram e isso já era um avanço e tanto considerando a situação em que se encontravam.O casal chegou ao evento de mãos dadas. Fotos foram tiradas e especulações foram feitas. Por que a
Aurora procurava por Hunter. Saiu para ir ao banheiro e quando voltou, ele já não estava mais onde o viu pela última vez. Andava graciosamente pelo salão quando seu telefone tocou.— Onde você está? — James perguntou, do outro lado da linha.— No salão, claro, onde mais? — Aurora perguntou com desdém. — Hunter está à sua procura.— Então com certeza está no lugar errado, porque eu não o vejo. — Me espere onde está.Aurora revirou os olhos e desligou o telefone. Quem James pensava que era para lhe dar ordens? Ela guardou o aparelho e saiu em busca de seu noivo.Estava distraída, procurando quando sentiu algo molhar o seu vestido.— Me desculpe, senhorita. Como eu sou desastrado. Mil perdões — o homem pegou seu lenço e começou a limpá-la.— Droga! — Aurora resmungou vendo a situação do seu vestido. — Se afaste, está sujando ainda mais!O homem imediatamente se afastou, mantendo uma distância respeitável dela, no entanto, fez uma reverência, apresentando-se.— Mil perdões. Eu sou Andre
Quando a porta foi fechada atrás de Hunter, Aurora se afastou abruptamente do homem e passou a mão na boca, limpando.— O que pensa que estava fazendo? — ela perguntou com raiva.— Só estou dançando conforme a música, querida — Hunter zombou. — Agora vai me explicar o que aconteceu? — Ele se aproximou novamente de Aurora, fazendo-a se sentir intimidada. — Sua fã, louca e obcecada armou para mim. Era para eu estar naquele quarto enquanto ela estivesse aqui com você.Hunter ainda não estava raciocinando direito, o que deixou Aurora ainda mais irritada. Quando ele percebeu a gravidade da coisa toda, seu semblante ficou preocupado.— Foi ele quem te machucou? — O quê? — Aurora perguntou, confusa.— Tenho notado sua mão direita desde que acordei. Está machucada. Foi o homem que a levou para o quarto que fez isso?Aurora escondeu a mão imediatamente, não queria que ele visse. — Foi um acidente, esquece isso.— Não. — Hunter a parou. — Jamais deixarei que outro te machuque.Aurora sentiu
Apesar da vitória conquistada sobre Helena, o coração de Aurora ardia de raiva em relação a James. Hunter havia partido em uma viagem de negócios logo após retornarem para casa, sem dar explicações detalhadas sobre como lidou com o problema na Filadélfia, deixando-os sozinhos e com um sentimento de abandono.Aurora suspeitava profundamente que seu noivo fazia isso de propósito, apenas para testar se seu "cachorro fiel", como ela se referia a James em comparação a ele, ainda estaria vivo quando ele voltasse.Aurora se recusava a dar o gosto a qualquer um dos dois de chamá-la de assassina ou traidora, mas a sensação de traição e ressentimento a consumia. Determinada a evitar qualquer encontro com James, ela decidiu manter-se ocupada e distante. Mergulhou de cabeça em suas responsabilidades com o casamento e a faculdade, dedicando-se a questões acadêmicas, reuniões com a empresa de buffet e aprimorando suas habilidades diplomáticas.Não que ela estivesse realmente interessada em se casar
Aurora estava exausta. A prova do vestido havia demorado mais do que ela havia imaginado. O cansaço a envolvia, e ela ansiava por uma tarde tranquila de descanso. Porém, algo estava prestes a interromper sua paz. Enquanto caminhava pelo corredor em direção ao seu quarto, um cheiro estranho alcançou suas narinas, despertando sua atenção. Era um aroma metálico, levemente adocicado, mas nada familiar.Confusa e um pouco preocupada, Aurora parou no meio do corredor, observando os cômodos ao seu redor. Foi então que os primeiros estalos ecoaram, seguidos por ruídos de objetos sendo quebrados. O coração dela disparou, e a adrenalina começou a percorrer suas veias. Algo terrível estava acontecendo.Sem saber ao certo o que fazer, Aurora correu até seu quarto, buscando abrigo e segurança. Antes que pudesse assimilar completamente a situação, a porta do quarto foi aberta bruscamente, e um homem entrou apressadamente. Era James, e seus olhos refletiam urgência e determinação.— Rápido, Aurora
Juntos, eles conseguiram alcançar a porta dos fundos, onde um carro preto os aguardava, com o motor ronronando suavemente. A luz do luar banhava o veículo, dando-lhe um brilho misterioso. O ar estava carregado de tensão, e James olhou por um momento para além do limiar, hesitando por um instante, sabendo que lá fora também era um terreno perigoso. No entanto, não havia outra opção senão enfrentar o desconhecido.Com um olhar decidido, ele puxou Aurora para fora da casa, fechando a pesada porta atrás deles com um estrondo abafado. O som da destruição e dos gritos furiosos desaparecia gradualmente enquanto se afastavam. Correram pelo jardim, suas respirações entrelaçadas, até alcançarem o carro que esperava pacientemente.A porta do carro se abriu com um rangido, revelando o interior escuro e convidativo. James conduziu Aurora para dentro, segurando-a firmemente pela mão, e logo se acomodaram nos assentos de couro frio. O motor rugiu quando James deu a partida, e o veículo arr
Aurora estava impossibilitada de encontrar o sono. Noites insones se tornaram sua companhia constante, despertando sobressaltada como se a qualquer momento um intruso pudesse arrombar a porta do seu quarto e atentar contra sua vida. Nesse momento, Hunter já havia retornado ao país, provavelmente já estava em casa. No entanto, essa informação permanecia um mistério, pois Aurora não possuía mais seu telefone e não sabia de cor o número de Hunter.A noite anterior foi como um mergulho em um pesadelo assombroso. James a levou a uma cabana isolada no meio de uma floresta, permitindo que ela descansasse no único quarto disponível. Porém, ela não conseguia encontrar tranquilidade. A cada vez que fechava os olhos, a sensação de que uma presença ameaçadora invadia a vulnerável morada tomava conta de sua mente.Um leve batido ecoou na porta.— Aurora! Você está acordada?Aurora abriu a porta e para sua surpresa deparou-se com Hunter parado ali. Ao ver a jovem assustada dentro do quarto, ele não