38

Isadora

— Pensei que estivéssemos indo para um restaurante — comento quando percebo que estamos indo para o outro lado da cidade.

— Não estamos.

— Para onde então?

— Logo verá. Enquanto não chegamos que tal abrir o meu presente? — sugere me fazendo sorrir amplamente outra vez e com certeza os meus olhos faiscaram de felicidade.

— Presente? — indago olhando ao seu redor.

— Abre o porta-luvas. — Puxo uma respiração profunda e a solto audivelmente, abrindo a pequena porta com as mãos cheias de dedos se é que vocês me entendem e paro com a minha euforia encarando a caixinha preta e quadrada, atada com um delicado laço de fita dourado. Seguro o objeto como quem segura um fino cristal e olho para o meu marido admirada. Ele me olha rapidamente e depois fita o trânsito movimentado. — Não vai abrir? — indaga. Confesso que estou trêmula e nervosa com tudo isso. Será que Heitor finalmente está baixando a guarda para um sentimento chamado amor? Nossa, é melhor não viajar tanto! Mas pode ser, não
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